INTRODUÇÃO

O cenário atual da sociedade globalizada permite acessar questões que até pouco tempo atrás eram inviáveis e/ou indisponíveis. No decurso da história da humanidade, as pessoas com deficiência foram tratadas de diferentes formas, conforme a cultura de cada civilização. A partir do desenvolvimento da ciência e do compartilhamento de saberes, alguns problemas sociais puderam ser compreendidos, contribuindo, nesse sentido, para o bem-estar coletivo (Bueno, 2022).

Por sua vez a Constituição Federal de 1988 também prevê em seu artigo 205, que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Com isso a educação, conforme a Lei Maior, deve promover a inclusão através da formação de cidadãos e isso só é possível através do pleno respeito às diferenças.

Entendemos que a educação inclusiva dentro do sistema de ensino na atualidade torna-se um parecer constante nas políticas públicas educacionais, nos mais variados níveis, desde o municipal até o federal, se fazendo necessária a criação de diversas estratégias minuciosamente orientadas e planejadas a partir das dificuldades particulares de cada aluno, acarretando a possibilidade de mantê-los dentro de um espaço educativo diversificado (Nóbrega, 2021).

Ressaltamos que o tema surgiu pela relevância da apropriação das informações necessárias ao entendimento do tema Educação inclusiva e todo contexto que o circunda. O estudo se justifica no momento em que o conhecimento dos caminhos percorridos pela busca da inclusão dentro dos diversos níveis educacionais, traz consigo um grande contributivo para estudos dentro da área.

Com isso para promover uma nova concepção em educação inclusiva, de forma progressista e renovada em suas bases, traz uma consonância com os mesmos objetivos e ideais, comprometidos em garantir não apenas o acesso, mas também a permanência do educando na escola para o seu desenvolvimento pleno, isto é, visando os direitos educacionais em plenitude.

Partindo do pressuposto de que, apesar da amplitude da problemática, o tema educação inclusiva ainda gera muita insegurança e desconhecimento, o presente artigo objetivou identificar as possibilidades e desafios na implementação da Educação Inclusiva na atualidade, a fim de fomentar produção científica que m subsidiem as relações estabelecidas, as alternativas educacionais e pedagógicas, bem como os encaminhamentos e movimentos construídos que decorrem as práticas inclusivas atuais.

Entendemos que a investigação permite a construção e divulgação de novas informações, trazendo conteúdos originais, que servem de base para outras pesquisas. Sendo assim, é por meio das atividades de pesquisas que podemos construir e desenvolver novos conhecimentos, levando a aprendizagem a rumos cada vez mais complexos e completos.

MÉTODOS

Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, onde, para o alcance do objetivo proposto, realizou-se pesquisa dentre autores que versam sobre o assunto, sendo coletados os subsídios necessários para, em seguida, empregar o agrupamento dos resultados para análise dos resultados obtidos, o que nos proporciona uma aproximação da realidade captada em meio à Educação Inclusiva, para chegar à conclusão dos fatos e do conhecimento verdadeiro.

As técnicas que permeiam a pesquisa voltam-se exclusivamente para a revisão bibliográfica e a análise dos dados das diversas fontes captadas com a finalidade de conduzir a linha de pensamento do objetivo em meio aos autores que versam sobre a temática para fundamentar a produção de novos conteúdos, o que delineará a trajetória percorrida e os direcionamentos para abordar o conhecimento através das informações e interpretações adquiridos com a investigação.

Em meio ao exposto até o momento podemos levantar vários questionamentos que nos fazem refletir sobre o tema. O estudo busca responder à questão norteadora: Quais os caminhos a serem seguidos, em meio aos desafios e possibilidades, para a implementação e efetivação de uma Educação inclusiva nos tempos atuais?. Com isso, percebemos a importância de apreender e analisar o contexto que envolve o ato de implementar uma Educação verdadeiramente inclusiva na escola e verificar quais pontos tais conhecimentos podem ser reproduzidos em outro espaço de tempo para que se possa ter experiências exitosas.

