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Resumo
INTRODUÇÃO
O artigo é direcionado e relacionado com a literatura brasileira, em especial a música e poesia, tendo como intuito resgatar o prazer pela leitura e compreensão de poemas, incentivando a organização de sarau musical e poético em ambientes escolares. Resgatar a poesia e apresentar outros gêneros musicais aos alunos facilitando sua interação e compreensão sobre a realidade.
Através da realização de um sarau literário é possível aguçar e aprimorar seus conhecimentos sobre si e sobre o mundo, desenvolver a criatividade e melhorar seu raciocínio crítico. A prática do ensino desempenha papel fundamental no processo de cidadania, pois tem como grande desafio garantir a todas as crianças a aprendizagem dos conhecimentos, valores e habilidades escolhidos como significativos pela sociedade. Conhecimentos e valores que possibilitem o saber indispensável à inserção social.
Os momentos literários têm como objetivo aperfeiçoar os conhecimentos dos alunos sobre a poesia e a música de maneira a levar o aluno a fazer a reflexão quanto ao que ouve ou lê. Despertar o interesse pela leitura é fundamental para melhorar a escrita, pois quem lê mais consegue escrever melhor, possibilitar o contato da criança com as letras de músicas que não fazem parte de seu repertório habitual.
Apresentar dois dos grandes poetas brasileiros como: Vinicius de Morais e Carlos Drummond de Andrade, músicas e cantores que perpassam gerações como: Zé Ramalho, Toquinho, entre outros brilhantes nomes da literatura e música brasileira. O artigo está baseado na teoria de Isabel Solé, Juliana Suzuki, Paulo Freire e Maria Setubal.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O espaço escolar pode ser insuportável ou agradável, quem decide sua forma de ser sentido são as pessoas que fazem parte do espaço, pode-se incluir: professores, alunos, gestores, pais, funcionários e a comunidade como um todo. Para a escola ser um lugar agradável de se permanecer todos devem cumprir seu papel de maneira prazerosa e responsável, cabe aos professores e gestores acolherem aos alunos com simpatia e educação e aos alunos cabe retribuir da mesma maneira. A escola é o lugar mais indicado para ocorrer a aquisição do conhecimento, aprender o conhecimento acumulado pela humanidade e pôr em prática os princípios éticos torna a criança um futuro adulto responsável e capaz de trilhar o seu próprio caminho.
(Suzuki 2013,p.4) afirma que:
Uma aula com características lúdicas não precisa ter jogos ou brinquedos. O que traz a ludicidade para a sala de aula é muito mais uma atitude lúdica do educador e dos educandos. Assumir essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança cognitiva, mas, principalmente, uma mudança afetiva.
Toda criança gosta de aprender com brincadeiras, quanto mais lúdico o professor conseguir ser maior admiração terá de seus alunos e mais aproveitamento conseguirá obter no desenvolvimento dos conteúdos a serem abordados. Não é necessário fazer brincadeiras para envolver a criança, suas atitudes e seu carisma serão suficientes para conquistar a atenção dos alunos, a forma como explicar um determinado assunto pode variar de acordo com a personalidade do profissional, o mesmo assunto pode ser trabalhado de forma rígida ou lúdica. No modelo de escola tradicional o estilo rígido ainda prevalece, sendo que o professor é o detentor de conhecimento e o aluno deve aprender o que o professor exige e na maneira que considera correta, mesmo se a escola for no modelo tradicional o professor pode e deve inovar, para melhorar a afetividade entre alunos e professores.
De acordo com (Oliveira 2001, p.95)
Os professores normalmente reagem à inovação. Há os que são extremamente conservadores por insegurança ou excesso de segurança, têm medo de mudar, ou não querem mudar porque estão contentes com o que estão fazendo. Há os que adoram mudar, sobretudo quando ninguém lhes cobra resultados, e vivem à procura de uma nova técnica, método ou solução miraculosa. E há uma maioria que já se frustrou com tantas ondas de mudança curricular ou metodológica que lhe são impostas pelas burocracias das secretarias, e que não mais suporta ouvir falar em inovação.
