Ensino da matemática inclusiva: práticas e desafios

TEACHING INCLUSIVE MATHEMATICS: PRACTICES AND CHALLENGES

ENSEÑANZA DE MATEMÁTICAS INCLUSIVAS: PRÁCTICAS Y DESAFÍOS

Autor

José Wilson Rodrigues
ORIENTADOR
Prof. Dr. Geraldo Lucio Germano de Sousa

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/E09E4E

DOI

Rodrigues , José Wilson . Ensino da matemática inclusiva: práticas e desafios. International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este artigo objetiva analisar as práticas pedagógicas para promover o ensino da matemática inclusiva, e assim investigar os principais desafios que aparecem mediante o ano letivo. A metodologia aplicada foi mediante as estratégias utilizadas dentro de classe para minimizar as dificuldades existentes por parte das crianças com necessidades específicas, conseguindo fomentar a compreensão da matemática e instigando o senso crítico de ambos os estudantes, e ainda foram incluídas pesquisas bibliográficas, onde conseguiram explanar a respeito do assunto, então, foram empregados os seguintes autores: Cardoso (2023), Ribeiro (2023), Gomes e Costa (2023), entre outros escritores que se tornaram um diferencial no momento de colocar abaixo as informações. Os resultados constataram que as estratégias lúdicas, farão total diferença na absorção do conteúdo, por isso, que se faz primordial que o professor mantenha uma consciência da necessidade de novas ferramentas e métodos diferenciados para alcançar a aprendizagem significativa desses alunos com deficiência. O processo de ensino-aprendizagem da matemática mostra-se com desafios significativos, necessitando de maneiras diferentes para ser abordado o conteúdo. Diante dessas informações, observou-se que o ensino da matemática para crianças com necessidades específicas, são muitas vezes expostas conforme o tradicionalismo, não apresentando nenhuma maneira de instigar a imaginação e a percepção da matéria, impactando negativamente na aprendizagem das mesmas. Portanto, é preciso revisar o ensino da matemática dando a oportunidade de todos sem exceção, absorver e aprender os assuntos, se tornando de suma importância que os profissionais da educação vejam os desafios e as melhores práticas a serem ministradas dentro de sala de aula.
Palavras-chave
Palavras chaves: Práticas Pedagógicas. Necessidades específicas. Professores.

Summary

This article aims to analyze pedagogical practices to promote the teaching of inclusive mathematics, and thus investigate the main challenges that appear throughout the academic year. The methodology applied was through the strategies used within the class to minimize the difficulties that exist on the part of children with specific needs, managing to encourage the understanding of mathematics and instigating the critical sense of both students, and bibliographical research was also included, where they managed to explain Regarding the subject, the following authors were used: Cardoso (2023), Ribeiro (2023), Gomes e Costa (2023), among other writers who became a difference when it came to placing the information below. The results will show that playful strategies will make a total difference in the absorption of content, which is why it is essential that the teacher remains aware of the need for new tools and different methods to achieve meaningful learning for these students with disabilities. The mathematics teaching-learning process presents significant challenges, requiring different ways to approach the content. Given this information, it was observed that teaching mathematics to children with specific needs are often exposed according to traditionalism, without presenting any way to instigate imagination and perception of the subject, negatively impacting their learning. Therefore, it is necessary to review the teaching of mathematics, giving everyone the opportunity, without exception, to absorb and learn the subjects, making it extremely important that education professionals see the challenges and best practices to be taught within the classroom.
Keywords
Keywords: Pedagogical Practices. Specific needs. Teachers

