Leei – leitura e escrita na educação infantil – relato de experiência.

LEEI – READING AND WRITING IN EARLY CHILDHOOD EDUCATION – EXPERIENCE REPORT

LEEI – LECTURA Y ESCRITURA EN EDUCACIÓN INFANTIL – INFORME DE EXPERIENCIA

Autor

Fernanda Silva Lima
ORIENTADOR
 Vagda Gutemberg Gonçalves Rocha

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/0EA532

DOI

Lima, Fernanda Silva . Leei – leitura e escrita na educação infantil – relato de experiência.. International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de implementação de práticas de leitura e escrita na Educação Infantil, desenvolvidas na Escola Aurora. A pesquisa destaca a importância da alfabetização precoce como fundamento para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças, e como essas práticas podem ser potencializadas por meio de abordagens lúdicas e interativas. Durante o processo, foram adotadas estratégias como leitura compartilhada, escrita coletiva e atividades que envolviam o manuseio de livros e outros materiais literários, com foco na criação de um ambiente alfabetizador enriquecedor. O relato descreve as metodologias aplicadas, os desafios enfrentados e as superações encontradas, além de refletir sobre os avanços observados nas crianças em relação à sua interação com a leitura e escrita. Ao final, a experiência revelou o impacto positivo dessas práticas no desenvolvimento da linguagem e no despertar do interesse dos alunos pela literatura, evidenciando a relevância de ações pedagógicas que promovem a leitura e a escrita desde os primeiros anos de escolarização.
Palavras-chave
Leitura. Escrita. Educação Infantil. alfabetização.

Summary

This paper aims to report the experience of implementing reading and writing practices in Early Childhood Education, developed at Escola Aurora. The research highlights the importance of early literacy as a foundation for children’s cognitive, social and emotional development, and how these practices can be enhanced through playful and interactive approaches. During the process, strategies such as shared reading, collective writing and activities involving the handling of books and other literary materials were adopted, with a focus on creating an enriching literacy environment. The report describes the methodologies applied, the challenges faced and the overcoming of obstacles, in addition to reflecting on the advances observed in children in relation to their interaction with reading and writing. In the end, the experience revealed the positive impact of these practices on language development and on awakening students’ interest in literature, highlighting the relevance of pedagogical actions that promote reading and writing from the first years of schooling.
Keywords
Reading. Writing. Early Childhood Education. literacy.

Resumen

Este trabajo tiene como objetivo relatar la experiencia de implementación de prácticas de lectura y escritura en Educación Infantil, desarrollada en la Escola Aurora. La investigación destaca la importancia de la alfabetización temprana como base para el desarrollo cognitivo, social y emocional de los niños, y cómo estas prácticas pueden mejorarse mediante enfoques lúdicos e interactivos. Durante el proceso se adoptaron estrategias como la lectura compartida, la escritura colectiva y actividades de manipulación de libros y otros materiales literarios, con el foco en crear un ambiente enriquecedor de alfabetización. El informe describe las metodologías aplicadas, los desafíos enfrentados y los logros alcanzados, además de reflexionar sobre los avances observados en los niños en relación a su interacción con la lectura y la escritura. Finalmente, la experiencia reveló el impacto positivo de estas prácticas en el desarrollo del lenguaje y el despertar del interés de los estudiantes por la literatura, destacando la relevancia de acciones pedagógicas que promuevan la lectura y la escritura desde los primeros años de escolaridad.
Palavras-clave
Lectura. Escritura. Educación Infantil. alfabetización.

INTRODUÇÃO

A Leitura e Escrita na Educação Infantil são componentes fundamentais no processo de desenvolvimento das crianças, pois vão além da simples aprendizagem do código alfabético. Essas práticas desempenham um papel crucial no desenvolvimento cognitivo, linguístico, emocional e social, formando a base para o letramento que se expandirá ao longo de sua trajetória escolar. Durante os primeiros anos de vida, os bebês e crianças pequenas começam a desenvolver uma relação significativa com as palavras, a leitura e a escrita, o que influencia diretamente o modo como se relacionam com o mundo e se comunicam. A proposta de trabalho com leitura e escrita na Educação Infantil, em particular nas crianças de 0 a 6 anos, deve ser realizada de forma lúdica e contextualizada, proporcionando experiências que despertem o interesse e o prazer pela linguagem escrita e oral, por meio da exploração de textos e atividades que envolvem a criatividade e a expressão individual.

Este relato de experiência tem como objetivo apresentar a prática de leitura e escrita vivenciada na Escola Aurora, com crianças de 0 a 6 anos, onde a proposta pedagógica visa não apenas ensinar as habilidades necessárias para a alfabetização, mas também criar um ambiente alfabetizador estimulante e acolhedor. A Escola Aurora se caracteriza por adotar uma metodologia que valoriza a diversidade de ritmos e interesses de cada criança, respeitando o seu tempo de aprendizagem e incentivando a curiosidade desde as primeiras interações com os textos. A experiência desenvolvida envolveu uma série de atividades, tais como leitura compartilhada, escrita coletiva, jogos de linguagem e o uso de livros e outros recursos literários, sempre com o intuito de tornar a aprendizagem significativa e prazerosa.

