Autor
Resumo
INTRODUÇÃO
De acordo com o Código Internacional de Doenças, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é classificado como um transtorno global do desenvolvimento. É considerado um transtorno invasivo do desenvolvimento, caracterizado por dificuldades significativas ao longo da vida nas habilidades sociais e de comunicação, além das dificuldades atribuídas ao atraso global do desenvolvimento. O TEA também se manifesta por meio de comportamentos e interesses limitados e repetitivos (Soares, 2023).
A inclusão de alunos com TEA em ambientes escolares é um desafio até hoje, tanto para educadores quanto para os próprios alunos e suas famílias. Apesar dos avanços nas políticas de inclusão, muitos professores enfrentam dificuldades em adaptar suas práticas pedagógicas às necessidades específicas desses estudantes, resultando em barreiras que comprometem o aprendizado e a socialização. Nesse contexto, surge a necessidade de explorar abordagens inovadoras que promovam uma educação mais inclusiva. As práticas de ensino híbrido, que combinam métodos presenciais e online, apresentam-se como uma alternativa promissora para atender a essas demandas (Oliveira, 2023).
A justificativa para a escolha deste tema consiste na urgência de desenvolver estratégias que garantam a inclusão real dos alunos com TEA. Compreender como o ensino híbrido pode ser implementado para beneficiar esses alunos não só contribui para sua formação acadêmica, mas também para seu desenvolvimento social e emocional, áreas frequentemente comprometidas em contextos educacionais tradicionais (Soares, 2023). Além disso, a formação dos professores em práticas inclusivas é fundamental para o sucesso dessa abordagem, permitindo que eles utilizem os recursos disponíveis de forma a atender às particularidades dos alunos com TEA (Conceição et al., 2023).
A metodologia adotada para esta pesquisa é de natureza bibliográfica, envolvendo a análise de literatura sobre práticas de ensino híbrido, inclusão de alunos com TEA e suas interações em ambientes escolares. Assim, o objetivo geral da pesquisa busca descrever as práticas de ensino híbrido e sua eficácia na inclusão de alunos com transtorno do espectro do Autismo em ambientes escolares.
AS METODOLOGIAS DE ENSINO HÍBRIDO QUE PODEM SER ADAPTADAS PARA ATENDER ÀS NECESSIDADES ESPECÍFICAS DE ALUNOS COM TEA
O ensino híbrido, ao integrar práticas presenciais e digitais, apresenta grande potencial para atender às demandas educacionais de estudantes com Transtorno do Espectro do Autismo. Arauna, Franco e Beserra (2021) evidenciam como essa abordagem possibilita maior personalização no aprendizado, utilizando ferramentas tecnológicas que se ajustam aos diferentes perfis e ritmos dos alunos. Essa flexibilidade promove experiências de aprendizado mais dinâmicas e adaptadas às particularidades dos estudantes com TEA, favorecendo a interação e o desenvolvimento de competências específicas. Além disso, a combinação entre estratégias pedagógicas tradicionais e inovadoras cria um ambiente favorável para que o estudante desenvolva habilidades de forma progressiva e direcionada.
A formação dos professores é um fator indispensável para a implementação do ensino híbrido em contextos inclusivos. Oliveira (2023) pontua que a maioria dos docentes enfrenta dificuldades ao trabalhar com alunos com TEA, especialmente devido à falta de preparo adequado. É necessário que os programas de formação contemplem aspectos técnicos e pedagógicos do ensino híbrido, além de abordarem as especificidades do espectro do Autismo. Dessa forma, os professores estarão melhor capacitados para planejar atividades que promovam o engajamento e o aprendizado desses estudantes, utilizando as tecnologias de forma funcional e pedagógica.
Outro ponto relevante está na adaptação do currículo. De acordo com Deienno (2021), a inclusão de atividades diferenciadas no ensino híbrido permite enriquecer o conteúdo, alinhando-o às capacidades e interesses dos alunos com TEA. Essa prática se torna mais viável no ambiente híbrido, que possibilita combinar atividades presenciais com conteúdos interativos e gamificados no meio digital. Essa abordagem favorece a exploração dos pontos fortes dos estudantes, ajudando a superar dificuldades específicas por meio de estratégias diversificadas e criativas (Deienno, 2021).
