Aumento da produtividade através da persuasão

INCREASED PRODUCTIVITY THROUGH PERSUASION

MAYOR PRODUCTIVIDAD A TRAVÉS DE LA PERSUASIÓN

Autor

Mauro Miquelin Júnior
ORIENTADOR
 Hélio Sales Rios

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/01E1E6

DOI

Júnior, Mauro Miquelin . Aumento da produtividade através da persuasão. International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

A persuasão pode ser utilizada como ferramenta estratégica para aumentar a produtividade nas empresas, considerando suas aplicações práticas e benefícios. Esse estudo, de caráter explicativo, qualitativo e bibliográfico, integra conceitos de liderança, comportamento organizacional e gestão de processos para destacar a interdependência entre persuasão e produtividade. Líderes persuasivos podem alinhar objetivos organizacionais e individuais, reduzir resistências à mudança e fomentar ambientes colaborativos, o que potencializa a eficiência e o engajamento. O trabalho apresenta oito práticas apresentadas no plano 5W2H, incluindo estabelecimento de metas claras, comunicação assertiva e celebração de conquistas, que demonstram como a persuasão pode influenciar positivamente o desempenho organizacional. Outrossim, a produtividade legitima a persuasão, uma vez que indivíduos produtivos ganham credibilidade e maior capacidade de influência, criando um ciclo virtuoso. A análise revela que a relação entre esses dois fatores é mediada por aspectos como cultura organizacional, natureza das tarefas e características individuais. Conclui-se que a integração de estratégias persuasivas na gestão empresarial contribui para a criação de um ambiente inovador e eficiente, promovendo tanto o bem-estar dos colaboradores quanto o sucesso organizacional. E a aplicação prática dessas técnicas posiciona as organizações de forma competitiva no mercado, ao alinhar eficiência operacional, engajamento e inovação.
Palavras-chave
Persuasão. Produtividade. Liderança. Engajamento. Gestão empresarial.

Summary

Persuasion can be used as a strategic tool to increase productivity in companies, considering its practical applications and benefits. This explanatory, qualitative and bibliographic study integrates concepts of leadership, organizational behavior and process management to highlight the interdependence between persuasion and productivity. Persuasive leaders can align organizational and individual objectives, reduce resistance to change and foster collaborative environments, which enhances efficiency and engagement. The work presents eight practices presented in the 5W2H plan, including setting clear goals, assertive communication and celebrating achievements, which demonstrate how persuasion can positively influence organizational performance. Furthermore, productivity legitimizes persuasion, since productive individuals gain credibility and greater capacity for influence, creating a virtuous cycle. The analysis reveals that the relationship between these two factors is mediated by aspects such as organizational culture, nature of tasks and individual characteristics. It is concluded that the integration of persuasive strategies in business management contributes to the creation of an innovative and efficient environment, promoting both the well-being of employees and organizational success. And the practical application of these techniques positions organizations competitively in the market, by aligning operational efficiency, engagement and innovation.
Keywords
Persuasion. Productivity. Leadership. Engagement. Business management.

Resumen

La persuasión puede utilizarse como una herramienta estratégica para incrementar la productividad en las empresas, considerando sus aplicaciones prácticas y beneficios. Este estudio explicativo, cualitativo y bibliográfico integra conceptos de liderazgo, comportamiento organizacional y gestión de procesos para resaltar la interdependencia entre persuasión y productividad. Los líderes persuasivos pueden alinear los objetivos organizacionales e individuales, reducir la resistencia al cambio y fomentar ambientes colaborativos, lo que mejora la eficiencia y el compromiso. El trabajo presenta ocho prácticas presentadas en el plan 5W2H, entre ellas el establecimiento de metas claras, la comunicación asertiva y la celebración de los logros, que demuestran cómo la persuasión puede influir positivamente en el desempeño organizacional. Además, la productividad legitima la persuasión, ya que los individuos productivos ganan credibilidad y mayor capacidad de influencia, creando un círculo virtuoso. El análisis revela que la relación entre estos dos factores está mediada por aspectos como la cultura organizacional, la naturaleza de las tareas y las características individuales. Se concluye que la integración de estrategias persuasivas en la gestión empresarial contribuye a la creación de un ambiente innovador y eficiente, promoviendo tanto el bienestar de los empleados como el éxito organizacional. Y la aplicación práctica de estas técnicas posiciona a las organizaciones de manera competitiva en el mercado, al alinear la eficiencia operativa, el compromiso y la innovación.
Palavras-clave
Persuasión. Productividad. Liderazgo. Compromisso. Gestión empresarial.

INTRODUÇÃO

A produtividade tem sido um fator crítico para o sucesso organizacional em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo. A capacidade de maximizar resultados utilizando recursos de forma eficiente não apenas impacta a rentabilidade das empresas, mas também sua sustentabilidade a longo prazo. Nesse cenário, a persuasão emerge como uma ferramenta essencial para alinhar comportamentos individuais às metas coletivas, promovendo um aumento significativo na eficiência e no engajamento dos colaboradores. Esta interseção entre produtividade e persuasão é o cerne deste estudo, que busca explorar como a aplicação de técnicas persuasivas pode impulsionar o desempenho organizacional.

A produtividade, como conceito, vai além da relação matemática entre entradas e saídas. Envolve também aspectos qualitativos, como qualidade de produtos e serviços, satisfação do cliente e impacto socioambiental das atividades empresariais (MACEDO, 2012). Empresas que conseguem equilibrar essas dimensões podem atender às demandas do mercado de maneira mais eficaz, reduzindo custos operacionais e mantendo uma vantagem competitiva. Para que isso aconteça, é necessário o alinhamento entre liderança, processos organizacionais e comportamento humano, onde a persuasão desempenha um papel central.

