Desafios e perspectivas na capacitação e bem-estar dos motoristas de ambulância

CHALLENGES AND PERSPECTIVES IN THE TRAINING AND WELL-BEING OF AMBULANCE DRIVERS

RETOS Y PERSPECTIVAS EN LA FORMACIÓN Y EL BIENESTAR DE LOS CONDUCTORES DE AMBULANCIAS

Autor

Nelson Pereira dos Santos

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/08BD23

DOI

Santos, Nelson Pereira dos . Desafios e perspectivas na capacitação e bem-estar dos motoristas de ambulância. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Os motoristas de ambulância desempenham uma imperiosa via nos serviços de emergência, garantindo o transporte seguro e ágil de pacientes em situação crítica. A necessidade de qualificação profissional, aliada às exigências emocionais e físicas da função, torna imprescindível o debate sobre as condições de trabalho e o impacto na eficiência do atendimento pré-hospitalar. A sobrecarga laboral e a exposição constante a eventos traumáticos resultam em fadiga e estresse, comprometendo a capacidade de resposta rápida e segura. O objetivo deste estudo é analisar os desafios enfrentados por esses profissionais, destacando a relevância da capacitação contínua, da infraestrutura viária adequada e das políticas de suporte psicológico. Como objetivos específicos, busca-se compreender as condições laborais desses trabalhadores, avaliar a eficácia das formações oferecidas e identificar medidas que possam otimizar sua atuação. A valorização desse profissional, por meio de melhores condições de trabalho e estratégias de mitigação do estresse ocupacional, torna-se essencial para aprimorar a qualidade do atendimento e reduzir riscos operacionais. A implementação de políticas públicas e educacionais voltadas à melhoria da mobilidade urbana e da formação dos condutores contribuiria significativamente para a eficiência dos serviços de emergência. Dessa forma, investir na capacitação e no bem-estar desses trabalhadores é garantir um atendimento mais seguro e eficaz para a população, impactando positivamente os desfechos clínicos dos pacientes transportados.
Palavras-chave
motorista de ambulância; atendimento pré-hospitalar; capacitação profissional; estresse ocupacional; políticas públicas.

Summary

Ambulance drivers play a crucial role in emergency services, ensuring the safe and swift transportation of patients in critical condition. The need for professional qualification, combined with the emotional and physical demands of the role, makes it essential to discuss working conditions and their impact on the efficiency of pre- hospital care. Work overload and constant exposure to traumatic events result in fatigue and stress, compromising the ability to respond quickly and safely. The aim of this study is to analyze the challenges faced by these professionals, highlighting the importance of continuous training, adequate road infrastructure, and psychological support policies. Specific objectives include understanding the working conditions of these workers, assessing the effectiveness of the training provided, and identifying measures that could optimize their performance. Valuing these professionals through better working conditions and strategies to mitigate occupational stress is essential for improving the quality of care and reducing operational risks. The implementation of public and educational policies focused on improving urban mobility and driver training would significantly contribute to the efficiency of emergency services. Thus, investing in the training and well-being of these workers ensures safer and more effective care for the population, positively impacting the clinical outcomes of transported patients.
Keywords
ambulance driver; pre-hospital care; professional training; occupational stress; public policies.

Resumen

Los conductores de ambulancia desempeñan un papel crucial en los servicios de emergencia, garantizando el transporte seguro y ágil de pacientes en situación crítica. La necesidad de cualificación profesional, aliada a las exigencias emocionales y físicas del cargo, hace imprescindible el debate sobre las condiciones laborales y su impacto en la eficiencia de la atención prehospitalaria. La sobrecarga de trabajo y la exposición constante a eventos traumáticos resultan en fatiga y estrés, comprometiendo la capacidad de respuesta rápida y segura. El objetivo de este estudio es analizar los desafíos enfrentados por estos profesionales, destacando la relevancia de la capacitación continua, de una infraestructura vial adecuada y de políticas de apoyo psicológico. Como objetivos específicos, se busca comprender las condiciones laborales de estos trabajadores, evaluar la eficacia de las formaciones ofrecidas e identificar medidas que puedan optimizar su actuación. La valorización de este profesional, mediante mejores condiciones de trabajo y estrategias para mitigar el estrés ocupacional, se vuelve esencial para mejorar la calidad del servicio y reducir riesgos operativos. La implementación de políticas públicas y educativas orientadas a mejorar la movilidad urbana y la formación de los conductores contribuiría significativamente a la eficiencia de los servicios de emergencia. De esta forma, invertir en la capacitación y el bienestar de estos trabajadores es garantizar una atención más segura y eficaz para la población, impactando positivamente los desenlaces clínicos de los pacientes transportados.
Palavras-clave
conductor de ambulância; atención prehospitalaria; cualificación professional; estrés ocupacional; políticas públicas.