Conceição et al. (2023) destacam que, a mediação pedagógica tem relevância fundamental no processo de ensino-aprendizagem no contexto híbrido, onde o professor, ao adaptar materiais e estratégias, pode proporcionar experiências que atendam às necessidades individuais dos alunos com TEA. O uso de plataformas digitais para atividades interativas ou de softwares de comunicação alternativa tem sido identificado como uma estratégia eficaz para melhorar a comunicação e a interação social desses estudantes. A flexibilidade dessas ferramentas permite que o professor promova o desenvolvimento de habilidades de forma contínua e progressiva.
Graf et al. (2024) afirmam que a implementação do ensino híbrido depende de um planejamento pedagógico que valorize a individualidade do aluno e o potencial das tecnologias. Onde, apontam que a integração de ferramentas tecnológicas ao ambiente escolar favorece a inclusão, especialmente quando essas tecnologias são utilizadas para promover interações sensoriais e criar atividades que respeitam o ritmo e as características dos estudantes. Essa personalização no uso dos recursos tecnológicos permite que o aprendizado seja mais acessível.
Durante a pandemia, a aplicação do ensino híbrido trouxe novos desafios e possibilidades para a educação inclusiva. Onde, o impacto dessa modalidade no processo educacional de alunos com TEA, observando que o uso de tecnologias digitais proporcionou novas formas de interação e aprendizagem. Essa prática evidenciou a importância de adaptar as ferramentas tecnológicas às especificidades dos estudantes, garantindo que possam acompanhar os conteúdos e participar ativamente das atividades, mesmo em contextos adversos (Soares, 2023).
A interação entre a escola, a família e especialistas é fundamental para o sucesso do ensino híbrido. O trabalho colaborativo permite alinhar estratégias pedagógicas às necessidades individuais dos alunos com TEA. A flexibilidade do ensino híbrido facilita essa articulação, promovendo o compartilhamento de informações e o fortalecimento do aprendizado. Essa abordagem coletiva contribui para a construção de um ambiente educacional mais acolhedor e favorável ao desenvolvimento integral dos estudantes (Gonçalves; Monteiro, 2024).
A neurociência oferece subsídios importantes para o ensino híbrido no atendimento aos alunos com TEA. Assim, o entendimento dos processos cognitivos desses estudantes permite que as estratégias de ensino sejam mais direcionadas e adequadas às suas características. O ensino híbrido possibilita uma aplicação prática desse conhecimento, integrando atividades que estimulem tanto aspectos cognitivos quanto habilidades sociais, fundamentais para o desenvolvimento educacional dos alunos com TEA (Arauna; Franco; Beserra, 2021).
Em síntese, o ensino híbrido apresenta grande potencial para transformar o processo educacional de estudantes com TEA. Sua flexibilidade e a possibilidade de personalização das estratégias atendem às especificidades desses alunos, promovendo um aprendizado mais adaptado às suas características. No entanto, para que essa metodologia seja implementada de forma eficiente, é imprescindível investir na formação docente, na infraestrutura escolar e na articulação entre todos os atores envolvidos no processo educacional, garantindo uma prática inclusiva e transformadora (Arauna; Franco; Beserra, 2021).
O IMPACTO DAS PRÁTICAS DE ENSINO HÍBRIDO NA PARTICIPAÇÃO E DESEMPENHO ACADÊMICO DE ALUNOS COM TEA
A implementação de práticas de ensino híbrido tem demonstrado potencial para atender às demandas educacionais de estudantes com TEA, promovendo estratégias que integram tecnologias e abordagens presenciais. O ensino híbrido, ao combinar momentos síncronos e assíncronos, permite que o aluno desenvolva suas habilidades em seu ritmo, respeitando especificidades cognitivas e sensoriais (Arauna; Franco; Beserra, 2021). Essa abordagem possibilita um ambiente mais inclusivo, onde os recursos tecnológicos ampliam a interação, especialmente para alunos com TEA, que muitas vezes apresentam barreiras na comunicação e na socialização (Graf et al., 2024).
