Transformações na ictiofauna do lago paranoá – Brasília – Distrito Federal: impactos ecológicos das introduções de espécies não nativas.

TRANSFORMATIONS IN THE ICHTYOFAUNA OF LAKE PARANOÁ – BRASÍLIA – DISTRITO FEDERAL: ECOLOGICAL IMPACTS OF INTRODUCTIONS OF NON-NATIVE SPECIES

TRANSFORMACIONES EN LA ICTIOFAUNA DEL LAGO PARANOÁ – BRASÍLIA – DISTRITO FEDERAL: IMPACTOS ECOLÓGICOS DE LAS INTRODUCCIONES DE ESPECIES EXTRAÑAS

Autor

Paulo Antônio David Franco
ORIENTADOR
Prof. Dr. José Carlos Guimarães Junior

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/04DB5B

DOI

Franco, Paulo Antônio David . Transformações na ictiofauna do lago paranoá – Brasília – Distrito Federal: impactos ecológicos das introduções de espécies não nativas.. International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este estudo examina as transformações na ictiofauna do Lago Paranoá, Brasília-DF, destacando os impactos ecológicos da introdução de espécies não nativas. Espécies como Oreochromis niloticus (tilápia-do-nilo) e Cichla piquiti (tucunaré-azul) têm alterado significativamente a biodiversidade local, competindo com peixes nativos e perturbando as relações tróficas do ecossistema. Uma revisão sistemática explorou fatores históricos, sociais e ambientais relacionados às introduções, além de estratégias de manejo e conservação. Os resultados apontam para a necessidade urgente de políticas públicas alinhadas a diretrizes internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), visando mitigar os impactos e preservar a biodiversidade do lago, que desempenha papel essencial como recurso urbano e ambiental.
Palavras-chave
Ictiofauna. Espécies exóticas. Conservação. Lago Paranoá. Impactos ambientais.

Summary

This study examines the changes in the ichthyofauna of Lake Paranoá, Brasília-DF, highlighting the ecological impacts of the introduction of non-native species. Species such as Oreochromis niloticus (Nile tilapia) and Cichla piquiti (blue peacock bass) have significantly altered local biodiversity, competing with native fish and disrupting the trophic relationships of the ecosystem. A systematic review explored historical, social and environmental factors related to the introductions, as well as management and conservation strategies. The results point to the urgent need for public policies aligned with international guidelines, such as the Sustainable Development Goals (SDGs), aiming to mitigate the impacts and preserve the biodiversity of the lake, which plays an essential role as an urban and environmental resource.
Keywords
Ichthyofauna. Exotic species. Conservation. Lake Paranoá. Environmental impacts.

Resumen

Este estudio examina las transformaciones en la ictiofauna del lago Paranoá, Brasilia-DF, destacando los impactos ecológicos de la introducción de especies no nativas. Especies como Oreochromis niloticus (tilapia del Nilo) y Cichla piquiti (pavón azul) han alterado significativamente la biodiversidad local, compitiendo con peces nativos y alterando las relaciones tróficas del ecosistema. Una revisión sistemática exploró factores históricos, sociales y ambientales relacionados con las introducciones, así como estrategias de manejo y conservación. Los resultados apuntan a la urgente necesidad de políticas públicas alineadas con las directrices internacionales, como los Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS), destinadas a mitigar los impactos y preservar la biodiversidad del lago, que desempeña un papel esencial como recurso urbano y ambiental.
Palavras-clave
Ictiofauna. Especies exóticas. Conservación. Lago Paranoá. Impactos ambientales.

INTRODUÇÃO

O Lago Paranoá, localizado no Distrito Federal, é um dos principais reservatórios artificiais do Brasil, criado em 1959 como parte do projeto urbanístico de Brasília. Concebido para múltiplos usos, incluindo lazer, abastecimento de água e paisagismo, desempenha um papel fundamental na dinâmica ambiental e urbana da região. No entanto, ao longo das décadas, sofreu alterações significativas devido à introdução de espécies não nativas, que modificaram sua composição ictiofaunística. Este artigo analisa essas transformações, destacando os impactos ecológicos das espécies exóticas e os desafios para a conservação e manejo sustentável do ecossistema aquático.