INTRODUÇÃO

Os motoristas de ambulância desempenham um caminho essencial no sistema de emergências médicas, sendo responsáveis pelo transporte ágil e seguro de pacientes em condições críticas para unidades hospitalares. A importância desse profissional transcende a simples condução do veículo, pois envolve conhecimento técnico sobre primeiros socorros, capacidade de enfrentar situações de alto estresse e domínio das normas de trânsito para atendimento emergencial. No Brasil, a valorização desses trabalhadores ainda enfrenta desafios, especialmente em relação às condições de trabalho, à formação especializada e à sobrecarga profissional. Assim, este estudo pretende aprofundar a análise sobre o dever dos motoristas de ambulância, sua formação, os riscos envolvidos na profissão e a necessidade de políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de trabalho desses profissionais.

A justificativa para a realização deste estudo fundamenta-se na relevância social e na necessidade de visibilizar as dificuldades enfrentadas por esses trabalhadores. A literatura aponta que esses profissionais atuam em um ambiente de constante pressão, muitas vezes lidando com jornadas extenuantes, falta de infraestrutura adequada e riscos físicos e psicológicos significativos. Estudos como os de Ambrósio e Geib (2008) e Maciel et al. (2021) destacam que a ausência de uma regulamentação clara quanto às exigências de formação e capacitação específica compromete a qualidade do atendimento prestado e coloca em risco tanto os pacientes quanto os próprios condutores. Dessa forma, compreender a realidade desses profissionais é essencial para propor melhorias que impactem positivamente a eficiência do serviço de emergência médica.

A metodologia adotada para este estudo será de caráter bibliográfico, com base na análise de publicações científicas que abordam a temática. Autores como Giglio- Jacquemot (2005) e Guimarães, Silva e dos Santos (2015) fornecem subsídios para compreender os aspectos históricos e técnicos que envolvem a profissão, além de discutir as dificuldades estruturais e organizacionais enfrentadas pelos motoristas de ambulância. A pesquisa também buscará explorar os desafios enfrentados por esses trabalhadores no contexto brasileiro, utilizando os dados disponíveis para traçar um panorama detalhado da profissão.

A problemática deste estudo concentra-se em compreender como as condições de trabalho, a formação e os riscos inerentes à profissão impactam o desempenho e o bem-estar dos motoristas de ambulância. Questões como a ausência de um plano de carreira estruturado, a exposição constante ao estresse e a precarização das relações de trabalho são centrais para a discussão proposta. A falta de reconhecimento formal das competências desses profissionais também levanta questionamentos sobre a necessidade de um maior investimento na qualificação e regulamentação da categoria, garantindo melhores condições de trabalho e, consequentemente, um atendimento mais eficiente à população.

O objetivo geral deste estudo é analisar o protagonismo e as condições de trabalho dos motoristas de ambulância no Brasil, identificando os principais desafios enfrentados e propondo estratégias para sua valorização. Dentre os objetivos específicos, busca-se compreender a formação e capacitação exigidas para o exercício da profissão, examinar os riscos físicos e emocionais aos quais esses trabalhadores estão expostos e discutir a necessidade de políticas públicas que assegurem melhores condições laborais e maior reconhecimento da categoria.