A mediação do professor é central no ensino híbrido, pois requer adaptação e personalização das estratégias pedagógicas. Estudos evidenciam que os docentes que atuam com alunos com TEA necessitam de formação continuada para compreender as particularidades do espectro e promover intervenções efetivas (Gonçalves; Monteiro, 2024). A utilização de metodologias diferenciadas no ensino de Língua Portuguesa, por exemplo, pode facilitar o desenvolvimento linguístico e cognitivo desses estudantes, desde que o professor domine técnicas mediadoras específicas (Conceição et al., 2023).
O contexto da pandemia de COVID-19 destacou a importância do ensino híbrido para a continuidade da escolarização, sobretudo para alunos com TEA. Durante esse período, foi necessário adaptar as práticas pedagógicas para o ambiente remoto, evidenciando a relevância da acessibilidade digital e das tecnologias assistivas (Soares, 2023). Apesar das limitações estruturais, essas adaptações promoveram avanços em termos de autonomia e participação acadêmica de alunos com necessidades educacionais específicas (Rocha, 2024).
Neste contexto, a neurociência tem contribuído para o aprimoramento do ensino híbrido, indicando práticas que respeitem os processos de aprendizagem do cérebro. Estudos apontam que atividades multimodais, que integram estímulos visuais, auditivos e táteis, são mais eficazes para alunos com TEA (Arauna; Franco; Beserra, 2021). Nesse sentido, o ensino híbrido se torna uma ferramenta promissora, ao permitir o uso de plataformas interativas e recursos adaptados às necessidades individuais (Graf et al., 2024).
A percepção de inclusão por parte dos próprios alunos com TEA revela a importância de práticas pedagógicas que promovam um ambiente acolhedor e colaborativo. Pesquisas indicam que esses estudantes valorizam o uso de tecnologias como apoio ao aprendizado e a flexibilidade oferecida pelo ensino híbrido (Silva Neto et al., 2022). Essa abordagem também possibilita o desenvolvimento de competências socioemocionais, fundamentais para a interação em diferentes contextos educacionais (Junior, 2023).
A formação docente é outro aspecto indispensável na aplicação do ensino híbrido com alunos com TEA. Professores relatam desafios na adaptação das práticas, destacando a necessidade de capacitação específica para trabalhar com recursos digitais e estratégias híbridas (Oliveira, 2023). Essa formação deve incluir o entendimento das características do espectro e das potencialidades oferecidas pelas metodologias ativas e inclusivas (Urban, 2023).
A integração de tecnologias no ensino híbrido requer investimento em infraestrutura e recursos. Durante a pandemia, programas de assistência estudantil voltados para a inclusão digital evidenciaram a necessidade de suporte técnico e financeiro para garantir que alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica tivessem acesso às plataformas de ensino. Essa experiência reforça a importância de políticas públicas que assegurem a inclusão digital como direito fundamental (Rocha, 2024).
Estudos como o de Deienno (2021) também mostram que o enriquecimento curricular, aliado ao ensino híbrido, pode potencializar o aprendizado de alunos com TEA. Em áreas como Ciências da Natureza, a introdução de atividades práticas e interativas promove uma maior assimilação dos conteúdos, estimulando o engajamento e a curiosidade. Esse tipo de abordagem contribui para a construção de uma aprendizagem mais significativa e contextualizada (Arauna; Franco; Beserra, 2021).
A interação entre metodologias presenciais e digitais favorece a criação de ambientes educacionais dinâmicos, que atendem às especificidades de cada aluno. Para estudantes com TEA, isso significa uma possibilidade de superar barreiras de comunicação e interação, ao mesmo tempo em que desenvolvem competências acadêmicas e sociais (Conceição et al., 2023). Essa dinâmica evidencia a importância de práticas educativas que unam inovação e inclusão (Junior, 2023).
Os benefícios do ensino híbrido vão além do desempenho acadêmico, impactando também o desenvolvimento integral dos alunos com TEA. Essa metodologia, ao possibilitar ajustes e adaptações contínuas, promove uma experiência educacional mais equitativa e alinhada às necessidades individuais (Graf et al., 2024). Dessa forma, o ensino híbrido consolida-se como uma alternativa viável para a educação inclusiva em contextos diversos (Arauna; Franco; Beserra, 2021).