O medo ao novo pode travar o professor e impedi-lo de aperfeiçoar sua prática pedagógica, com isso ele não está apenas prejudicando seu aluno, mas a si próprio. O medo de inovar pode ser justificado pelo receio de não dar certo e acabar por frustrar-se com si próprio ou então com os alunos que talvez não estejam preparados para aprender com a nova estratégia de ensino do professor, tornando o processo de ensino-aprendizagem mais complicado e incomodativo do que realmente é de fato.
Nesse sentido(Freire 1987, p.62) aponta que:
Tradicionalmente o saber do técnico esteve ligado à expressão burocrática de comportamentos e os atos de conhecer tendem a ser unidirecionais pelo poder de organização da instituição. As reações da comunidade diante desse saber-instituição ausênciam(camuflam) tradicionalmente (do currículo e da escola) o poder de organização(gnosiologia), típico do saber popular.
Não depende somente dos mediadores do conhecimento a função de melhorar as estratégias do processo de ensino-aprendizagem, a comunidade em geral deve contribuir para o sucesso escolar de suas crianças, não é somente na escola que a criança aprende, na rua, nos clubes enfim em todos os que frequenta ela processa informações e acumula conhecimento. É dever da comunidade aliar-se à escola e garantir que a criança aprenda a ser humana no sentido complexo que inclui a afetividade, o conhecimento e os valores morais.
Mais do que um ótimo passatempo, a leitura é uma fonte maravilhosa e inesgotável de tesouros de conhecimento. Esse tesouro você pode adquirir e aumentar sem que lhe seja tirado ou roubado, é por meio da leitura que você descobre o mundo e seus encantos. É pelo conhecimento que você abre as portas das oportunidades, e não tem jeito melhor de adquiri-lo do que por meio dos livros. Um bom conceito que você pode aplicar em sua vida é que você não precisa e nem é obrigado a conhecer todas as coisas, mas é de grande importância conhecer pessoas que tenham o conhecimento que lhe falta e são nos livros que você encontra diversas pesquisas e estudos sobre práticas, princípios e crenças necessárias para aumentar sua sabedoria e ter auxílio em todas as fases de sua vida.
A literatura pode auxiliar no amadurecimento psicológico da criança, segundo (Solé 1998, p.63):
A Literatura passa a ser um suporte ao amadurecimento psicológico da criança, pois ela, ao abordar temas diversos e complexos, permite uma maior compreensão desses temas que, em geral, estão ligados à própria complexidade da vida, já que a leitura é um momento mágico, pois o interpretante informa à criança, ao efetuar essa aparentemente banal, que chamamos de um ato de leitura, que essas marcas têm poderes especiais; basta olhá-las para transformá-las em uma linguagem cheia de significados.
Através da literatura a criança viaja no texto, a magia de uma história encanta e pode trazer muito aprendizado para a criança, nos dias atuais poucas são as crianças que podem contar com os pais a todo momento, pois os mesmos estão ocupados provendo o sustento da família e quando estão em casa se preocupam com a organização e limpeza doméstica. Dificilmente os pais conseguem arrumar um tempo para dar o exemplo do hábito de leitura, os pais servem como exemplo para muitas crianças, mas se estes não refletem o prazer e a necessidade de ler as crianças precisam aprender na escola os motivos e os benefícios da leitura. (Solé 1998,p.89) afirma:
O que consideramos o maior desafio para a formação do leitor competente é o despertar do interesse pela leitura. Em tempos em que disputamos com os meios de comunicação a atenção de nosso aluno, disputamos ainda com o mundo que convida a brincar, a conhecer as novidades, por isso precisamos nos tornar verdadeiros sedutores de alunos.