As considerações finais deste estudo apontam para a necessidade urgente de uma reestruturação na forma como os motoristas de ambulância são reconhecidos e valorizados dentro do sistema de emergências médicas. A literatura analisada evidencia que esses profissionais enfrentam desafios consideráveis, desde a sobrecarga de trabalho até a falta de regulamentação específica que contemple suas atribuições e necessidades. O aprimoramento da formação, o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a categoria e a implementação de melhores condições de trabalho são medidas fundamentais para garantir não apenas a segurança e o bem estar dos motoristas de ambulância, mas também a qualidade do atendimento emergencial prestado à população. Assim, reforça-se a importância de um olhar mais atento para esses trabalhadores, reconhecendo sua contribuição essencial para a manutenção do sistema de saúde e promovendo melhorias estruturais que assegurem um serviço mais eficiente e humanizado.

REFERENCIAL TEÓRICO

A profissão de motorista de ambulância insere-se em um contexto de grande complexidade, exigindo um conjunto de habilidades técnicas e emocionais que ultrapassam a simples condução de veículos. Conforme apontado por Ambrósio e Geib (2008), esses profissionais atuam sob forte pressão, uma vez que lidam com situações de risco iminente à vida dos pacientes e precisam tomar decisões rápidas para garantir a eficiência do transporte e minimizar complicações. Nesse sentido, torna-se imprescindível que esses trabalhadores recebam formação adequada e que sejam reconhecidos como agentes fundamentais no atendimento pré-hospitalar.

A necessidade de regulamentação específica para a função é destacada por Giglio-Jacquemot (2005), que argumenta que a indefinição de requisitos claros para a formação desses profissionais resulta em disparidades na qualificação e na qualidade do atendimento prestado. Em muitos países, motoristas de ambulância recebem treinamento especializado em primeiros socorros e suporte básico de vida, enquanto no Brasil ainda há lacunas significativas nessa área. Maciel et al. (2021) reforçam essa problemática, destacando que a ausência de diretrizes unificadas compromete a padronização das práticas e expõe tanto pacientes quanto trabalhadores a riscos desnecessários.

Outro aspecto relevante abordado por Guimarães, Silva e dos Santos (2015) refere-se às condições de trabalho desses profissionais, que frequentemente enfrentam jornadas exaustivas e ambientes de alta tensão emocional. A exposição constante a eventos traumáticos pode resultar em estresse ocupacional, síndrome de burnout e impactos na saúde mental, prejudicando o desempenho e a qualidade de vida dos motoristas de ambulância. Dos Santos Pini et al. (2011) corroboram essa análise ao enfatizar que o desgaste emocional decorrente da função pode ser agravado pela falta de suporte psicológico e pela escassez de políticas de valorização profissional.

Ademais, os riscos físicos também são uma preocupação recorrente na literatura sobre o tema. De acordo com Ambrósio e Geib (2008), a condução em alta velocidade, associada a condições adversas de trânsito e à necessidade de

deslocamento rápido em vias congestionadas, eleva o risco de acidentes, tornando essencial a adoção de medidas de segurança rigorosas. Giglio-Jacquemot (2005) ressalta que, em muitos casos, a infraestrutura viária inadequada e a falta de manutenção dos veículos aumentam ainda mais os perigos enfrentados por esses trabalhadores.

Diante desse panorama, torna-se evidente a necessidade de investimentos em políticas públicas voltadas para a valorização dos motoristas de ambulância. Guimarães, Silva e dos Santos (2015) defendem a implementação de programas de capacitação contínua, visando aprimorar as habilidades técnicas e garantir que esses profissionais estejam preparados para enfrentar os desafios diários da profissão. Maciel et al. (2021) ressaltam a importância da criação de mecanismos de suporte emocional, incluindo acompanhamento psicológico e estratégias para a prevenção do esgotamento mental.

Conclui-se, portanto, que a atuação dos motoristas de ambulância é um componente essencial no funcionamento do sistema de saúde, exigindo um olhar mais atento por parte das autoridades e da sociedade. A literatura revisada evidencia a necessidade de melhorias estruturais e organizacionais que garantam a segurança, a qualidade e a valorização desses profissionais, assegurando um atendimento eficiente e humanizado à população.