Ao longo deste processo, buscou-se integrar a leitura e a escrita de forma transversal, permitindo que as crianças vivenciassem essas práticas no seu cotidiano escolar, seja por meio da escuta atenta de histórias contadas, da exploração de textos orais e visuais, ou mesmo da escrita criativa em diferentes formas. Através dessas ações, o objetivo principal foi criar um espaço onde as crianças pudessem construir suas primeiras noções de linguagem escrita e ao mesmo tempo desenvolver um vínculo afetivo com os livros, com as palavras e com o ato de contar e escrever suas próprias histórias.

Este trabalho também pretende refletir sobre os desafios enfrentados ao longo do processo, como a adaptação das metodologias aos diferentes estágios de desenvolvimento das crianças, e sobre as superações conquistadas, principalmente no que tange à evolução da participação ativa dos alunos nas atividades propostas. Ao final, o relato busca mostrar a importância de práticas de leitura e escrita na formação integral dos alunos e como elas contribuem para a construção de uma base sólida para o desenvolvimento futuro dos alunos da Educação Infantil. A Escola Aurora, com sua proposta inovadora, revela o impacto positivo que ações pedagógicas cuidadosas e bem planejadas têm no processo de letramento infantil, tornando a aprendizagem uma experiência rica e transformadora.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A Leitura e Escrita na Educação Infantil são pilares essenciais no desenvolvimento das crianças e, portanto, merecem uma reflexão profunda e fundamentada teoricamente. O processo de alfabetização infantil, ao contrário da concepção tradicional de que é apenas uma questão de decodificação de palavras, envolve uma ampla gama de habilidades cognitivas, emocionais e sociais. Neste capítulo, serão abordadas as definições de leitura e escrita na infância, o impacto desses processos no desenvolvimento global da criança, algumas das principais abordagens teóricas sobre o ensino de leitura e escrita, e a importância de um ambiente alfabetizador, com ênfase no papel fundamental do educador nesse processo.

Na infância, a leitura e a escrita vão além da capacidade de decodificar palavras. A leitura envolve a habilidade de compreender, interpretar e atribuir significados a textos, que podem ser tanto orais quanto escritos. A escrita, por sua vez, não se limita à simples transcrição de palavras, mas abrange a capacidade de se expressar e organizar ideias de forma que o outro possa entender. Na Educação Infantil, a leitura e a escrita são tratadas como atividades imersivas e construtivas, sendo um meio para que a criança se aproprie do mundo e compreenda sua própria história. A interação com livros e histórias desenvolve a percepção linguística e fortalece a relação da criança com o universo das palavras e dos significados.

O desenvolvimento cognitivo da criança está diretamente ligado à sua interação com a linguagem, sendo que a leitura e a escrita têm um papel crucial neste processo. Quando as crianças são expostas a uma rica variedade de textos e experiências literárias, elas desenvolvem habilidades de raciocínio lógico, memória e concentração, ao mesmo tempo em que ampliam seu vocabulário e capacidade de comunicação. Além disso, o ato de ler e escrever contribui para a formação do pensamento crítico e da capacidade de resolver problemas.

No campo emocional, a leitura tem o poder de estimular a imaginação e a empatia, pois as crianças, ao se engajarem com as histórias, têm a oportunidade de se colocar no lugar dos personagens, explorando emoções, conflitos e resoluções. As histórias proporcionam momentos de identificação e reflexão, sendo uma ferramenta potente para o desenvolvimento afetivo da criança. A escrita também promove um espaço de expressão pessoal, onde as crianças podem externalizar seus sentimentos e vivências, o que favorece o autoconhecimento e a autoestima.

Diversas abordagens teóricas fundamentam o ensino da leitura e escrita na Educação Infantil, sendo que algumas das mais influentes são as de Piaget e Vygotsky. Ambas as teorias oferecem perspectivas valiosas sobre o processo de aquisição de habilidades linguísticas.

  • Jean Piaget: Piaget, em sua teoria do desenvolvimento cognitivo, destaca que a leitura e a escrita são processos que se inserem em estágios específicos do desenvolvimento da criança. Para Piaget, as crianças pequenas não possuem as mesmas capacidades cognitivas das crianças mais velhas ou dos adultos, o que implica que sua abordagem à linguagem e ao conhecimento seja mais concreta. Segundo ele, as crianças começam a compreender o conceito de escrita de forma gradual, por meio da manipulação de objetos e símbolos que, mais tarde, darão lugar à compreensão do alfabeto e das palavras. No estágio sensório-motor, por exemplo, as crianças estão mais focadas na exploração do mundo físico, e não necessariamente em símbolos abstratos como letras e palavras.
  • Lev Vygotsky: Vygotsky, por outro lado, enfatiza a importância da interação social no processo de aprendizagem. Em sua teoria sociocultural, ele defende que a linguagem é um dos principais meios de desenvolvimento cognitivo, sendo mediada pelo ambiente social. Para Vygotsky, o processo de leitura e escrita se dá de forma conjunta e colaborativa, sendo essencial o papel do educador na mediação do conhecimento. Ele introduziu o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que descreve a distância entre o que a criança pode fazer sozinha e o que pode fazer com o auxílio de um adulto ou de pares mais experientes. A leitura e a escrita, segundo Vygotsky, devem ser ensinadas por meio de interações significativas e no contexto de práticas culturais reais, o que torna o aprendizado mais relevante e significativo.