Conseguir trazer o aluno para o mundo das letras e fazer com que ele se sinta confortável e seguro é um grande desafio. No 1º e 2º ano dos anos iniciais as crianças ainda pensam muito em brincar, não conseguiram se desprender do universo infantil, a partir do 3º ano dos anos iniciais o interesse pela tecnologia toma conta, para a criança mexer no computador, tablet e celular é muito prazeroso. No entanto é necessário chamar a atenção do aluno para a leitura e praticar sua escrita, incentivar a conhecer os diversos gêneros literários é uma boa opção para despertar seu interesse. A criança deve sentir-se desafiada, deve querer superar as expectativas feitas por ela ou pelo professor, ser incentivada a buscar informação, incitada em desenvolver suas habilidades e promover sua autonomia. Solé(1998, p.91) afirma que:
As situações de leitura mais motivadoras também são as mais reais: isto é, aquelas em que a criança lê para se libertar, para sentir o prazer de ler, quando se aproxima do cantinho de biblioteca ou recorre a ela. Ou aquelas outras em que, com o objetivo claro- resolver uma dúvida, um problema ou adquirir a informação necessária para determinado projeto- aborda um texto e pode manejá-lo à vontade, sem a pressão de uma audiência.
Vários são os motivos que a criança pode ter para aproximar-se do mundo da leitura, independentemente do motivo inicial que levou a criança a começar a aprofundar a técnica de ler, o professor deve motivá-la oferecer-lhe mais opções de gêneros e instigá-la a reconhecê-los, oportunizando-a a conhecer e explorar a literatura.
Quando as crianças adquirirem o hábito da escrita, consequentemente também o da leitura, pois ao escrever eles tendem a optar por outros tipos de leitura que não sejam o seu, terão uma mente mais aberta e acolhedora. Através da escrita e da leitura, terão uma mente mais crítica, e o conhecimento necessário para as interpretações além do texto transcrito, não só de textos comuns, mas também dos poemas, que aparentam certas coisas e revelam outras, porque elas têm aquele aspecto especial do poeta, é seu sentimento que está contido na poesia. Sendo assim, a poesia abrirá as portas para uma interpretação e compreensão do que o poeta quis transmitir em meio aos versos.
( Solé 1998, p.98) argumenta:
Pretende-se que o aluno leia com clareza, rapidez, fluência e correção, pronunciando adequadamente, respeitando as normas de pontuação e com a entonação requerida. De fato, todas essas exigências fazem com que, inclusive para o aluno, o primordial da leitura seja respeitá-las, e nestes casos a compreensão se situa em um nível secundário. No entanto, o professor costuma acrescentar aos objetivos apontados o da compreensão; por isso, é frequente que depois de uma atividade de leitura coletiva em voz alta, ele faça perguntas sobre o conteúdo do texto, para avaliar se o compreenderam.
Saber compreender o que leu, ajuda a formar um indivíduo que consegue interpretar os diversos gêneros literários, realizar corretamente a leitura, saber pausar nas pontuações, irá trazer benefícios futuros, como exemplo no momento de oratória, saber ler de forma clara, pronunciando corretamente as palavras traz mais embelezamento na fala do indivíduo. O trabalho do professor deve ser realizado de forma lúdica, na sua maneira de mediar o conhecimento, para (Suzuki 2013, pag4):
Pode-se dizer que o lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana. Caracterizando-se por ser espontâneo, funcional e satisfatório. Esse ser funcional não deve ser confundido com o mero ato repetitivo, com a monotonia do comportamento cíclico, aparentemente sem alvo ou objetivo.
A maneira com a qual a pessoa é abordada para qualquer que seja a situação, uma conversa ou interrogação pode mudar sua reação, saber acolher a criança e estimular seu desenvolvimento de maneira lúdica, contribuirá em seu desempenho, pois terá maior afetividade pelo professor e a sala de aula se transformará num campo de aprendizado mutuo. A interação entre professor e aluno é essencial para que ocorra de maneira sensata o objetivo de acontecer e atingir com sucesso o aprendizado. Aluno motivado aprende mais e o professor que não necessita esgotar-se impondo disciplina, consegue concentrar seus esforços em desenvolver a potencialidade do aluno e auxiliar de forma mais efetiva ao aluno que tenha mais dificuldade de aprendizado.