Por sua parte, a persuasão é definida como a habilidade de influenciar comportamentos, crenças e decisões de maneira ética e eficaz (Mortensen, 2010). Em ambientes corporativos, essa habilidade é particularmente útil para engajar equipes, resolver conflitos e superar resistências à mudança. Lideranças que dominam técnicas persuasivas conseguem inspirar colaboradores a adotarem práticas mais eficientes, contribuindo para a criação de um ambiente de trabalho alinhado e produtivo. A persuasão também é primordial em processos colaborativos, onde é necessário alinhar perspectivas diversas em torno de objetivos comuns, minimizando o tempo gasto em debates improdutivos e maximizando a eficiência na implementação de soluções (Mortensen, 2010).

Este estudo se propõe a analisar como a persuasão pode ser utilizada para aumentar a produtividade em diferentes contextos organizacionais. Baseado em uma revisão ampla da literatura e em estudos de caso práticos, busca-se oferecer insights e recomendações que possam ser aplicados tanto por líderes quanto por equipes. O objetivo é compreender as interações complexas entre persuasão e produtividade e identificar estratégias que maximizem os resultados organizacionais.

METODOLOGIA

O estudo do aumento da produtividade empresarial através da persuasão se originou de pesquisas explicativas, qualitativas e bibliográficas nos trabalhos de Afful-Broni (2012), Andrade (2002 e 2010), Araujo e Rentes (2006), Beckhard e Harris (1987), Brandão (2020), Burns (1978), Cardon e Stevens (2004), Claro e Claro (2014), Contador (1994), Figueiredo (2020), Godoy (1995), Huang (2011), Macedo (2012), Mattos e Schlindwein (2015), Moscovici (1997), Missel (2016), Mortensen (2010), Oakland e Oakland (1998), Oliveira, Possamai e Valentina (2015), Padoveze (2010) e Pinto e Lee Ho (2006), que reuniram uma ampla e variada gama de informações e evidências fundamentais para respaldar as afirmações e impulsionar o progresso do conhecimento nesse campo de estudo.

Por resultado, identificaram-se oito práticas que o líder pode adotar ao usar a persuasão para aumentar a produtividade empresarial, apresentadas em modo de plano de ação baseado na teoria 5W2H de Taiichi Ohno e Eiji Toyoda (1950), como instrumentos aplicáveis à gestão empresarial.

PRODUTIVIDADE NAS EMPRESAS

Nas empresas, a produtividade é comumente definida como a relação entre o resultado alcançado (produtos ou serviços) e os recursos utilizados para alcançá-lo (como trabalho, capital e tempo). Isto é, mede a eficiência com que uma empresa transforma seus recursos em resultados tangíveis, refletindo o valor gerado por cada unidade de recurso empregado. Ela indica o quão bem uma organização consegue converter seus insumos em produtos ou serviços com o mínimo de desperdício e o máximo de valor agregado. Em termos matemáticos, a produtividade é frequentemente expressa pela fórmula: Produtividade = Saídas (resultados) dividido por Entradas (recursos). Essa fórmula básica pode ser aplicada em diferentes níveis de análise dentro da empresa, desde a produtividade individual dos colaboradores até a produtividade total da organização. No entanto, é importante notar que a produtividade não se limita apenas a uma relação numérica; ela envolve também questões qualitativas, como a qualidade dos produtos e serviços, a satisfação dos clientes e o impacto social e ambiental das operações da empresa. Macedo complementa dizendo que

O conceito de produtividade vai além dos aspectos restritos ao processo de produção, pois a geração de valor também depende fundamentalmente das demais etapas do processo produtivo: a compra de bens e serviços intermediários e a venda dos bens e serviços que a empresa produz (Macedo, 2012, p.113).

O avanço tecnológico permite que empresas aumentem sua produtividade ao automatizar processos, reduzir erros e otimizar o tempo de execução de tarefas. E a inovação introduz novos métodos, produtos e serviços, permitindo que a empresa se mantenha competitiva e atenda às demandas do mercado de forma mais eficaz.

Colaboradores bem treinados e engajados tendem a ser mais produtivos, e a capacitação contínua permite que eles aprimorem suas habilidades e conhecimentos, enquanto o engajamento aumenta a motivação e o comprometimento com os objetivos organizacionais, fazendo o investimento em desenvolvimento profissional uma estratégia chave para melhorar a produtividade.

A forma como uma empresa é gerida e liderada também impacta diretamente sua produtividade. Líderes eficazes promovem um ambiente de trabalho positivo, estabelecem metas claras e proporcionam o suporte necessário para que os colaboradores alcancem seus objetivos. E uma boa gestão permite uma distribuição equilibrada dos recursos, evitando desperdícios e maximizando o potencial produtivo da empresa.

O ambiente de trabalho influencia a produtividade dos colaboradores e empresas que promovem um ambiente saudável, com boas condições de trabalho, tendem a observar um aumento no desempenho dos colaboradores. Aspectos como conforto físico, flexibilidade de horários e políticas de bem-estar são elementos que contribuem para um ambiente organizacional mais produtivo.

Processos bem estruturados e otimizados são fundamentais para uma empresa produtiva, porque a padronização e a simplificação de processos reduzem o tempo de execução de tarefas e minimizam a ocorrência de erros. Aliás, a organização interna, como uma divisão de tarefas bem definida, é essencial para que os colaboradores compreendam suas responsabilidades e possam desempenhar suas funções com maior eficácia.

Macedo (2012, p.116) também explica que “de forma coerente com o conceito de produtividade de base sistêmica e a sua forma de medição, a identificação e análise dos fatores determinantes dos gargalos de produtividade […] não se restringem ao ‘mundo’ da produção.” Ou seja, medir a produtividade é um passo elementar para que a empresa possa identificar áreas de melhoria e desenvolver estratégias eficazes para o aumento da eficiência. E as métricas de produtividade variam de acordo com o setor e a natureza da organização, sendo algumas: produtividade do trabalho, produtividade de capital e a produtividade total dos fatores.

