INTRODUÇÃO

O presente artigo irá mostrar como acontece a construção da escrita na modalidade de educação infantil, sendo que o artigo irá enfocar o trabalho dos educadores infantis, quais são as suas metodologias de ensino e toda a preparação para que as crianças aprendam o mais rápido possível o processo de escrita e alfabetização de uma maneira geral.

O artigo tem o objetivo de mostrar aos leitores as principais oportunidades para a formação de metodologias de ensino que favoreçam o desenvolvimento da escrita na modalidade de educação infantil. Quais são os principais desafios que os educadores possuem, e o que pode ser realizado para contribuir de uma maneira mais abrangente em relação ao processo de alfabetização dos estudantes da modalidade de educação infantil.

A justificativa utilizada para a escolha do presente artigo é a necessidade de se valorizar a modalidade de educação infantil e o trabalho dos educadores, sendo que as etapas da alfabetização e da escrita se configuram como uma das etapas mais difíceis do processo educacional, mesmo sendo a etapa inicial de ensino.

A metodologia usada para a realização do presente artigo é a pesquisa de cunho bibliográfico, sendo que diversas pesquisas foram realizadas em publicações e obras de autores renomados e que tratavam do mesmo tema de forma similar e que contribuíram muito com o desenvolvimento do presente artigo.

Sendo que o artigo irá contribuir com a informação sobre o processo de escrita, e para que os professores visualizem de forma mais clara o processo de alfabetização e a construção da escrita por parte dos estudantes da modalidade de educação infantil. 

A forma como as crianças adquirem conhecimento antes do período de ingresso nas escolas é meramente prático, ou seja, elas aprendem através da observação e da troca de informações, e assim, elas conseguem desenvolver um pequeno vocabulário antes de ingressarem nas escolas infantis.

Nas considerações finais, os leitores poderão visualizar como é importante a construção de uma escrita de qualidade por parte dos estudantes na educação infantil, uma vez que, esse será o diferencial da vida dessas pessoas no futuro.

REVISÃO DE LITERATURA

O processo de alfabetização na modalidade de educação infantil é muito complexo, uma vez que, cada criança possui um tempo, uma metodologia própria de aprendizagem, e por essa razão a alfabetização compreende como sendo uma das etapas mais difíceis da formação educacional das pessoas, mesmo sendo a primeira (Lago, 2007).

Sendo assim, o processo de aprendizagem necessita de uma série de fatores que devem sempre ser levados em consideração pelo educador, a primeira delas é o professor atuar como mediador, isso por que as crianças não ingressam nas escolas sem nenhum tipo de conhecimento.

Isso quer dizer que os educadores devem trabalhar com o conhecimento que os estudantes já possuem, e coordená-los de acordo com as necessidades e aptidões que as crianças possuem.

Isso porque os estudantes já ingressam na sala de aula com desejo de aprender, e isso faz com que os educadores infantis tenham que saber manter esse processo de motivação natural em relação ao aprendizado que as crianças já possuem é muito importante (Lago, 2007).

Para as crianças, a escola tende a ser um tanto quanto inóspita no seu início, principalmente pelas metodologias de ensino que são direcionadas a elas, isso por que os professores possuem a missão de alfabetizar essas crianças o mais rápido possível, isso para que eles possam oferecer às crianças uma sequência em relação ao seu processo de aprendizagem.

É esse aprendizado próprio que os professores devem aproveitar, e aos poucos contribuir para que eles vão se multiplicando, e isso é algo de extrema importância, pensando nisso é que as metodologias de ensino da modalidade de educação infantil seguem o pressuposto de aprendizagem através da associação (Santos, 2008. p. 110).

Não há outro modo mais significativo para o processo de aprendizagem das crianças em relação ao método de observação e associação, uma prova disso são os materiais utilizados pelos educadores da modalidade de educação infantil.

É um método muito eficaz, e que torna o aprendizado das crianças muito mais suave, o que é fundamental, uma vez que, para as crianças saírem de suas casas e do seu universo de brincadeiras e diversão e ingressarem em um local onde existe sempre a necessidade de estarem provando que realmente aprenderam (Arruda, 2004).

Dessa forma, o processo de alfabetização deve ser o mais atrativo possível até que o educador perceba que os estudantes realmente aprenderam o conteúdo, ou seja, ele pode mudar os desenhos que as crianças conseguirão associar as palavras com as figuras da mesma forma, em outras palavras, trata-se de um processo de neuroaprendizagem (Coelho, 2008).