Por meio da leitura de bons livros o indivíduo pode traçar seus objetivos e metas, e pode encontrar meios para alcançá-los. Tornará seu cérebro forte e com isso desenvolverá habilidades de compreensão, raciocínio rápido, interpretação, concentração e muitas outras que irão lhe proporcionar conquistas importantes para sua vida.
(Oliveira 2001 p.38) enfatiza:
As soluções psicopedagógicas individuais são as mais usuais, pois normalmente dependem da iniciativa de um professor, orientador educacional ou da própria escola. Sempre existiram, geralmente em pequena escala, limitadas a algum professor ou escola. Raramente fazem parte de políticas institucionais da escola ou da rede de ensino. Ademais, é relativamente fácil comprovar o sucesso de competentes e motivados. O resultado é visível e imediato.
Os alunos não são iguais em comportamento e necessidades, sejam afetivas ou de aprendizado, porém para homogeneizar a sala de aula, buscando o equilíbrio perfeito, onde um aluno com mais facilidade auxilia o colega com dificuldade de forma aconchegante para ambos, não recriminando ou excluindo aquele com mais dificuldade. A literatura pode dar um suporte para as diversas adversidades encontradas no ambiente escolar, mas o estímulo deve ser repetitivo, aguçar a curiosidade para conhecer o novo, desafiar o aluno para que ele sinta-se provocado e queira vencer a si próprio abrindo seus horizontes e abrangendo sua capacidade. De acordo com (Solé 1998, p.91):
Um fator que sem dúvida contribui para o interesse da leitura de um determinado material consiste em que este possa oferecer ao aluno certos desafios. Assim, parece mais adequado utilizar textos não-conhecidos, embora sua temática ou conteúdo deveriam ser mais ou menos familiares ao leitor; em uma palavra, trata-se de conhecer e levar em conta o conhecimento prévio das crianças com relação ao texto em questão e de oferecer a ajuda necessária para que possam construir um significado adequado sobre ele- o que não deveria ser interpretado como explicar o texto, ou seus termos mais complexos, de forma sistemática.
Proporcionar a possibilidade de conhecer e aprofundar o conhecimento de algo que não seja familiar, pode ser um grande desafio, porém traz a confiança futura em não precisar ficar amarrado no mesmo ambiente, ter maior facilidade em adaptar-se às situações que ocorrem durante a vida do indivíduo. Para(Freire 1987, p.6)
Acreditamos que na rua pode-se mobilizar e trabalhar diferentes e importantes relações, vivências e atitudes com os pais, crianças e de maneira mais indireta com a comunidade em geral. A rua por ser um local comum a todos, permite estabelecer contatos mais espontâneos com os moradores e as crianças podem se sentir mais livres para brincar, expressar e criar.
Fora da escola também ocorre aprendizado de maneira informal, normalmente é nas ruas, em convivência com a sociedade em geral que a criança observa os adultos e forma seu caráter, infelizmente a maior parte integrante da sociedade não está apta a influenciar a criança com bons exemplos, cada vez mais a marginalidade toma conta dos lugares e dos meios de comunicação. Não pode ser deixado de lado o fato que grande parte das crianças passa maior tempo na frente dos meios de comunicação, seja a televisão ou o computador, e nesse período deixa de interagir com outras crianças, fazendo brincadeiras de criança, ou então deixam de ler um livro por ser algo sem maior diversão, procuram estar informados dos acontecimentos mundiais, correndo atrás de famosos ou bens materiais da moda.