A produtividade do trabalho mede a eficiência da força de trabalho e pode ser expressa em termos de produção por hora trabalhada. Em uma linha de produção, essa métrica pode ser calculada pela quantidade de produtos finalizados por colaborador por hora, por exemplo. A produtividade de capital mede a eficiência com que o capital é utilizado para gerar produtos ou serviços. Ela pode ser avaliada pela relação entre o lucro e os investimentos feitos na infraestrutura, equipamentos e tecnologia da empresa. E a produtividade total dos fatores considera todos os elementos de produção, como trabalho e capital, e mede a eficiência combinada de todos os recursos. E é uma medida abrangente que oferece uma visão mais completa da produtividade de uma organização, pois considera tanto os insumos quanto seus processos.

Para que as empresas alcancem altos níveis de produtividade, é necessário adotar estratégias que promovam a eficiência em todas as suas operações, tais como: automatização de processos, investimento em capacitação e treinamento, e uso de indicadores de desempenho (KPI – Key Performance Indicator). Ao automatizar tarefas repetitivas permite que os colaboradores se concentrem em atividades mais complexas e de maior valor, a implementação de ferramentas e softwares de automação, como sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) – Planejamento de Recursos Empresariais – e CRM (Customer Relationship Management) – Gestão de Relacionamento com o Cliente -, contribui para a redução de erros e a otimização do tempo. Colaboradores capacitados e engajados são mais produtivos e os programas de capacitação e desenvolvimento profissional incentivam o aprimoramento contínuo e permitem que os funcionários se adaptem às mudanças tecnológicas e de mercado. E estabelecer indicadores de desempenho (KPI – Key Performance Indicator) é indispensável para monitorar a produtividade e identificar áreas que necessitam de melhorias, pois, quando bem definidos, ajudam os gestores a entenderem onde estão as falhas no processo e como direcionar esforços para otimizar o desempenho da equipe. Padoveze ensina que

Um indicador de desempenho pode ser definido como um conjunto de medidas financeiras e não financeiras pré-estabelecidas pela administração. Essas medidas são estabelecidas como metas a serem atingidas ou superadas, a fim de controlar o desempenho da empresa e dos gestores divisionais (Padoveze, 2010, p.337).

A busca constante por melhorias nos processos e na organização é importante para que uma empresa se mantenha produtiva a longo prazo. A metodologia Kaizen (1950), por exemplo, é amplamente utilizada para promover a melhoria contínua, incentivando os colaboradores a contribuírem com ideias para otimizar processos e reduzir desperdícios. 

E definir metas claras e alinhadas com a estratégia da empresa é primordial para que todos os colaboradores trabalhem em direção aos mesmos objetivos, porque metas bem definidas e mensuráveis permitem que cada funcionário compreenda seu papel no sucesso organizacional, promovendo um esforço coletivo para alcançar resultados de alto impacto. Araujo e Rentes informam que

Kaizen são esforços de melhoria contínua, executados por todos, sendo que o seu foco central é a busca pela eliminação dos desperdícios. Já a definição de um Evento Kaizen pode ser compreendida como sendo um time dedicado a uma rápida implantação de um método ou ferramenta da manufatura enxuta, em uma área em particular e em um curto período de tempo (Araujo e Rentes, 2006, p.128).

IMPORTÂNCIA DA PRODUTIVIDADE NAS EMPRESA

A produtividade é uma condição imprescindível para o sucesso e a sustentabilidade das empresas, especialmente no ambiente competitivo atual, caracterizado pela rápida inovação tecnológica e pela necessidade constante de adaptação às mudanças de mercado. Quando uma organização consegue produzir mais com menos recursos, ela reduz os custos operacionais e pode, consequentemente, oferecer preços mais baixos ao consumidor final, aumentando sua participação de mercado. E a alta produtividade também permite que as empresas invistam mais em inovação, oferecendo novos produtos e serviços que atendam melhor às necessidades do cliente. Igualmente, é um diferencial competitivo, pois permite que as empresas respondam rapidamente às demandas do mercado e superem a concorrência. Ora, com processos mais eficientes, uma empresa consegue atender mais pedidos, reduzir o tempo de resposta ao cliente e assegurar a qualidade dos produtos e serviços. Esse diferencial é relevante para conquistar e manter clientes, especialmente em setores onde a qualidade e o preço são fatores decisivos para a escolha do consumidor. Contador (1994, p.219) conclui que “as empresas bem-sucedidas perseguem o acréscimo constante da produtividade, não apenas para reduzir o custo da mão-de-obra, mas para obter vantagens competitivas, sem desprezar obviamente a redução do custo.”

A eficiência operacional está diretamente ligada à produtividade, envolvendo o uso otimizado de recursos financeiros, humanos e materiais. Quando uma empresa adota práticas para aumentar a produtividade, como a automação de processos e a melhoria contínua, ela reduz o desperdício e maximiza a utilização de cada recurso. Isso impacta diretamente os custos operacionais, uma vez que menos recursos são necessários para produzir o mesmo volume de produtos ou serviços. E o uso eficiente dos recursos também está associado à sustentabilidade ambiental. Empresas produtivas tendem a gerar menos resíduos e consumir menos energia, contribuindo para a redução do impacto ambiental. Essa responsabilidade socioambiental tem se tornado cada vez mais importante para a imagem das organizações, pois os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre questões ambientais e tendem a preferir marcas que adotam práticas sustentáveis, um dos pilares atuais do conceito ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) – Ambiental, Social e Governança Corporativa -, o qual é um conjunto de padrões e boas práticas que avaliam se uma empresa é sustentável, socialmente consciente e bem gerida. Sobre esse conceito, Claro e Claro esclarecem que

Apesar das inúmeras definições, um aspecto comum a todas elas são o balanceamento da proteção ambiental com o desenvolvimento social e econômico, induzindo um espírito de responsabilidade como processo de mudança, no qual a exploração de recursos materiais, os investimentos financeiros e as rotas de desenvolvimento tecnológico deverão adquirir sentido harmonioso (Claro e Claro, 2014, p.293).

