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Resumo
A inclusão dos alunos surdos na rede regular de ensino é uma questão fundamental no contexto educacional contemporâneo, refletindo a busca por uma sociedade mais justa e igualitária. A educação inclusiva visa garantir que todos os estudantes, independentemente de suas habilidades ou deficiências, tenham acesso a uma formação de qualidade em ambientes que respeitem suas individualidades. Para os alunos surdos, essa inclusão implica não apenas a presença física nas salas de aula, mas também a implementação de práticas pedagógicas que atendam suas necessidades específicas, permitindo que possam participar ativamente do processo de ensino-aprendizagem. (Lima; Barbosa, 2019).
Historicamente, a educação de surdos passou por diversas transformações, passando de um modelo segregacionista para uma perspectiva inclusiva que valoriza a diversidade linguística e cultural. Nesse sentido, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) desempenha um papel crucial, servindo como língua de instrução e meio de comunicação. A formação adequada de professores para trabalhar com alunos surdos e a sensibilização da comunidade escolar em relação à cultura surda são aspectos essenciais para o sucesso dessa inclusão.
Além disso, a inclusão dos alunos surdos na educação regular enfrenta desafios significativos. Barreiras atitudinais, estruturais e pedagógicas ainda persistem, dificultando a efetividade das políticas de inclusão. É necessário promover um ambiente escolar que favoreça a interação entre alunos ouvintes e surdos, desenvolvendo a empatia e a compreensão mútua. A articulação entre educadores, intérpretes de LIBRAS, famílias e a comunidade é vital para superar essas barreiras e construir uma escola verdadeiramente inclusiva.
Em face do que foi exposto, o presente estudo levantou a seguinte problemática de pesquisa: Com base nas evidências científicas nacionais, como se efetiva o processo de inclusão dos alunos surdos na escola regular de ensino?
O presente estudo parte da hipótese de que para um ensino de qualidade há de se levar em consideração condições regionais, sociais, culturais e econômicas dos alunos, suas fragilidades e potencialidades.
Visando encontrar as respostas para nossas inquietações, o presente trabalho teve como objetivo geral analisar como se efetiva o processo de inclusão dos alunos surdos na escola regular de ensino. Delimitaram-se como objetivos específicos: traçar um panorama geral acerca da inclusão dos surdos na escola regular de ensino; destacar o papel do tradutor-intérprete de libras frente aos desafios da inclusão dos alunos surdos.
A abordagem desta pesquisa justifica-se pela necessidade de discutir estratégias mais eficientes e inclusivas que viabilizem não apenas o processo de inclusão social através da escola, mas também a adoção de uma educação humanizada. Essa educação deve possibilitar a comunicação efetiva das crianças surdas com o meio social em que estão inseridas, promovendo uma interação mais rica e significativa. Além disso, a promoção de um ambiente escolar inclusivo é fundamental para o desenvolvimento da identidade surda e para a valorização da cultura surda. Ao considerar as particularidades dessa comunidade, a escola pode criar condições para que todos os alunos, independentemente de suas características, se sintam respeitados e integrados.
Para a elaboração deste trabalho, optou-se pela metodologia da pesquisa bibliográfica narrativa exploratória qualitativa. Essa abordagem permite uma análise aprofundada de diferentes fontes, facilitando a compreensão das questões relacionadas à inclusão dos alunos surdos e às práticas pedagógicas que podem ser implementadas para atender suas necessidades. A pesquisa bibliográfica proporciona um panorama sobre os avanços e desafios enfrentados na educação inclusiva, enquanto a abordagem qualitativa busca captar as nuances das experiências vividas por alunos, professores e comunidade escolar.
Visando atender ao objetivo desta pesquisa, este trabalho encontra-se estruturado em quatro tópicos, apresentados a seguir: O primeiro faz um breve apanhado sobre o assunto pesquisado, onde é apresentado o tema e problema da pesquisa, os objetivos a serem alcançados, bem como a justificativa para sua realização. No segundo, encontra-se o referencial teórico, o qual traz os principais conceitos voltados ao tema do trabalho. O terceiro expõe as considerações finais. Por fim, encontra-se a relação da bibliografia usada na elaboração do trabalho.