A importância ambiental do Lago Paranoá está diretamente relacionada ao seu papel como habitat de diversas espécies aquáticas, incluindo peixes nativos característicos do bioma Cerrado. Além disso, o lago é um recurso essencial para a população de Brasília, fornecendo água, espaço para atividades recreativas e impulsionando o turismo. Entretanto, essas funções estão ameaçadas pelas mudanças ambientais e biológicas decorrentes da urbanização acelerada e da introdução de espécies exóticas, que comprometem o equilíbrio ecológico e a resiliência do ecossistema. Esse cenário reforça a necessidade de uma abordagem integrada para sua conservação.

A introdução de espécies não nativas no Lago Paranoá teve inicialmente motivações econômicas e recreativas, como o incentivo à pesca esportiva e à aquicultura. Contudo, essa prática gerou impactos ecológicos severos, incluindo competição por recursos, predação de espécies nativas e alterações nas cadeias tróficas. Entre os exemplos mais notáveis estão a tilápia (Oreochromis niloticus), introduzida para a piscicultura, e o tucunaré azul (Cichla piquiti), liberado para fomentar a pesca esportiva. Ambas as espécies tiveram efeitos negativos sobre a biodiversidade local e os serviços ecossistêmicos do lago.

O problema gerado por essas introduções vai além da competição direta, pois muitas dessas espécies possuem alta capacidade adaptativa e acabam se tornando dominantes em ecossistemas artificiais. Isso compromete não apenas as populações de peixes nativos, mas também serviços ecossistêmicos essenciais, como a regulação trófica e a manutenção da qualidade da água. Essas dinâmicas afetam a integridade ecológica do lago e evidenciam a necessidade de estudos que embasem estratégias de manejo sustentadas por evidências científicas.

Diante desse cenário, o estudo busca analisar os impactos ecológicos das espécies não nativas no Lago Paranoá, identificando as mais afetadas e propondo estratégias de manejo sustentável. Essas estratégias devem seguir diretrizes nacionais e internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS (IPEA, 2019), priorizando a conservação da biodiversidade e a recuperação de ecossistemas degradados. Além disso, a pesquisa se propõe a identificar lacunas no conhecimento sobre a ictiofauna do lago, fornecendo subsídios para a formulação de políticas públicas eficazes.

A relevância deste estudo está em sua capacidade de oferecer um panorama abrangente das mudanças na ictiofauna do Lago Paranoá, com uma análise crítica dos impactos das espécies exóticas. Além disso, pretende contribuir para o desenvolvimento de estratégias de manejo que integrem aspectos ecológicos, sociais e econômicos, promovendo ações práticas para a preservação da biodiversidade aquática. As informações apresentadas visam apoiar tanto a comunidade científica quanto gestores ambientais e formuladores de políticas públicas.

Este trabalho enfatiza a necessidade de ações coordenadas, envolvendo diferentes áreas do conhecimento e promovendo a conscientização pública sobre os impactos das espécies invasoras. A implementação de medidas de manejo sustentável requer a participação de múltiplos atores, desde pesquisadores até a sociedade civil, para mitigar os efeitos das invasões biológicas no Lago Paranoá. O uso de soluções baseadas em ciência é essencial para assegurar a integridade ecológica do lago, garantindo o equilíbrio e a funcionalidade do ecossistema, onde os processos naturais e as interações entre espécies operem de maneira sustentável.

Em suma, este estudo contribui para a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos aquáticos, assegurando a importância do Lago Paranoá como patrimônio natural e urbano para as futuras gerações. Ao integrar ciência, políticas públicas e conscientização social, reforça-se a necessidade de um manejo ambiental eficiente, capaz de equilibrar o uso humano e a proteção dos ecossistemas aquáticos.

