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Resumo
INTRODUÇÃO
As tecnologias digitais já fazem parte da atualidade, adentrando nos lares e ambientes educacionais, se caracterizando uma realidade em prol do processo educacional. Assim, as tecnologias digitais de informação e comunicação são parte de uma virada conceitual dentro da sociedade, provocando mudanças significativas na maneira de pensar, agir, trabalhar, no processo educacional, entre outros, sendo capaz de modificar e interferir positiva ou negativamente.
Porém, cabe ao professor se atualizar sabendo utilizar essa ferramenta em prol de alcançar os educandos, possibilitando maior visibilidade e além de tudo, conseguindo adentrar em um âmbito onde o aluno conhece e aprecia.
Sendo assim, se faz preciso refletir e escolher formas de inserir as tecnologias digitais dentro do ambiente escolar, possibilitando que o educando consiga sentir-se parte deste contexto, permitindo que os mesmos participem dos novos processos recebendo apenas a mediação das tecnologias digitais, podendo ser de fato incluído em uma sociedade integrante da era da informação. Diante da esfera tecnológica, é relevante que se ressignifique o ambiente escolar, onde professor e aluno necessitam aprender a aprender dentro de um novo contexto educacional, sendo importante incorporar conceitos advindos da neurociência.
A neurociência se apresenta como um conjunto de conhecimentos que visa esclarecer aspectos referentes ao funcionamento do sistema nervoso, explorando aspectos que se referem à atividade cerebral, o comportamento e a aprendizagem. Assim, dentro de uma sociedade que oportuniza informações a todo o momento, permitindo a aquisição de novas maneiras de interação social, novos comportamentos, novas perspectivas referentes a aprendizagem, acredita-se que a neurociência poderá colaborar articulando as ferramentas digitais dentro do ambiente escolar, podendo gerar novos resultados. Tendo em vista que o cérebro precisa ser estimulado para se desenvolver plenamente, necessitando de desafios complexos e variados.
Então, por meio de dispositivos tecnológicos dentro do ambiente escolar, agregando a prática educativa, se faz possível a ampliação desses estímulos, resultando em novas oportunidades ao educando. Uma vez que, por meio das TDIC, se faz possível o desenvolvimento de novas habilidades importante não somente na dinâmica da sala de aula, mas na sociedade de forma geral. Objetiva-se com esse trabalho, inserir as tecnologias digitais na escola, proporcionando ao aluno sentir-se parte deste contexto, possibilitando a participação em novos processos recebendo apenas a mediação das tecnologias digitais, aprendendo a ser, a conviver, a fazer em uma sociedade integrante da era da informação.
Por meio de pesquisa bibliográfica se fará um levantamento com as palavras-chaves relacionadas ao tema, de forma a consultar alguns autores que possuem propriedade em relação ao mesmo, podendo esclarecer e enriquecê-lo.
ENTENDENDO MELHOR O USO DAS TICS NA ESCOLA
A internet teve seu surgimento em 1969 visando possibilitar a conexão entre diferenciados computadores, tentando favorecer debates, trocas de alguns arquivos, entre outros. Em meados dos anos 90, a tecnologia digital sofreu mudanças, tornando-se comercial, provocando transformações relevantes dentro das relações de trabalho, nas diferentes maneiras de propiciar comunicação, nos relacionamentos, entre outros, sendo caracterizada como um entrelaçamento de informações audiovisuais e textuais, possibilitando a interação entre si (Santos, 2003), adentrando no lazer, na cultura, em especial no âmbito educacional.
No ambiente escolar a internet pode e deve ser utilizada de diferentes maneiras visando favorecer os processos de ensino e aprendizagem, porém, os professores precisam saber lidar com a mesma, fazendo com que ela se efetive como uma ferramenta que possa auxiliar nos processos de ensino e aprendizagem, sendo possível criar novas formas de aprender, integrando o aluno dentro de um contexto social no qual seja ativo, encurtando distâncias e procurando o favorecimento da comunicabilidade.
É especialmente necessário introduzir a internet e as outras TDIC dentro do universo dos educandos e professores (Santos; Scaraboto; Matos, 2011).
Diante do discorrido, percebe-se que um dos grandes desafios que se encontram inerentes à escola, se faz a incorporação das tecnologias digitais dentro de projetos pedagógicos inovadores e que permitam ao educando ser ativo e participativo (Morán, 2001).
A escola possui um relevante papel dentro da sociedade, sendo preciso agregar a sua dinâmica os avanços tecnológicos, servindo de aliado no processo ensino-aprendizagem, fomentando a construção de novos conhecimentos, uma vez que os alunos poderão utilizar com autonomia as TDIC também fora do ambiente escolar.