A EDUCAÇÃO E A INCLUSÃO DOS SURDOS
A educação dos surdos tem uma longa e complexa história, que reflete as mudanças nas percepções sociais sobre a surdez e a comunicação ao longo do tempo. No passado, a surdez era frequentemente vista como uma deficiência que impedia o acesso ao conhecimento e à cultura. Isso resultava em práticas educativas que, em muitos casos, excluíam os surdos do ambiente escolar, levando a uma marginalização significativa. A educação era predominantemente oralista, enfatizando a fala e a leitura labial, em detrimento das línguas de sinais, que eram subestimadas e frequentemente proibidas nas instituições de ensino. (Lacerda; Santos, 2018).
No século XIX, surgiram movimentos que buscavam uma abordagem mais inclusiva e reconheciam a importância das línguas de sinais. O educador francês Charles-Michel de l’Épée, considerado o pai da educação dos surdos, fundou a primeira escola para surdos em Paris, promovendo a língua de sinais como meio de comunicação. (Mendonça et al., 2018). Suas ideias influenciaram a educação de surdos em várias partes do mundo, incluindo os Estados Unidos, onde o ensino em Libras ganhou destaque através do trabalho de educadores como Thomas Gallaudet (Dantas, 2018).
A partir do século XX, a educação dos surdos passou a ser marcada por um debate intenso entre as abordagens oralista e manual. A Conferência de Milão, em 1880, decidiu que o método oral deveria ser predominante, levando a uma era em que as línguas de sinais foram amplamente marginalizadas nas escolas. Essa decisão teve um impacto devastador na educação dos surdos, resultando na perda de identidade cultural e linguística para muitos. Os alunos eram forçados a se conformar a métodos que não respeitavam sua forma natural de comunicação. (Lima; Barbosa, 2019).
A partir da década de 1960, houve um movimento de resgate e valorização das línguas de sinais. Pesquisadores e ativistas começaram a lutar pela inclusão das línguas de sinais no currículo escolar, argumentando que a educação deveria respeitar a identidade cultural dos surdos. (Mendonça et al., 2018). Esse movimento culminou em uma nova compreensão sobre a surdez, que passou a ser vista não apenas como uma deficiência, mas como uma forma de diversidade cultural. Isso levou à promoção da educação bilíngue, que integra a língua de sinais e a língua oral. (Lacerda; Santos, 2018).
Com a nova perspectiva sobre a surdez, surgiram propostas para a implementação de uma educação bilíngue, que combina a língua de sinais com a língua oral. Essa abordagem visa proporcionar aos alunos surdos a oportunidade de se expressar plenamente, utilizando a língua de sinais como sua primeira língua, enquanto a língua oral é introduzida como segunda língua. Essa metodologia não só respeita a identidade cultural dos surdos, mas também facilita a comunicação com os ouvintes, promovendo a inclusão social. . (Lima; Barbosa, 2019).
No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996, foi um marco importante para a inclusão dos surdos no sistema educacional. A legislação reconheceu a necessidade de formação de professores capacitados e de ambientes que respeitassem a comunicação em Libras. Além disso, a criação de políticas públicas voltadas para a educação inclusiva começou a permitir que escolas desenvolvessem práticas que valorizassem a identidade surda e promovessem o uso da língua de sinais (Rocha et al., 2018).
A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, diversas iniciativas foram implementadas para garantir que os alunos surdos tivessem acesso a uma educação de qualidade. A formação de professores tornou-se uma prioridade, com programas específicos voltados para a capacitação em Libras e em metodologias inclusivas (Barboza et al., 2019).
Essas formações buscam não apenas ensinar a língua, mas também sensibilizar os educadores para as particularidades e necessidades dos alunos surdos, promovendo um ambiente escolar mais acolhedor e respeitoso. A inclusão de disciplinas que abordam a cultura surda nos currículos de formação inicial e continuada é essencial para que os professores compreendam a riqueza e a diversidade desse grupo (Cananea, 2019).
Apesar dos avanços, a educação dos surdos ainda enfrenta desafios significativos. Muitas instituições não possuem recursos adequados, e a formação de professores ainda é insuficiente para lidar com as particularidades da educação inclusiva. A resistência cultural e o preconceito também continuam a ser obstáculos, limitando o acesso dos alunos surdos a uma educação de qualidade. A falta de materiais didáticos adequados em Libras é outro fator que compromete a efetividade da educação inclusiva. (Mendonça et al., 2018).