A infância deixa de ser infância para ir direto do berçário para a adolescência, é preciso resgatar os princípios éticos e voltar a ensinar a criança a viver cada fase de sua vida por vez. O professor para incentivar o aluno a fazer uma leitura de maneira prazerosa e conseguir extrair bom proveito, pode dar exemplos de como ele próprio pratica suas leituras. (Solé 1998,p.116) afirma que:
O processo de leitura deve garantir que o leitor compreenda os diversos textos que se propõe a ler. É um processo interno, porém deve ser ensinado. Ema primeira condição para aprender é que os alunos possam ver e entender como faz o professor para elaborar uma interpretação do texto: quais as suas expectativas, que perguntas fórmula, que dúvidas surgem, como chega à conclusão do que é fundamental para os objetivos que o guiam, que elementos toma ou não do texto, o que aprendeu e o que ainda tem de aprender… em suma, os alunos têm de assistir a um processo/modelo de leitura, que lhes permita ver as estratégias em ação em uma situação significativa e funciona.
Bons livros transmitem conhecimento ou saberes. O conhecimento humano deve muito aos livros que permitiu que uma geração mostrasse a geração futura o que ela aprendeu, seus testes, pesquisas e resultados bem sucedidos de trabalhos feitos por homens de sua época. Quando lemos bons livros estamos nós interagindo e abstraindo o conhecimento de outras pessoas sobre os mais diversos assuntos.
Outra grande contribuição que o livro pode dar a uma pessoa é ajudá-lo a desenvolver a escrita ou a redação. Pessoas que lêem pouco tendem a escrever mal. Quando escrevemos nós estamos reproduzindo de uma maneira direta ou indireta aquilo que sabemos, como sabemos, e que argumentos usarão para apresentar este conhecimento. O hábito da leitura de livros poderá nos ajudar a desenvolver nossos argumentos, palavras, uso do idioma, entre outros recursos tão importantes para o desenvolvimento de uma redação aceitável.
Como exemplos de gêneros literários pode-se citar a poesia, que é uma forma de expressão artística que usa as palavras como uma manifestação de beleza e estética na construção de textos; é o gênero literário lírico. Na poesia a imaginação do autor e a do leitor dependem uma da outra, para que a compreensão e o encantamento aconteçam. A poesia não só despertará para uma leitura interpretativa e compreensiva na literatura e no português, mas também nas diversas disciplinas humanas.
A leitura é muito importante para a produção de suas ideias e visões de mundo, as interpretações dos textos e dos poemas os tornam seres humanos críticos, e quando essa leitura e compreensão é poesia, parece que os alunos se fixam nos assuntos, pois remetem temas do seu interesse que muitas vezes quando analisados, têm-se uma conclusão totalmente diferente.
Poemas exigem dos alunos a interpretação profunda, porque se os educandos não têm domínio do letramento não entenderão o contexto da poesia e nem o que está subentendido. Dessa forma o professor terá que ajudar aos alunos, explicando as partes do poema que de início chamou a atenção dos discentes, mas não sabiam ao certo a que certas palavras chaves estavam se referindo na verdade.
Nossa compreensão das coisas, isto é, a capacidade individual de assimilar conhecimento, seja na área profissional, seja para a vida pessoal, todas essas coisas não podem prescindir da leitura. E compreender também nos capacita a saber interpretar os fatos, o que nos leva a ter uma boa expressão oral, aumentando nosso potencial para concatenar ideias, se tornar mais criativo, desenvolver boa autoestima e autoconfiança, potencializar nossa capacidade para solucionar problemas, e tudo isso significa melhora da cognição.
Quando falamos de autoestima, tanto os valores dos pais quanto dos amigos devem ser vistos como opiniões que auxiliam a moldar a importância que a criança irá conferir a determinada habilidade ou qualidade. Podemos entender que a autoestima de uma criança pode ser a partir de duas avaliações: qual o grau de discrepância entre o que ela gostaria de ser (ou crê que deveria ser) e aquilo que ela pensa ser; sensação geral de apoio que ela tem de alguma pessoa importante próxima a ela (em especial pais e companheiros). Em relação ao grau de discrepância, quando esse é baixo, a autoestima costuma ser alta. E vice-versa. Os padrões não são os mesmos para todas as crianças, pois alguns valorizam muito habilidades acadêmicas, outros, habilidades esportivas ou as boas amizades. E tudo isto vai levando a criança a ampliar sua visão de si mesma.
