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Resumo
INTRODUÇÃO
O contexto educacional atual, com todos os desafios diários que lhe são propostos, exige um perfil de gestão que vai muito além do desenvolvimento do serviço burocrático, e da adoção de uma estrutura hierárquica e centralizadora.
Luck (2009) defende que a Gestão Pedagógica é a dimensão mais importante na prática da Gestão Escolar atualmente, pois ela deve estar voltada para a promoção da formação e a aprendizagem dos alunos.
Esse novo modelo de Gestão Escolar traz consigo uma mudança de paradigma, em que a hierarquia e a verticalidade são substituídas pela horizontalidade e pela valorização da diversidade de ideias e perspectivas.
As concepções sobre Gestão Pedagógica referenciados por muitos estudiosos como Libânio (2005) e Luck (2009) embasaram o processo de investigação reflexões sobre padrões e práticas cotidianas nas perspectivas da Gestão Escolar como arcabouço do processo de ensino e aprendizagem e nesse contexto está inserida a Gestão Pedagógica. Em 2001, Luck reforça esse conceito complementando que a Gestão Escolar “está associada ao fortalecimento da democratização do processo pedagógico, à participação responsável de todos nas decisões necessárias e na efetivação mediante um compromisso coletivo com resultados educacionais.”
Esta pesquisa bibliográfica visa explorar a interseção entre gestão pedagógica e práticas inovadoras, identificando como a gestão eficaz pode impulsionar a implementação bem-sucedida de métodos pedagógicos inovadores. Com isso, algumas perguntas norteadoras podem ser levantadas: (i) qual o principal objetivo da gestão pedagógica? (ii) quais são as práticas pedagógicas inovadoras? (iii) as unidades escolares estão preparadas para a inovação da gestão?
Nesse contexto, na era da informação e da rápida evolução tecnológica, o ambiente educacional contemporâneo enfrenta desafios e oportunidades singulares que demandam uma abordagem inovadora na gestão pedagógica.
A gestão pedagógica como elementos central no sistema educacional, torna-se alavanca para fomentar uma cultura de inovação que permeia todos os aspectos do processo educativo (Monte Blanco, 2015).
A Gestão Pedagógica não é apenas uma questão administrativa: é um catalisador para mudanças (Boa Ventura, 2008). Além de gerenciar recursos e processos, ela desempenha um papel crucial na criação de um ambiente que favoreça a inovação. Isso envolve a capacidade de inspirar, capacitar e apoiar educadores na implementação de métodos pedagógicos inovadores que estejam alinhados com os objetivos educacionais contemporâneos (Parreiras, 2008).
O objetivo geral deste trabalho é valorizar o trabalho dos professores da educação, inclusão, a melhoria da qualidade do ensino e a promoção da igualdade de oportunidade educacional e o desenvolvimento de práticas inovadoras.
Seguidos de três objetivos específicos: (i) preparar e desenvolver alunos capazes de acessar o Ensino Superior (ii) desenvolver competências socioemocionais nos estudos (iii) auxiliar na formação de adultos com princípios éticos e morais bem estabelecidos e que se sabem se suportar socialmente.
A Gestão Pedagógica eficaz é um elemento vital para promover práticas inovadoras no ambiente escolar.
A Gestão Escolar precisa trabalhar dentro de um pensamento mais democrático e sociável dentro das escolas. A partir disso, para Day (2001), os gestores coerentes “devem ser líderes que articulam uma visão global que promovem partilha de ideias e se empenham numa planificação evolutiva, lidando com a cultura, o desenvolvimento e a mudança”. Nesse sentido, ao se conceituar Gestão Escolar, são perceptíveis inúmeros caminhos que podem favorecer para uma gestão democrática e com qualidade.
