O papel das metodologias ativas no ensino híbrido

THE ROLE OF ACTIVE METHODOLOGIES IN HYBRID TEACHING

EL PAPEL DE LAS METODOLOGÍAS ACTIVAS EN LA ENSEÑANZA HÍBRIDA

Autor

Wellington Gomes de Souza
ORIENTADOR
Prof. Dr. Rafael Ferreira de Souza

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/C3B5D3

DOI

Souza, Wellington Gomes de . O papel das metodologias ativas no ensino híbrido. International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

As metodologias ativas desempenham um papel essencial no ensino híbrido, pois promovem a autonomia ao aluno, incentivam a participação ativa e tornam o aprendizado mais significativo. O ensino híbrido combina momentos presenciais e online, exigindo estratégias que engajem os alunos e garantam que eles sejam protagonistas do próprio aprendizado. A forma com que as informações se atualizam, a construção de novas maneiras de produção, indica claramente que se faz necessário procurar acompanhar tais mudanças, se permitir mudar, sob grande risco de instabilidade profissional, caso não adote a postura de entendimento e aceitação de novas formas de atuação no processo de ensino aprendizagem. Vivenciamos uma grande revolução tecnológica, sobretudo no que diz respeito a forma com que podemos nos comunicar, compartilhar documentos, vídeos, áudios e outros. Aplicativos para smartphones e dispositivos móveis, softwares aplicativos para desktops e web, tornaram possível uma nova dinâmica da construção do conhecimento. Essa dinâmica proporciona alternativas de práticas pedagógicas, oferecendo um novo horizonte a ser explorado na educação. Nesta pesquisa procura-se entender possíveis contribuições do ensino híbrido em práticas pedagógicas e no processo de ensino aprendizagem com um todo.
Palavras-chave
Ensino híbrido. Educação. Tecnologia.

Summary

Active methodologies play an essential role in blended learning, as they promote student autonomy, encourage active participation, and make learning more meaningful. Hybrid teaching combines face-to-face and online moments, requiring strategies that engage students and ensure that they are protagonists of their own learning. The way in which information is updated, the construction of new ways of production, clearly indicates that it is necessary to try to keep up with such changes, to allow yourself to change, at great risk of professional instability, if you do not adopt the posture of understanding and acceptance of new forms of action in the teaching-learning process. We have experienced a great technological revolution, especially with regard to the way we can communicate, share documents, videos, audios and others. Applications for smartphones and mobile devices, software applications for desktops and the web, have made possible a new dynamic of knowledge construction. This dynamic provides alternatives for pedagogical practices, offering a new horizon to be explored in education. This research seeks to understand possible contributions of blended learning in pedagogical practices and in the teaching-learning process as a whole.
Keywords
Hybrid teaching. Education. Technology.

Resumen

Las metodologías activas juegan un papel esencial en el aprendizaje combinado, ya que promueven la autonomía de los estudiantes, fomentan la participación activa y hacen que el aprendizaje sea más significativo. La enseñanza híbrida combina momentos presenciales y en línea, lo que requiere estrategias que involucren a los estudiantes y garanticen que sean protagonistas de su propio aprendizaje. La forma en que se actualiza la información, la construcción de nuevas formas de producción, indica claramente que es necesario tratar de mantenerse al día con tales cambios, permitirse cambiar, con gran riesgo de inestabilidad profesional, si no se adopta la postura de comprensión y aceptación de nuevas formas de acción en el proceso de enseñanza-aprendizaje. Hemos vivido una gran revolución tecnológica, sobre todo en lo que respecta a la forma en que podemos comunicarnos, compartir documentos, vídeos, audios y otros. Aplicaciones para smartphones y dispositivos móviles, aplicaciones de software para escritorios y web, han hecho posible una nueva dinámica de construcción de conocimiento. Esta dinámica brinda alternativas para las prácticas pedagógicas, ofreciendo un nuevo horizonte a explorar en la educación. Esta investigación busca comprender los posibles aportes del aprendizaje semipresencial en las prácticas pedagógicas y en el proceso de enseñanza-aprendizaje en su conjunto.
Palavras-clave
Enseñanza híbrida. Educación. Tecnología.