Um ambiente alfabetizador é aquele que estimula o contato das crianças com a linguagem escrita de maneira contínua e diversificada. Esse ambiente deve ser rico em estímulos, como livros, imagens, rótulos, sinais e outras formas de escrita que fazem parte do cotidiano das crianças. A presença de materiais literários acessíveis e o incentivo a práticas que envolvem a leitura e a escrita, como contação de histórias, debates, exploração de livros e produção escrita, são fundamentais para que as crianças se sintam motivadas e curiosas em relação ao mundo da linguagem escrita.

O papel do educador nesse processo é crucial. O professor não é apenas um transmissor de conteúdo, mas um mediador que proporciona experiências significativas de leitura e escrita. O educador deve criar oportunidades para que as crianças explorem o universo dos textos e da escrita, oferecendo apoio, encorajamento e recursos adequados ao desenvolvimento de cada uma delas. Além disso, o educador precisa compreender que a alfabetização infantil é um processo gradual e que cada criança tem um ritmo de aprendizagem próprio, sendo necessário respeitar esse ritmo enquanto se oferece desafios adequados às suas capacidades.

Um ambiente alfabetizador é aquele que oferece à criança um espaço de exploração contínua da linguagem escrita, no qual ela se sente acolhida e motivada a interagir com o mundo das palavras, tendo sempre o educador como um guia que conduz e facilita essa jornada de aprendizagem.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA 

Neste capítulo, será apresentada a contextualização da experiência vivida na Escola Aurora, onde o trabalho com a leitura e escrita foi desenvolvido com crianças da Educação Infantil, com idades entre 0 e 6 anos. A descrição do contexto escolar, os desafios encontrados ao longo do processo, as motivações que levaram à implementação da prática pedagógica e os objetivos da intervenção são pontos fundamentais para compreender o ambiente e a dinâmica em que o trabalho de alfabetização foi realizado.

A experiência de trabalho com leitura e escrita foi realizada na Escola Aurora, uma instituição de ensino voltada para a Educação Infantil, que atende crianças de 0 a 6 anos. A escola tem um compromisso com o desenvolvimento integral das crianças, proporcionando um ambiente acolhedor e estimulante, que favorece tanto o aprendizado quanto o bem-estar emocional. A estrutura da escola é composta por salas de aula amplas, com espaços para atividades diversificadas, e com recursos pedagógicos como brinquedos, materiais didáticos e livros infantis, visando sempre um ensino mais dinâmico e criativo.

Segundo Ferreiro (2001, p.35) O processo de alfabetização é mais do que um simples aprendizado de códigos; é a construção de sentidos e significados, sendo fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico e da autonomia da criança.

Na turma em que a experiência foi implementada, havia crianças com diferentes níveis de desenvolvimento, o que exigia uma adaptação constante das atividades de leitura e escrita. As faixas etárias variavam desde bebês, que estavam começando a se familiarizar com o ambiente e a linguagem, até crianças mais velhas, com maior compreensão de textos e noções iniciais de escrita. A diversidade de idades e estágios de desenvolvimento exigiu uma abordagem diferenciada, na qual atividades lúdicas e interativas eram adaptadas de acordo com as necessidades e os ritmos individuais de aprendizagem.

A motivação para iniciar o trabalho com leitura e escrita na Educação Infantil na Escola Aurora veio da percepção de que o desenvolvimento da linguagem, principalmente da leitura e da escrita, é um processo que começa muito antes da criança entrar na fase de alfabetização formal. O ambiente escolar e as experiências pedagógicas podem e devem contribuir para o desenvolvimento do letramento desde os primeiros anos, proporcionando às crianças a oportunidade de entrar em contato com textos e práticas de leitura e escrita de forma lúdica e significativa.

O trabalho com leitura e escrita foi iniciado com o intuito de proporcionar uma base sólida para o desenvolvimento da linguagem, favorecendo o aprendizado das crianças por meio de atividades que envolvessem o prazer pela leitura e a curiosidade pela escrita. A ideia era estimular a percepção de que os livros, as palavras e as letras estão presentes no cotidiano e são ferramentas poderosas para a comunicação, além de fomentar a imaginação, a criatividade e a capacidade de expressão das crianças.

Ao longo da intervenção, alguns desafios foram identificados, sendo o primeiro deles a grande diversidade no nível de desenvolvimento dos alunos. As crianças mais novas, que estavam no início do processo de contato com a linguagem escrita, demonstravam um interesse mais voltado para as imagens e sons das palavras, enquanto as crianças um pouco mais velhas já começavam a reconhecer algumas letras e tentavam imitar a escrita, muitas vezes de forma aleatória. O desafio foi conciliar as atividades de forma que atendesse às necessidades de todos os alunos, respeitando os diferentes ritmos e estágios de aprendizagem.

Outro desafio significativo foi a disponibilidade de recursos. Embora a escola possuísse uma biblioteca pequena e alguns livros de literatura infantil, os materiais didáticos especializados para a alfabetização eram limitados. O uso de recursos multimodais, como imagens, vídeos e músicas, foi incorporado nas atividades de leitura e escrita, de maneira a suprir a carência de livros específicos. Além disso, a criação de materiais improvisados, como cartões com palavras e figuras, foi fundamental para tornar as atividades mais atraentes e eficazes.