Resumen

Este artículo tiene como objetivo analizar las prácticas pedagógicas para promover la enseñanza de la matemática inclusiva, y así investigar los principales desafíos que aparecen a lo largo del año académico. La metodología aplicada fue a través de las estrategias utilizadas dentro de la clase para minimizar las dificultades que existen por parte de los niños con necesidades específicas, logrando fomentar la comprensión de las matemáticas e incentivando el sentido crítico de ambos estudiantes, y también se incluyó una investigación bibliográfica, donde lograron explicar Respecto al tema se utilizó a los siguientes autores: Cardoso (2023), Ribeiro (2023), Gomes e Costa (2023), entre otros escritores que marcaron una diferencia a la hora de colocar la información a continuación. Los resultados mostrarán que las estrategias lúdicas marcarán una diferencia total en la absorción de contenidos, por lo que es fundamental que el docente permanezca consciente de la necesidad de nuevas herramientas y diferentes métodos para lograr un aprendizaje significativo para estos estudiantes con discapacidad. El proceso de enseñanza-aprendizaje de las matemáticas presenta importantes desafíos, requiriendo diferentes formas de abordar el contenido. Ante esta información, se observó que la enseñanza de matemáticas a niños con necesidades específicas muchas veces se expone según el tradicionalismo, sin presentar ninguna forma de instigar la imaginación y la percepción del tema, impactando negativamente en su aprendizaje. Por lo tanto, es necesario revisar la enseñanza de las matemáticas, brindando a todos, sin excepción, la oportunidad de absorber y aprender las materias, siendo sumamente importante que los profesionales de la educación vean los desafíos y las mejores prácticas a enseñar dentro del aula.
Palavras-clave
Palabras clave: Prácticas Pedagógicas. Necesidades específicas. Maestros.

INTRODUÇÃO

Um debate muito constante é a educação inclusiva que a cada dia que se passa é cada vez mais importante para a evolução populacional e fortalecimento dos valores de igualdade e respeito entre todos da sociedade, conseguindo fomentar um ambiente sem exclusão e mais justa. Assim, é possível que seja dito que esse sistema de inclusão deve ocorrer logo nos primeiros anos de vida, no seio familiar e se estender até o as escolas, ou seja, o ambiente escolar se torna o local onde a criança tem o contato direto com outros indivíduos e assim, se desenvolvem em diversos aspectos. 

Neste sentido, é possível que seja dito que a matemática é um dos desafios mais presentes na vida das crianças com necessidades especificas, pois muitas das vezes, os mesmos se mostram confusos e estressados, por se tratar de um tema complexo. Logo, o processo de ensino-aprendizagem da matemática é tido por Cardoso (2023) como fundamental pois trata-se de um assunto muito relevante dentro da instituição de ensino, sendo onde eles começam a ter noção de quantidade, multiplicação, soma, enfim.  

Seguindo essa perspectiva, torna-se de crucial que seja aberta a problemática da pesquisa, ou seja, a mesma vai nortear todo o trabalho em questão: quais as práticas e os desafios que permeiam a educação inclusiva no processo de ensino-aprendizagem da matemática?

Para que as crianças com deficiência consigam inserir a matemática ao seu cotidiano, requer mais do que um ensinar da matéria, ou seja, o professor mesmo com todos os desafios precisa utilizar as estratégias lúdicas ou inovadoras, para alcançar a adaptação desse aluno a sua realidade. Esse processo, exige práticas que incentivem a participação de todos os estudantes sem exceção. 

A inclusão de alunos deficientes é um trabalho árduo que necessita de vários métodos para que não ocorra nenhum tipo de exclusão, nessa linha de raciocínio, é preciso abrir o objetivo geral: promover o desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem da matemática de forma inclusiva, adaptada e acessível. Para os objetivos específicos tem-se: instigar a compreensão e visão crítica da matemática; desenvolver o raciocínio lógico, conseguindo resolver problemas; adaptar o ensino da matemática a realidade do aluno com necessidade específica. 

Os índices de pessoas com deficiência crescem a cada dia, tanto que de acordo com Brasil (2023) é constatado 18.6 milhões de pessoas com necessidades específicas, por isso, que cada documento que é fornecido com o intuito de minimizar as dificuldades de ambos os lados (escola/alunos) se tornam fundamentais, em outras palavras, partindo do sentido teórico que possivelmente haverá uma maior habilidade de inserir esta criança na realidade escolar de maneira mais simples. Nessa perspectiva, torna-se de fundamental relevância este trabalho acadêmico para todos os indivíduos que buscam um esclarecimento a respeito da utilização da matemática na inclusão de todos os alunos com deficiência. 

Para ser discorrido a respeito deste tema, foram necessários alguns teóricos com suas obras, Cardoso (2023), Ribeiro (2023), Costa, Cozendey (2014), são tidos como primordiais para o desenvolvimento desta pesquisa, mas não apenas eles, tiveram outros documentos que serviram para minimizar e esclarecer as dificuldades de absorção do conteúdo.