A NEUROCIÊNCIA E A TECNOLOGIA PROMOVENDO A EDUCAÇÃO ATIVA
A Neurociência se apresenta como um ramo do conhecimento que abarca diferentes áreas, estudando o sistema nervoso que por sua vez se caracteriza como uma área multidisciplinar, se relacionando com a cognição em seus diversos aspectos (Grossi et al., 2014).
A neurociência possui seu ramo voltado à educação, sendo conhecido como Neuroeducação, que preconiza evidenciando que não existem dois cérebros iguais, uma vez que os traços cognitivos se constituem por aspectos genéticos, sociais e de experiências particulares (Zaro, 2010).
Sendo assim, a neurociência busca entender sobre os comportamentos da aprendizagem de forma a buscar a compreensão dos mecanismos cognitivos que se encontram envolvidos nesse processo.
Logo, os estilos de aprendizagem são diferenciados, tendo em vista que não existem cérebros idênticos, portanto as pessoas aprendem de maneiras diferenciadas, cada uma é única e possui seu próprio estilo possível que pessoas diferentes aprendam de formas (Kolb, 1984; Grossi et al., 2014).
A compreensão desses fatores traz importantes contribuições para a prática pedagógica, embasamento cientifico que auxilia o trabalho dos profissionais dentro da sala de aula, e os capacita para entender o processo da aprendizagem. Não somente a metodologia, mas também os processos neurológicos envolvidos na aprendizagem. O conhecimento mais amplo da atividade mental infantil permite ao professor detectar problemas comportamentais e de aprendizagem que surgem durante o período de escolarização. […] A Neurociência somada à Pedagogia pode trazer muitos benefícios para efetivar um trabalho mais coeso, identificando no aluno suas dificuldades e o estimulando corretamente para conseguir maximizar as capacidades cognitivas, mediando sua aprendizagem e estimulando seu potencial (Capovilla, 2007, p. 23).
Dessa forma, o aprendizado se compõe conforme a neurociência, como uma habilidade do cérebro de autocorrigir e aprender pela experiência, por meio da analise de dados de autorreflexão, estando diretamente relacionada com o cérebro (Grossi et al., 2014). E ainda, se potencializa pelo desafio e se inibe diante de uma ameaça, tendo a interação social como um dos elementos relevantes para o aprendizado e desenvolvimento do aluno.
Assim, “a Neurociência, quando dialoga com a educação, promove caminhos para o educador tornar-se um mediador do como ensinar com qualidade por meio de recursos pedagógicos que estimulem o estudante a pensar sobre o pensar.
E o conhecimento do funcionamento do cérebro tornou-se muito importante para as práticas docentes em geral e hoje em dia” (Relvas, 2012, p. 16).
As teorias de Piaget e Vygostky fundamentam-se nas aspirações da neurociência, a comunicação e a linguagem se fundamentam como elementos essenciais nos processos de aprendizagem.
Desta maneira, a tecnologia digital surge como contribuinte de novas possibilidades ligadas à cognição e a neurociência fundamenta-se como um subsídio à prática docente, possibilitando que o mesmo possa repensar sua dinâmica visando a obtenção de novos e melhores resultados com seus educandos.
NEUROCIÊNCIA COMO CONTRIBUINTE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ALIADA A TECNOLOGIA DIGITAL
As tecnologias digitais, especificamente a internet, oportunizam novas possibilidades de comunicação de expressão, sendo conhecida como multimodal, ou seja, compõe-se de vários estilos, sendo esses sonoros e animados também, com uma linguagem hipertextual, compondo-se de efeitos da multilinearidade sendo inerente ao hipertexto, se caracterizando muitas vezes precisando de organização do pensamento, representando um desafio (Diniz, 2008).
Não significa que a pessoa deixa de aprender quando amadurece; ao contrário do que se pensava décadas atrás, existem partes do cérebro que produzem novos neurônios até a velhice, como, por exemplo, o hipocampo, porém perdem-se um pouco as vantagens naturais que o cérebro traz no começo da vida e do seu desenvolvimento, quando é a fase em que ele está em plena adaptação ao meio. A eficácia de uma aprendizagem se relaciona fortemente com a sua continuidade (repetição), discussão, problematização e argumentação. Por isso hoje se defende uma Pedagogia pautada na interdisciplinaridade, pois a ligação de um conteúdo ao outro traz a repetição do mesmo assunto em vários contextos diferentes, fazendo várias áreas do cérebro armazenar a informação e pode ser evocada com maior facilidade quando necessário (Guerra, 2015, p. 11).
