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Resumo
INTRODUÇÃO
A questão da alfabetização escrita é um tema que tem despertado interesse entre os profissionais e pesquisadores da educação, provavelmente esse interesse se deve ao fato de uma verdadeira revolução de natureza teórico-metodológica observado durante as últimas duas décadas com relação ao desenvolvimento da escrita nas escolas, as concepções e propostas atuais em contraste com o método tradicional, e como as metodologias ativas são absolutamente enriquecedoras nesse sentido, agregando diversos valores ao aluno inicia seu processo educacional.
Existem algumas dificuldades para que esse processo de alfabetização escrita dos educandos das séries iniciais do ensino fundamental, como é o caso de um possível despreparo por parte dos educadores, bem como em relação à falta de recursos para que os educandos possam conseguir obter um nível de aprendizado mais qualificado
O fracasso no processo alfabetizador, pode ser considerada que os alunos que estão com dificuldades para aprender e que não conseguem acompanhar os programas escolares. Porém, fica cada vez mais claro que o fracasso escolar deve ser entendido, acima de tudo, como a grande dificuldade que a escola tem para ensinar.
Entretanto, é de extrema importância que se pense em que representa o termo fracasso, uma vez que, o processo de alfabetização e letramento para os estudantes inseridos nas séries iniciais do ensino fundamental, tende a variar em relação ao nível de aprendizagem dependendo do rendimento de cada aluno, além disso, trata-se de uma necessidade de compreender o que é a limitação, o que impede de os aprendentes de obterem um aprendizado que possa ser considerado como qualificado e eficiente
Mas será que os professores conhecem quais são as estratégias que devem ser utilizadas para que seus alunos se apropriem do sistema de escrita, mesmo diante dos desafios contemporâneos? Uma vez que, existem uma série de metodologias que podem ser usadas pelos educadores que atuam nas séries iniciais do ensino fundamental, que representa um passo de extrema importância para a formação plena dos alunos, inclusive, em relação ao seu futuro.
Isso pelo fato de o ensino fundamental exigir um nível de complexidade mais elevada, no que diz respeito a interpretações de diversos contextos encontrados em seu dia a dia, que necessitam desencadear habilidades diferentes.
DESENVOLVIMENTO
As metodologias ativas de aprendizagem são entendidas como forma de desenvolver o processo do aprender que os professores utilizam, ou seja, são situações criadas pelo mesmo com a intenção de tornar o educando um ser mais ativo nesse processo. É um método em que o aluno passa a ser o protagonista principal de seu aprendizado e o professor em momento algum deixará de ter seu papel fundamental nesse processo, mas passa a ser como colega, colaborador no processo ensino aprendizagem do mesmo.
Uma comunicação de qualidade é o que fomenta uma grande possibilidade de desenvolvimento cognitivo, e por essa razão, a leitura qualificada e a escrita representam fatores de extrema importância para o pleno desenvolvimento do potencial intelectual que todos os educandos apresentam.
Alfabetizar é propiciar condições para que o educando tenha acesso ao mundo da escrita, tornando-se capaz não só de ler e escrever, enquanto habilidade de decodificação e codificação do sistema de escrita, mas, sobretudo, de fazer uso real e adequado da escrita em todas as funções em que ela tem em nossa sociedade, também como instrumento de luta pela conquista da cidadania (Soares, 2012).
Cada vez mais se investe no processo de formação dos estudantes, principalmente para que sua base educacional inicial seja mais solida, o que dará ao aluno a possibilidade de expandir o seu conhecimento de maneira mais ampla, inclusive, com maior autonomia
O uso das metodologias ativas é um recurso que apesar de estar há bastante tempo sendo desenvolvido, só há pouco vem sendo introduzida no campo da educação sendo utilizado a mais tempo pelo campo da saúde. Diante disto, procurou-se compreender como os participantes envolvidos encaram esse método, o ponto de vista dos mesmos sobre a contribuição destas para a aprendizagem dos sujeitos envolvidos, bem como a razão pelas quais as usam
As metodologias ativas permitem que o aluno assuma a responsabilidade pelo seu próprio processo de aprendizagem. Dessa forma, a aprendizagem se torna mais significativa, visto que, assim, eles encontram sentido nas atividades (Morais, 2019).
Trata-se de um conjunto de fatores que necessitam funcionar de maneira harmônica, para que o alunado aprenda de modo eficaz, e que realmente demonstre uma prática de aprendizagem mais dinâmica e que se ajuste as necessidades que os estudantes apresentam.