A produtividade também influencia diretamente a satisfação e retenção dos colaboradores, já que em uma empresa produtiva os processos são claros e bem estruturados, o que facilita o trabalho deles, reduzindo o estresse e aumentando o engajamento. Além do mais, empresas com altos níveis de produtividade geralmente oferecem programas de treinamento e desenvolvimento, incentivando o crescimento profissional e pessoal dos funcionários. Isso gera um ambiente de trabalho positivo e promove a retenção de talentos, o que é essencial para a continuidade e a estabilidade das operações. Outro ponto importante é que, em um ambiente produtivo, os colaboradores têm maior clareza sobre suas metas e objetivos, o que aumenta a sensação de propósito e realização no trabalho. Empresas que valorizam a produtividade também costumam adotar práticas de reconhecimento e recompensa, motivando os envolvidos a se empenharem e alcançarem altos padrões de desempenho e contribuindo para a criação de um ambiente de trabalho mais saudável e motivador. Como evidência, Oakland e Oakland (1998) apontam a gestão eficaz dos Recursos Humanos como uma das principais prioridades das lideranças em empresas altamente produtivas. Seu estudo que buscou investigar as conexões entre a administração de pessoas, a satisfação dos clientes e o desempenho produtivo empresarial concluiu que práticas de Recursos Humanos bem estruturadas contribuem significativamente para o aumento da satisfação dos colaboradores. E tais práticas, amplamente identificadas em organizações de alto desempenho, incluem: boa comunicação, trabalho em equipe, incentivo à participação, poder de decisão, treinamento e desenvolvimento.

A sustentabilidade financeira das empresas é diretamente impactada pela produtividade. Quando uma organização é capaz de produzir mais com menos, ela reduz seus custos e aumenta sua margem de lucro. Essa eficiência financeira permite que as empresas reinvistam em áreas estratégicas, como inovação, pesquisa e desenvolvimento, o que é basilar para o crescimento sustentável no longo prazo. Empresas produtivas também conseguem lidar melhor com períodos de crise econômica, uma vez que sua estrutura de custos é mais enxuta e elas têm maior flexibilidade para ajustar operações e reduzir despesas sem comprometer drasticamente a qualidade dos produtos e serviços. Uma empresa financeiramente saudável e produtiva é mais atraente para investidores, que buscam organizações capazes de gerar retornos consistentes e sustentáveis. E Claro e Claro acrescentam que

A sustentabilidade estratégica minimiza custos e riscos provenientes do consumo excessivo, da poluição e da geração de lixo, pois melhora o uso de recursos (isto é, quantidade e tipos) e leva a ganhos generalizados de eficiência no negócio. Portanto, em épocas de crise financeira, as empresas com investimentos em sustentabilidade estratégica estão mais preparadas e são menos afetadas em seu desempenho no longo prazo (Claro e Claro, 2014, p.292).

A adaptação às mudanças de mercado também é dependente da produtividade, porque empresas produtivas conseguem investir mais em pesquisa e desenvolvimento, e possuem maior capacidade para inovar e melhorar continuamente seus produtos e serviços. A inovação permite que as empresas se adaptem rapidamente às tendências do mercado, desenvolvam novas tecnologias e introduzam produtos diferenciados, os quais agregam valor ao cliente e proporcionam vantagens competitivas. Ela facilita a implementação de novas tecnologias, como automação e inteligência artificial, imprescindíveis para melhorar ainda mais a eficiência e a qualidade dos processos. A introdução dessas tecnologias exige um ambiente propício à mudança e à adaptação, características que geralmente estão presentes em empresas com uma cultura forte de produtividade. Isto posto, a produtividade não é apenas um fator de eficiência, mas também um catalisador para a inovação e a evolução constante, o que garante a relevância da empresa no mercado a longo prazo. Brandão analisa que

Ao promoverem essa forte conexão entre seus funcionários e as tecnologias ligadas à IA, as empresas em questão estão conseguindo atender com agilidade demandas flutuantes e pedidos customizados de seus clientes. Por essa razão, os autores concluem que as organizações estudadas estão utilizando a IA para potencializar a relação entre humanos e máquinas (e, assim, aumentar a produtividade), e não para a promoção de rodadas maciças de automação (Brandão, 2020, p.378).

A produtividade impacta diretamente a qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela empresa, afetando a satisfação do cliente e conseguindo estabelecer processos de controle de qualidade mais rigorosos, garantindo a padronização e reduzindo erros, o que contribui para a entrega de um produto ou serviço de alto nível. A satisfação do cliente é um dos principais indicadores de sucesso, pois clientes satisfeitos tendem a se tornar leais à marca, a recomendá-la para outros e a fazer novas compras, aumentando o ciclo de vendas da empresa. Ela também permite que as empresas ofereçam um atendimento ágil e eficaz, respondendo rapidamente às necessidades dos clientes e resolvendo problemas de maneira eficiente. Em um mercado onde a experiência do cliente é cada vez mais valorizada, empresas produtivas têm uma vantagem significativa, porque conseguem atender a demandas crescentes e expectativas mais altas no volume de entregas qualificadas. Nesse contexto, Pinto e Lee Ho mostram que

Alguns dos benefícios da implementação do Seis Sigma relatados na literatura podem ser resumidos nos seguintes itens: a diminuição dos custos empresariais; o aumento significativo da qualidade e da produtividade em produtos e serviços; o acréscimo no número de clientes e sua retenção; a eliminação das atividades que não agregam valor ao processo; e a benéfica mudança cultural promovida na organização (Pinto e Lee Ho, 2006, p.193).