INTRODUÇÃO

A educação tem experimentado mudanças relevantes, muitas são motivadas pelo progresso tecnológico e pelas exigências emergentes da sociedade conhecedora. O ensino híbrido vem se mostrando ser uma importante opção que integra os aspectos positivos das modalidades presencial e online, proporcionando mais flexibilidade no processo educativo. Contudo, para que essa metodologia seja efetiva, é essencial implementar estratégias que assegurem o envolvimento e a participação ativa dos alunos. As metodologias ativas constituem abordagens que colocam o estudante no centro deste processo, favorecendo uma maior interatividade, reflexão e construção do saber. Entre as metodologias ativas mais comuns no contexto do ensino híbrido, podemos citar a sala de aula invertida, a aprendizagem centrada na resolução de situações-problemas e desenvolvimento de projetos, a gamificação e o trabalho em grupos. Este artigo examina como essas práticas influenciam a eficiência do ensino híbrido e como podem revolucionar a vivência educacional.

O ambiente de sala de aula é formado por pessoas com histórias de vida diferentes, culturas variadas, e formas de relação com os saberes também diversas. Em função disso, atender às necessidades dos alunos de forma individualizada é uma tarefa difícil, isto para não dizer quase impossível. Perante a esse cenário, uma postura que contemple o maior número possível de anseios pode vir a ser melhor saída. Assim, uma metodologia de ensino híbrida possivelmente terá um alcance maior e, muito provavelmente apresentará resultados melhores, já que possibilitará diferentes perspectivas para uma mesma situação de aprendizagem, contemplando um grande conjunto de necessidades, isto porque envolve a utilização das tecnologias com foco na personalização das ações de ensino e também de aprendizagem, apresentando aos educadores formas de integrar tecnologias digitais ao currículo escolar. Além disso, essa abordagem apresenta práticas que integram o ambiente online e presencial, buscando proporcionar aos alunos, um melhor aprendizado.

A Educação Híbrida se apresenta como uma possibilidade de os professores utilizarem as tecnologias como um meio de proporcionar uma aprendizagem ativa por estímulos diversos aos alunos, estando em contato constante com tecnologias atuais e podendo fazer uso tanto da sala de aula, bem como de fora dela. Nos encontros presenciais, o aluno socializa o conhecimento com seus colegas e professores, estes que por sua vez, tendo o seu papel descentralizado, passa a ser um mediador do conhecimento neste modelo de aprendizagem. O método de ensino híbrido potencializa as especificidades positivas dos envolvidos e desse modo, o aluno estará mais motivado para ser ativo em seu processo individual de aprendizagem. Por outro lado, com alunos mais participativos e envolvidos no processo, poderá o professor estar mais livre para refletir sobre suas práticas e aprimorá-las, buscando de fato apresentar resultados satisfatórios. Também a que se considerar que a realidade das escolas brasileiras, principalmente as públicas, e o contexto social dos alunos envolvidos, na maior parte das vezes não é o que se espera para que a aprendizagem possa fluir de forma satisfatória.

 A prática da abordagem híbrida, permite a educador e educando aproveitarem melhor os espaços de ensino, bem como de interação oferecidos pela escola, considerando que tal metodologia permite a reorganização dos ambientes e recursos de forma mais livre e criativa, fator esse essencial para que as aulas possam atingir os objetivos propostos. De forma mais específica, o que se pretende analisar neste trabalho é quais são as potencialidades do Ensino Híbrido para a superação das dificuldades e limitações do contexto de ensino público na Educação Infantil e suas possíveis contribuições para bons resultados na aprendizagem, estimulando a autonomia e possibilitando ao aluno que possa ampliar seus horizontes, tarefa está tão necessária para viver em sociedade.