Toma-se por aqui, que a alfabetização em seu sentido próprio, de acordo com Faraco (2012) é o processo de aquisição do código escrito, das habilidades de leitura e escrita, sendo o domínio da habilidade “mecânica” da linguagem oral e escrita.
Mas para atender as demandas da sociedade atual, é necessário que as pessoas sejam alfabetizadas e letradas, uma vez que o processo de letramento consiste no conjunto de conhecimentos, atitudes e capacidades envolvidos no uso da língua em práticas sociais e necessários para uma participação ativa e competente na cultura escrita (Soares, 2005, p.50).
Assim uma pessoa devidamente letrada é aquela que consegue com autonomia usar a leitura e a escrita para exercer uma prática social em que a escrita é necessária.
Caso não haja um processo de alfabetização e letramento de qualidade, o que se pode esperar é uma queda vertiginosa, inclusive, na qualidade de vida desses indivíduos, que passam a apresentar inúmeras dificuldades para o acesso a informações e serviços que são fundamentais para o seu desenvolvimento educacional, cultural e social.
Para esclarecer esses dois termos Soares (2005) destaca que uma pessoa pode ser alfabetizada e não ser letrada: sabe ler e escrever, mas não cultiva nem exerce práticas de leitura e de escrita, não lê livros, jornais, revistas, ou não é capaz de interpretar um texto lido; tem dificuldades para escrever uma carta, até um telegrama.
Isso ocorre principalmente quando não existe o estimulo ao aprendizado também nas séries iniciais do ensino fundamental, essa é uma questão que também merece uma reflexão mais profícua, entender como a formação dos alunos sofre uma queda vertiginosa de qualidade quando o estudante passa da educação infantil para as outras etapas do processo de formação (Carvalho, 2008).
Trata-se de um dos principais problemas que necessita ser combatido na educação brasileira, a maneira como realmente o ensino fundamental muda completamente a maneira como os estudantes tem acesso ao conteúdo, bem como a apropriação do conhecimento em si.
Em outras palavras, o aprendizado se torna muito mais metódico, usual e pragmático, ou seja, os educandos são estimulados a absorver um mínimo de conteúdo, e isso de uma única maneira, o que torna o desenvolvimento cognitivo menos intenso do que poderia.
Não há mais o estimulo a leitura, em um momento em que os estudantes já possuem um embasamento cognitivo elevado das series iniciais, ou seja, já conseguem ler e interpretar informações com maior propriedade, algo que deveria obter uma sequência no ensino fundamental, o que não acontece, representando uma falha clamorosa na educação nacional (Carvalho, 2008).
Existem diversos fatores que podem ser elencados, como a quantidade elevada de conteúdos para os educandos aprenderem, a variação de matérias e claro, a escassez de recursos existentes para a preparação de aulas mais enriquecedoras.
No mundo contemporâneo atual, discute-se muito sobre o fracasso no processo alfabetizador e na busca constante pela qualidade nesse processo, levando em consideração as adversidades que o professor encontra ao alfabetizar.
A natureza dos paradigmas curriculares e metodológicos, a interferência de fatores intra e extra-escolares na aquisição da língua escrita; a adequação ou inadequação do equipamento escolar e do material didático de alfabetização, a competência ou incompetência do professor alfabetizador, a definição do tempo de aprendizagem necessária para o domínio da escrita, quer em termos de duração de anos do processo de alfabetização, quer em termos de horas – aulas por dia, etc. (Soares, 2012, p.48).
Assim, a autora explicita que o problema da qualidade da alfabetização é enfrentado através de propostas de intervenção que visem atuar sobre esses fatores, sejam elas desde mudanças curriculares, nos métodos de alfabetização e no material didático, até em relação na estrutura intra e extraescolar como alimentação e higiene, e em programas de formação para os alfabetizadores.
O fracasso educacional precisa ser visto de uma maneira mais ampla na educação brasileira, uma vez que, se configura atualmente apenas quando o estudante reprova, o que se configura como um erro crasso (Val, 2006).
Na realidade, quando os estudantes não conseguem comprovar um desempenho satisfatório em comparação com os demais, já deve ser considerado como um caso de fracasso escolar, mesmo que esse aluno seja aprovado no ano letivo.