RELAÇÃO ENTRE PERSUASÃO E PRODUTIVIDADE

A produtividade é um dos principais indicadores de sucesso em diversos contextos, seja em organizações, na vida acadêmica ou em empreendimentos pessoais. De maneira geral, a produtividade reflete a capacidade de alcançar resultados eficientes e eficazes com os recursos disponíveis. Por outro lado, a persuasão é uma habilidade essencial para influenciar comportamentos, crenças e decisões, sendo frequentemente considerada uma ferramenta central no alcance de objetivos colaborativos ou individuais. A interseção entre essas duas áreas — persuasão e produtividade — revela uma relação complexa e interdependente que, quando compreendida, pode potencializar resultados em ambientes variados.

PERSUASÃO COMO CATALISADORA DE COMPORTAMENTOS PRODUTIVOS

A produtividade frequentemente depende de ações coletivas, onde a cooperação e o alinhamento entre indivíduos são fundamentais. Nesse contexto, a persuasão desempenha um papel imprescindível ao influenciar os colaboradores a priorizarem certas atividades ou metas. Líderes, por exemplo, utilizam estratégias persuasivas para motivar suas equipes, comunicando a importância de prazos, metas e tarefas específicas, pois uma equipe motivada e convencida da relevância do seu trabalho apresenta maior engajamento, que resulta em maior produtividade.

Estudos sobre liderança transformacional (um estilo de liderança que busca inspirar, motivar e engajar os colaboradores para que contribuam para o sucesso da organização) evidenciam que líderes persuasivos conseguem estimular mudanças comportamentais significativas em suas equipes. Esses líderes não apenas comunicam o que deve ser feito, mas também influenciam a percepção dos indivíduos sobre o propósito do trabalho, criando um ambiente no qual a produtividade surge como consequência natural do alinhamento entre objetivos pessoais e organizacionais. Ademais, a persuasão não se limita a líderes formais; ela é igualmente relevante em contextos horizontais, como entre colegas de trabalho ou em equipes autogeridas. E a capacidade de convencer outros a adotarem estratégias mais eficientes ou de priorizarem tarefas críticas pode elevar a produtividade da equipe como um todo.

Estudos de Burns (1978) apresentam que a liderança transformacional é caracterizada por sua capacidade de inspirar os liderados ao apelar para ideais elevados e valores éticos. Esses líderes devem ser aptos a estabelecer e comunicar uma visão clara para a organização, conquistando a confiança e o reconhecimento de seus seguidores quanto à legitimidade de sua liderança.

PRODUTIVIDADE COMO LEGITIMADORA DA PERSUASÃO

Enquanto a persuasão impulsiona a produtividade, a relação inversa também merece destaque. A produtividade, ao gerar resultados concretos, reforça a credibilidade de quem utiliza estratégias persuasivas. Em outras palavras, indivíduos produtivos frequentemente são percebidos como mais confiáveis, competentes e dignos de atenção, o que os torna mais eficazes na arte de persuadir. Por exemplo, em um ambiente corporativo, colaboradores que consistentemente entregam resultados acima da média têm maior facilidade para influenciar seus pares e superiores. Isso ocorre porque sua reputação como indivíduos produtivos atua como um atestado de sua competência, validando suas ideias e recomendações. Assim, a produtividade se torna uma ferramenta que amplifica o impacto da persuasão, criando um ciclo virtuoso: quanto mais produtivo um indivíduo é, maior é sua capacidade de persuadir os outros, e essa persuasão pode levar a novos aumentos de produtividade. Oliveira, Possamai e Valentina (2015, p.387 grifo nosso) trazem como resultado dos seus estudos que “aqueles que se percebem como líderes têm claro para si que isso deriva de traços (características) bem definidos, do conhecimento e experiência adquiridos formalmente e na empresa, dos seus resultados e do seu cargo (posição).”

INTERDEPENDÊNCIA ENTRE PERSUASÃO E PRODUTIVIDADE EM PROCESSOS COLABORATIVOS

Em contextos colaborativos, a interação entre persuasão e produtividade se torna ainda mais evidente. Projetos de equipe frequentemente exigem a coordenação de esforços, o que demanda habilidades interpessoais e uma comunicação eficaz. A persuasão, nesse cenário, é a ponte que conecta visões individuais a objetivos coletivos, pois “um grupo de indivíduos entusiasmados e dinâmicos que foram reunidos em torno de um interesse em comum gera um tipo singular de sinergia que não seria possível de outra forma” (MORTENSEN, 2010, p.227-228). Por exemplo, em equipes multifuncionais, cada membro traz perspectivas e prioridades distintas. O sucesso do grupo depende, em grande parte, da habilidade de persuadir uns aos outros sobre a melhor abordagem ou direção a seguir. Nesses contextos, a produtividade não se manifesta apenas na execução das tarefas, mas também na eficiência com que as decisões são tomadas. Uma equipe que possui membros altamente persuasivos tende a atingir consensos mais rapidamente, reduzindo o tempo gasto em debates improdutivos e aumentando o foco na implementação de soluções. Quer dizer, a persuasão não só promove a produtividade individual, mas também otimiza o desempenho coletivo. Por outro lado, a produtividade da equipe como um todo reforça a validade das estratégias persuasivas adotadas por seus membros. Quando ideias ou propostas geram resultados positivos, os proponentes dessas ideias ganham maior legitimidade, tornando-se figuras principais no processo de tomada de decisão. Isso evidencia uma relação de retroalimentação: a persuasão direciona os esforços em direção a metas produtivas e o sucesso obtido valida e reforça as estratégias persuasivas utilizadas.