METODOLOGIA

Na elaboração deste estudo sobre as transformações na ictiofauna do Lago Paranoá, foi utilizada a metodologia PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), amplamente reconhecida por estruturar revisões sistemáticas e metanálises de forma rigorosa e transparente. Baseando-se nas diretrizes propostas por Templier & Paré (2015) e Grant & Booth (2009), a metodologia PRISMA prioriza a identificação, seleção, avaliação e síntese de dados relevantes por meio de critérios bem definidos e replicáveis. Inicialmente, foi realizada uma busca criteriosa em bases de dados, utilizando descritores específicos relacionados à ictiofauna e à introdução de espécies não nativas, considerando aspectos ecológicos e biogeográficos. As etapas subsequentes incluíram a triagem dos estudos identificados, a exclusão de duplicatas e a análise crítica dos registros selecionados, garantindo a inclusão de informações pertinentes para o contexto local. Tal abordagem é fundamental para compreender os impactos das espécies alóctones no ecossistema aquático, permitindo a integração de dados obtidos em campo, incluindo registros fotográficos e relatos de pescadores, conforme destacado por Papaioannou et al. (2010) e Cooper (2015). Este procedimento assegurou a robustez das análises, contribuindo para o delineamento de estratégias de manejo e conservação do Lago Paranoá.

Na sequência da aplicação da metodologia PRISMA (Grant & Booth, 2009; Papaioannou et al., 2010), os critérios de inclusão das fontes priorizaram publicações de relevância científica e técnica, com destaque para estudos que apresentassem análises empíricas ou revisões robustas sobre a temática. Foram selecionados artigos publicados nas últimas duas décadas, com ênfase em pesquisas que analisam espécies não nativas e suas interações ecológicas no Brasil e em reservatórios artificiais semelhantes. Trabalhos que não abordavam diretamente aspectos da ictiofauna ou apresentavam dados desatualizados e inconsistentes com o contexto atual do Lago Paranoá foram excluídos. Segundo Templier & Paré (2015), essa abordagem criteriosa é essencial para garantir a validade e a aplicabilidade dos resultados obtidos.

A análise dos impactos das espécies exóticas foi conduzida a partir de comparações com estudos de ecossistemas lacustres semelhantes, destacando mudanças na estrutura ecológica dos reservatórios artificiais (Cooper, 2015). Dados históricos sobre introduções no Lago Paranoá foram incorporados, buscando padrões e motivações relacionados, como pesca esportiva, aquicultura e ornamentação. Espécies representativas, como a tilápia (Oreochromis niloticus) e o tucunaré azul (Cichla piquiti), foram analisadas em detalhe, com foco nos impactos sobre populações nativas e serviços ecossistêmicos. Essa contextualização histórica reforça os apontamentos de Grant & Booth (2009) sobre a importância de uma análise detalhada para compreender dinâmicas ecológicas e os desafios de manejo associados.

A metodologia incluiu também estudos comparativos com outros reservatórios artificiais brasileiros, buscando identificar semelhanças e particularidades do Lago Paranoá (Papaioannou et al., 2010). Essas análises contribuíram para validar os resultados e compreender as mudanças na ictiofauna do lago em um contexto mais amplo. Informações relevantes foram organizadas em tabelas e gráficos, conforme sugerido por Cooper (2015), facilitando a identificação de padrões consistentes entre os estudos. A triangulação de fontes garantiu a consistência e confiabilidade dos dados, cruzando informações obtidas em diferentes estudos com a realidade local do Lago Paranoá, assegurando a qualidade da revisão e a robustez das análises realizadas.

Por fim, essa abordagem metodológica estruturada visou fornecer um diagnóstico abrangente sobre o estado atual da ictiofauna do Lago Paranoá, destacando os efeitos das espécies exóticas e os desafios para a conservação da biodiversidade aquática. Conforme Templier & Paré (2015), a integração de dados históricos e estudos contemporâneos é essencial para a formulação de recomendações de manejo sustentável. A identificação de lacunas de conhecimento foi fundamental para orientar futuras pesquisas na área de gestão de espécies invasoras e preservação dos ecossistemas aquáticos, contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas e estratégias de manejo ambiental mais eficazes no contexto urbano.