Portanto, o ensino híbrido representa uma oportunidade para ampliar a participação e a aprendizagem de alunos com TEA. Essa prática, aliada à formação docente e ao suporte tecnológico, tem o potencial de transformar o ambiente educacional, promovendo o engajamento e a inclusão efetiva desses estudantes (Silva Neto et al., 2022). Essa abordagem reforça a importância de iniciativas pedagógicas que contemplem a diversidade e priorizem a acessibilidade (Rocha, 2024).
METODOLOGIA
Este estudo foi conduzido por meio de uma revisão bibliográfica de caráter qualitativo, fundamentada na análise de textos acadêmicos relacionados ao impacto das práticas de ensino híbrido na participação e no desempenho acadêmico de estudantes com TEA. A metodologia utilizada priorizou o levantamento de informações em publicações científicas e acadêmicas, em plataformas utilizadas no meio acadêmico, como Scielo, Google Acadêmico e Periódicos CAPES. Foram utilizadas palavras-chave como ensino híbrido, educação inclusiva, TEA e metodologias pedagógicas adaptadas.
Foram utilizados como critérios de inclusão, artigos publicados no período de 2019 a 2024, trabalhos completos nos idiomas inglês e português. Foram excluídos, editoriais, revisões narrativas e artigos repetidos. Inicialmente, foram encontrados 826 estudos, ao filtrar os critérios ficaram 134. Assim, foi realizada a leitura dos títulos de todos os trabalhos encontrados por meio do cruzamento dos descritores, a fim de averiguar os que se adequam ao tema proposto, após, foi realizada a leitura dos resumos daqueles que foram classificados como elegíveis. Observados todos os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados os artigos para análise completa, restando 12 estudos para compor a revisão.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados desta revisão revelam contribuições sobre as práticas de ensino híbrido voltadas à inclusão de estudantes com TEA, destacando estratégias pedagógicas e desafios relatados por diversos autores. Ao cruzar os dados encontrados, surgem reflexões acerca da eficácia dessas práticas em contextos escolares.
Oliveira (2023) investigou as dificuldades enfrentadas por professores de Língua Portuguesa no atendimento a alunos com TEA, indicando a necessidade de práticas mais adaptativas e inclusivas. Sua pesquisa ressalta que o uso do ensino híbrido pode auxiliar na superação de barreiras comunicativas, ao combinar recursos tecnológicos com estratégias presenciais. Essa conclusão converge com os achados de Gonçalves e Monteiro (2024), que destacam o papel mediador do professor ao utilizar métodos híbridos, fortalecendo a autonomia e a interação dos estudantes com TEA no ambiente escolar.
No contexto pandêmico, Soares (2023) examinou os impactos do ensino remoto emergencial na escolarização de alunos com TEA. Embora tenha identificado limitações relacionadas à inclusão digital, a autora aponta que metodologias híbridas têm o potencial de minimizar essas dificuldades ao mesclar ensino presencial e virtual. Essa perspectiva se alinha com as considerações de Rocha (2024), que enfatiza a importância de políticas de assistência estudantil voltadas para a inclusão tecnológica, especialmente para estudantes em situação de vulnerabilidade.
Arauna, Franco e Beserra (2021) trazem contribuições relevantes ao discutir como os princípios da neurociência podem potencializar as práticas de ensino híbrido. Segundo os autores, a combinação de estímulos sensoriais diversificados e ferramentas tecnológicas favorece o desenvolvimento cognitivo e social de alunos com TEA. Essa abordagem é corroborada por Graf et al. (2024), que exploram o uso de tecnologias integradas na sala de aula, destacando que dispositivos interativos e softwares educativos promovem maior engajamento dos alunos e personalização das atividades pedagógicas.