 

DESENVOLVIMENTO

A Educação Inclusiva começou desde muito cedo, passando uma diversidade de desafios difíceis de serem vencidos, mas depois de muita luta e persistência, os deficientes conseguiram seu espaço na sociedade. Hoje, a Constituição Federal veio para auxiliar no momento de inserir os alunos com deficiência na instituição de ensino, e não apenas isso, a mesma veio para garantir todos os direitos e deveres. 

Bezerra e Antero (2020) fazem um breve relato sobre a história da Educação brasileira e o processo de inclusão, vendo deste modo que os debates se enfatizarem sobre a introdução dos deficientes começaram na década de 80. Bezerra e Antero (2020, p. 1) complementam a informação dizendo: “Uma educação inclusiva de qualidade para todos inclui entre outros fatores a atribuição de novas dimensões da escola no que consiste não somente na aceitação, sobretudo, na valorização das diferenças”, não se pode ter uma educação inclusiva apenas matriculando esses indivíduos a educação básica, é necessário que todos os componentes deste ambiente valorizem uns aos outros, deixando as diferenças de lado (cognitivas/físicas). 

 

No Brasil, desde 1970, iniciativas foram se desenvolvendo para inserir alunos com necessidades especiais na rede regular de ensino, iniciativas estas que ganharam ênfase a partir de 1980. Desde então, viram-se progressos da Pedagogia e da Psicologia da Aprendizagem de pessoas com deficiências na Educação Especial, particularmente no aspecto comportamental (OLIVEIRA. ET AL. 2020, p.8).

 

Segundo Oliveira, et al (2020) esse período tornou-se fundamental, pois nele começaram a traçar novas estratégias para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de todas as matérias, inclusive a matemática. Essa inclusão, exigiu muito mais do que apenas a matrícula de novas crianças, precisou-se de uma visão mais ampla e sucinta a respeito do assunto, onde antes, os mesmos eram tidos como seres incapazes de aprender, ou absorver o assunto, começaram-se algumas discussões e finalmente a introdução de todos no meio social.

Levando em consideração essas informações, faz-se primordial que sejam esclarecidas as leis da Constituição Federal que consegue afirmar os direitos de cada cidadão, não havendo nenhum tipo de exclusão social/educacional, a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional é considerada por Ribeiro (2023) um dos pontos fundamentais, além de serem consideradas outras Leis específicas, afim de minimizar as dificuldades não apenas na inserção na sociedade, mas a locomoção e a comunicação.

 

No Brasil, o direito à educação escolar das pessoas com deficiência é garantido por meio de legislação que dá base e orientação acerca da educação especial em âmbito nacional. Podemos citar como principais leis e documentos normativos: Constituição Federal (CF) de 1988; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9.394/1996; Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência) – LBI nº 13.146/2015; Lei da Acessibilidade – Lei nº 10.098/2000; Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/1990; Plano Nacional de Educação (PNE) Lei nº 13.005/2014; Política Nacional de Educação Especial (PNEE) Decreto nº 10.502/2020; Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN); Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Desses documentos, optamos por abordar a BNCC e a LDBEN 9394/96 por considerarmos que, no recorte desta pesquisa estes se tornam fundamentais para as análises dos dados então coletados (RIBEIRO. 2023, p. 20).

 

O ensino da Matemática, segundo Carvalho e Lima (2022) vem sendo identificado com várias transformações no decorrer dos anos, sem contar com as estratégias de ensino que tiveram também que passar por mudanças consideráveis para chegar ao que se tem hoje. Posto isto, erguem-se barreiras consideráveis, pensando no processo educacional dentro das escolas. Por conta disso, que a Base Nacional Comum Curricular, assim como outros documentos, compareceu para igualar e incluir todos os estudantes nesse ambiente. A matemática é considerada por esses documentos como fundamental, e vem ganhando grande espaço no decorrer dos anos, o processo de inclusão e de aprendizagem das matérias que são obrigatórias pelo currículo, não é fácil, mas Carvalho e Lima (2022) acredita que possivelmente o professor conseguirá propor oportunidades distintas para minimizar as dificuldades. 

Partindo desse entendimento, diversas áreas de estudo segundo Oliveira, Et al (2020, p. 37) que precisam compreender a matemática, “não é possível viver, estudar, pesquisar, criar instrumentos e objetos sem o auxílio da Matemática, que se faz presente na vida das pessoas e nas diversas áreas, tais como, na saúde, Geografia, Informática, Artes e História”, assim sendo, a matemática propõe um papel fundamental no processo de desenvolvimento de todos os alunos, principalmente quando o olhar do leitor é voltado para a educação especial que exige bem mais de atenção.