A coleta do material deu-se no mês de maio de 2022, a partir do resgate bibliográfico dentre os mais diversos autores que tratam do assunto em questão, onde utilizamos como base de coleta, subsídios encontrados no repositório da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, em meio a artigos publicados nos últimos 05 (cinco) anos.

Para delinear a estratégia de busca utilizada neste estudo, esta se deu a partir dos operadores lógicos “booleano” que, segundo Saks (2005, p. 10), “São palavras que têm o objetivo de definir para o sistema de busca como deve ser feita a combinação entre os termos ou expressões de uma pesquisa”. Foi utilizado descritor controlado: Educação Inclusiva, Revisão integrativa, Contemporaneidade. E, para o cruzamento na base de dados foi utilizado o operador booleano AND. Com isso, conseguimos os seguintes quantitativos de estudos: Educação Inclusiva AND Revisão integrativa, Educação Inclusiva AND Contemporaneidade (56 artigos encontrados, 10 selecionados).

Como critério de inclusão para seleção dos estudos, foram utilizados artigos científicos, disponíveis em sua íntegra, que foram publicados entre 2018 e 2022, dentro do idioma português. Ressaltamos que foram excluídos os artigos publicados em bases de acesso pago, artigos em língua estrangeira, artigos publicados fora dos anos descritos acima e os que não atendessem ao objetivo deste estudo. Ao final da leitura e análise crítica dos títulos e resumos dos estudos encontrados, nos detivemos em 10 (dez) artigos que melhor atenderem aos objetivos propostos neste estudo.

No entanto, apesar de todos esses trabalhos encontrados no momento da pesquisa bibliográfica, nem todos se adequam ao intuito do artigo em questão, momento em que foi realizado uma extração dos estudos que mais tinham contextualização com a investigação, como mostra o Fluxograma a seguir:

Quadro 1: Fluxograma dos artigos selecionados

Fonte: Elaboração do autor (2025)

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para início, nos debruçamos em um contexto histórico de educação inclusiva que é mais um espaço de exclusão.

O aluno com deficiência perpassa a práticas de abandono e indiferença até na nossa atualidade, onde busca se ter/fazer uma educação inclusiva. Temos como referência alguns teóricos: Jannuzzi (2012), Mazzotta (2011), Silva (2010), Mendes (2010), Ferreira (2011) e Veiga – Neto (2001).

Segundo Silva (2010), (…) na verdade médico-pedagógica, as decisões tanto relacionadas com o diagnóstico, quanto com as práticas escolares são subordinadas ao médico. Por sua vez, na vertente psicopedagógico, há maior ênfase nos

princípios psicológicos, embora o papel do médico ainda seja importante (Silva, 2010, p.28)

Mesmo com tais interesses apresentados por diferentes profissionais, como médicos e educadores do exterior, na política educacional do Brasil, só viemos a ter esse viés de uma educação inclusiva no século XV, no final da década de 50 e início dos anos 60.

Podemos elencar também documentos que deram um norte para que as políticas educacionais se fizessem vigentes, como: A Declaração Universal dos Direitos Humanos, LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e tantos outros documentos, nos levando a ver a educação inclusiva em um outro contexto; um “olhar Inclusivo”, a integração na comunidade escolar de pessoas com deficiência.

Porém sabemos que mesmo em meio a tantos recursos, e buscar alternativas para bem melhorar/aprimorar o ensino inclusive com esta visão interativa, as redes de ensino, seja ela privada ou pública, vivem em uma constante tentativa de alternativa a esses indivíduos; não só para um processo inclusivo, mas também para permanência dos mesmos no espaço educacional.

Com isso, percebemos a fragilidade e deficiência da educação no Brasil, por não adotar de forma concreta e sistematizada uma concepção progressista para desenvolver e garantir consolidação de uma prática educacional inclusiva e plena, com novas bases culturais, sociais e estruturais.