DESENVOLVIMENTO

HISTÓRICO DE INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES NO LAGO PARANOÁ.

A introdução de espécies exóticas no Lago Paranoá começou na década de 1960 (Anjos, 2004), motivada por interesses econômicos e recreativos, especialmente para impulsionar a pesca esportiva e a aquicultura. Essas iniciativas buscavam atender à crescente demanda da população por atividades de lazer e fontes alternativas de proteína.

A primeira grande introdução foi a tilápia (Oreochromis niloticus), espécie africana amplamente utilizada na piscicultura devido ao seu rápido crescimento e alta adaptabilidade. Apesar da intenção de aumentar a oferta de pescado, sua presença gerou impactos ecológicos significativos, como a competição direta com espécies nativas por recursos alimentares e habitats (Anjos, 2004).

Além da tilápia, o tucunaré azul (Cichla piquiti), originário da Amazônia, foi introduzido para fomentar a pesca esportiva, tornando-se rapidamente dominante no lago. Sua introdução refletiu um padrão recorrente em reservatórios artificiais brasileiros, onde espécies exóticas foram inseridas sem a devida avaliação dos impactos ecológicos. O tucunaré, predador eficiente, reduziu drasticamente as populações nativas e alterou as cadeias tróficas (Walter, 2000).

Na década de 1970, espécies ornamentais como o guppy (Poecilia reticulata) e a espadinha (Xiphophorus hellerii) também foram introduzidas, muitas vezes de forma não regulamentada, visando embelezar o lago e diversificar sua fauna. Contudo, essas espécies se adaptaram rapidamente, competindo com peixes nativos e impactando áreas rasas e ribeirinhas. Esse tipo de introdução ilustra as chamadas “invasões biológicas” não planejadas, que ocorrem sem uma análise detalhada das consequências ecológicas (Vitule, 2009).

Nos anos 1980, novas introduções foram feitas para o controle de plantas aquáticas e o aumento da produtividade pesqueira. Um exemplo foi o tambaqui (Colossoma macropomum), da Bacia Amazônica, introduzido para diversificar a ictiofauna local e melhorar a pesca. Apesar de não ter se tornado tão dominante quanto a tilápia e o tucunaré, essa espécie alterou a dinâmica trófica do lago ao competir com nativos por alimentos e modificar o regime de nutrientes e sedimentos (Bastos, 1980).

Posteriormente, outras espécies, como a carpa chinesa (Hypophthalmichthys molitrix) e o bagre africano (Clarias gariepinus), foram inseridas com a intenção de mitigar a poluição orgânica e controlar o crescimento de algas. No entanto, essas tentativas de manejo ecológico muitas vezes agravaram os desequilíbrios ambientais. A carpa chinesa, por exemplo, ao filtrar grandes volumes de água, contribuiu para a turbidez e o aumento excessivo de algas. Já o bagre africano, além de competir com espécies nativas, alterou a fauna bentônica e predou organismos locais (Walter & Petrere Jr., 2007).

As introduções, inicialmente vistas como estratégias para impulsionar a economia e o lazer, tiveram impactos profundos na biodiversidade. A redução da diversidade de espécies nativas e a dominância de exóticas, como a tilápia e o tucunaré, resultaram em desequilíbrios ecológicos, alterando relações tróficas e comprometendo a resiliência do lago. Esse cenário torna o ecossistema mais vulnerável à poluição e às mudanças climáticas (Vitule, 2009).

O histórico de introduções no Lago Paranoá é marcado por decisões baseadas em interesses econômicos e recreativos, sem a devida consideração dos impactos ambientais de longo prazo (Agostinho et al., 2007; Franco et al., 2022; Agostinho et al., 2021). Embora essas espécies tenham inicialmente beneficiado a pesca e o turismo, os danos ecológicos resultaram na necessidade de estratégias de manejo mais eficazes.