É fato que os educadores sentem como o fracasso escolar é muito mais latente do que as estatísticas apontam, como, por exemplo, quando no ensino fundamental surgem alunos das séries iniciais com dificuldades sobre a escrita, por exemplo.
Com isso, os educadores passam a necessitar de um tempo muito maior para aclimatar o estudante a uma nova realidade, e claro, há um novo ritmo, o que leva algum tempo, que representa um fator que realmente não se encontra disponível para o profissional que realmente necessita (Val, 2006).
As principais metodologias utilizadas nas salas de aula são aquelas que buscam a interação e participação mais efetiva dos alunos nas aulas, dentro e fora do ambiente escolar. Estas contribuem para formar um cidadão mais participativo na sociedade, pois a partir do momento em que aprende sobre sua realidade, agregado a conhecimentos externos, compreende uma visão de mundo mais eficaz e se sente seguro em sua criticidade, sabendo sempre respeitar a opinião do outro.
Soares (2012) destaca ainda que estudos sobre os problemas de alfabetização/letramento apontam em alguns momentos, o aluno como a causa do fracasso em seus diversos aspectos como pelo fator psicológico, saúde, linguagem, cultural, entre outros e o professor pela sua formação, ineficiência de métodos, material didático e o próprio sistema de escrita.
Os problemas estruturais que grande parte das escolas brasileiras apresentam, deve ser considerado como um dos principais pilares para que os professores vislumbrem dificuldades para o aprendizado dos estudantes, que com o passar do tempo sejam vistos como fracasso escolar.
Salas de aula com um número muito elevado de estudantes é algo comum, com isso, o educador enfrenta inúmeras dificuldades para monitorar as dificuldades que os educandos já possuem, o que é algo perfeitamente natural, uma vez que, cada estudante apresenta seu ritmo de aprendizagem (Rios, Libâneo, 2009).
Além disso, a falta de recursos tecnológicos também representa um grande desafio para que os professores consigam trabalhar de maneira mais qualificada, algo que nem sempre é possível utilizando-se apenas dos recursos tradicionais.
Quem se propõe a alfabetizar baseado ou não no construtivismo, deve ter um conhecimento básico sobre os princípios teórico-metodológico da alfabetização, para não ter que inventar a roda. Já não se espera que um método milagroso seja plenamente eficaz para todos. Tal receita não existe. (Carvalho, 2008, p. 17).
É preciso que se leve em consideração o fato de que os estudantes apresentam dificuldades com algumas metodologias de ensino, como a oralidade, onde o educador gasta um longo tempo explanando sobre o conteúdo, nem todos os alunos conseguem prestar atenção do docente durante muito tempo.
Com efeito, os recursos tecnológicos na educação, tem como meta compensar as dificuldades que os estudantes apresentam, essa é uma questão de extrema importância, o aluno precisa visualizar a informação com maior clareza, maior enriquecimento, algo que a tecnologia apresenta plena capacidade de ofertar (Rios, Libâneo, 2009).
Outra questão importante é em relação à qualidade do professor que se encontra inserido no processo de formação de alunos, uma vez que, reconhecidamente muitos apresentam dificuldades para superar as dificuldades que ocorrem intensamente em sala de aula.
O professor alfabetizador precisa entre outras coisas, ter um bom conhecimento da organização do nosso sistema gráfico para melhor sistematizar seu ensino, entendendo as dificuldades de seus alunos e fazer superá-las, para que o estudante aproprie com eficácia o sistema gráfico brasileiro.
Espera-se que uma criança seja alfabetizada ao frequentar os anos iniciais do ensino fundamental. Isso não depende exclusivamente de sua idade, mas sim de fatores importantes, que determinam a rapidez e a facilidade com que ela desenvolva a leitura e a escrita, por exemplo: a sua autoestima, o incentivo da família, do professor, os procedimentos didáticos e outros fatores que, no desenvolvimento do nosso trabalho, serão ressaltados.
De maneira que os educadores da modalidade de ensino fundamental, realmente trabalham com a meta de promoverem uma formação educacional mais enriquecedora, preparando seus alunos para as próximas etapas do processo de formação, ou seja, para o ensino fundamental.
Hoje, os grandes objetivos da Educação são: ensinar a aprender, ensinar a fazer, ensinar a ser, ensinar a conviver em paz, desenvolver a inteligência e ensinar a transformar informações em conhecimento. Para atingir esses objetivos, o trabalho de alfabetização precisa desenvolver o letramento. O letramento é entendido como produto da participação em práticas sociais que usam a escrita como sistema simbólico e tecnologia (Fernandes, 2010, p.19).