O PAPEL DAS METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO HÍBRIDO

As mudanças de comportamento proporcionadas pelo uso coletivo das tecnologias ocorrem de forma consecutiva e em vários sentidos, seja considerando o aspecto comportamental, no que diz respeito à forma como os indivíduos se relacionam e, principalmente, no campo das tecnologias. Isto vem revolucionando a maneira como realizamos nossas atividades, sejam elas simples, como aquecer um copo de água, ou extremamente relevantes, por exemplo, as formas pelas quais as potências mundiais se comunicam e decidem os rumos do planeta. Contudo, apesar da importância social das escolas, infelizmente esses avanços não têm chegado às salas de aula na mesma intensidade com que chegam aos outros segmentos sociais, ou chegam direcionados e destituídos de sentidos para os sujeitos da educação.

Frente a tal contexto, temos ainda na atualidade, escolas usando os mesmos modelos de ensino aplicados há várias décadas, e o mais preocupante, valendo-se de metodologias que nem sempre são eficazes. Dessa maneira, muitas vezes o que temos frente a esse cenário são alunos desmotivados em relação a relevância de permanecerem durante anos, sentados em uma carteira desconfortável de escola, em sala de aula, por outro lado, professores frustrados por perceberem que seus esforços nem sempre alcançam os objetivos idealizados. Tudo isso se soma aos problemas contemporâneos que influenciam na formação das famílias, isto porque estas, que deveriam dar aos jovens o suporte necessário para a construção da perspectiva cidadã, muitas vezes não o fazem, deixando tal tarefa para o ambiente escolar, já tão sobrecarregados de desafios e responsabilidades.

Diante de tantas necessidades e desafios, a proposta híbrida de ensino surge como possibilidade de adequação, modernização e, consequentemente, um ensino mais socialmente engajado e capaz de dar algumas das respostas exigidas pelo atual contexto social. Assim, podemos compreender o ensino híbrido como:

Uma abordagem pedagógica que combina atividades presenciais e atividades realizadas por meio das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs). Existem diferentes propostas de como combinar essas atividades, porém, na essência, a estratégia consiste em colocar o foco do processo de aprendizagem no aluno e não mais na transmissão de informação que o professor tradicionalmente realiza. De acordo com essa abordagem, o conteúdo e as instruções sobre um determinado assunto curricular não são transmitidos pelo professor em sala de aula. O aluno estuda o material em diferentes situações e ambientes, e a sala de aula passa a ser o lugar de aprender ativamente, realizando atividades de resolução de problemas ou projetos, discussões, laboratórios, entre outros, com o apoio do professor e colaborativamente com os colegas. (Bacich; Neto; Mello, 2015, p. 14)

O ensino híbrido amplia as perspectivas e possibilidades de bons resultados, isto porque além de otimizar os ambientes e recursos de ensino, essa metodologia propõe a descentralização do processo, fazendo com que o professor deixe de ser visto como único responsável pela construção do conhecimento, uma vez que propõe um posicionamento mais autônomo por parte do aluno. Assim, de uma posição de passividade nas salas de aula, o aluno passa a ocupar posição de sujeito na sua construção intelectiva. Dessa maneira a biblioteca, o laboratório de informática, a interação com seus colegas e com seus professores e até os ambientes fora da escola passarão a ser vistos como laboratórios, nos quais os alunos estarão constantemente buscando conhecimento. Já o ambiente da aula, a sala, antes vista como principal cenário de aprendizagem, será vista como espaço para o diálogo, compartilhamento de conhecimentos e esclarecimento de dúvidas.

As metodologias ativas são abordagens pedagógicas que incentivam a participação ativa dos estudantes. Entre as principais metodologias ativas utilizadas no ensino híbrido, destacam-se:

  • Sala de Aula Invertida: Os alunos acessam o conteúdo antes da aula e utilizam o tempo presencial para atividades interativas.
  • Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP): Os estudantes resolvem problemas reais, desenvolvendo habilidades de análise e tomada de decisão.
  • Gamificação: Uso de elementos de jogos para engajar os alunos e incentivar o aprendizado.
  • Aprendizagem Colaborativa: Trabalho em equipe para solução de desafios, promovendo a cooperação e comunicação.