A ausência de planejamento integrado e uma abordagem ecológica sistêmica deixaram o lago vulnerável a desequilíbrios que persistem até hoje, exigindo ações de conservação e controle.

IMPACTOS DAS ESPÉCIES EXÓTICAS

A ictiofauna nativa do Lago Paranoá é composta por diversas espécies adaptadas ao ambiente lacustre após a construção da represa em 1959. Entre elas, destacam-se Steindachnerina sp. (Sanguirú), Astyanax scabripinis paranae (lambari), Geophagus brasiliensis (acará-amarelo), Rhamdia quelen (bagre), Hoplias malabaricus (traíra) e Hypostomus sp. (cascudo). Essas espécies eram características da bacia do Rio Paranoá, especialmente em áreas de águas calmas e vegetação densa.

Com a introdução de espécies exóticas e as mudanças ambientais, a biodiversidade original do lago sofreu uma redução expressiva. Antes das modificações, o reservatório abrigava 42 espécies nativas, número reduzido para apenas 11 (21%) devido às novas condições impostas pela construção da barragem (Anjos, 2004; Ribeiro et al., 2001).

A introdução de organismos como a tilápia e o tucunaré azul modificou significativamente as interações ecológicas no lago, intensificando a competição por recursos e alterando as redes alimentares. A tilápia, por exemplo, disputa alimentos e habitats com espécies nativas, contribuindo para a redução da abundância e diversidade da ictiofauna local. Essa homogeneização da fauna tornou o ecossistema menos resiliente a futuras mudanças ambientais (Vitule, 2009; Walter, 2000).

Além disso, a estrutura trófica foi profundamente alterada. O tucunaré, por ser um predador altamente eficiente, impactou espécies menores e outros organismos aquáticos, comprometendo fluxos de nutrientes e reduzindo a diversidade funcional do lago (Bastos, 1980).

A influência das espécies exóticas não se limita aos peixes. A tilápia, ao consumir fitoplâncton e matéria orgânica, reduz a biomassa de microrganismos essenciais para a reciclagem de nutrientes. Essas alterações afetam a qualidade da água e comprometem a disponibilidade de alimentos para outras espécies, enfraquecendo ainda mais o equilíbrio ecológico.

Outro impacto relevante é a modificação dos hábitos das espécies nativas. O aumento da população de tilápias afetou diretamente peixes como os lambaris e cascudos, forçando-os a competir por recursos e espaços de reprodução. Como resultado, as taxas de sobrevivência das espécies nativas diminuíram, e o lago tornou-se um ambiente ecologicamente mais homogêneo (Walter & Petrere Jr., 2007).

Essas mudanças trouxeram implicações diretas para os serviços ecossistêmicos do Lago Paranoá. A redução das espécies nativas afetou a pesca artesanal e recreativa, que dependem da diversidade de peixes. Além disso, a alteração na qualidade da água e no habitat comprometeu funções essenciais do lago, como a purificação da água e a retenção de nutrientes, exacerbando problemas como eutrofização e sedimentação. A perda de biodiversidade não afeta apenas o ecossistema, mas também a qualidade de vida da população que utiliza o lago para consumo e lazer (Anjos, 2004).

FATORES ANTRÓPICOS E CONTRIBUIÇÕES PARA PROLIFERAÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS.

A urbanização acelerada ao redor do Lago Paranoá tem favorecido a propagação de espécies exóticas. Segundo Bastos (1980), “o crescimento urbano de Brasília e a ocupação das áreas ribeirinhas resultaram no aumento do esgoto doméstico e industrial lançado no lago”. Esse cenário criou condições propícias para o desenvolvimento de espécies como a tilápia (Oreochromis niloticus) e o tucunaré (Cichla piquiti), ambas altamente adaptáveis a ambientes eutrofizados. Walter (2000) complementa que “a alteração no regime hidrológico do lago, somada ao aumento da poluição, favorece a invasão de espécies exóticas capazes de prosperar em ambientes com alta carga de nutrientes”.