Por fim, a resistência inicial de algumas crianças ao processo de escrita também foi um desafio. Muitas delas estavam mais focadas em brincadeiras e atividades físicas do que no aprendizado da escrita formal. Essa resistência foi superada aos poucos, com o uso de jogos, histórias interativas e atividades que integravam movimento e escrita de forma divertida.

A intervenção com leitura e escrita na turma teve como principais objetivos:

  • Desenvolver o gosto pela leitura e escrita: Estimular nas crianças o prazer pela leitura de histórias e o desejo de expressar-se por meio da escrita. Isso foi alcançado por meio de atividades lúdicas e envolventes, como a contação de histórias, jogos de palavras e a exploração de livros de diferentes formatos.
  • Ampliar o vocabulário e a compreensão de textos: Proporcionar momentos de leitura compartilhada e individual, favorecendo a compreensão e interpretação de textos, o reconhecimento de palavras e o aumento do repertório linguístico das crianças.
  • Estimular a expressão escrita: Incentivar as crianças a se expressarem por meio da escrita, ainda que de forma inicial, promovendo a percepção de que a escrita é um meio de comunicação válido e importante.
  • Favorecer a interação social e o trabalho coletivo: Promover atividades em grupo, como a escrita colaborativa de histórias, para estimular o trabalho em equipe e a troca de ideias, além de desenvolver habilidades de comunicação e socialização.
  • Respeitar os diferentes ritmos de aprendizagem: Criar atividades diferenciadas para atender as diferentes necessidades das crianças, respeitando seus tempos de aprendizagem e oferecendo suporte adequado a cada estágio de desenvolvimento.

A intervenção visava, portanto, não apenas o ensino formal da leitura e escrita, mas também o desenvolvimento de atitudes positivas em relação ao letramento, valorizando o processo e o prazer da aprendizagem desde a Educação Infantil.

DESENVOLVIMENTO DA PRÁTICA DE LEITURA E ESCRITA 

Neste capítulo, será descrito o desenvolvimento da prática de leitura e escrita na Escola Aurora, destacando as atividades realizadas, os métodos e estratégias adotados, os materiais utilizados e a interação com as crianças durante o processo. A partir da experiência vivida na turma de 0 a 6 anos, serão apresentadas as práticas pedagógicas que envolvem a leitura e a escrita de maneira lúdica e criativa, com o objetivo de despertar o interesse das crianças por essas práticas e promover o seu desenvolvimento linguístico. O papel da professora será refletido ao longo das práticas, destacando a importância do incentivo ao hábito de ler e escrever no contexto da Educação Infantil.

As atividades realizadas durante a intervenção com leitura e escrita na Escola Aurora foram planejadas para envolver as crianças de forma dinâmica e significativa. Dentre as atividades propostas, destacam-se:

  • Leitura compartilhada: As crianças participaram de sessões de leitura compartilhada, nas quais a professora lia histórias em voz alta, utilizando diferentes entonações e recursos visuais, como figuras e objetos relacionados aos livros. A leitura foi seguida de discussões sobre o conteúdo, incentivando as crianças a expressarem suas opiniões, sentimentos e reflexões sobre o que haviam ouvido.
  • Contação de histórias interativas: As histórias foram contadas de forma interativa, permitindo que as crianças participassem ativamente, fazendo perguntas, completando frases ou até mesmo atuando como “atores” nas histórias contadas pela professora. Isso não só estimulou a imaginação das crianças, como também favoreceu o entendimento de como a estrutura de uma narrativa funciona.
  • Escrita coletiva: A escrita coletiva foi uma atividade frequente, em que as crianças colaboravam para criar histórias, anotações ou até mesmo listas de palavras. A professora escrevia no quadro ou em grandes folhas de papel enquanto as crianças sugeriam ideias e palavras, contribuindo para o processo de construção do texto. Esse tipo de atividade favoreceu a percepção de que a escrita é um processo colaborativo e que todos podem participar, independentemente do nível de alfabetização.
  • Jogos literários: Jogos de palavras e atividades lúdicas também foram usados para incentivar a leitura e a escrita de forma divertida. Como exemplo, as crianças participaram de jogos de rimas, caça-palavras, adivinhações e bingo de letras. Tais atividades não só tornaram o aprendizado mais agradável, mas também estimularam o reconhecimento das letras e o desenvolvimento da consciência fonológica.
  • Produção de livros pelas crianças: As crianças foram incentivadas a criar seus próprios livros. Elas desenhavam e escreviam pequenas histórias ou relatos sobre suas experiências. A professora apoiava o processo, ajudando as crianças com a escrita de palavras e organizando as produções em formato de livros. Esse tipo de atividade estimulou o gosto pela criação e pelo uso da escrita como forma de comunicação.