Qualquer escola pode adotar o ensino híbrido, será necessária estrutura de tecnologia da informação, acesso à internet e adotar uma plataforma que permita troca de mensagens, arquivos, organize materiais digitais e tenha canal para a realização das aulas on-line. As aulas podem ser síncronas, que ocorrem simultaneamente entre professor e alunos ou assíncronas, neste caso são gravadas e os alunos assistem em momento oportuno. Além é claro, da estrutura para as aulas presenciais, em espaço físico definido, a principal característica é justamente esta variação entre os encontros presenciais e as aulas e atividades realizadas a distância.

O ensino híbrido é um programa de educação formal no qual um aluno aprende, pelo menos em parte, por meio do ensino on-line, com algum elemento de controle do estudante sobre o tempo, lugar, modo e/ou ritmo do estudo, e pelo menos em parte em uma localidade física supervisionada, fora de sua residência (Christensen; Horn; Staker, 2013)

O modelo de ensino praticado atualmente teve seu início há muito tempo. Houve alterações nas metodologias, isso foi ocorrendo ao longo dos anos e conforme mudanças ocorridas na sociedade. Nem sempre a educação teve a mesma agilidade em se atualizar, das mudanças ocorridas nas relações de produção, comércio e outras áreas da sociedade, isso não se pode negar. Os avanços tecnológicos, sobretudo nas comunicações são grandes e notórios, a escola pode e precisa se beneficiar de seu uso. O aluno ter acesso a vídeos, reportagens e escritos sobre determinado assunto, antes da aula, de forma que possa chegar a aula e debater com colegas e professores é, de fato, enriquecedor.

Criar um ambiente onde o poder é compartilhado, onde os indivíduos são fortalecidos, onde os grupos são vistos como dignos de confiança e competentes para enfrentar os problemas – tudo isto é inaudito na vida comum. Nossas escolas, nosso governo, nossos negócios estão permeados da visão de que nem o indivíduo nem o grupo são dignos de confiança. Deve existir poder sobre eles, poder para controlar. O sistema hierárquico é inerente a toda a nossa cultura (Rogers, 1992, Apud Bacich; Neto;Trevisani, 2015, p.31).

Outro elemento de grande relevância é o fato de que as interações sociais serão otimizadas, isto porque a partir do momento no qual o aluno, motivado para o que está aprendendo, também sentir-se-á motivado a compartilhar suas novas descobertas. Esse comportamento deve ser motivado pelo professor para que a troca de conhecimento flua da forma mais natural possível. Também merece destaque o fato de que uma vez motivados a pesquisar, os alunos serão mais questionadores e buscarão por respostas, dentro ou fora do ambiente escolar. Isso faz com que o senso crítico fique mais apurado e irá aos poucos influenciando a forma de atuação do aluno, bem como sua postura na sociedade, o professor por sua vez, terá a oportunidade de acompanhar o aluno durante seu desenvolvimento em sua caminhada e aprendizagem, mediando, apoiando, orientando.

O professor tem papel fundamental neste cenário de mudanças e precisa necessariamente estar preparado, precisa ser preparado. Considerando essa adaptação, a aceitação a esta alternativa é proporcionar ao sistema de educação a possibilidade de avanço, é garantir que não permaneça parado no tempo. A mudança é profunda e, de certa forma, difícil, uma mudança conceitual.

Enquanto se podem mencionar vários aspectos positivos, o Ensino Híbrido também enfrenta dificuldades e desafios. Dentre eles, talvez o mais difícil seja superar a resistência de professores e alunos, que por muitos motivos, nem sempre querem inovar suas posturas em sala de aula, seja pelo comodismo, seja pelas dificuldades relacionadas às estruturas oferecidas pelos ambientes escolares, pois algumas vezes não atendem às necessidades de uma metodologia mais ousada. Esse fator é muito problemático, haja vista que a atuação de ambos é peça fundamental nessa proposta de ensino.