Para (Setúbal 1999, p.17):
Não é suficiente que as instituições públicas se ocupem apenas da oferta de serviços sociais. É necessário ir além, gerando condições concretas e promovendo valores e atitudes que efetivem a equidade no acesso ao conhecimento e na integração social. Uma equidade que reconheça a diversidade e supere as perversas desigualdades sociais existentes em nosso país. A educação de qualidade, baseada nos preceitos mencionados, não pode ser tarefa apenas de um governo, nem tampouco apenas de uma política de estado stricto sensu. Esse desafio exige a participação intensa da sociedade civil, de seus diferentes setores, na formação de suas crianças e jovens como cidadãos que possam ter acesso aos bens culturais e transformar a sociedade em que vivem.
A sociedade tem um papel fundamental no que diz respeito à educação e formação de seres humanos, a palavra “ser humano” deve ser entendida e administrada em sua plenitude do significado, ser humano não configura o simples fato de ser pessoa, mas o sentimento de ser humano, solidariedade, afetividade o cuidar do outro é o que diferencia ser pessoa e ser humano. Diante da realidade negativa quanto à incidência de leitura pelas pessoas, cabe aos pais e professores orientar e buscar maneiras que incentivem a sua prática. Abrir espaços para que os alunos apresentem as ideias acerca do conteúdo das obras lidas, essas podem ser expressas oralmente e também através de figuras, desenhos, pinturas, esculturas e muitas outras.
Há uma fragilidade no sistema educacional brasileiro e a inexistência de medidas mais amplas e eficazes no sentido de promover a cultura e, por extensão, a leitura, ainda relega o livro à condição de artefato de luxo a ser reverenciado por ser raro. Os caminhos para a inversão desse estado de coisas podem ser abertos por aqueles que veem na escola e na biblioteca, por exemplo, uma possibilidade de acesso à leitura. A leitura é muito importante, pois além de ser o veículo eficaz contínuo de aprendizagem, também auxilia o desenvolvimento harmonioso da personalidade. É um instrumento de educação, proporciona condições de formar espíritos críticos, e é uma fonte de crescimento interior. Ler não é apenas instruir, mas divertir e enriquecer.
(Suzuki 2013 p.17) salienta confirmando que:
Os espaços de educação infantil precisam garantir às crianças tanto suas necessidades básicas físicas e emocionais quanto às de participação social, de trocas e interações, de constituição de identidades e subjetividades, de ampliação progressiva de experiências e conhecimentos sobre o mundo, sobre si mesma e sobre as relações entre as pessoas. Essas diferentes dimensões se articulam por meio de um trabalho focado nas relações sociais entre adultos e crianças, e estas entre si mesmas.
A escola é o lugar onde fica concentrado todas as esperanças de formar indivíduos responsáveis e capazes de prosperar na vida. Sem fazer o uso de leitura muitas oportunidades de expansão de conhecimento e auto realização podem ser prejudicados, quem lê se informa, quem não pratica leitura não obtêm a informação que auxilia e pode abrir novos caminhos. Atualmente o uso de celulares em excesso prejudica a concentração e o rendimento escolar do estudante, a proibição em sala de aula gera grande polêmica entre os responsáveis pela educação.
Quando fazemos algo por prazer, é muito mais fácil transmitir para outra pessoa. Se você leu uma história ou artigo que gostou muito, conte à criança, para que ela possa perceber como é gostoso ler e aprender novas coisas. Incentivar o amor pelas rimas e cantigas pode propiciar o amor da criança pelas palavras. Quanto mais a criança brincar com as palavras, mais irá gostar delas. Além disso, cantigas e rimas treinam a memorização e a consciência fonológica.
Além da poesia, a música também é fonte de inspiração e auxilia no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança. A criança que vive em contato com a música aprende a conviver melhor com outras crianças, estabelecendo uma comunicação mais harmoniosa. Nas diversas idades a música encanta, dá-lhes segurança emocional, confiança, porque sentem-se compreendidas ao compartilhar canções, e inseridas num clima de ajuda, colaboração e respeito mútuo.