Pino (2000) nos faz analisar sobre a questão humana. E aqui, a educação inclusiva na contemporaneidade, adentra em uma outra temática, a questão da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é urgente uma reflexão sobre como os nossos profissionais estão se preparando ou preparados para atuar nas atividades escolares, de forma que essa inclusão realmente aconteça.

Vários foram os estudos encontrados que versam sobre o tema, mas que, mesmo assim, ainda se torna insuficiente tendo em vista a complexidade do tema, necessitando que a temática seja amplamente pesquisada e discutida no meio acadêmico e entre autores que se interessem pela questão da Educação inclusiva.

Quadro 2: Caracterização dos artigos incluídos na Revisão Integrativa

Fonte: Elaboração do autor (2025)

Consideramos relevante um aprofundamento acerca da educação contemporânea e todo o contexto inerente à educação inclusiva nos faz refletir sobre a situação atual das nossas escolas, do fazer pedagógico, tanto nas metodologias, como no acolhimento dos nossos alunos com alguma deficiência ou transtornos. E assim, repensar em uma conjuntura global, a realização de atividades para todos, sejam com ou sem deficiência.

Vários foram os momentos históricos que abrilhantaram o setor educacional, levando a um processo de conscientização e humanização no conviver com as pessoas com deficiência. Podemos aqui destacar a conversão da Organização das Nações Unidas – ONU, onde em 2008, no artigo 1, o conceito de pessoa com deficiência que nos relata as diferentes naturezas de limitações, no entanto cabe a sociedade como todo repensar as barreiras, não somente arquitetônicas, mas o atendimento educacional qualificado para suprir as particularidades existentes no processo de aprendizagem de cada indivíduo.

E nessa linha de pensamento, a educação inclusiva vem se desenhando e transformando mediante a todo contexto vivenciado em prol de melhorias nas políticas públicas que são emergentes, cabe registrar que nos textos analisados percebemos que a educação inclusiva se constitui em um desafio, visto que existem muitas demandas a serem superadas, tais como: indiferença e a invisibilidade; só assim avançaremos para a efetivação da garantia de direitos de acesso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer de toda explanação realizada sobre a educação inclusiva levando em conta o seu contexto contemporâneo; englobando uma reflexão interativa, para tal apresentamos concepções, fundamentações e abordagens que a inclusão traz à educação de indivíduos com alguma deficiência ou transtornos. Ressaltamos que a inclusão não tem por práxis tão somente matricular uma pessoa com alguma necessidade específica, para que essa inclusão aconteça, perpassa por formação continuada, isto é, um suporte necessário para os educadores. Em um pensamento bem mais amplo, apresentaremos essa formação a toda comunidade escolar, tanto para tomar posse de conhecimentos e métodos, mas também com o intuito de verdadeiramente a educação inclusiva acontecer.

Percebemos que houve avanços significativos no campo da legislação nacional que são de fundamental importância para a elaboração e implementação das políticas públicas voltadas para a ressignificação e valorização dos direitos humanos e educacionais, na perspectiva da inclusão.

Mediante aprofundamento em leituras realizadas, admitimos estar em um processo longínquo de inclusão adequada conforme rege a Constituição Federal, resoluções, leis e portarias. A educação inclusiva é algo bem mais amplo e complexo do que imaginamos; no entanto cabe a toda a sociedade engajamento para que transformemos essa realidade atual; se faz necessário não tão somente políticas públicas em prol dessa inclusão, mas sim, garantir a sua efetivação. Cabe também à escola, seja ela nos seus diferentes níveis, colocar em suas grades curriculares disciplinas que trabalham essa temática, e assim, nossos educadores terão conhecimentos adequados para o seu fazer pedagógico.

Essa pesquisa realizada, nos leva a perceber que precisamos de uma nova visão acerca do atual modelo de educação inclusiva. E cada profissional da área da educação deverá ter em mente que hoje há a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre essa temática, como também novas práticas ao que se refere a pessoa com deficiência ou algum transtorno.

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