DESDOBRAMENTOS SOBRE A ATUAÇÃO DOS MOTORISTAS DE AMBULÂNCIA E SEUS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS

A atividade desempenhada pelos motoristas de ambulância apresenta-se como um componente essencial para a dinamicidade dos serviços de urgência e emergência, alicerçando-se na celeridade e na competência técnica para o deslocamento seguro de pacientes. A literatura existente sublinha que a complexidade inerente a essa profissão vai muito além da condução de um veículo, requerendo vasto conhecimento acerca das normativas de trânsito, bem como destreza para lidar com situações críticas, onde decisões rápidas e eficazes podem definir a sobrevida dos enfermos transportados (Ambrósio; Geib, 2008). Ademais, a ausência de regulamentação específica, conforme discutido por Giglio-Jacquemot (2005), potencializa a precarização laboral e a disparidade na formação exigida para o ofício.

O cenário atual evidencia que esses profissionais se deparam com condições de trabalho marcadas por excessiva carga horária, privação do descanso adequado e exposição constante a eventos traumáticos, fatores que, conjuntamente, impactam substancialmente sua qualidade de vida (Dos Santos Pini et al., 2011). O estresse ocupacional emerge como um dos aspectos mais preocupantes, especialmente devido à natureza das ocorrências atendidas, muitas delas envolvendo situações de risco iminente à vida, condição que desencadeia sobrecarga emocional e desgaste psíquico. Como ressaltado por Guimarães, Silva e dos Santos (2015), a constante pressão psicológica aliada à necessidade de condução em alta velocidade, muitas vezes em vias congestionadas, amplia os desafios inerentes ao cotidiano desses profissionais.

Outro fator que merece atenção refere-se às dificuldades estruturais enfrentadas pelos motoristas de ambulância, incluindo a deficiência na manutenção dos veículos e a carência de equipamentos adequados para a assistência pré- hospitalar. De acordo com Maciel et al. (2021), a precarização das condições de trabalho compromete diretamente a eficiência dos serviços prestados e expõe tanto os pacientes quanto os condutores a riscos adicionais. Sob essa perspectiva, torna- se premente a implementação de políticas que garantam a segurança desses trabalhadores, promovendo melhorias na infraestrutura e na capacitação contínua dos profissionais.

Outro ponto crucial que emerge nas discussões acadêmicas é a falta de reconhecimento social e profissional dos motoristas de ambulância. Enquanto sua atuação configura-se como um elemento imprescindível para a operacionalização dos serviços médicos de emergência, verifica-se que seu papel ainda é frequentemente subestimado, resultando em baixos salários, falta de progressão na carreira e escassa valorização institucional (Giglio-Jacquemot, 2005). Esse quadro de invisibilidade profissional reforça a necessidade de um debate aprofundado sobre a regulamentação da carreira, bem como a adoção de estratégias que promovam maior reconhecimento e dignidade a esses trabalhadores.

A problemática da saúde mental desses profissionais também deve ser considerada com a devida seriedade. O contato contínuo com situações traumáticas, aliado à pressão inerente ao ofício, contribui significativamente para o desenvolvimento de transtornos psicológicos, incluindo ansiedade, depressão e síndrome de burnout. Conforme indicado por Dos Santos Pini et al. (2011), o apoio institucional é insuficiente, e a inexistência de programas voltados à saúde mental amplia a vulnerabilidade desses trabalhadores. Dessa maneira, é imperativo que sejam estruturadas iniciativas de suporte psicológico, prevenindo agravos emocionais e garantindo maior bem-estar.

Ademais, a questão da educação continuada e da qualificação profissional deve ser inserida nas discussões sobre a valorização da categoria. Guimarães, Silva e dos Santos (2015) sugerem que a implantação de cursos técnicos específicos, além da exigência de certificação em primeiros socorros e suporte básico de vida, contribuiria substancialmente para a padronização das práticas e elevação da qualidade dos serviços prestados. A profissionalização do setor deve ser acompanhada por políticas salariais que garantam remuneração condizente com as responsabilidades assumidas.