Nos últimos anos, movimentos de ativismo surdo têm ganhado força, buscando não apenas melhorias nas práticas educativas, mas também a valorização da cultura surda. Esse ativismo tem contribuído para a visibilidade das questões enfrentadas pelos surdos, promovendo um diálogo entre a comunidade surda e a sociedade em geral. A promoção de eventos culturais e a utilização das mídias sociais têm sido ferramentas poderosas nesse processo, permitindo que a voz dos surdos seja ouvida e respeitada. (Lima; Barbosa, 2019).
A educação dos surdos é um campo em constante transformação, refletindo mudanças sociais, culturais e políticas. A necessidade de inclusão plena é um objetivo ainda a ser alcançado, e as escolas precisam estar preparadas para atender às demandas de todos os alunos, independentemente de suas capacidades comunicativas. As experiências educativas devem ser construídas de forma colaborativa, envolvendo não apenas educadores e alunos, mas também as famílias e a comunidade surda.
O futuro da educação dos surdos depende de uma abordagem que valorize a diversidade e promova a equidade. A formação de professores deve ser continuamente aprimorada, e as políticas públicas devem garantir que as escolas estejam equipadas para atender às necessidades dos alunos surdos. Ao reconhecer e respeitar a cultura surda, a educação pode se tornar um espaço de inclusão, onde todos os alunos têm a oportunidade de aprender e se desenvolver plenamente. (Lima; Barbosa, 2019).
O PAPEL DO TRADUTOR-INTÉRPRETE DE LIBRAS FRENTE AOS DESAFIOS DA INCLUSÃO DOS ALUNOS SURDOS
O papel do tradutor-intérprete de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é fundamental no contexto da inclusão de alunos surdos nas escolas. Esses profissionais atuam como mediadores entre a comunicação dos surdos e a comunidade ouvinte, facilitando o acesso à informação e à educação. A presença do tradutor-intérprete é essencial para garantir que os alunos surdos possam participar ativamente das atividades escolares, promovendo a equidade no ambiente educacional. (Lacerda; Santos, 2018).
Além de traduzir conteúdos, o intérprete também desempenha um papel importante na promoção da cultura surda. Através de sua atuação, ele ajuda a desmistificar preconceitos e a fomentar a valorização da diversidade linguística e cultural. Essa função vai além da simples tradução; o intérprete é um agente de inclusão que contribui para a formação de um ambiente escolar mais acolhedor e respeitoso. Ao transmitir as nuances da LIBRAS, ele ajuda a construir pontes de entendimento entre diferentes culturas e modos de comunicação. (Mendonça et al., 2018).
Os desafios enfrentados pelos tradutores-intérpretes são diversos e complexos. Muitas vezes, eles precisam lidar com a falta de recursos e apoio nas escolas, o que pode comprometer a qualidade do ensino e a inclusão dos alunos surdos. Além disso, a formação dos intérpretes é um aspecto crucial. Profissionais bem preparados são capazes de lidar com situações desafiadoras e garantir que a comunicação ocorra de forma eficaz. Portanto, a oferta de formação continuada e a valorização do trabalho do intérprete são aspectos essenciais para melhorar essa prática. (Lima; Barbosa, 2019).
Outro desafio significativo é a necessidade de adaptação das práticas pedagógicas às especificidades dos alunos surdos. O tradutor-intérprete deve ser capaz de colaborar com os professores para desenvolver estratégias que considerem as diferentes formas de aprendizado dos surdos. Isso implica em uma comunicação constante entre educadores e intérpretes, visando a criação de um ambiente que favoreça a inclusão e a participação ativa dos alunos surdos nas atividades escolares (Barbosa et al., 2019).
Ademais, o intérprete precisa estar atento às particularidades de cada aluno surdo, uma vez que existem variações nas formas de uso da LIBRAS e nos níveis de fluência. O trabalho personalizado é fundamental para atender às necessidades específicas de cada estudante, garantindo que todos tenham igualdade de oportunidades na aprendizagem. Essa individualização do atendimento é um aspecto que pode impactar significativamente o desempenho acadêmico dos alunos surdos. (Mendonça et al., 2018).
A atuação do tradutor-intérprete não se limita apenas à sala de aula. Muitas vezes, esses profissionais são solicitados a participar de eventos escolares, reuniões e atividades extracurriculares, desempenhando um papel vital na inclusão social dos alunos surdos. Essas experiências são essenciais para que os alunos desenvolvam habilidades sociais e interajam com seus colegas ouvintes, contribuindo para uma formação mais completa e integrada (Lacerda; Santos, 2018).