Não é à toa que a sala de aula da modalidade de educação infantil é dotada de desenhos em todas as paredes, na verdade, é uma imitação da forma como os livros didáticos dos estudantes dessa modalidade educacional compreendem seus métodos de aprendizagem.

A criança então tem a oportunidade de colocar em prática todo o seu poder de observação, e isso é algo que as crianças possuem de sobra e os professores sabem bem disso, isso por que as crianças são extremamente curiosas e desejosas de aprenderem coisas novas a todo o momento, de forma que na modalidade de educação infantil as aulas nunca são vistas como repetitivas.

Para Jordan (2000) não se trata apenas do fato de o professor apenas transmitir um número elevado de palavras para as crianças aprenderem, o professor deve ser um articulador, ou seja, devendo apresentar os conteúdos as crianças e intermediar o seu aprendizado, isso é fundamental, uma vez que, os estudantes da modalidade de educação infantil já devem desde o seu ingresso na sala de aula aprenderem que eles necessitam ter autonomia em relação a sua metodologia de aprendizagem.

Apenas em casos quando o professor observa que os estudantes estão indo por um caminho incorreto é que eles devem ter essa ciência de realizarem a intervenção, orientando as crianças quanto às metodologias corretas de aprendizagem.

Em relação a essa intervenção, o professor deve embasar as suas metodologias de ensino sempre em relação à organização dos conteúdos, assim como é o caso das cartilhas infantis, onde as crianças necessitam aprender uma letra de cada vez (Jordan, 2000).

De acordo com Caldeira (2005) esse é o principal método de ensino e aprendizagem na modalidade de educação infantil, sendo que a escrita e a leitura passam por um longo processo das informações recebidas, e assim, o professor aprende a diferenciar os estudantes que aprendem com maior facilidade das que possuem maiores dificuldades.

O professor deve ser muito atuante nesse sentido, em outras palavras, os educadores devem realizar atividades que mantenham seus estudantes sempre por perto, podendo sempre observar os mesmos, isso é algo de suma importância, uma vez que, sem um bom embasamento em relação ao processo de alfabetização, fatalmente os estudantes terão inúmeras dificuldades nas etapas posteriores do processo de alfabetização.

O processo de aprendizagem em relação às crianças é gradual, ou seja, vai sendo desenvolvido com o passar do tempo, e cada nova aula contribui para a agregação de um novo valor, um novo aprendizado que aos poucos as crianças vão passando a utilizar com uma facilidade maior, essa é a essência do processo de aprendizagem da modalidade de educação infantil (Caldeira, 2005).

Uma metodologia de ensino muito comum na modalidade de educação infantil é a contação de histórias, sendo que essa é uma forma de atrair a atenção das crianças e despertar seus interesses para novas metodologias de aprendizagem (Laplane, 2006).

 Os estudantes da modalidade de educação infantil possuem cada vez mais dificuldades para acompanharem a quantidade de conteúdo e o tempo longo que passam dentro das salas de aula, e para minimizar esses efeitos, a contação de histórias demonstram diversas possibilidades de beneficiarem esses alunos, por isso, os adeptos dessa modalidade educacional necessitam de tempo para atividades mais motivacionais e edificantes, principalmente em relação à prática do processo de aprendizagem.

Torna-se evidente que a contação de histórias pode e deve ser usada como metodologia para o desenvolvimento dos alunos e de sua personalidade, melhorando de maneira significativa o desempenho escolar, no entanto, o professor necessita de um planejamento para realizar essa ação, e não apenas ler o conteúdo apenas por ler.

A história deve ser sentida pelas crianças, deve despertar um desejo de se ouvir outras, e principalmente estimular as crianças em sua imaginação, essa é a forma fundamental de preparar os estudantes para os futuros desafios educacionais que estas crianças terão pela frente (Camargo, 2002).

No próximo capítulo, será abordada a questão da construção da escrita por parte dos estudantes da modalidade de educação infantil, e quais devem ser as metodologias de ensino e a inserção do educador infantil nesse sentido.

Falou-se muito em relação ao processo de alfabetização como um todo no capítulo acima, todavia, como funciona o desenvolvimento da escrita por parte dos estudantes da modalidade de educação infantil também compreendem uma questão de extrema importância, e também necessita ser debatida.