Diante dessas questões, torna-se imprescindível a elaboração de políticas públicas que assegurem melhores condições laborais aos motoristas de ambulância. A implementação de normas regulamentadoras específicas, aliada ao fortalecimento de programas de formação e apoio psicossocial, desponta como uma medida essencial para a otimização do serviço de emergência médica. A literatura revisada evidencia que a falta de diretrizes padronizadas compromete a qualidade do atendimento e impõe desafios significativos à atuação desses profissionais, tornando imperativa a adoção de estratégias que garantam condições mais dignas e seguras para essa categoria.

Assim, ao aprofundar a compreensão sobre as dificuldades enfrentadas pelos motoristas de ambulância, este estudo busca contribuir para a formulação de soluções que favoreçam a melhoria da profissão. A construção de um arcabouço normativo robusto, associado a investimentos em infraestrutura e capacitação, mostra-se como um caminho promissor para garantir que esses trabalhadores exerçam suas funções com maior segurança e reconhecimento. Dessa forma, avança-se na promoção de um atendimento mais eficiente e humanizado, beneficiando tanto os profissionais quanto a sociedade como um todo.

DESAFIOS E COMPLEXIDADES NA ATUAÇÃO DOS MOTORISTAS DE AMBULÂNCIA

No contexto da atuação dos motoristas de ambulância, torna-se imperioso aprofundar a reflexão acerca das complexidades inerentes a essa função, que transcende a mera condução de veículos de emergência para constituir-se como um pilar essencial na engrenagem dos sistemas de saúde. Sob a ótica de Ambrósio e Geib (2008), observa-se que a responsabilidade desse profissional perpassa habilidades técnicas de condução em alta velocidade, incluindo tomadas de decisão sob estresse, compreensão das diretrizes protocolares do atendimento pré-hospitalar e a capacidade de interagir eficazmente com equipes médicas. Esse arcabouço de competências torna-se ainda mais relevante diante das circunstâncias imprevisíveis e da necessidade de manter uma condução segura em contextos adversos.

Guimarães, Silva e Dos Santos (2015) ressaltam a importância da capacitação contínua, destacando que a performance de motoristas de ambulância não pode ser analisada apenas pela habilidade de locomoção, mas também pela sua prontidão em enfrentar desafios emergenciais, como acidentes de trânsito, manobras arriscadas e a complexa interlocução com diferentes setores do sistema de urgência. O treinamento adequado contribui para minimizar riscos e potencializar a eficiência dos resgates, uma vez que a rápida remoção de pacientes pode ser decisiva na redução da morbidade e mortalidade.

De acordo com Giglio-Jacquemot (2005), a atuação desse profissional está intrinsicamente ligada à noção de tempo-resposta, aspecto que influencia diretamente a sobrevida dos pacientes. A literatura aponta que a otimização desse tempo não depende apenas da infraestrutura viária, mas de variáveis como a familiaridade com os trajetos urbanos, a destreza em adaptar-se às condutas dos demais motoristas e a adoção de estratégias para evitar entraves que comprometam a chegada ao destino em tempo hábil.

Maciel et al. (2021) destacam o desgaste físico e emocional associado à profissão, evidenciando que motoristas de ambulância estão expostos a elevados níveis de estresse e fadiga, fatores que podem comprometer a tomada de decisão e a segurança operacional. O enfrentamento constante de cenários de urgência, aliados a jornadas extensas e pressões psicológicas, impõe a necessidade de políticas voltadas ao bem-estar desses profissionais. A negligência em relação à saúde ocupacional pode desencadear um ciclo de exaustão, prejudicando a qualidade do atendimento e aumentando a incidência de erros humanos.

Sob outra perspectiva, Santos Pini et al. (2011) analisam as dinâmicas interpessoais que envolvem a atuação dos motoristas de ambulância, enfatizando que o trabalho em equipe constitui um fator determinante para a eficácia das operações. A cooperação entre condutores e profissionais da saúde exige alinhamento comunicacional e conhecimento mútuo das necessidades clínicas dos pacientes transportados. A comunicação clara, assertiva e eficiente minimiza falhas e otimiza a transição entre as fases do atendimento pré-hospitalar.