PAPEL DO CONTEXTO NA RELAÇÃO ENTRE PERSUASÃO E PRODUTIVIDADE

Além da interdependência entre persuasão e produtividade não ser amplamente reconhecida, ela também não ocorre de maneira uniforme em todos os contextos. Fatores como cultura organizacional, dinâmica de poder e as características individuais dos envolvidos influenciam significativamente essa relação. Mortensen (2010, p.15) adverte que “o primeiro passo para dominar a persuasão é compreender que o treinamento de persuasão do passado não se aplica mais ao ambiente atual, que muda a todo instante e faz uso de novas tecnologias.”  Por exemplo, em ambientes altamente hierarquizados a persuasão pode ser limitada pela autoridade formal, enquanto em organizações mais horizontais ela desempenha um papel mais ativo na coordenação de esforços. Da mesma forma, indivíduos com maior inteligência emocional tendem a ser mais eficazes tanto na persuasão quanto na adaptação a contextos que maximizam sua produtividade. E o impacto da persuasão na produtividade pode variar dependendo do tipo de tarefa envolvida, pois em atividades criativas a persuasão pode ser essencial para convencer outros a experimentarem novas abordagens ou ideias, e em tarefas rotineiras a persuasão pode se concentrar em reforçar hábitos ou práticas que sustentam altos níveis de eficiência. Dessa forma, Mortensen (2010, p.17) atesta que “a persuasão é a habilidade crítica e é aplicável em qualquer situação ou carreira. Se você cultivar sua capacidade natural de persuasão, terá sucesso em qualquer trabalho, ambiente ou negócio.”

PERSUASÃO COMO UMA FERRAMENTA PARA SUPERAR BARREIRAS À PRODUTIVIDADE

Barreiras à produtividade, como procrastinação, falta de motivação ou conflitos internos, frequentemente exigem intervenções que vão além de mudanças estruturais. A persuasão emerge como uma solução poderosa para superar esses desafios, especialmente quando aplicada de forma estratégica. Por exemplo, em um ambiente onde há resistência à mudança, um líder persuasivo pode destacar os benefícios da nova abordagem, utilizando técnicas que apela a emoções, dados concretos ou experiências passadas de sucesso. Beckhard e Harris (1987) afirmaram que três fatores devem estar presentes para que a mudança organizacional nas empresas ocorra: (1) insatisfação com a realidade atual, (2) visão do que é possível e (3) primeiros passos concretos para alcançar essa perspectiva. E se o resultado desses fatores for maior que a resistência, a mudança é possível. Logo, ao mudar a percepção dos envolvidos, a persuasão facilita a implementação de estratégias que promovem a produtividade. 

SINERGIA ENTRE PERSUASÃO E PRODUTIVIDADE

A análise da relação entre persuasão e produtividade revela uma dinâmica de interdependência altamente sinérgica. A persuasão, ao influenciar comportamentos e direcionar esforços, cria as condições para que a produtividade floresça em diferentes contextos. Por sua vez, a produtividade reforça a eficácia e a legitimidade da persuasão, formando um ciclo de retroalimentação que pode ser explorado para alcançar resultados superiores. Essa relação é mediada por uma série de fatores, como o contexto, a natureza das tarefas e as características individuais dos envolvidos, o que sugere que estratégias universais podem ser insuficientes para maximizar o potencial dessa interseção, pois “as modernas teorias de educação e administração mostram a tendência de atribuição de importância crescente aos fatores emocionais e à criatividade na aprendizagem e na produtividade, na liderança e na participação em grupo” (Moscovici, 1997, p.9). Ao compreender as nuances dessa relação, indivíduos e organizações podem adotar abordagens mais deliberadas, otimizando tanto sua capacidade de persuadir quanto sua eficiência produtiva. Em última instância, a integração dessas habilidades representa uma vantagem competitiva em um mundo onde tanto a colaboração quanto a excelência operacional são essenciais.

PERSUASÃO AUMENTA A PRODUTIVIDADE

A relação entre persuasão e produtividade tem sido objeto de interesse em diversas áreas do conhecimento, como psicologia organizacional, administração e comunicação. A persuasão, enquanto ferramenta de influência, é capaz de alinhar comportamentos individuais aos objetivos organizacionais, promovendo maior eficiência e engajamento entre os colaboradores, e pode aumentar a produtividade, com base em estratégias comunicacionais, motivacionais e de gestão de pessoas.

ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS CLAROS E COMPARTILHADOS

Uma das formas mais eficazes de aumentar a produtividade por meio da persuasão é o estabelecimento de objetivos e metas claros, que sejam compreendidos e aceitos por todos os membros de uma equipe. Quando os objetivos são apresentados de maneira que ressoem com os valores e aspirações individuais, os colaboradores se tornam mais propensos a agir em consonância com esses propósitos. Técnicas persuasivas, como a utilização de narrativas inspiradoras ou a apresentação de dados concretos que reforcem a importância das metas e objetivos, podem ser fulcrais neste processo. Por exemplo, ao conduzir uma equipe em direção ao cumprimento de uma meta de vendas, líderes persuasivos podem enfatizar o impacto positivo que os resultados terão não apenas para a organização, mas também para os próprios membros da equipe, seja por meio de reconhecimento ou recompensas. A conexão emocional criada por essa abordagem incentiva um maior esforço coletivo, elevando a produtividade, pois “uma visão comum impulsiona as pessoas a agirem juntas em prol das mesmas metas e objetivos” (Mortensen, 2010, p.157).

FOMENTO DO SENSO DE PERTENCIMENTO

A produtividade está intrinsecamente ligada ao engajamento dos colaboradores, o qual depende do senso de pertencimento ao grupo ou organização. Estudos de Huang (2011) revelam que a motivação está diretamente relacionada com o sentimento de pertença, produtividade e valorização, atribuídos interna e externamente. A persuasão pode ser utilizada para criar uma cultura de inclusão e valorização, onde cada indivíduo sinta que suas contribuições são indispensáveis. Uma técnica persuasiva eficaz nesse contexto é o uso de mensagens que reforcem a identidade coletiva, como “somos uma equipe” ou “juntos, fazemos a diferença.” Estudos mostram que a sensação de fazer parte de algo maior estimula os indivíduos a trabalharem com mais afinco, uma vez que suas ações ganham maior significado dentro do contexto organizacional. Somado a isso, Mattos e Schlindwein (2015, p.329) esclarecem que “o reconhecimento no trabalho é importante porque cria um tipo de pertencimento ao grupo, possibilita a construção da identidade coletiva e age como forma de enfrentamento das pressões e dinâmicas do ambiente laboral, conferindo ao indivíduo o poder de agir.”

MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA

A persuasão pode influenciar tanto a motivação intrínseca quanto a extrínseca dos indivíduos, elementos essenciais para o aumento da produtividade. A motivação intrínseca está relacionada à satisfação pessoal derivada da realização de uma tarefa, enquanto a motivação extrínseca diz respeito a incentivos externos, como recompensas financeiras ou reconhecimento público. Ao utilizar técnicas persuasivas, como a personalização das mensagens ou a identificação de aspirações individuais, líderes podem estimular a motivação intrínseca dos colaboradores, ajudando-os a encontrar significado nas atividades que desempenham. Por outro lado, o reforço de benefícios tangíveis, como bônus ou promoções, pode ser utilizado para aumentar a motivação extrínseca. Quando ambas as formas de motivação são ativadas, a produtividade tende a crescer de maneira significativa, já que colaboradores motivados apresentam melhores resultados, pois a motivação tem relação direta com o desempenho. (Cardon e Stevens, 2004).

COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E EMPÁTICA

A persuasão está profundamente ligada à qualidade da comunicação, pois “a verdade é que a principal ferramenta de persuasão é você e uma das principais formas de se apresentar é através da sua comunicação” (Mortensen, 2010, p.186). Uma comunicação assertiva, que transmite clareza e confiança, combinada com empatia, que demonstra compreensão e apoio, é uma poderosa ferramenta para aumentar a produtividade. Ao se comunicar de maneira persuasiva, líderes podem alinhar expectativas, resolver conflitos e incentivar a colaboração. Por exemplo, em situações de baixa produtividade, ao invés de impor demandas, um gestor persuasivo pode adotar uma abordagem que combine empatia, como “compreendo que os prazos são desafiadores,” e assertividade com “podemos trabalhar juntos para encontrar soluções.” Essa estratégia não apenas resolve problemas pontuais, mas também melhora o clima organizacional, contribuindo para a produtividade no longo prazo.

REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS

Mudanças organizacionais muitas vezes enfrentam resistência por parte dos colaboradores, o que pode impactar negativamente a produtividade. A persuasão é uma ferramenta essencial para superar essa barreira, ao apresentar as mudanças de maneira que sejam vistas como oportunidades, e não como ameaças. Uma abordagem persuasiva nesse contexto pode envolver a explicação clara dos benefícios da mudança, o envolvimento dos colaboradores no processo decisório e o uso de exemplos concretos que demonstrem resultados positivos em situações similares. Afful-Broni (2012) defende que o envolvimento dos funcionários na tomada de decisão aumenta o seu compromisso com a organização e os motiva a dar o seu melhor e a planejar a implementação de mudanças benéficas para ela. Quando os indivíduos são persuadidos a enxergar as mudanças sob uma ótica positiva, eles se tornam mais receptivos e engajados, contribuindo para a implementação eficaz e produtiva das novas diretrizes.

CONSTRUÇÃO DE CONFIANÇA

A confiança é um elemento importante na relação entre persuasão e produtividade, porque “a confiança que o auditório confere ao orador é o que alicerça toda a persuasão” (Figueiredo, 2020, p.133). Colaboradores que confiam em seus líderes e colegas tendem a ser mais receptivos às mensagens persuasivas e, consequentemente, mais dispostos a trabalhar de maneira ainda mais produtiva. A construção de confiança pode ser promovida por meio de ações persuasivas, como a transparência na comunicação, a consistência entre palavras e ações e o reconhecimento público de esforços e conquistas. Um ambiente de confiança reduz o estresse, melhora o fluxo de trabalho e incentiva a inovação, todos fatores que contribuem diretamente para o aumento da produtividade.

USO DE FEEDBACK CONSTRUTIVO

O feedback é uma ferramenta poderosa na gestão de pessoas e, quando combinado com estratégias persuasivas, pode impulsionar a produtividade. Feedbacks construtivos, que destacam áreas de melhoria ao mesmo tempo em que reforçam pontos positivos, são mais bem recebidos e têm maior probabilidade de levar a mudanças comportamentais. Para Missel (2016, p.24) “o feedback construtivo é o feedback dos campeões. Se quisermos ser os melhores no que fazemos, o feedback é uma necessidade diária.” Técnicas de persuasão, como a utilização de uma linguagem positiva e o estabelecimento de um plano de ação claro, tornam o feedback mais impactante. Por exemplo, ao invés de criticar diretamente um desempenho abaixo do esperado, um líder pode dizer: “Tenho certeza de que você tem o potencial para superar esse desafio. Vamos trabalhar juntos para melhorar os resultados.” Esse tipo de abordagem não apenas motiva o colaborador, mas também cria um ambiente de parceria e aprendizado contínuo que favorece a produtividade.

RECONHECIMENTO E CELEBRAÇÃO DE CONQUISTAS

O reconhecimento é uma das formas mais simples e eficazes de persuasão. Estudos indicam que colaboradores que se sentem valorizados têm níveis significativamente maiores de produtividade. Para Mattos e Schlindwein (2015, p.328), “o reconhecimento é o retorno de todo o investimento objetivo e subjetivo empregado no trabalho; é a retribuição, a contrapartida e está estreitamente associado à produção de sentido no trabalho.” A persuasão pode ser utilizada para reforçar a importância de celebrações e prêmios, não apenas como uma formalidade, mas como um elemento estratégico de motivação. Ao destacar o impacto das conquistas individuais e coletivas, líderes persuadem seus colaboradores a buscarem constantemente a excelência. O reconhecimento público de esforços cria uma cultura de mérito que encoraja a repetição de comportamentos produtivos, resultando em ganhos contínuos para a organização. 