Considerando que o Ensino Híbrido se estabeleça como uma real modalidade dentre outras que permitam desenvolver metodologias ativas e, obter grandes resultados em educação, adotar estratégias que possam efetivamente preparar o professor, levando em consideração todos os aspectos de formação, cultura, hábitos e crenças metodológicas, com vistas a renovação. Igualmente é necessária muita cautela e ao mesmo tempo domínio, no sentido de conhecimento, das possibilidades, para que essa formação possa contar com a aposta do professor no modelo e, assim, melhorar as chances de sucesso. É preciso que o professor acredite na metodologia, é uma mudança inclusive cultural.

Assim, para ser considerada híbrida a prática de sala de aula na Educação Infantil precisa favorecer a colaboração e a autonomia entre as crianças, mediante   atividades   em   grupo   nas   diferentes   estações   de aprendizagens e ou laboratórios rotacionais dentro do espaço educativo.  As crianças circulam por esses espaços e exploram atividades que variam entre material impresso e dispositivos digitais. O modelo de ensino híbrido é organizado pensando na pluralidade dos sujeitos que compõem determinado grupo de estudo, objetivando favorecer as competências e as habilidades desses estudantes, assim como a troca de experiências e a autonomia, fatores relevantes no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, pensando na atuação em sala de aula na Educação Infantil, não se trata de uma tarefa fácil para o educador colocar prática o ensino híbrido, tendo   em   vista   que   este   processo   exige   formação   continuada periódica, pois os grupos de crianças são diferentes entre si e passíveis de mudanças constantes em cada período de escolaridade.

Essas atitudes e estratégias precisam estar alinhadas com a realidade, ou seja, precisam ser atuais. Em um período de tantas mudanças, trabalhar com informações contextualizadas, contrabalançando colaboração com a personalização, pode ser um bom caminho.

Importante ressaltar que não se pode deixar de lado o caráter da particularidade de cada aluno, no que diz respeito às diferenças em desempenho, atitude, bem como necessidade de suporte em níveis diferenciados. Trabalhar por projetos, com ou sem roteiros definidos, mais ou menos flexíveis, geralmente com construção colaborativa.

Esta distância entre o mundo da informática e da comunicação com o mundo da educação é muito grande, induzindo-nos a pensar na quase existência de um impasse. Tem sentido continuarmos investindo neste sistema escolar que não consegue dar conta destas transformações? Está claro que necessitamos de muito mais do que simplesmente aperfeiçoar o sistema educacional. O momento exige a profunda transformação estrutural deste sistema (Pretto, 1999, p.78)

Ainda nesse contexto, o olhar do aluno é de extrema importância. É preciso que ele perceba e aceite o seu papel como protagonista na sua construção cognitiva pessoal. Essa tomada de posição exige responsabilidade, comprometimento e autonomia. Infelizmente, sabemos que grande parte dos alunos de escolas públicas brasileiras não apresentam essas características, em função de vários fatores sociais, tão conhecidos no contexto educacional brasileiro. Assim, mais uma vez reafirmamos a importância do professor nessa superação dos modelos entendidos como padrão. Antes de mudar o modelo de ensino, o professor precisa fazer com que os alunos percebam a importância dessas mudanças, para que as aceitem e trabalhem no sentido de que sejam bem-sucedidas.

Aspecto também negativo e que muito pode prejudicar os resultados referentes ao uso da mencionada metodologia é a atuação dos gestores de ensino, isto porque muitas vezes, a ideia de autonomia para a aprendizagem pode ser confundida com possibilidades para o barateamento dos custos, ou seja, o que a princípio seria uma ferramenta para que o aluno ampliasse suas possibilidades de aprendizagem, acaba funcionando como mecanismo para que os custos caiam.