Por fim, a conscientização sobre a importância do trabalho do tradutor-intérprete deve ser ampliada dentro das escolas. É crucial que todos os membros da comunidade escolar, incluindo pais e alunos, compreendam o valor desse profissional e a relevância de sua atuação para a inclusão dos alunos surdos. Essa conscientização pode resultar em um ambiente mais solidário e colaborativo, favorecendo a inclusão e a construção de uma cultura de respeito à diversidade. (Lima; Barbosa, 2019).
A IMPORTÂNCIA DA LIBRAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL
A importância da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na formação do professor de Educação Infantil é um tema de crescente relevância, especialmente em um contexto onde a inclusão de alunos surdos nas escolas se torna cada vez mais necessária. A formação do educador deve incluir o aprendizado e a prática de LIBRAS para que possam atender adequadamente às necessidades de comunicação e aprendizado desses alunos. Essa inclusão não apenas enriquece a prática pedagógica, mas também promove um ambiente mais equitativo e acolhedor. (Lima; Barbosa, 2019).
A LIBRAS é reconhecida como a língua natural da comunidade surda no Brasil e, portanto, é fundamental que os educadores compreendam sua estrutura e funcionalidade. Através do ensino de LIBRAS, os professores podem desenvolver uma comunicação mais efetiva com seus alunos surdos, facilitando a transmissão de conteúdos e a interação social. Essa habilidade é essencial para garantir que todos os alunos tenham acesso igualitário à educação, respeitando suas particularidades (Cananea, 2019).
O aprendizado de LIBRAS pelos educadores vai além da simples aquisição de uma nova língua. Envolve também a compreensão da cultura surda, que possui suas próprias tradições, valores e modos de comunicação. Essa sensibilização cultural é fundamental para que o professor possa atuar de forma respeitosa e consciente, promovendo um ambiente que valorize a diversidade. A formação do professor deve incluir discussões sobre a identidade surda e o papel que a LIBRAS desempenha na vida dos alunos. (Mendonça et al., 2018).
Na prática pedagógica, o uso da LIBRAS pode ser um recurso valioso para a promoção da inclusão. Ao aprender e utilizar essa língua, o professor consegue criar estratégias que favoreçam a participação dos alunos surdos nas atividades escolares. Isso inclui adaptar metodologias de ensino e utilizar recursos visuais e interativos que se alinhem ao modo de comunicação dos alunos surdos, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e valorizadas (Dantas, 2018).
Outro ponto a ser considerado é a importância da formação continuada. O ensino de LIBRAS não deve se restringir apenas à formação inicial do professor, mas deve ser um processo contínuo. Cursos, oficinas e palestras podem proporcionar aos educadores a atualização sobre novas práticas, linguagens e metodologias que envolvem a educação inclusiva. Isso é crucial, especialmente em um cenário em que as necessidades dos alunos estão em constante evolução (Lima; Barbosa, 2019).
O domínio de LIBRAS também pode ter um impacto positivo nas relações interpessoais dentro da escola. Ao se comunicar em LIBRAS, os professores não apenas estabelecem uma conexão mais forte com seus alunos surdos, mas também incentivam a interação entre todos os alunos, ouvintes e surdos. Essa dinâmica ajuda a construir uma comunidade escolar mais unida e respeitosa, onde a diversidade é vista como uma riqueza (Dantas, 2018).
Além disso, a inclusão da LIBRAS na formação do professor de Educação Infantil tem implicações na política educacional. É essencial que as instituições de ensino e os órgãos governamentais incentivem a formação de professores bilíngues, reconhecendo a LIBRAS como parte integrante do currículo escolar. A implementação de políticas públicas que garantam a formação de educadores capacitados para trabalhar com alunos surdos é um passo importante para a efetivação da inclusão. (Mendonça et al., 2018).
A formação em LIBRAS também pode contribuir para a construção de uma identidade profissional mais sólida para os educadores. Ao se especializarem na educação inclusiva e no uso da LIBRAS, os professores se tornam agentes de mudança em suas comunidades, promovendo um ambiente educacional que respeita e valoriza todas as formas de comunicação. Essa transformação é essencial para a criação de uma sociedade mais justa e inclusiva. (Cananea, 2019).