O processo de aprendizagem da escrita passa muito em relação à coordenação motora das crianças, para que elas mesmo possam passar a identificar com mais precisão as letras que estão sendo escritas por elas (Ferrari, 2006).

O professor inicia esse trabalho de desenvolvimento da escrita com as palavras que fazem parte do cotidiano das crianças e que possuem o menor número de verbetes possível, justamente para facilitar esse início de aprendizado em relação às crianças.

Segundo Ferrari (2006) sendo assim, os professores escolhem palavras pequenas, como é o caso de cão, chá, café, ave, pai, mãe, avó, tio, gato, bola, anel, bola e tantas outras que sejam mais simples e que iniciem de maneira mais construtiva o processo de aprendizagem da escrita por parte das crianças.

Existe por parte dos professores todo esse cuidado, isso por que o aprendizado da escrita tende a ser um pouco mais lento do que a leitura, isso por que se trata de um trabalho dobrado, ou seja, mais complexo para o aprendizado das crianças.

Essas necessitam não apenas aprender a ler como a ler as palavras e reproduzir as mesmas posteriormente, e isso é muito importante pelo fato de que o aprendizado da escrita colabora muito para reforçar o aprendizado da leitura (Campelo, 2009).

Em relação à escrita ainda, o professor deve sempre apostar nos exercícios de reprodução, ou seja, selecionando essas palavras mais simples e com o desenvolvimento das crianças o educador pode ir aos poucos inserindo palavras novas e um pouco mais complexas.

De acordo com Campello (2009) a leitura é muito importante para fortalecer uma escrita de maior qualidade, sendo que conforme as crianças vão aprendendo um pouco mais um número mais elevado de palavras, a metodologia de trabalho dos educadores deve passar a sofrer algumas alterações.

Principalmente em relação à complexidade dos livros, ou seja, dos recursos que as crianças usam, sendo que os educadores devem passar a procurarem por livros que passem a ter uma extensão um pouco maior de palavras e aos poucos irem deixando os livros apenas com figuras de lado.

Muitos professores utilizam de forma muito inteligente os gibis, sendo que este recurso já foi muito mais utilizado no passado e atualmente vem caindo um pouco no ostracismo, contudo, se trata de uma excelente ferramenta de aprendizagem, sendo que os estudantes da modalidade de educação infantil encontram num mesmo recurso as gravuras que eles gostam e ao mesmo tempo um número maior de palavras (Tamanaha, 2006. p. 89).

Ainda falando nos gibis, eles são amplamente pedagógicos, uma vez que, eles colaboram muito com o processo de aprendizagem das crianças, tanto que muitas pessoas adultas continuam cultivando o costume de ler gibis, tamanha é a fascinação que esse material oferece às pessoas de todas as idades, mas, com ênfase na modalidade de educação infantil.

Isso através dos exercícios que os mesmos realizam em sala de aula, por exemplo, o preenchimento das lacunas que devem ser preenchidas com as letras correspondentes, conforme o grau de alfabetização das crianças, ou seja, conforme o aprendizado dos estudantes (Simensceno, 2008).

O letramento faz com que as crianças aprendam cada vez mais palavras, o que facilita muito o seu desenvolvimento cognitivo das crianças, facilitando o processo de aprendizagem em relação às demais etapas do aprendizado.

De forma alguma os educadores devem tentar ensinar as palavras de uma vez, é importante que as crianças aprendam a silabação de todas as palavras, isso é importante para que a criança consiga aprender a formar novas palavras, e isso com um ano letivo inteiro de duração, se mostra como uma ferramenta muito importante para que as crianças conquistem um aprendizado de qualidade (Simesceno, 2008. p. 119).

Os professores nesse sentido, contam muito com a participação dos pais, sendo que esses educadores precisam estar atentos em relação ao desempenho dos estudantes, inclusive com as atividades a serem realizadas em casa, nesse sentido, a participação dos pais é sempre muito importante no processo de colaboração com o progresso cognitivo dos estudantes, que se inicia através da escrita (Lago, 2007).

Claro que é preciso que haja uma sintonia entre os profissionais da educação com a comunidade escolar, ou seja, os pais não podem ensinar as crianças de uma forma e os professores de outra, caso contrário, diminui-se muito as possibilidades de progresso educacional dessas crianças.