Diante de tal contexto, o poder público de forma geral tem papel decisivo para o sucesso frente a essas demandas exigidas pela modernização do processo de ensino e aprendizagem nas escolas públicas, isto porque em primeiro lugar, precisamos de professores motivados e conscientes de seus papéis frente a essa realidade. Em segundo precisamos de escolas mais bem equipadas e estruturadas, a fim de que o espaço de aprendizagem não se resuma à sala de aula e ao trabalho do professor. Para finalizar, sabemos que o comportamento de nossos alunos reflete as condições sociais às quais estavam expostos desde o seu nascimento. Assim sendo, é preciso que nossos governantes voltem seus olhares para a necessidade de uma sociedade mais justa e, para isso, promovam mais ações voltadas para a promoção da igualdade social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As metodologias ativas desempenham um papel essencial no sucesso do ensino híbrido, proporcionando um aprendizado mais dinâmico e significativo. A integração de estratégias como sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas e gamificação contribui para uma formação mais completa dos estudantes. No entanto, é fundamental capacitar professores e investir em infraestrutura para que essas metodologias sejam aplicadas de forma eficiente.

Muito se tem falado em educação transformadora e que possibilite alcançar uma sociedade mais justa e equilibrada. Nunca, a pluralidade do sujeito foi tão discutida. Contudo a realidade das escolas públicas brasileiras, não reflete esse novo contexto, isto porque insistem em utilizar métodos muito antiquados e que apenas enfatizam a diferença como fator negativo, ou vazio de significado.

O contexto do qual fazemos parte pede mudanças urgentes. Não podemos mais usar condições inadequadas de ensino como justificativa para não transformarmos nossas próprias práticas. As limitações são gigantes, mas as necessidades são maiores. Dessa forma, se não há um laboratório de informática ideal, que possamos adequar nossas práticas ao nosso contexto, fazendo melhor proveito do que nos for disponibilizado, inclusive otimizando recursos. E, considerando sempre, a importância de valorizar o potencial criador de cada indivíduo, aluno, que compõem uma sala de aula.

A escola que adotar um modelo híbrido de ensino terá a construção do conhecimento, por meio da mediação realizada pelo professor que, assume este papel, neste modelo de atuação. Elaborar estratégias que envolvam os alunos, provocar, instigar o desejo pelo assunto, são papéis do professor que não atua como detentor do conhecimento, mas como facilitador. A interação entre os alunos, o uso da tecnologia e o acesso à informação são canais para que este aluno atue com protagonismo. Questionar, trocar ideias e opiniões que, naturalmente serão orientadas pelo professor, são benefícios que o uso das tecnologias e o dinamismo das aulas podem oferecer, pois o aluno não estará limitado à sala de aula.

Sem dúvida, o Ensino Híbrido possibilita uma aprendizagem autônoma, pois o aluno pode se tornar agente, neste processo que precisa estar bem estruturado, planejado e executado, para que seja possível obter todos esses benefícios.

Capacitar o professor, além de preparar e equipar a escola, é igualmente necessário para a efetividade das metodologias ativas, no ensino híbrido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BACICH, Lilian; Tanzi Neto, Adolfo; Trevisani, Fernando de Mello (org). Ensino Híbrido: personalização e Tecnologia na Educação. Porto Alegre: Penso. 2015.

CHRISTENSEN, C. M.; Horn, M. B.; Staker, H. Ensino híbrido: uma inovação disruptiva? Uma introdução à teoria dos híbridos. [S. l: s. n], 2013. 

CYSNEIROS, Paulo G. Novas tecnologias na sala de aula: melhoria do ensino ou inovação conservadora? In: ENDIPE. Anais… Águas de Lindóia, 1998. v. 1. p 199-216.

DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. 3. ed. Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo: Cortez, Brasília: MEC/Unesco, 1999.

FANTIN, Monica. Mídia-educação: conceitos, experiências, diálogos Brasil-Itália. Florianópolis: Cidade Futura, 2006.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. 36. ed, São Paulo: Paz e Terra, 2009. 

MASETTO, Marcos T.; Behrens, Maria. Novas tecnologias e medicação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000.

PRETTO, Nelson. Educação e inovação tecnológica: um olhar sobre as políticas públicas brasileiras. In: Revista Brasileira de Educação. São Paulo: ANPED (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação), Mai, Jun, Jul, 1999.

Souza, Wellington Gomes de . O papel das metodologias ativas no ensino híbrido.International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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O papel das metodologias ativas no ensino híbrido

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