Inovar é um processo complexo, que vai além da mera introdução de tecnologias ou de novas tecnologias na sala de aula, o qual implica um movimento de rupturas de paradigmas, tendo como fim a transformação do ensino e a superação do modelo pedagógico tradicional. Portanto, a simples modernização da sala de aula não pode ser compreendida como inovação pedagógica, uma vez que não modifica as concepções e as práticas conservadoras de ensino-aprendizagem.
Para Freire (2020, p.58), “só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros”. Daí a necessidade do professor reinventar, não aceitando o conhecimento como um produto pronto e acabado, mas atuando na sua construção por meio de um processo contínuo e permanente de aprendizagem, ciente de sua incompletude enquanto ser humano docente, pois só assim que homens e mulheres se tornam educáveis; na medida em que se reconhecem inacabados.
Assim é, a atuação docente que faz a diferença na constituição da prática pedagógica inovadora, no seu pensar, saber, fazer e ser docente, que constituirá o caráter inovador da prática educativa.
Constata-se, enfim, a necessidade e a importância de se promover a reflexão sobre o que é e como se constitui uma prática pedagógica inovadora para consolidar uma concepção mais assertiva sobre o conceito, que possa fundamentar e suscitar a constituição de práticas pedagógicas inovadoras.
A gestão inovadora não apenas eleva o nível de aprendizado, mas também prepara os alunos para os desafios do século XXI, no cenário atual, onde a educação evolui constantemente, a inovação na gestão escolar emerge como um elemento essencial para o sucesso das instituições de ensino.
A metodologia empregada neste trabalho teve seu desenvolvimento por meio de uma pesquisa de verificações de pensamentos sobre o assunto, a partir de teóricos que se interessam ou escreveram sobre o assunto. A pesquisa ocorreu de forma qualitativa, dando enfoque a gestão escolar e os modelos em que a mesma se desenvolve no espaço escolar.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
DESAFIO DA INOVAÇÃO PEDAGÓGICA
Diante do exposto neste estudo, se faz necessário entender como acontece essa articulação da Gestão Escolar inovadora, abrangendo aspectos inerentes à ação pedagógica referente com vistas a compreender os resultados que se materializam após a efetivação de sua prática.
Além dessa questão, a atual conjuntura educacional do Brasil nos remete a uma intensa busca de melhoria dos indicadores de aprendizagem, resultados esses, só possíveis de serem alcançados transformando processos tradicionais de ensino e aprendizagem, promovendo práticas mais criativas, inclusivas e alinhadas às demandas do século XXI.
A expressão prática pedagógica nos remete a um estudo aprofundado sobre suas vertentes. Verifiquei que inúmeros autores (Veiga, 1992 e Masetto, 1997), tratam de um mesmo tema, mais por vieses, fundamentos e expressões diferenciadas tais como: um ato político, repleto de intencionalidades e atrelados à visão de mundo dos sujeitos envolvidos na educação.
Cunha (1998), em uma pesquisa acerca da inovação em educação, examinou práticas pedagógicas e revelou que estas aparecem de diferentes modos e concepções de relações entre professor-aluno, entre teoria-prática, entre ensino-pesquisa, de organização do trabalho pedagógico de formas de avaliação, de inserção no plano político-social.
Diante dos fundamentos apresentados, compreendemos que a prática pedagógica associada à inovação, necessita considerar os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, enquanto protagonistas de sua história e possibilitar novos arranjos e perspectivas para o referido processo, no sentido “[…] de formação de consciência de socialização de conhecimento, de aperfeiçoamento, de humanização ao encontro dos fundamentos histórico-ontológicos da relação trabalho educação”, Ferreira, 2017.
INOVAR É CRIAR PERSPECTIVAS
Inovar é um processo de tradução, de decodificação da novidade pura em novidade aceitável, passível de ser aplicada, com o objetivo de melhorar aquilo que existe, de introduzir em dado contexto um aperfeiçoamento, um melhor saber, um melhor fazer e um ser. (Mitrulis, 2002) p. 231.