A tilápia, em especial, se beneficia dessas condições, como destacado por Bastos (1980), que enfatizou o papel da eutrofização na manutenção de populações de espécies exóticas. Além disso, a falta de infraestrutura de saneamento nas margens do lago comprometeu a qualidade da água, intensificando os impactos ambientais da urbanização desordenada (Walter, 2000). Essa relação entre urbanização, poluição e proliferação de espécies invasoras demonstra como atividades humanas alteram ecossistemas aquáticos, ameaçando a biodiversidade local.

A poluição difusa proveniente das áreas urbanas tem sido um dos principais fatores responsáveis pelo avanço das espécies exóticas no Lago Paranoá. O lançamento de efluentes domésticos e industriais, a erosão do solo e o desmatamento das margens modificaram a composição química da água, tornando-a mais favorável às espécies invasoras. Essas mudanças prejudicam as nativas, tornando-as mais vulneráveis à competição. Além disso, o aumento da turbidez da água reduz sua qualidade, beneficiando ainda mais as espécies adaptadas a essas condições (Vitule, 2009; Anjos, 2004).

A expansão das atividades agrícolas na região também contribuiu para a introdução e propagação de espécies exóticas. O uso de fertilizantes e pesticidas nas áreas rurais vizinhas elevou a carga de nutrientes no lago, intensificando os processos de eutrofização e criando um ambiente ideal para espécies como carpas e tilápias. Além disso, o transporte de água entre diferentes corpos d’água facilitou a disseminação de organismos exóticos, ampliando suas chances de adaptação e estabelecimento no lago (Walter & Petrere Jr., 2007).

Outro fator determinante para a proliferação de espécies invasoras foi o manejo inadequado dos recursos hídricos. A ausência de políticas públicas eficazes e a falta de monitoramento permitiram a expansão descontrolada dessas espécies. Além disso, a carência de fiscalização e planejamento integrado agravou o problema, pois muitas introduções ocorreram de forma não regulamentada, tanto por iniciativas oficiais quanto por ações informais, como a pesca recreativa. A ausência de medidas preventivas e corretivas tornou a reversão desse quadro ainda mais difícil (Bastos, 1980; Vitule, 2009).

A falta de investimentos em infraestrutura e tecnologias para controle da qualidade da água e da biodiversidade também contribuiu para o agravamento do problema. Durante décadas, as estratégias de manejo priorizaram o aumento da produtividade pesqueira e o fornecimento de recursos para a população urbana, sem considerar os impactos ecológicos das introduções de espécies exóticas. A falta de coordenação entre os órgãos responsáveis pela gestão ambiental dificultou ainda mais a implementação de medidas eficazes para conter a proliferação dessas espécies (Anjos, 2004; Walter & Petrere Jr., 2007).

A interação entre urbanização, poluição e manejo inadequado dos recursos hídricos criou um ciclo vicioso no Lago Paranoá. As pressões ambientais resultantes dessas práticas favorecem a invasão de espécies exóticas, que, por sua vez, intensificam a perda de biodiversidade e o empobrecimento dos ecossistemas aquáticos. A ausência de políticas públicas eficientes e de um sistema de monitoramento adequado tem dificultado a implementação de estratégias de controle, tornando urgente a adoção de ações integradas para mitigar os impactos das invasões biológicas e recuperar a biodiversidade do lago (Vitule, 2009; Agostinho, Thomaz, Gomes, 2007).

Além de comprometer a biodiversidade aquática, a urbanização crescente e a poluição resultante das atividades humanas reduziram a capacidade do Lago Paranoá de fornecer serviços ecossistêmicos essenciais, como abastecimento de água e recreação. As alterações na qualidade da água e na estrutura ecológica do lago ameaçam sua sustentabilidade a longo prazo. Dessa forma, é fundamental a implementação de ações coordenadas entre governo, comunidade científica e sociedade civil para promover a conservação e recuperação desse ecossistema (Walter & Petrere Jr., 2007).