Isso acontece com uma frequência muito maior do que as pessoas imaginam, não é a toa que se observa na sociedade tantas pessoas falando e escrevendo de uma maneira incorreta, esse é um trabalho de correção a ser realizado pelos educadores já na modalidade de educação infantil, a fim de se evitar que os estudantes cresçam com uma informação incorreta, e o que é pior, que as utilizem de maneira equivocada para o resto de suas vidas (Lizandro, 1997).

Justamente por essa razão, a modalidade de educação infantil deve ser vista como um trabalho de base, mas, não somente individual, mas, acima de tudo social, uma vez que, uma boa formação educacional tem o poder de transformar a sociedade, sendo que essa formação elevada depende exclusivamente do professor de alfabetização e da escrita da maneira correta (Coelho, 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo procurou objetivar toda a importância que os educadores infantis possuem em relação à precisão nas informações que eles oferecem às crianças, isso por que se trata de uma transformação radical na vida das crianças.

Isso é fundamental para que as pessoas tenham uma mentalidade mais desenvolvida em relação às metodologias de ensino usadas na modalidade de educação infantil, principalmente pelas responsabilidades que esses profissionais possuem.

A escrita possui diversas etapas até que o professor consiga perceber que as crianças realmente aprenderam de forma eficaz o conteúdo, é necessário que os estudantes cumpram uma série de etapas, como é o caso da leitura correta das palavras, da utilização da grafia correta das palavras e também da silabação.

Sendo assim, os educadores devem sempre apostar no que as crianças possuem de melhor, que é a observação, isso por que as crianças são muito curiosas, e esse é um aspecto de extrema importância, uma vez que, esse é o estímulo necessário para que as crianças consigam um desenvolvimento maior em relação a novos níveis de aprendizagem.

As crianças conseguem aprender muito bem através das associações e isso é fundamental que os educadores infantis saibam, não é à toa que a imensa maioria dos materiais que são destinados a alfabetização das crianças possuem como estratégia de ensino essas associações, isso por que as crianças geralmente possuem um grande poder de memorização.

E essa memorização na prática da escrita é de extrema importância, principalmente em relação à complexidade das informações que essas crianças recebem logo nos primeiros dias letivos, ou seja, no período em que elas passam a ingressar nas escolas.

São letras maiúsculas, minúsculas, formação de palavras, separação das letras, escrita, enfim, uma série de dificuldades esperam pelas crianças até que as mesmas possam ser consideradas como pessoas alfabetizadas, até mesmo o aprendizado da escrita do próprio nome é um desafio para as crianças.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRUDA, A. O ambiente natural e seus habitantes no imaginário brasileiro. In: ____. (Org.). Representando a alteridade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 81. 

ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais DSM IV – Tr. Porto Alegre: Artmed, 2004.

CALDEIRA, P, C. Como se constrói o processo de alfabetização: Jornadas de Formação Caldas da Rainha Junho, 2005.

CAMARGO, S. P. Competência Social, Inclusão escolar e Alfabetização: Revisão Critica da Literatura. Psicologia e Sociedade. Porto Alegre. 2002. Pag. 65 a 79.

CAMPELO, L. D. Um Estudo de  Habilidades Comunicativas em Crianças. Rev. CEFAC. 2009.

COELHO, A. C. Relato de caso: privação sensorial de estímulos e comportamentos artísticos.  Rev. Soc. Brás. Fono. 2008; pag.75-81.

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JORDAN, R. (2000). Educação de Crianças e Jovens com Dificuldades de Aprendizagem: Instituto de Inovação Educacional, Lisboa.

LAGO, M. O Papel da Escola: ação e reflexão do professor. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação, UFRGS, 2007.

LAPLANE, A. Uma análise das condições para a implementação de políticas de educação inclusiva no Brasil e na Inglaterra. Educação & Sociedade, v. 27, n. 96 Especial, p. 689-715. Campinas: out, 2006.

SANTOS, A. M. T. A construção da alfabetização infantil: Desafio da alfabetização e no convívio escolar, CRDA, São Paulo, 2008.

SIMESCENO, M. E. A construção da identidade profissional do professor da educação especial no processo de alfabetização. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação, Universidade Federal de Juiz de Fora, 2008.

TAMANAHA, A. C. A atividade lúdica na Educação Infantil, Distúrbios da Comunicação. São Paulo, 2006.