A inovação no campo da educação é uma temática relevante e atual, tendo em vista não apenas a tecnologia digital tão presente em nossos tempos, como também a forma que determinado instrumento ou planejamento, que se supõe ser uma inovação, é posto em prática.
A inovação educativa deve produzir rupturas e, sob essa ótica, ela procura romper com a clássica cisão entre concepção e execução, uma divisão própria da organização do trabalho fragmentado.
Nessa perspectiva, o projeto pedagógico inovador amplia a autonomia da escola e esta nunca é empreitada a partir do isolamento e do saudosismo, mas a partir do intercâmbio e da cooperação permanente como fonte de contraste e enriquecimento. (Veiga, 2003).
GESTÃO DEMOCRÁTICA E AUTONOMIA NA ESCOLA
Borges (2004) p. 78, analisa que “nas últimas duas décadas tem se observado um movimento de dimensões mundiais rumo aos padrões descentralizados de gestão dos sistemas educacionais.
Observa que reformas educacionais foram implantadas em âmbito mundial, tanto nos países em desenvolvimento como nos desenvolvimentos, para os quais os governos vêm buscando dar autonomia administrativa e financeira, através da participação da comunidade nos colegiados e outras formas de gestão representativa nas escolas, passando-se assim, o poder de decisão para essas comunidades escolares.
Paulo Freire (1996) p. 36, diz: que ensinar é necessário ter bom senso (…) e que não é preciso de um professor de ética para isso, mas pense como é difícil administrar uma escola nos dias de hoje com todos os contra?
Fica claro ao assumir uma direção escolar é necessário estar atento, pois, os desafios são muitos, tanto a violência, quanto a carência qual atinge a vida da escola, encontra-se também e não participação da família, acredita-se também sobre o despreparo de profissionais que atuam desatualizados no ambiente escolar, além disso há também a falta de recursos físicos e materiais que são os mais necessários.
A gestão inovadora busca alinhar tecnologia, metodologias ativas de ensino, investe em capacitação continuada para que os educadores dominem tecnologias e metodologias ativas. Cria espaços para a troca de boas práticas entre profissionais da educação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O resultado desta pesquisa destaca a importância crítica da Gestão Pedagógica inovadora no ambiente escolar. A liderança inspiradora e a adaptação estratégica surgiram como elementos-chaves para superar desafios e impulsionar a inovação educacional.
O futuro da educação está na inovação, e cabe aos gestores que lideram essa transformação com visão, coragem e contextualização com a realidade, em especial, na realidade do campo.
Pode-se perceber que existem algumas lacunas ainda a serem preenchidas com novos trabalhos e pesquisas especialmente quanto a assuntos relacionados a formação, as competências, a identidade e a qualidade que se exige do trabalho do mentor dessa gestão democrática: o diretor ou gestor escolar.
Neste quesito refletimos e salientamos que ações como essas desenvolvidas, elaboradas e construídas primeiramente, no âmbito acadêmico (universidade) e depois serem executadas num contexto real com dados e informações, justificadas e pautadas no conhecimento científico e matemático que se constitui numa prática inovadora e interdisciplinar por natureza.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Thiago. Inovação Pedagógica. Uma abordagem à inovação (2014).
BORGES, André. Lições de reformas de Gestão Educacional. Brasil. São Paulo. V.18, 2004. CARVALHO, Luiz Claudio Rodrigues. Dissertação e Mestrado.
LUCK, Heloisa. Dimensões de Gestão Escolar e suas competências. Curitiba: Positivo (2009).
LUCK, Heloisa. A evolução da Gestão Educacional a partir da mudança paradigmática (2001). MITRULLS, Eleny. Ensaios de inovação do ensino médio. Cadernos de pesquisa S. Paulo.
RIBEIRO, Marinalva Lopes; MUSSI, Práticas pedagógicas inovadoras (2015).
SUANNO, M. V. R; Dittrich. M.G. e Maura, M.A.P. (2013) Resiliência, Criatividade e inovação. Editora América.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Inovações e projeto político pedagógico.
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