As experiências práticas são fundamentais na formação dos professores. É necessário que os educadores tenham a oportunidade de vivenciar situações reais de inclusão em sala de aula, onde possam aplicar o que aprenderam sobre LIBRAS. Isso pode incluir atividades práticas, como a elaboração de projetos que envolvam a participação ativa dos alunos surdos, promovendo um aprendizado significativo. (Mendonça et al., 2018).
Além disso, a colaboração entre educadores, intérpretes de LIBRAS e a comunidade surda é crucial para o sucesso da inclusão. Ao trabalhar em conjunto, esses profissionais podem desenvolver estratégias pedagógicas mais eficazes e garantir que as necessidades dos alunos surdos sejam atendidas de forma abrangente. A parceria entre a escola e a comunidade surda fortalece o processo de inclusão e amplia as oportunidades de aprendizado (Dantas, 2018).
Outro aspecto relevante é a necessidade de sensibilização dos demais alunos sobre a importância da LIBRAS e da inclusão dos surdos. O professor deve atuar como mediador, promovendo o respeito e a empatia entre os alunos ouvintes e surdos. Essa educação para a diversidade é fundamental para criar um ambiente escolar onde todos se sintam valorizados e respeitados, independentemente de suas diferenças (Rebelo, 2018).
A utilização de recursos visuais e tecnológicos também é uma estratégia importante na formação dos professores. Ferramentas como vídeos em LIBRAS, aplicativos e materiais didáticos adaptados podem enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais acessível e interessante para os alunos. A tecnologia pode ser uma aliada na promoção da inclusão, permitindo que os alunos surdos tenham acesso a conteúdos de forma mais dinâmica (Mendonça et al., 2018).
Por fim, a formação em LIBRAS deve ser considerada uma responsabilidade coletiva. É essencial que as instituições de ensino, os gestores e os educadores trabalhem juntos para criar um ambiente que promova a inclusão e o respeito à diversidade. A valorização da LIBRAS na formação dos professores não apenas contribui para o sucesso educacional dos alunos surdos, mas também para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa. (Cananea, 2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta pesquisa, foi possível identificar que, embora existam avanços significativos nas políticas de inclusão, ainda há desafios substanciais a serem enfrentados. As barreiras atitudinais, estruturais e pedagógicas continuam a impactar a eficácia das práticas inclusivas, evidenciando a necessidade de uma formação continuada para educadores e a sensibilização de toda a comunidade escolar.
A valorização da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio de comunicação e instrução é um aspecto central para o sucesso da inclusão dos alunos surdos. O reconhecimento da cultura surda e a promoção de um ambiente que respeite e utilize a LIBRAS em sala de aula são fundamentais para garantir que esses alunos tenham voz e possam participar ativamente do processo de aprendizagem. Assim, a formação de professores deve incluir o aprendizado da LIBRAS e a compreensão das especificidades da educação de surdos.
Além disso, a articulação entre os diferentes atores envolvidos no processo educativo, como educadores, intérpretes de LIBRAS, famílias e a comunidade, é crucial para construir um ambiente inclusivo. A comunicação eficaz entre esses grupos pode facilitar a troca de informações e a construção de estratégias pedagógicas que atendam às necessidades dos alunos surdos. A colaboração e o respeito mútuo são essenciais para promover uma educação que valorize a diversidade.
Outro ponto importante é que a inclusão não se limita apenas à presença física dos alunos surdos nas salas de aula, mas deve se traduzir em práticas pedagógicas que considerem suas particularidades. É necessário desenvolver metodologias que integrem a cultura surda ao currículo, proporcionando experiências de aprendizagem que sejam relevantes e significativas. A educação inclusiva deve ser um compromisso coletivo que visa transformar a escola em um espaço de respeito e valorização da diversidade.
Por fim, a inclusão dos alunos surdos na rede regular de ensino é um desafio que envolve a construção de uma cultura escolar mais ampla e inclusiva. À medida que avançamos nessa direção, é fundamental continuar promovendo discussões e pesquisas sobre a temática, a fim de aprimorar as práticas educacionais e garantir que todos os alunos, independentemente de suas habilidades, tenham acesso a uma educação de qualidade. A transformação do cenário educacional em favor da inclusão é uma responsabilidade de todos e deve ser perseguida com dedicação e empenho.
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