A educação integral é dever do Estado e direito de todos, então, o processo de ensino-aprendizagem da matemática precisa ocorrer mediante o letramento matemático, em outras palavras, o aluno precisa trazer sua realidade para aprender a interpretar as siglas distintas da matemática, conseguir absorver e identificar o que cada número significa e a quantidade correspondente significa muitas vezes atingir as soluções lógicas dos resultados esperados, na educação Especial, esse conteúdo é tido como uma modalidade complexa, mas dependendo das estratégias de ensino, possivelmente a absorção acontecerá de maneira  mais rápida, sem grandes dificuldades por parte do aluno (RIBEIRO. 2023).

 

Nesta perspectiva, Ribeiro (2023, p. 23) declara:

 

Ocorre que, o domínio das habilidades sobre leitura e escrita, observado e pesquisado por diversos estudiosos da linguística, não necessariamente implica que o sujeito saiba utilizá-las com competência em suas práticas sociais. Essa constatação associada a novos fenômenos, implicou em novos termos que foram surgindo, como é o caso do letramento que possui um significado bem mais abrangente que a alfabetização (RIBEIRO. 2023, p. 23).

 

Essa matéria tem se tornado cada dia mais utilizada, seja nas escolas como um dos componentes curriculares, ou na realidade de cada um, sendo ela na educação infantil, se estendendo até a fase adulta. Conhecer as quantidades e identificar o que cada número significa, possivelmente resultará em um grande avanço matemático, principalmente quando o olhar é direcionado para as pessoas com deficiência, isto é, a independência de autonomia de cada indivíduo se tornará mais abrangente.

Assim, conhecer os números se torna fundamental para as pessoas com deficiência, pois ajuda de forma direta no desenvolvimento cognitivo, social e sem contar com a independência, que já foi colocada anteriormente. Saber e compreender os números e suas quantidades distintas, permite a realização de atividades simples e cotidianas, como contar o dinheiro, saber as horas, entre outras tantas tarefas. 

 

A Matemática é parte de nossas vidas. A criança durante o seu desenvolvimento vai se envolver com um mundo numérico, serão contadas história infantis como a dos sete anões, a da Alice no país da matemática, a dos três porquinhos, vai numerar a própria idade, altura, vai ter acesso a celular, computador e videogames, vai mudar canal de TV, aprenderão jogos utilizando dados, jogo de dominó, entre outras atividades no seu dia a dia, pois essas situações são muitas vezes estímulos naturais para falar sobre números desde cedo (ARAÚJO. 2022, p. 14).

 

Logo, pode-se afirmar que o conhecimento numérico facilita consideravelmente a integração de deficientes na realidade escolar, conseguindo também uma participação considerável na sociedade em que estão inseridas. Florentino e Silva (2018) falam sobre a necessidade de novas abordagens para minimizar as dificuldades existentes, isto é, mesmo que as escolas enfrentam desafios consideráveis na inserção desse estudante dentro das salas de aula, é de suma importância fornecer novas estratégias, materiais adaptados, enfim, tudo para melhorar o entendimento e a absorção do assunto.

 

O desenvolvimento do raciocínio matemático pelas crianças desde o senso numérico (sistema primário) até o aprendizado da matemática formal (sistema secundário), bem como o campo da neurociência e da psicologia cognitiva que estuda esse desenvolvimento, tem sido chamado de cognição digital., e sua compreensão é considerada de extrema magnitude para o professor que ensina matemática na primeira infância e no ensino fundamental (ARAÚJO. 2022, p. 18).

 

De acordo com Tabaka, Borges e Estevam (2020) o processo de ensino-aprendizagem da matemática é crucial para a vida de todos os indivíduos, onde se torna essencial saber como manejar os números e suas composições. Alcançar a compreensão do estudo da matemática não é fácil, principalmente quando o olhar do leitor é direcionado para o contexto escolar de crianças com qualquer tipo de deficiência, saber lidar com cálculos, como o que é preciso hoje, não é uma tarefa simples. 