Ao propor tarefas como a escrita do texto, é plenamente visível os alunos que não conseguem articular ideias, mesmo que apresente alguns erros de gramática, o que é muito comum, é fundamental que haja coesão no teor da escrita.
O acesso ao mundo da escrita se dá por meio de dois caminhos indissociáveis: um é o da técnica, pois é preciso que a criança note que os grafemas e fonemas estão relacionados, além das formas de escrita, o outro caminho é o desenvolvimento das práticas de uso dessa técnica (Soares, 2005).
O educador necessita ofertar essas técnicas de ensino de modo que a criança seja capaz de compreender o que está sendo realizado, e mais do que isso, interpretar corretamente as informações que estão sendo prestadas na atividade.
Em nada adianta saber a técnica se o aluno não tiver condições de pô-la em prática, sendo assim, é preciso que o aprendizado da leitura e da escrita se dê por meio de um contato direto com diversos tipos de textos para que assim o aluno possa aprender a utilizar a língua nas mais diversas esferas sociais nas quais a mesma está inserida.
Sabe-se que para alfabetizar o educando, o professor deve realizar um trabalho social com a intenção de desenvolver atividades pedagógicas que busquem aproveitar a vivencia do aluno e também é necessário que o docente tenha sensibilização para melhor ajudar o educando no processo de alfabetização e letramento (Fernandes, 2010, p. 43).
Inclusive, repassando atividades que a turma apresente capacidade de realizar, sem que haja muito espaço para que os alunos permaneçam mais tempo sanando suas dúvidas, em outras palavras, apenas nos momentos corretos a difusão do conteúdo pode apresentar uma complexidade maior.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de alfabetização e letramento dos estudantes da educação infantil é extremamente complexo, deve ser bem planejado e obtido em etapas, respeitando os limites e o tempo de cada educando, por essa razão, representa um grande diferencial o profissional que consegue implantar práticas de ensino diversas e que realmente consiga ofertar uma quantidade maior de opções de aprendizagem para esse alunado.
Principalmente no início do processo, onde algumas crianças apresentam uma facilidade maior do que outras, de modo que os educadores devem promover sempre uma interatividade e um estímulo para que o aprendizado tenha uma sequência, uma continuidade, trata-se de algo que deve ser trabalhado de maneira intensa, atuando como um suporte para o alunado.
Também foi muito importante mostrar os recursos que os educadores devem utilizar para que o processo de alfabetização e letramento seja o mais qualificado possível, nessa tocante, foi destacado os livros infantis, a iniciativa que os professores devem ter em estimular as crianças a terem um contato maior com a leitura.
Isso também deve ser realizado de maneira gradual, ou seja, a leitura deve ser iniciada em livros repletos de desenhos, gravuras, que são ferramentas que verdadeiramente estimulam as crianças, essa é uma questão de extrema importância para que as próximas etapas do processo de alfabetização e letramento dos estudantes seja alcançada, com destaque para a escrita, uma vez que, o aluno não deve apenas saber ler, mas sim, escrever de maneira correta, e isso é colocado em prática com o estímulo a leitura em grande intensidade.
Por fim, pode-se dizer que Alfabetização e letramento são linguagens muito distintas, no entanto, interdependentes e indissociáveis que devem se efetivar em conjunto, para que o educando que conclui o ensino primário seja capaz, não apenas de codificar e decodificar letras, palavras e textos, mas fazer interpretações mais complexas, tanto das circunstâncias e também de contextos diversos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, M. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a teoria e a pratica. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
FARACO, C. A. Linguagem escrita e alfabetização. São Paulo: Contexto, 2012.
FERNANDES, M. Os segredos da alfabetização. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
MORAIS, G. Aproximações da escola nova com as metodologias ativas: ensinar na era digital. 2019.
RIOS, Z; LIBÂNIO, M. Da escola para casa: alfabetização. Belo Horizonte: RHJ, 2009.
SOARES, M. Alfabetização e letramento: caderno do professor / Magda Becker Soares; Antônio Augusto Gomes Batista. Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005. 64 p. – (Coleção Alfabetização e Letramento).
SOARES, M. Alfabetização e letramento/ 6. ed. 3* reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2012.
VAL, M. G. O que é ser alfabetizado e letrado? In: Carvalho, Maria Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed. Brasília: Ministério da Educação, 2006.
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