A necessidade da leitura e a compreensão do que acabou de ler, na literatura é fundamental no processo de ensino-aprendizado. Aprender a gostar de ler e tornar como hábito a leitura é um desafio que cabe ao profissional da educação sanar, visando sempre no melhor para seu educando, incentivando, motivando e dando exemplo de ser um bom leitor e apreciar uma boa literatura, seja qual for seu gosto particular.
Em meio a civilização em que vivemos, torna-se cada vez mais difícil adaptar a criança a leitura e interpretação, a concorrência dos meios de comunicação é um tanto injusta, pois oferecem muitas opções de entretenimento nos mais variados contextos. Disputar com a tecnologia a atenção da criança requer um grande esforço por parte dos pais e professores. Num mundo informatizado, onde a criança pode ver ou jogar o que quer quando quer, é complicado o professor conseguir formar um indivíduo leitor.
A literatura abre o caminho do conhecimento, o aluno letrado pode fazer sua própria opção sobre o que ler, cabe ao professor orientar e direcionar os conteúdos mais adequados para seu aluno. A literatura tem um papel muito importante no desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança, quando pequenos, ao fazer a leitura de uma história ou realizar a contação de uma história, leva a criança para o mundo da imaginação, e com isso desenvolve melhor sua criatividade e capacidade em resolver conflitos internos e externos.
A prática do ensino desempenha papel fundamental no processo de cidadania, pois tem como grande desafio garantir a todas as crianças a aprendizagem dos conhecimentos, valores e habilidades escolhidos como significativos pela sociedade. Conhecimentos e valores que possibilitem o saber indispensável à inserção social. E com o auxílio da literatura o professor consegue melhorar o desempenho sócio afetivo da criança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A literatura não pode ficar abandonada e esquecida pelas gerações, dificilmente em casa o aluno poderá encontrar diversos autores poéticos que fazem a imaginação aflorar que não seja apenas no sentido romântico. Aprender a interpretar e sentir a poesia é simplesmente sensacional, despertar na criança o interesse literário é permitir que a sensibilidade aflore atraída por belos versos poéticos, tornando a criança um futuro adulto mais compreensível e racional, que consegue interpretar e emocionar-se com os sentimentos do outro, transformando a sociedade num lugar mais harmonioso e sensato para se viver.
Fazer o uso de poesia na sala de aula não transforma apenas a sensibilidade do aluno, mas também do professor, rever antigas poesias que trazem riqueza de conteúdo em sua letra, liberta o professor da monotonia e ajuda a trilhar novos caminhos em busca da sabedoria. Com a realização do sarau toda a escola sai vitoriosa, tanto os alunos que aprendem novas poesias e os demais envolvidos na escola que terão a honra de prestigiar as apresentações dos alunos, enfim todos saem ganhando.
Elaborando aulas práticas de leitura e estimulando ludicamente o aluno, o professor atinge maior número de alunos leitores, auxiliando nos vocabulários e oratórias, garantindo mais oportunidades no futuro do aluno por apresentar facilidade em comunicar-se e expressar-se corretamente, com mais segurança em momentos de diálogo e defesas de opiniões. Inserindo-se na sociedade com pleno conhecimento e capacidade comunicativa, exercendo quaisquer que sejam as funções a que se propor realizar para seu crescimento profissional e pessoal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo; NOGUEIRA, Adriano; MAZZA, Débora. Fazer escola conhecendo a vida. 4º edição. Campinas, SP: Papirus. 1987.
https://www.scielo.br/j/pe/a/XXZFPzyfyJyWpG4qxCLkbLw/. Acesso em 09/10/2024
OLIVEIRA, João Batista Araujo e. A pedagogia do sucesso. 10º edição. São Paulo. Editora saraiva. 2001.
SETUBAL, Maria Alice. Educação para cidadania. São Paulo: CENPEC. 1999.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6º edição. Porto Alegre, RS: artmed.1998
SUZUKI, Juliana Telles Faria et al. Ludicidade e educação. São Paulo: Pearson.2013.
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