O trabalho com leitura e escrita na Educação Infantil foi estruturado com base em diferentes métodos e estratégias pedagógicas que priorizavam a participação ativa das crianças. Dentre os métodos adotados, destacam-se:

  • Leitura compartilhada: A leitura compartilhada é uma estratégia fundamental no desenvolvimento da linguagem. A professora escolhia livros com temas interessantes e adequados à faixa etária das crianças, e, durante a leitura, fazia pausas para perguntar sobre o que achavam da história, estimular a reflexão e, muitas vezes, pedir que as crianças completassem partes da narrativa. Isso promovia não apenas o entendimento do conteúdo, mas também o desenvolvimento da escuta atenta e da capacidade de responder de forma coerente.
  • Escrita coletiva: A escrita coletiva foi uma estratégia eficaz para envolver as crianças na construção de textos, uma vez que favorecia a colaboração e o entendimento de que a escrita é um processo compartilhado. Além disso, ao escreverem juntas, as crianças ampliaram suas habilidades de produção textual, compreensão de palavras e frases, e descobriram novas formas de se expressar.
  • Jogos literários: A utilização de jogos literários foi uma forma divertida de ensinar as crianças sobre letras, sons, palavras e frases. Os jogos estimulavam a curiosidade e o prazer em aprender, ao mesmo tempo que ajudavam no desenvolvimento da consciência fonológica e da ortografia, de maneira lúdica e descontraída.

Essas estratégias estavam sempre aliadas a um foco no desenvolvimento das habilidades linguísticas das crianças, permitindo que elas aprendesse a ler e escrever de forma natural, por meio da interação com o mundo literário.

A utilização de livros e materiais didáticos foi uma das partes mais importantes da intervenção. A professora utilizava uma variedade de livros infantis, que incluíam histórias com figuras grandes, textos curtos, rimas e contos que incentivavam o imaginário das crianças. Os livros eram escolhidos com base na faixa etária e no interesse das crianças, sempre buscando despertar o prazer pela leitura e explorando diferentes gêneros textuais, como fábulas, contos de fadas e poesias.

Além dos livros, materiais didáticos como cartões com palavras e imagens, quadros de letras, cartazes e recursos visuais também foram utilizados para complementar o aprendizado. Esses materiais ajudaram as crianças a associar palavras escritas com suas representações visuais, além de proporcionar oportunidades para elas praticarem a escrita de forma criativa e personalizada.

Segundo Soares (2003, p. 21) A alfabetização deve ser compreendida como um processo cultural e social que envolve a apropriação dos usos e funções da escrita no mundo social da criança.

As crianças reagiram de forma muito positiva às atividades propostas. A leitura compartilhada e as histórias interativas despertaram o entusiasmo e a curiosidade, com muitas crianças pedindo para repetir as histórias e oferecendo sugestões de novas narrativas. A produção de livros e a escrita coletiva também foram muito bem recebidas, com as crianças se sentindo empoderadas ao verem suas ideias e criações materializadas em textos escritos.

Os jogos literários e as atividades lúdicas, por sua vez, foram momentos de grande alegria para as crianças. Elas se envolveram ativamente, rindo, aprendendo e interagindo com os colegas de forma colaborativa. A competição saudável e o caráter desafiador dos jogos estimularam o engajamento das crianças, ao mesmo tempo em que fortaleciam suas habilidades de linguagem.

O papel da professora foi fundamental em todo o processo. Ela atuou como mediadora, incentivadora e facilitadora do aprendizado. A professora não só planejou e executou as atividades, mas também criou um ambiente acolhedor e estimulante, onde as crianças se sentiram seguras para explorar a leitura e a escrita. Através de sua participação ativa, a professora instigou a curiosidade das crianças, desafiando-as a pensar sobre as palavras, os significados e as possibilidades de se expressar.

Além disso, a professora teve um papel fundamental no incentivo ao hábito de ler e escrever fora do ambiente escolar. Ela reforçava, durante as atividades, a importância da leitura em casa, sugerindo livros e criando momentos de leitura familiar. Ao reconhecer as pequenas conquistas das crianças, a professora também as motivava, reforçando a ideia de que todos podem aprender a ler e escrever, independentemente do ritmo.

 

DESAFIOS E SUPERAÇÕES

 

Neste capítulo, serão abordados os principais desafios enfrentados durante o processo de implementação do trabalho com leitura e escrita na Educação Infantil, bem como as estratégias utilizadas para superá-los. A experiência vivida na Escola Aurora envolveu diversas dificuldades, mas também proporcionou oportunidades valiosas de aprendizagem tanto para as crianças quanto para a educadora. A adaptação das atividades e a evolução da interação com as crianças foram fundamentais para o sucesso do processo de alfabetização, e, ao longo do tempo, foi possível observar um crescimento no engajamento das crianças com a leitura e a escrita.

A implementação do trabalho com leitura e escrita não foi isenta de dificuldades. Algumas das principais barreiras encontradas no processo incluem:

  • Diversidade no nível de desenvolvimento: As crianças na faixa etária de 0 a 6 anos possuem ritmos de aprendizagem muito distintos. Algumas crianças estavam mais avançadas no reconhecimento das letras e palavras, enquanto outras estavam apenas começando a se familiarizar com o ambiente letrado. Essa diversidade de níveis de desenvolvimento demandou uma adaptação constante das atividades, para que todas as crianças, independentemente de seu estágio, fossem atendidas de forma eficaz.
  • Resistência ao trabalho com a escrita: Algumas crianças mostraram resistência inicial em relação à escrita. Para elas, a atividade de escrever era mais desafiadora do que a de ler ou ouvir histórias, muitas vezes por não conseguirem se expressar de forma organizada por meio da escrita. Essa resistência foi um obstáculo, pois afetava a participação ativa de parte da turma nas atividades propostas.
  • Falta de recursos pedagógicos específicos: A escola dispunha de uma quantidade limitada de livros e materiais específicos para a alfabetização. Embora houvesse algumas opções, a falta de variedade e recursos direcionados à prática da leitura e escrita na Educação Infantil foi uma limitação para o desenvolvimento das atividades. A improvisação com materiais simples, como cartazes e recursos visuais, foi necessária, mas nem sempre atendia de forma completa às necessidades pedagógicas.
  • Falta de tempo: Em um contexto escolar com tantas demandas, a falta de tempo foi um desafio constante. As atividades de leitura e escrita precisam de tempo para que as crianças possam explorar, refletir e praticar de forma significativa, mas a agenda escolar muitas vezes não permitia que essas atividades se estendessem por um período satisfatório. A necessidade de conciliar essa prática com outras áreas do conhecimento também foi uma dificuldade.