Tabaka, Borges e Estevam (2020) ainda completam falando sobre a inclusão, ou seja, a forma que exposta para os alunos deve conter estratégias bem traçadas para conseguir alcançar o conhecimento adequado, fazendo com que a escola em questão se torne um ambiente inclusivo e mais tranquilo sem grandes dificuldades no processo de aquisição da aprendizagem.

O investimento em recursos e programas direcionados à educação inclusiva é considerado por Gomes e Costa (2023) como primordial, pois é uma maneira de garantir o acesso ilimitado ao conhecimento, independentemente das suas limitações. Neste sentido, um dos meios que pode ser posto aqui é a formação continuada dos profissionais da educação, ou seja, com professores mais preparados, possivelmente ocorrerá o maior índice de aprendizagem em pouco tempo. 

De acordo com Michels (2017) fala sobre a necessidade da formação continuada dos professores para a educação especial, como uma das maneiras de garantir o direito a uma educação de qualidade e inclusiva. Conseguindo promover o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos específicos para saber como trabalhar com as crianças com necessidades específicas, ou qualquer outro tipo de limitação que seja preciso um direcionamento mais específico para alcançar de forma gradativa a aprendizagem.

 

Considerando que raramente os universitários têm contato prévio com práticas de ensino voltadas à educação especial, no início da atividade remunerada dos estágios, há muita necessidade de orientação, ainda mais quando se trata do ensino de Matemática que representa um grande desafio para a maior parte dos pedagogos. De acordo com Borges e Cyrino (2021), as pesquisas já produzidas no Brasil demonstram haver um número insuficiente de disciplinas na formação inicial que se destinem a educação especial, e aquelas que existem encontram-se isoladas das demais disciplinas da grade curricular, pois muitas vezes estão apenas para cumprir as determinações legais (GOMES. COSTA. 2023, p. 108).

 

Os professores com o passar dos anos se tornaram os mediadores do conhecimento, por isso que a formação continuada vai propor a aos docentes e discentes diferentes meios de aprendizagem, fornecendo aos mestres novas ferramentas e práticas pedagógicas para que possa ser adaptadas às metodologias que serão utilizadas dentro de sala de aula, a fim de minimizar qualquer desafio existente nesse ambiente.

Nessa linha de raciocínio é de suma importância constatar a necessidade das salas de AEE – Atendimento Educacional Especializado, isto é, esse espaço é capaz de compor uma diversidade de materiais didáticos que buscam a aprendizagem simples dos alunos com limitações intelectuais, em outras palavras, esse espaço não é visto em todas as escolas, mas é notado por Gomes e Costa (2023) como crucial para o desenvolvimento das crianças, pois é nesse local que possivelmente as estratégias de ensino lançadas se tornaram mais eficazes no processo de ensino-aprendizagem, além disso, os profissionais tidos nessa sala provavelmente já tiveram sua formação continuada, ou ainda estão nesse processo, mas quase no final. 

 

Para atuação no AEE, por exemplo, o professor deve ter formação inicial em curso de licenciatura ou equivalente para exercício da docência e formação específica na educação especial, seja inicial ou continuada. Sua atuação envolve elaborar, acompanhar e organizar serviços, recursos e estratégias pedagógicas considerando as necessidades específicas dos estudantes público-alvo da educação especial. Além disso, esse profissional atua na orientação das famílias e estabelece regime de trabalho em parceria com os professores da sala de aula comum do ensino regular (GOMES. COSTA. 2023, p. 108).

 

Posto isto, é essencial afirmar essa sala que é uma das principais que é utilizada como forma de processo de ensino-aprendizagem desses alunos com necessidades específicas. Portanto, seguindo essa linha de raciocínio é visível o quão importante é a formação continuada dos professores, caso contrário, Santos, Bazante e Silva (2016) declara que a falta desse processo educacional estendido, muitas vezes significa pseudoinclusão, isto é, o falso pensamento de estar sendo incluindo o aluno com deficiência, e esse momento possivelmente não haverá o desenvolvimento intelectual e social. 

Os profissionais da educação despreparados significam muitos desafios a serem enfrentados durante o repasse da matemática dentro de sala de aula. Vários estudantes se encontram hoje em condições precárias, no processo de ensino-aprendizagem, visto isso, é necessário constatar que uma educação inclusiva não se resume apenas ao repasse de conhecimentos, mas abrange até as práticas pedagógicas (SANTOS. BAZANTE. SILVA. 2016).