CONCLUSÕES

As transformações na ictiofauna do Lago Paranoá, impulsionadas pelas introduções de espécies não nativas, resultaram em impactos significativos na biodiversidade local e no equilíbrio ecológico do ecossistema aquático. Espécies como Oreochromis niloticus e o Cichla piquiti modificaram profundamente as relações tróficas e reduziram a abundância de espécies nativas, prejudicando serviços ecossistêmicos essenciais, como a purificação da água e a regulação dos ciclos de nutrientes. Esse cenário evidencia a necessidade de medidas de manejo para conter a proliferação de espécies invasoras e restaurar o equilíbrio trófico, promovendo a resiliência ecológica do lago.

Uma das medidas prioritárias é a remoção controlada de espécies invasoras por meio de práticas sustentáveis e programas específicos de manejo. A reintrodução de espécies nativas e a recuperação de habitats degradados também são essenciais para restabelecer o equilíbrio trófico. A instalação de barreiras físicas pode limitar a propagação de espécies invasoras em áreas críticas, enquanto programas de controle biológico podem ser implementados para regular as populações exóticas de forma mais eficiente.

Entre as barreiras físicas, destacam-se as grades submersas, que bloqueiam a passagem de peixes invasores sem interferir no fluxo de água, e as barreiras de rede ou malhas, eficazes em proteger zonas de reprodução de espécies nativas. Alternativas inovadoras, como barreiras de bolhas de ar, também têm se mostrado promissoras ao dissuadir espécies invasoras sem comprometer a circulação de nutrientes no ecossistema. Essas ações devem ser complementadas por um monitoramento contínuo da ictiofauna, utilizando ferramentas modernas de coleta de dados, como sensores e câmeras de identificação, que permitem avaliar a eficácia das intervenções e prever novos desafios (Agostinho, Thomaz, Gomes, 2007; Walter & Petrere Jr., 2007).

O equilíbrio trófico, ou a manutenção da harmonia nas relações alimentares entre produtores, consumidores e decompositores em um ecossistema, é um fator crucial para a funcionalidade da biodiversidade aquática, pois garante a estabilidade das cadeias alimentares e a manutenção dos serviços ecossistêmicos. No Lago Paranoá, a recuperação das espécies nativas é necessária para restaurar esse equilíbrio, uma vez que muitas delas desempenham papéis ecológicos exclusivos na regulação das interações tróficas. Como destacado por Agostinho, Thomaz & Gomes (2007), a conservação das espécies nativas é essencial para o equilíbrio trófico em reservatórios, pois elas desempenham funções ecológicas que sustentam a estabilidade do ecossistema. A ausência de controle sobre as populações exóticas, por outro lado, levou a um empobrecimento da biodiversidade e à redução da resiliência ecológica do lago frente às pressões ambientais, como a poluição e as mudanças climáticas.

Uma implementação eficaz das estratégias de manejo no Lago Paranoá exige a aplicação de métodos integrados que combinem ciência, fiscalização e engajamento comunitário. A criação de programas permanentes de monitoramento ambiental, aliados ao uso de tecnologias avançadas, como sensores aquáticos e análises genéticas, pode aprimorar a detecção de espécies invasoras e permitir intervenções rápidas e precisas. Além disso, a adoção de práticas de manejo adaptativo, que considerem as mudanças nas condições ambientais e a dinâmica das populações ictiofaunísticas, é fundamental para garantir a eficácia das ações a longo prazo.

Nesse sentido, é indispensável que as estratégias de manejo incluam a valorização da pesca amadora como uma ferramenta de controle biológico das espécies invasoras. A regulamentação dessas atividades, com foco na captura seletiva de espécies exóticas, não apenas auxilia na redução de suas populações, mas também promove a conscientização dos pescadores sobre a importância da conservação. Iniciativas como torneios de pesca direcionados, acompanhados de ações educativas, podem reforçar o papel da pesca esportiva e subaquática no equilíbrio trófico do lago, transformando essas práticas em aliadas do manejo sustentável.