Apesar das dificuldades enfrentadas, diversas estratégias foram adotadas para superar os obstáculos:

  • Adaptação das atividades: A principal estratégia para lidar com a diversidade de níveis de aprendizagem foi a adaptação das atividades. Para as crianças que estavam mais avançadas na leitura e escrita, foram propostas atividades mais desafiadoras, como a leitura de textos mais longos ou a escrita de palavras e frases mais complexas. Já para as crianças que estavam começando a se familiarizar com a escrita, foram utilizadas atividades mais simples, como o reconhecimento de letras, a cópia de palavras e a associação de imagens com palavras. Dessa forma, foi possível atender às necessidades individuais de cada criança, respeitando o ritmo de aprendizado de todos.
  • Uso de recursos multimodais: A escassez de materiais didáticos específicos foi compensada com o uso de recursos multimodais, como músicas, vídeos e imagens. Esses recursos ajudaram a atrair a atenção das crianças e estimularam o engajamento com a leitura e a escrita. A utilização de livros interativos e materiais de apoio, como cartões e figuras, também foi eficaz para complementar o aprendizado.
  • Integração da escrita de maneira lúdica: Para superar a resistência ao trabalho com a escrita, a escrita foi inserida em atividades mais lúdicas e prazerosas, como a criação de livros coletivos, a elaboração de listas de palavras e desenhos acompanhados de palavras. A ideia era que as crianças se sentissem mais confortáveis e motivadas a escrever quando isso fosse parte de um jogo ou de uma experiência mais divertida e menos formal.
  • Tempo de qualidade para atividades de leitura e escrita: A limitação de tempo foi abordada com um planejamento cuidadoso, que priorizou as atividades de leitura e escrita ao longo da semana, mesmo que isso implicasse na redução do tempo para outras áreas do currículo. As atividades de leitura e escrita foram realizadas em pequenos blocos de tempo, com intervalos para que as crianças pudessem se concentrar e assimilar as propostas de forma mais profunda.

A interação com as crianças evoluiu de forma significativa ao longo do tempo. Inicialmente, muitas crianças estavam mais reticentes e focadas em outras atividades, como brincadeiras físicas, do que na leitura ou na escrita. Contudo, com o tempo e com a introdução de práticas mais lúdicas, como contação de histórias, jogos de palavras e produção de livros, as crianças começaram a se engajar de maneira mais ativa. Elas começaram a fazer perguntas sobre o conteúdo das histórias, a pedir mais livros e a se envolver mais com a escrita, seja tentando escrever suas próprias palavras ou ajudando na escrita coletiva.

Segundo Neves (2006, p.49) A criança deve ser vista como sujeito ativo no processo de aprendizagem da leitura e escrita, sendo seu desenvolvimento uma construção contínua e dinâmica.

Ao longo das semanas, observou-se também um aumento no interesse das crianças pelas palavras e letras. As atividades de leitura compartilhada, por exemplo, proporcionaram momentos de troca, onde as crianças faziam comentários sobre o que estavam ouvindo e interagiam de forma espontânea com o conteúdo dos livros. Esse envolvimento crescente foi um reflexo da construção de um ambiente favorável ao desenvolvimento da linguagem, em que as crianças se sentiam encorajadas a explorar, perguntar e criar.

As atividades foram constantemente adaptadas conforme o andamento do trabalho. No início, as crianças estavam mais concentradas em atividades de leitura, com maior ênfase no reconhecimento de letras e palavras. À medida que avançavam, as atividades foram gradualmente desafiadas, com introdução de escrita mais independente, criação de frases e até mesmo pequenas narrativas. As adaptações foram feitas de acordo com o desempenho das crianças, com a professora ajustando a complexidade das atividades conforme a evolução do grupo.

Além disso, as atividades de escrita foram sempre acompanhadas de diferentes tipos de mediação, como a professora escrevendo as palavras no quadro e a leitura compartilhada de produções das crianças. Isso permitiu que as crianças se sentissem mais seguras e confiantes para tentar escrever por conta própria, sabendo que estavam sendo acompanhadas e incentivadas.

 

 ANÁLISE E REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA 

 

Neste capítulo, serão analisados os resultados da intervenção realizada na Escola Aurora, com foco no desenvolvimento da leitura e escrita das crianças, na participação e no interesse delas ao longo do processo. Também será feita uma reflexão sobre a comparação entre os objetivos iniciais e os resultados obtidos, os impactos nas práticas pedagógicas da instituição e as contribuições desse trabalho para o desenvolvimento das crianças no contexto educacional. O objetivo é refletir sobre como as atividades de leitura e escrita impactaram o aprendizado dos alunos e a prática pedagógica da escola, trazendo lições valiosas para o futuro.