Muitas ainda são as vezes em que os professores resistem a utilizar a ferramenta digital em suas aulas, não oportunizando ao aluno a chance de tornar as aulas e o aprendizado mais interessante e motivador, uma vez que dentro da atual sociedade, a linguagem dos educandos se permeia entre as esferas digitais.
No momento em que o professor aceita aprender a lidar com as ferramentas tecnológicas digitais, certamente suas aulas poderão se tornar mais atrativas e leves, permitindo que o aluno se sinta ativo e, integrante no processo de aprendizagem.
Pois, acredita-se que a experiência se compõe como um elemento fundamental ao desenvolvimento cognitivo, sendo pertinente que os recursos baseados em tecnologias digitais sejam incorporados dentro da rotina escolar, promovendo aos educandos o desenvolvimento de novas estruturas cognitivas estimuladas pela utilização da internet.
Portanto, dentro desse contexto, o professor poderá primeiramente se capacitar visando saber utilizar a tecnologia digital em prol de propiciar aos seus alunos um maior envolvimento e dedicação nas atividades propostas, possibilitando o despertar de novas habilidades e ao mesmo tempo, conseguindo alcançar os objetivos pretendidos.
Então, poderá se utilizar de jogos compostos da proposta curricular trabalhada, histórias diferenciadas contando com novos formatos tecnológicos, slides, recurso da realidade virtual, aplicativos móveis, sempre dentro de uma proposta pedagógica e ao mesmo tempo, diferenciada e descontraída (Machado et al., 2021).
Por fim, percebe-se que, a utilização de jogos educativos, além de desencadear a motivação e interação, também se faz uma estratégia singular que contribui na fixação do conteúdo e aprendizado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi discorrido, percebeu-se que as tecnologias digitais oportunizaram novas possibilidades referentes a comunicação, interação, diversão e principalmente colaborou no processo de ensino-aprendizagem, sendo confirmadas pela neurociência nas teorias abordadas. Estas novas possibilidades agregando a tecnologia dentro da educação possibilitou ao aluno melhor envolvimento e consequentemente maior desenvolvimento, visto que as esferas tecnológicas são parte motivadora ao mesmo.
Observou-se ainda que, cabe ao professor se capacitar, aprender a lidar com essa nova estratégia de ensino, visando sempre promover novas maneiras do educando chegar ao aprendizado.
Dessa forma, a neurociência contribui orientando para novas abordagens educacionais que permitem o uso das tecnologias digitais tornando o potencial de aprendizado dos educandos cada vez mais significativo e eficaz.
Acredita-se que juntos, professor e tecnologia digital podem fazer a diferença, todavia, cabe ao docente aprender a aprender, aprender a ser, a fazer e a conviver dentro de uma nova realidade, possibilitando que os alunos possam utilizar o que aprendem fora do contexto escolar principalmente, tornando-se seres ativos dentro da sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GUERRA, L. B. O diálogo entre a Neurociência e a Educação: da euforia aos desafios e possibilidades. Revista Interlocução, v. 4, nº 4, 2015.
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KOLB, D. A. Experential Learning: Experience as The Source of Learning and Development. Prentice Hall, New Jersey. 1984. Disponível em:
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MACHADO, M. et al. Elaboração de um jogo didático de biofísica como ferramenta de aprendizado e motivação para acadêmicos do curso de Medicina em Manaus. Revista Brasileira de Ensino de Física. 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbef/a/zkTtw3NQZDQSX44xxtVYjzB/abstract/?lang=pt. Acesso em: 12 de janeiro de 2025.
MORÁN, J. M. Novos desafios na educação–a Internet na educação presencial e virtual. Saberes e linguagens de educação e comunicação. Pelotas: Editora e Gráfica da Universidade Federal de Pelotas, 2021. Disponível em:
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SANTOS, M. dos; SCARABOTTO, S. do C. dos A.; MATOS, E. L. M.
Imigrantes e nativos digitais: um dilema ou desafio na educação: In: X CONGRESSO NACIONAL DE ZDUCAÇÃO. 2011. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5409_3781.pdf. Acesso em: 11 de fevereiro de 2025.
ZARO, M. A. Emergência da Neuroeducação: a hora e a vez da neurociência para agregar valor à pesquisa educacional. Ciências & Cognição, v. 15, n. 1, 2010. Disponível em:
http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v15_1/m276_10.pdf. Acesso em: 10 de janeiro de 2025.
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