A sinergia entre ciência, políticas públicas e sociedade civil é o elemento central para alcançar resultados duradouros no Lago Paranoá. A articulação entre instituições de pesquisa, órgãos governamentais e organizações comunitárias deve priorizar o compartilhamento de informações e a formulação de políticas baseadas em evidências científicas. Além disso, programas de educação ambiental voltados para o público geral e para grupos específicos, como pescadores e moradores ribeirinhos, são cruciais para sensibilizar a população sobre os impactos das espécies exóticas e a necessidade de preservar as nativas.

Com essas abordagens, o Lago Paranoá tem o potencial de se tornar um modelo de manejo sustentável de ecossistemas aquáticos artificiais no Brasil. A integração de práticas de controle de espécies invasoras, recuperação de habitats e valorização das espécies nativas não só beneficia a biodiversidade local, mas também promove um uso mais equilibrado dos recursos naturais pelo ser humano. Ao investir em pesquisa, tecnologia e engajamento social, é possível garantir a saúde ecológica do lago e sua relevância como patrimônio ambiental, cultural e econômico para as gerações futuras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As transformações na ictiofauna do Lago Paranoá demonstram os profundos impactos das introduções de espécies exóticas nos ecossistemas aquáticos artificiais. Espécies como a tilápia (Oreochromis niloticus) e o tucunaré azul (Cichla piquiti) alteraram significativamente a biodiversidade local, reduzindo a abundância de peixes nativos e modificando as relações tróficas. Bastos (1980) ressalta que essas alterações foram agravadas pela falta de planejamento ambiental adequado, evidenciando a necessidade de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade em ambientes urbanos.

Os impactos das espécies exóticas vão além das perdas ecológicas, afetando diretamente serviços ecossistêmicos essenciais, como a purificação da água e o equilíbrio trófico. Segundo Walter (2000), a eutrofização do lago, associada à presença de espécies invasoras, reduziu a resiliência do ecossistema frente às mudanças ambientais. Assim, a integração de estratégias que considerem aspectos ecológicos, sociais e econômicos é fundamental para restaurar as funções do lago e promover sua sustentabilidade a longo prazo.

A urbanização acelerada e a poluição foram fatores-chave para a propagação das espécies exóticas no Lago Paranoá. Walter e Petrere Jr. (2007) apontam que a falta de infraestrutura de saneamento adequado contribuiu para a criação de condições favoráveis às invasões biológicas. Esse contexto evidencia a necessidade de ações conjuntas entre governo, sociedade e instituições de pesquisa para mitigar os impactos antrópicos e prevenir novas introduções. O monitoramento contínuo e a implementação de estratégias eficazes de controle podem reduzir os desequilíbrios ecológicos e fortalecer a resiliência do ecossistema.

Entre as estratégias de manejo propostas, destacam-se a remoção seletiva de espécies invasoras, a recuperação de habitats degradados e a reintrodução de espécies nativas. A adoção de barreiras físicas e programas de controle biológico, como destacado por Agostinho, Thomaz e Gomes (2007), pode auxiliar na regulação das populações exóticas de forma sustentável. Além disso, iniciativas educacionais, como torneios de pesca seletiva e campanhas de conscientização, podem engajar a sociedade na conservação do lago, tornando as ações de manejo mais eficazes e duradouras.

Por fim, reafirma-se a importância do Lago Paranoá como patrimônio ambiental, urbano e cultural. A integração entre ciência, políticas públicas e participação social é essencial para garantir a saúde ecológica do lago e seu uso sustentável pelas futuras gerações. Como apontado por Vitule (2009), a gestão de ecossistemas aquáticos deve se basear em evidências científicas, promovendo ações coordenadas e adaptativas. Ao destacar lacunas no conhecimento e propor medidas concretas de manejo, este estudo contribui para o avanço da conservação da biodiversidade em ambientes urbanos e oferece subsídios para futuras pesquisas e formulação de políticas públicas.

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