REFLEXÃO SOBRE OS RESULTADOS OBSERVADOS NAS CRIANÇAS

 

Durante o processo de intervenção, observou-se uma evolução significativa no desenvolvimento da leitura e escrita das crianças, bem como em seu interesse e participação nas atividades. Algumas das principais observações incluem:

  • Desenvolvimento da leitura e escrita: As crianças mostraram avanços consideráveis em relação à leitura e à escrita. Enquanto no início a maioria das crianças estava apenas começando a reconhecer letras e palavras, ao longo do tempo foi possível notar que elas passaram a identificar palavras em textos mais longos, compreender melhor as histórias lidas e até mesmo tentar escrever palavras e frases de forma independente. Muitas delas começaram a associar a escrita ao seu cotidiano, como ao escrever o próprio nome, listas ou pequenas histórias.
  • Participação nas atividades: A participação das crianças nas atividades de leitura e escrita foi um aspecto positivo da intervenção. No início, algumas crianças estavam mais distantes dessas atividades, mas, à medida que a leitura se tornou mais interativa e as propostas mais envolventes, o engajamento delas aumentou consideravelmente. As atividades lúdicas, como jogos literários e a criação de livros, foram as que mais despertaram o interesse e a curiosidade das crianças, resultando em maior participação e entusiasmo.
  • Interesse crescente pela leitura: A motivação das crianças para a leitura foi um dos aspectos mais notáveis da experiência. Embora inicialmente algumas se mostrassem mais resistentes ou desinteressadas, a utilização de livros divertidos, histórias interativas e momentos de leitura compartilhada despertou um verdadeiro interesse pelas histórias e pela leitura. A solicitação por mais livros e histórias aumentou ao longo do tempo, e as crianças passaram a pedir para ler mais frequentemente, demonstrando um fortalecimento do hábito de ler.

 

COMPARAÇÃO ENTRE OS OBJETIVOS INICIAIS E OS RESULTADOS OBTIDOS

 

Os objetivos iniciais do trabalho com leitura e escrita estavam centrados no desenvolvimento da alfabetização das crianças, no estímulo ao prazer pela leitura e no engajamento ativo das crianças nas práticas de escrita. Ao refletir sobre os resultados obtidos, podemos destacar os seguintes pontos:

  • Objetivo: Desenvolvimento da leitura e escrita
  • Resultado: As crianças avançaram significativamente em seu processo de alfabetização, com maior domínio das letras e palavras. A maioria já reconhecia palavras mais simples, conseguia escrever seu nome e formar pequenas frases. Algumas até já se aventuravam a escrever pequenas histórias ou listas. Esse resultado foi alcançado de forma satisfatória, pois as crianças estavam progressivamente mais confiantes no uso da escrita.
  • Objetivo: Estímulo ao prazer pela leitura
  • Resultado: O interesse pela leitura foi um dos maiores sucessos do projeto. A introdução de histórias lúdicas, livros interativos e contação de histórias de forma dinâmica incentivou as crianças a se engajarem com os livros de maneira espontânea. Além disso, a leitura compartilhada, que envolvia discussões e reflexões, permitiu que as crianças se sentissem participantes ativas no processo de leitura, criando uma relação mais afetiva com os livros.
  • Objetivo: Engajamento ativo nas práticas de escrita
  • Resultado: Embora o desenvolvimento da escrita tenha sido progressivo, as crianças participaram ativamente das atividades propostas. A escrita coletiva, a produção de livros e as atividades de jogo literário ajudaram a reduzir a resistência inicial à escrita. As crianças começaram a associar a escrita à expressão de suas próprias ideias, e o ato de escrever passou a ser mais prazeroso e significativo.

A comparação entre os objetivos e os resultados demonstra que a maioria dos objetivos foi alcançada, embora o desenvolvimento da escrita tenha seguido um ritmo mais gradual, o que é natural para a faixa etária atendida.

 

POSSÍVEIS IMPACTOS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DA INSTITUIÇÃO

 

O trabalho com leitura e escrita na Educação Infantil teve um impacto significativo nas práticas pedagógicas da Escola Aurora. Algumas mudanças importantes que podem ser observadas incluem:

  • Integração de leitura e escrita em todas as áreas: A experiência demonstrou a importância de integrar as práticas de leitura e escrita em todas as áreas do currículo. A leitura e escrita passaram a ser vistas como ferramentas essenciais para o desenvolvimento de outras habilidades e para a formação integral da criança. O trabalho com livros, histórias e a produção escrita ajudaram a enriquecer as atividades em outras disciplinas, como ciências e arte.
  • Valorização do trabalho colaborativo: As atividades de escrita coletiva e de produção de livros pelas crianças mostraram como o trabalho colaborativo pode ser eficaz no ensino da leitura e escrita. A troca de ideias entre as crianças e a construção conjunta de histórias reforçou a ideia de que a aprendizagem é um processo social e coletivo, o que pode influenciar a forma como a escola lida com projetos futuros.
  • Uso de recursos lúdicos e interativos: A utilização de recursos lúdicos e interativos no ensino da leitura e escrita, como contação de histórias e jogos literários, passou a ser vista como uma prática fundamental na escola. A partir dessa experiência, é possível que a instituição adote de forma mais sistemática essas metodologias para facilitar o aprendizado das crianças.