Deienno (2021) analisa o impacto de estratégias adaptativas no ensino de Ciências da Natureza, mostrando que atividades práticas e interativas enriquecem a experiência educacional de alunos com TEA. Sua pesquisa confirma que, ao incorporar elementos do ensino híbrido, os professores conseguem abordar conteúdos complexos de forma mais acessível, estimulando o interesse dos estudantes. Esses resultados complementam os de Urban (2023), que identifica práticas eficazes para adaptar o currículo e promover a inclusão durante a pandemia, ressaltando o papel da flexibilidade nas metodologias empregadas.
Embora os estudos discutidos apresentem avanços, algumas limitações são reconhecidas. Soares (2023) destaca que a falta de formação específica dos professores sobre tecnologias e inclusão pode comprometer a eficácia das práticas híbridas. Gonçalves e Monteiro (2024) também indicam que as escolas enfrentam desafios estruturais, como a ausência de recursos tecnológicos adequados, limitando a implementação de metodologias mais inclusivas.
Por outro lado, as pesquisas analisadas sugerem que o ensino híbrido tem potencial para transformar a dinâmica educacional, desde que aplicado com adaptações adequadas. A inclusão de práticas interativas e o uso de tecnologias assistivas, como proposto por Graf et al. (2024) e Silva Neto et al. (2022), ampliam as possibilidades de participação e desenvolvimento acadêmico dos alunos com TEA. Esses achados reforçam a relevância do objetivo deste estudo, que é avaliar a aplicabilidade do ensino híbrido na promoção de uma educação mais inclusiva.
Comparando os estudos, percebe-se que há consenso sobre a importância da personalização das metodologias para atender às necessidades específicas dos alunos com TEA. Enquanto Oliveira (2023) e Conceição et al. (2023) enfatizam o papel dos professores como mediadores, Arauna, Franco e Beserra (2021) destacam os benefícios da integração tecnológica para criar ambientes de aprendizagem mais dinâmicos e inclusivos. Essa complementaridade de perspectivas fortalece as conclusões da presente pesquisa.
Portanto, as evidências apontam que o ensino híbrido, ao combinar recursos digitais e práticas presenciais, tem capacidade de ampliar o acesso à educação para alunos com TEA. No entanto, sua implementação demanda maior capacitação docente, investimentos em infraestrutura tecnológica e adaptação curricular contínua. Esses elementos são fundamentais para garantir que as metodologias híbridas promovam, de fato, um ambiente escolar mais inclusivo e equitativo (Urban, 2023; Rocha, 2024).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo descrever a eficácia do ensino híbrido na inclusão de estudantes com TEA em ambientes escolares. A análise dos dados permitiu identificar que, de fato, o ensino híbrido pode contribuir para a adaptação das práticas pedagógicas, favorecendo a participação ativa de alunos com TEA e promovendo um ambiente mais inclusivo. As práticas híbridas, ao integrar ferramentas digitais com atividades presenciais, oferecem um ambiente mais flexível, permitindo aos alunos interagir com o conteúdo de maneira personalizada e no seu ritmo.
No entanto, apesar das possibilidades oferecidas pelo ensino híbrido, a pesquisa também evidenciou desafios consideráveis, como a falta de infraestrutura tecnológica adequada em muitas escolas e a necessidade urgente de formação contínua para os educadores. Sem esses investimentos, o impacto positivo do ensino híbrido pode ser comprometido, especialmente para alunos com TEA, que frequentemente requerem ajustes específicos em seu processo de aprendizagem. A adequação da infraestrutura e a capacitação de professores são fundamentais para garantir que as metodologias híbridas sejam verdadeiramente acessíveis e eficazes.
Além disso, o estudo revelou que a adaptação curricular é um aspecto importante para o sucesso da implementação do ensino híbrido com alunos com TEA. O uso de ferramentas interativas e recursos multimodais no ambiente digital facilita o engajamento dos estudantes e oferece formas alternativas de comunicação, crucial para alunos que apresentam dificuldades de linguagem. A flexibilidade na entrega de conteúdos, seja por meio de videoaulas, atividades práticas ou jogos educativos, permite que cada aluno com TEA encontre o melhor modo de aprender.