Portanto, ao abordar a complexidade que permeia o cotidiano dos motoristas de ambulância, evidencia-se que essa função extrapola a condução de veículos e assume um protagonismo indispensável na dinâmica dos serviços de emergência. A capacitação técnica, o suporte psicológico, a melhoria da infraestrutura viária e a integração entre as equipes de socorro são elementos imprescindíveis para a excelência desse serviço, impactando diretamente a qualidade da assistência prestada e os desfechos clínicos dos pacientes em situação de urgência.

A COMPLEXIDADE DA ATUAÇÃO DOS MOTORISTAS DE AMBULÂNCIA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

A atuação dos motoristas de ambulância no contexto dos serviços de emergência revela-se como um dos pilares estruturais do atendimento pré-hospitalar, exigindo desses profissionais um conjunto de habilidades técnicas, cognitivas e emocionais que transcendem a simples condução de um veículo especializado. Ambrósio e Geib (2008) destacam que a função desse trabalhador exige conhecimentos específicos sobre fisiologia humana, protocolos de urgência e segurança viária, além de uma capacidade de reação rápida em cenários de alta pressão. Nesse sentido, a otimização dos serviços de urgência passa pelo treinamento constante, permitindo que esses profissionais aprimorem suas competências operacionais e reduzam os riscos associados às atividades desempenhadas.

A problemática da exaustão física e psicológica também está fortemente associada à rotina desses condutores. Guimarães, Silva e Dos Santos (2015) enfatizam que a carga horária excessiva, a exposição constante a situações traumáticas e a pressão por tomadas de decisão rápidas impõem desgastes significativos ao longo do tempo. A fadiga crônica pode comprometer a capacidade de atenção e resposta, elevando o risco de acidentes e reduzindo a eficiência do atendimento pré-hospitalar. Para mitigar tais efeitos, é fundamental a adoção de medidas institucionais voltadas ao bem-estar desses profissionais, como pausas programadas, suporte psicológico e políticas de prevenção do estresse ocupacional.

O tempo de resposta em emergências constitui outro fator determinante para a eficácia da assistência. Giglio-Jacquemot (2005) aponta que a logística dos deslocamentos e a infraestrutura viária impactam diretamente na capacidade de salvamento. O congestionamento urbano, a falta de vias exclusivas para ambulâncias e o desconhecimento da população sobre como reagir à aproximação de um veículo de emergência são elementos que dificultam a chegada rápida ao destino. Como solução, é imprescindível que políticas urbanísticas e educativas sejam implementadas para favorecer a mobilidade e reduzir entraves que comprometem a qualidade do atendimento médico emergencial.

A interação entre motoristas de ambulância e equipes de saúde também merece destaque. Maciel et al. (2021) analisam a dinâmica colaborativa entre condutores e profissionais da saúde, salientando que a harmonia operacional e a comunicação assertiva constituem fatores essenciais para a prestação de um serviço eficiente. A adoção de padrões de comunicação padronizados, treinamentos conjuntos e simulações práticas contribuem para o alinhamento das equipes e para a redução de erros operacionais. Ademais, a compreensão das necessidades específicas dos pacientes transportados, seja em condições estáveis ou críticas, possibilita uma abordagem mais eficaz e segura durante o translado.

Santos Pini et al. (2011) abordam ainda a questão da formação profissional dos condutores de ambulância, enfatizando a necessidade de currículos específicos que contemplem tanto aspectos técnicos quanto psicológicos. A introdução de disciplinas relacionadas à saúde mental, primeiros socorros avançados e direção defensiva especializadas pode contribuir para a capacitação mais abrangente desses profissionais. O aprimoramento de legislações trabalhistas voltadas a essa categoria poderia garantir melhores condições de trabalho, diminuindo os índices de adoecimento ocupacional e melhorando a qualidade do atendimento prestado.