Contribuições do Trabalho para o Desenvolvimento das Crianças no Contexto Educacional

O trabalho com leitura e escrita teve um impacto positivo e significativo no desenvolvimento das crianças, especialmente no que diz respeito a:

  • Desenvolvimento linguístico: As crianças ampliaram seu vocabulário e suas habilidades de comunicação, tanto oral quanto escrita. O aumento da compreensão de textos e a produção escrita, mesmo que inicial, ajudaram no desenvolvimento da expressão verbal e escrita, essencial para a formação da criança como comunicadora.
  • Aumento da autonomia e confiança: Ao se envolverem nas atividades de leitura e escrita, as crianças passaram a se sentir mais seguras de suas próprias habilidades. A escrita coletiva e a produção de livros lhes proporcionaram a sensação de conquista, ao verem suas ideias e palavras organizadas em textos concretos. Isso contribuiu para a construção de sua autonomia e confiança.
  • Motivação e interesse por aprender: A experiência de leitura e escrita contribuiu para aumentar a motivação das crianças para o aprendizado. Ao associar o processo de alfabetização com atividades prazerosas, criativas e interativas, as crianças passaram a ver a leitura e a escrita como práticas divertidas e não apenas como tarefas escolares, o que as incentivou a continuar explorando esses aspectos.
  • Conscientização da importância da leitura e escrita: As crianças começaram a perceber a leitura e a escrita como ferramentas essenciais em seu cotidiano. Elas começaram a ver o uso dessas práticas como algo importante para entender o mundo à sua volta e para se expressar. Esse despertar da consciência alfabetizadora é um dos maiores legados dessa experiência.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A intervenção realizada na Escola Aurora, com foco na Leitura e Escrita na Educação Infantil, mostrou-se extremamente rica e produtiva, tanto para as crianças quanto para os educadores envolvidos. Ao longo do processo, foi possível perceber um progresso significativo no desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita dos alunos, especialmente no que diz respeito ao reconhecimento de letras e palavras, à expressão escrita e ao despertar do interesse pela leitura. O envolvimento das crianças com as atividades propostas, sempre pautadas no lúdico e na interação, revelou a importância de criar um ambiente estimulante e acolhedor para o processo de alfabetização.

O trabalho realizado com os alunos de 0 a 6 anos na Escola Aurora proporcionou a compreensão de que a leitura e a escrita não são apenas habilidades acadêmicas, mas também instrumentos fundamentais para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças. Ao colocar as crianças no centro do processo de aprendizagem, com atividades que respeitaram seus diferentes ritmos e interesses, foi possível observar um significativo aumento na confiança delas e uma motivação crescente para continuar explorando o universo da leitura e da escrita.

Além disso, a experiência evidenciou a importância do papel do educador como mediador desse processo. A presença de uma professora atenta, criativa e motivada, que soube adaptar as atividades e oferecer desafios adequados, foi crucial para o sucesso da intervenção. O trabalho colaborativo entre a educadora e as crianças, somado à utilização de recursos variados e ao ambiente alfabetizador, contribuiu para criar uma atmosfera de aprendizagem contínua e prazerosa.

A análise dos resultados também trouxe à tona a necessidade de um planejamento pedagógico mais dinâmico, com o uso de materiais didáticos diversificados e de estratégias que envolvem a criança de maneira mais ativa. As dificuldades enfrentadas, como a diversidade no nível de desenvolvimento das crianças e a falta de recursos, foram superadas por meio da adaptação das atividades e da constante reflexão sobre as práticas pedagógicas. Isso possibilitou que a escola estabelecesse uma base sólida para continuar promovendo o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita de seus alunos de forma mais eficaz.

Em termos de impacto nas práticas pedagógicas da instituição, a experiência gerou uma reflexão importante sobre a importância de integrar a leitura e a escrita de forma mais sistemática em todas as áreas do currículo, além de valorizar a utilização de metodologias lúdicas e interativas. O trabalho com leitura e escrita, além de ser uma ferramenta essencial no processo de alfabetização, também contribuiu para o fortalecimento do vínculo afetivo das crianças com o aprendizado.

Por fim, a experiência de ensino da leitura e escrita na Escola Aurora reforçou que o processo de alfabetização na Educação Infantil deve ser, antes de tudo, prazeroso e significativo para as crianças. Quando se proporciona um ambiente rico em oportunidades de leitura e escrita, com estratégias diversificadas e sensíveis às necessidades dos alunos, o desenvolvimento de suas habilidades linguísticas ocorre de forma mais fluida e natural. Assim, é possível contribuir para a formação de cidadãos mais críticos, autônomos e engajados no mundo letrado, com um amor genuíno pela leitura e pela escrita.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRO, E. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artmed, 2001.

NEVES, M. H. M. A Construção da Leitura e da Escrita na Educação Infantil. São Paulo: Ática, 2006.

PIAGET, J. A Psicologia da Criança. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1992.

SOARES, M. Letramento e Alfabetização: A Perspectiva dos Anos Iniciais. 15ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.

VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

Lima, Fernanda Silva . Leei – leitura e escrita na educação infantil – relato de experiência..International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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