Outro ponto importante identificado foi a necessidade de uma abordagem mais colaborativa entre professores, pais e profissionais de apoio para garantir que o ensino híbrido seja implementado de forma eficaz. A troca constante de informações entre a escola e a família, aliada ao uso de tecnologias, pode facilitar o acompanhamento do progresso dos alunos e o ajuste das estratégias pedagógicas de acordo com as suas necessidades. Isso pode garantir que o ensino híbrido seja uma metodologia de inclusão real, em vez de uma adaptação superficial.
Este estudo também sugere que o ensino híbrido, quando combinado com práticas pedagógicas inovadoras, pode ajudar a melhorar as competências sociais e acadêmicas dos alunos com TEA, proporcionando mais oportunidades de interação e aprendizagem. No entanto, a realização de mais pesquisas sobre a aplicação prática do ensino híbrido em diferentes contextos escolares será importante para compreender melhor seu impacto no longo prazo.
Em conclusão, os resultados indicam que o ensino híbrido é uma estratégia promissora para a inclusão de alunos com TEA, mas para que ela seja plenamente eficaz, é necessário um compromisso maior com a formação dos professores, o investimento em infraestrutura e a adoção de um modelo de ensino flexível e colaborativo. Assim, a implementação do ensino híbrido deve ser vista como um esforço coletivo, que envolva todos os atores do processo educacional, incluindo a comunidade escolar e as famílias, para alcançar uma educação mais inclusiva e equitativa para todos os alunos, independentemente de suas necessidades específicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Arauna, Daniela Navilli De; Franco, Antônia Regina; Beserra, Adriano de Oliveira. Contribuições do ensino híbrido e da neurociência para o processo de ensino-aprendizagem. Revista Psicopedagogia, v. 38, n. 117, p. 392-396, 2021.
Conceição, Marcos Vinicius Nascimento et al. O papel do professor como mediador no ensino da Língua Portuguesa para o aluno com Transtorno do Espectro do Autismo–TEA. 2023.
De Arauna, Daniela Navilli; Franco, Antônia Regina; De Oliveira Beserra, Adriano. Contribuições do ensino híbrido e da neurociência para o processo de ensino-aprendizagem. 2021.
Deienno, Augusto Cisconi. Síndrome de Asperger: enriquecimento curricular em Ciências da Natureza para o Ensino Médio. 2021.
Gonçalves, Sebastião Laércio; Monteiro, Jesus Alexandre Tavares. Saberes dos Docentes na Prática Educacional em Relação ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA): um Estudo na Rede Pública do Ensino Médio na Cidade de São Sebastião do Rio Verde–MG. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, v. 25, n. 2, p. 179-186, 2024.
Graf, Lucimar et al. Educação Especial: Tecnologias Integradas À Sala De Aula. Revista Acadêmica Online, v. 10, n. 53, p. e351-e351, 2024.
Junior, José Airton de Freitas Pontes. Anais do III Congresso em Cognição, Aprendizagem e Avaliação Educacional. Revista de Instrumentos, Modelos e Políticas em Avaliação Educacional, v. 4, n. Suplemento, 2023.
Oliveira, Andreza Avelina de. A formação do professor de Língua Portuguesa e o aluno com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA): desafios e perspectivas dos docentes de uma escola pública do município de Felipe Guerra-RN. 2023.
Rocha, Marília Jaqueline Moreira da. A efetividade das ações de assistência estudantil para a inclusão digital dos alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica com a adoção do ensino remoto durante a pandemia da covid-19: um estudo de caso na Universidade de Brasília. 2024.
Silva Neto, José Antônio da et al. A percepção de inclusão por estudantes com o transtorno do espectro do Autismo no ensino superior. 2022.
Soares, Cíntia Helisa Freitas Cruz. Processo de escolarização na perspectiva da educação inclusiva de estudantes com transtorno do espectro do Autismo em uma escola estadual de Muriaé/MG na pandemia. 2023.
Urban, Ana Lidia Penteado. Práticas pedagógicas de professores do Ensino Fundamental I: alunos com deficiência e a pandemia de COVID-19. 2023.
Área do Conhecimento
Submeta seu artigo e amplie o impacto de suas pesquisas com visibilidade internacional e reconhecimento acadêmico garantidos.