Dessa forma, ao examinar as múltiplas facetas que compõem a rotina dos motoristas de ambulância, percebe-se que esse profissional exerce na engrenagem dos serviços de saúde um serviço indispensável. A valorização desse trabalhador, por meio de capacitação contínua, suporte psicológico e condições adequadas de trabalho, impacta diretamente a eficiência do atendimento pré-hospitalar e, consequentemente, a sobrevida dos pacientes. Portanto, torna-se imperativo que as autoridades competentes e as instituições de saúde invistam na melhoria das condições de trabalho desses profissionais, garantindo a segurança tanto dos condutores quanto dos indivíduos atendidos nas emergências médicas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar a atuação dos motoristas de ambulância no contexto do atendimento pré-hospitalar, verifica-se que sua função transcende a simples condução de veículos de emergência, envolvendo um conjunto complexo de habilidades técnicas, cognitivas e emocionais. A literatura utilizada neste estudo evidenciou que esses profissionais enfrentam desafios significativos, como a necessidade de reações rápidas em situações de alta pressão, a exposição constante a fatores de estresse e a sobrecarga física e mental. As análises apontam que a eficácia do atendimento emergencial está diretamente relacionada à capacitação contínua desses trabalhadores, bem como à implementação de políticas institucionais que promovam melhores condições laborais e de suporte psicológico.

Os estudos de Ambrósio e Geib (2008) destacaram a relevância da preparação técnica dos condutores de ambulância, ressaltando que o domínio de conhecimentos sobre segurança viária e protocolos de urgência é essencial para um desempenho adequado. Por sua vez, Guimarães, Silva e Dos Santos (2015) chamaram a atenção para os impactos do desgaste ocupacional sobre a saúde desses profissionais, sugerindo que medidas preventivas, como pausas regulares e acompanhamento psicológico, podem minimizar os efeitos negativos da rotina extenuante. O tempo de resposta nas ocorrências, conforme analisado por Giglio-Jacquemot (2005), constitui um elemento crucial na dinâmica do atendimento emergencial, sendo influenciado por fatores externos, como infraestrutura urbana e conscientização da população sobre a circulação de veículos de emergência.

A cooperação entre os motoristas de ambulância e as equipes médicas, conforme observado por Maciel et al. (2021), é um aspecto fundamental para a eficiência do atendimento. A adoção de estratégias de comunicação efetivas e a realização de treinamentos conjuntos demonstraram ser ferramentas valiosas para a melhoria da assistência prestada. Já Santos Pini et al. (2011) enfatizaram a necessidade de um currículo formativo mais abrangente para esses profissionais, defendendo a inclusão de disciplinas que abordem não apenas a direção veicular em situações críticas, mas também aspectos emocionais e psicológicos que impactam o desempenho no dia a dia.

Dessa forma, conclui-se que a atuação dos motoristas de ambulância exige um reconhecimento institucional mais amplo, que considere não apenas a valorização salarial, mas também o aprimoramento das condições de trabalho e do suporte oferecido a esses profissionais. A formulação de políticas públicas que assegurem treinamentos contínuos, horários de trabalho mais equilibrados e acompanhamento psicológico pode contribuir significativamente para a qualidade do serviço prestado. Assim, o fortalecimento das condições estruturais e humanas desses trabalhadores deve ser encarado como um fator determinante para a melhoria do atendimento pré- hospitalar e, consequentemente, para a preservação da vida dos pacientes atendidos em emergências.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMBRÓSIO, Patrícia; GEIB, Lorena Teresinha Consalter. Sonolência excessiva diurna em condutores de ambulância da Macrorregião Norte do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 17, n. 1, p. 21-31, 2008.

DOS SANTOS PINI, Jéssica et al. Condutores de veículos de urgência que atuam em prefeituras municipais: características pessoais e qualificação profissional. Cienc Cuid Saude, v. 10, n. 3, p. 514-522, 2011.

GIGLIO-JACQUEMOT, Armelle. Urgências e emergências em saúde: perspectivas de profissionais e usuários. Editora Fiocruz, 2005.

GUIMARÃES, Emanoella Pessoa Angelim; SILVA, Renato Ferreira; DOS SANTOS, João Bosco Feitosa. Condutores de esperança: condições de trabalho de condutores de Ambulância do SAMU. O público e o privado, v. 13, n. 25 jan. jun, p. 55-75, 2015.MACIEL, Daniele Pimentel et al. Impactos da reestruturação organizacional na saúde dos motoristas de ambulância em um hospital universitário. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. 12, p. 5935-5944, 2021.

Santos, Nelson Pereira dos . Desafios e perspectivas na capacitação e bem-estar dos motoristas de ambulância.International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
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Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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