 

Pesquisadores têm buscado discutir estas questões ligadas à educação inclusiva e o ensino de matemática, porém ainda nos parecem insuficientes quanto aos efeitos que algumas pesquisas têm possibilitado no ambiente educacional. Além disso, em se tratando da inclusão nas aulas de matemática, a situação não se configura tão simples. Conhecer a(s) dificuldade(s) que professores de matemática apresentam em trabalhar com os alunos com NEE é uma urgência na atualidade, devido à necessidade de inclusão que estes alunos passam (SANTOS. BAZANTE. SILVA. 2016, p. 3).

 

A educação, que inclui todos os alunos na perspectiva escolar, precisa de profissionais preparados para alcançar o desenvolvimento cognitivo e social, por isso que vários autores enfatizam a necessidade de uma formação continuada para saber como realmente se comportar e quais as ações que devem ser tomadas mediante determinado problema. 

Outro ponto que é fundamental ser discutido, é o papel dos familiares, em outras palavras, os pais/responsáveis representam um apoio tido como essencial na perspectiva de Souza e Benício (2021) ambos dizem que as crianças se espelham inicialmente o comportamento e ações, diante do que ele presencia em casa desde a primeira infância, então, a vivência no meio familiar se torna um momento complexo, onde muitos pais de crianças com necessidades especiais, se vêem sem saber ao certo quais atitudes devem tomar. 

 

A escola deve estreitar ao máximo essa relação, oportunizando um convívio maior dos pais na unidade da escola para auxiliar no desenvolvimento do aluno especial. Uma relação de cooperação família e escola é necessária para que ambas conheçam suas realidades e suas limitações e busquem caminhos que permitam e facilitem o diálogo entre si, para o sucesso educacional do filho e aluno (SOUZA. BENÍCIO. 2021, p. 2).

 

Esse estreitamento de laços deve ser desde o primeiro contato da criança com o meio escolar, para que assim ocorra a inclusão com mais facilidade, e ainda mais, conseguir conviver com as dificuldades do dia-a-dia, e minimizar as frustrações que geralmente ocorrem mediante as relações interpessoais. 

Contudo, é necessário ressaltar mais uma vez a importância do professor especializado para desenvolver as habilidades, e trabalhar as dificuldades de cada aluno, assim, alcançando a igualdade de direitos e deveres que já está previsto na Constituição Federal. 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

 

Notou-se a partir deste trabalho, que o ensino da matemática é essencial para o cotidiano de todas as pessoas, principalmente no ensino inclusivo, conseguindo alcançar e promover o desenvolvimento das habilidades intelectuais dos alunos com necessidades específicas variadas. Sendo assim, no decorrer do documento é constatada a importância da matemática na promoção de raciocínio lógico, e também na resolução de problemas tidos por muitos como simples, entretanto, estudantes com quaisquer tipos de deficiência se encontram frustrados sem saber ao certo quais ações devem ser todas para alcançar a resolução dos problemas. 

As práticas pedagógicas têm um papel fundamental no cotidiano de todos do ambiente escolar, não apenas isso, as estratégias tidas por muitos autores como essenciais promovem o bem-estar dos alunos e minimizam o trabalho dos docentes no processo de ensino-aprendizagem. 

 A educação inclusiva é vista como um sistema complexo, principalmente quando envolve situações-problemas do cotidiano, ou seja, a matemática precisa ser compreendida e identificadas as siglas distintas, para que sejam resolvidos os problemas, e conseguir alcançar os objetivos propostos pelos profissionais da educação. Nesse contexto inclusivo, é preciso que o professor analise de perto todas as dificuldades dos alunos deficientes para traçar as estratégias que vão chamar mais a atenção do educando. 

Por fim, é imprescindível que a família se apresente em todo esse processo, isto é, a comunicação entre pais e escola se torna imprescindível para um bom desenvolvimento por parte dos alunos. 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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SOUZA, T. T. BENÍCIO, E. R. O papel da família na educação inclusiva. 2021. Disponível em: https://repositorio.ifgoiano.edu.br/bitstream/prefix/2969/1/tcc_Thais%20Teixeira%20de%20Souza.pdf. Acessado dia: 11/11/2024.

Rodrigues , José Wilson . Ensino da matemática inclusiva: práticas e desafios.International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
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Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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v. 5
n. 45
Ensino da matemática inclusiva: práticas e desafios

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