RESULTADOS

A seguir, é apresentado o resumo das ações identificadas nesse estudo, em modo de plano de ação baseado na teoria 5W2H de Taiichi Ohno e Eiji Toyoda (1950), as quais (quem?) o líder deve praticar (quando?) no dia a dia com seus liderados, (onde?) no ambiente empresarial, (por quê?) a fim de aumentar a produtividade através da persuasão, (quanto custará?) conforme o plano orçamentário anual já aprovado pela empresa, a saber:

Quadro 1 – Ações para o líder aumentar a produtividade através da persuasão.

Fonte: Elaboração do autor(2020)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A produtividade empresarial é basilar para o sucesso e a sustentação de organizações em qualquer tipo de mercado, ainda mais os extremamente competitivos. Por definição, produtividade envolve a relação entre os resultados alcançados e os recursos utilizados, sendo influenciada por fatores como tecnologia, capacitação, liderança e ambiente organizacional. Paralelamente, a persuasão, definida como a capacidade de influenciar comportamentos e decisões, emerge como uma ferramenta poderosa para potencializar a eficiência e o engajamento. E este estudo explorou como a persuasão pode ser usada para aumentar a produtividade em diferentes contextos empresariais; além de abordar a relação interdependente entre persuasão e produtividade, e exemplos práticos para implementar técnicas persuasivas visando melhorar resultados organizacionais.

A produtividade empresarial não é apenas uma medida quantitativa, mas também qualitativa, englobando fatores como satisfação dos clientes, qualidade dos produtos e impacto social. De acordo com Macedo (2012), a produtividade vai além do processo de produção, abrangendo etapas como aquisição de bens intermediários e venda de produtos. Estratégias como automação, treinamento e uso de indicadores de desempenho são fundamentais para aumentar a eficiência, como ERP e CRM que otimizam processos e reduzem erros, enquanto KPIs ajudam gestores a identificar áreas de melhoria. Além de tudo, a produtividade é capital para a sustentação financeira, permitindo investimentos em inovação e pesquisa. E Contador (1994) afirma que empresas bem-sucedidas buscam constantemente melhorar sua produtividade, não apenas para reduzir custos, mas também para obter vantagens competitivas.

A persuasão desempenha um papel primordial na influência de comportamentos produtivos. Ela pode ser utilizada para motivar equipes, superar resistências e alinhar esforços em direção a objetivos organizacionais. Líderes persuasivos conseguem inspirar colaboradores a adotarem práticas mais eficientes, promovendo um ambiente de trabalho alinhado e produtivo. E uma das maneiras mais eficazes de usar a persuasão é o estabelecimento de metas e objetivos claros e compartilhados. Quando os objetivos são apresentados de forma inspiradora, os colaboradores tendem a se engajar mais. Por exemplo, narrativas que conectam a meta ao impacto positivo para a equipe e para os clientes podem gerar maior comprometimento. Outro ponto: a confiança é fundamental para a persuasão, pois líderes que demonstram consistência entre discurso e ações conquistam maior credibilidade, facilitando a adoção de estratégias produtivas. Um exemplo é a transparência ao apresentar planos e resultados, reforçando a segurança dos colaboradores em relação à direção da empresa.

Mudanças organizacionais são frequentemente acompanhadas de resistência, mas a persuasão pode minimizá-las ao apresentar os benefícios das transformações. A abordagem empática e a utilização de dados concretos são eficazes para mudar percepções e encorajar a adoção de novas práticas. Por sua vez, a comunicação também é um elemento-chave da persuasão. Ao combinar assertividade com empatia, líderes podem alinhar expectativas, resolver conflitos e motivar equipes. Por exemplo, ao abordar um desempenho abaixo do esperado, uma linguagem construtiva que destaque potenciais e proponha soluções tende a ser mais eficaz.

A produtividade também legitima a persuasão, já que indivíduos produtivos são percebidos como confiáveis, o que amplifica sua capacidade de influenciar. Essa dinâmica cria um ciclo virtuoso: a persuasão impulsiona a produtividade, que reforça a persuasão. Em contextos colaborativos, essa relação é ainda mais evidente. Equipes que combinam alta produtividade com habilidades persuasivas tendem a atingir consensos mais rapidamente, reduzindo o tempo gasto em debates e maximizando a eficiência na implementação de soluções.

A relação entre persuasão e produtividade representa uma oportunidade estratégica para empresas que buscam aumentar sua eficiência. Ao compreender e aplicar técnicas persuasivas, líderes podem influenciar positivamente o comportamento de suas equipes, promovendo um curso promissor de melhoria contínua. E investir em persuasão não é apenas uma questão de influência, mas uma abordagem fundamentada para alinhar objetivos, superar desafios e construir um ambiente de alto desempenho. Dessa forma, a integração dessas práticas pode posicionar a organização como uma líder em produtividade e inovação.

Contudo, na relação entre persuasão e produtividade, a primeira, quando utilizada de maneira estratégica, tem o potencial de transformar a dinâmica das organizações, aumentando a segunda por meio do engajamento, motivação e alinhamento de objetivos. Seja por meio de uma comunicação assertiva e empática, da redução de resistências ou do fortalecimento de laços de confiança, as técnicas persuasivas permitem que líderes influenciem positivamente o comportamento de suas equipes. Portanto, compreender e aplicar a persuasão como ferramenta de gestão não apenas melhora o desempenho individual e coletivo, mas também contribui para a criação de um ambiente organizacional mais colaborativo, inovador e eficaz, pois “a maneira de lidar com diferenças individuais cria um certo clima entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de comunicação, no relacionamento interpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade” (Moscovici, 1997, p.35 grifo nosso). Ao investir no desenvolvimento de habilidades persuasivas, as organizações podem alcançar níveis de produtividade que refletem tanto o bem-estar dos colaboradores quanto o sucesso empresarial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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v. 67
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Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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