As origens da literatura espanhola: Época medieval ao século de ouro espanhol.

THE ORIGINS OF SPANISH LITERATURE: MEDIEVAL TIMES TO THE SPANISH GOLDEN AGE

LOS ORÍGENES DE LA LITERATURA ESPAÑOLA: DE LA ÉPOCA MEDIEVAL AL SIGLO DEL ORO ESPAÑOL

Autor

Raimundo Rodrigues de Brito

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/19607D

DOI

Brito , Raimundo Rodrigues de. As origens da literatura espanhola: Época medieval ao século de ouro espanhol.. International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este trabalho tem por objetivo de forma sucinta fazer uma análise histórica sobre a Origem da Literatura Espanhola e suas transformações no período que se entendeu como O Século de Ouro Espanhol. A investigação baseou-se em uma pesquisa qualitativa onde a mesma forneceu suporte para o desenvolvimento do trabalho, além de nos fornece informações sobre autores e obras do período. Como se sabe, a Literatura é um elemento muito importante na hora de aprender uma língua estrangeira. Muitas vezes pensamos que para adquirir a competência comunicativa somente basta com a gramática. Em parte, é certo isso, porém, quem aprende uma língua estrangeira, adquire também uma “cultura”, um modo de viver e relacionar-se com as pessoas e consigo mesmo. E dentro desse universo cultural se encontra a Literatura. Enfim, uma série de conhecimentos que ajudam a entender melhor o espírito espanhol, a cultura desse povo e portanto, servem de subsídios para uma melhor aprendizagem da língua.
Palavras-chave
Aprender. Cultura. Espanha. Literatura. Ouro.

Summary

This work aims to succinctly make a historical analysis of the Origin of Spanish Literature and its transformations in the period that was understood as the Spanish golden century. The investigation was based on qualitative research where it provided support for the development of the work in addition about authors end works from the period. As you know, literatura is a very important element when learning a foreign language, we often think that to acquire communicative competence, grammar is enough. This is partly true, but whoever learns a foreign language also acquires a “culture”, a way of living and relating to people and to oneself. And within this cultural universe lies Literature. Finally, a series of knowledge that helps to better understand the Spanish spirit and culture of these people and therefore serves learning of the language.
Keywords
Learn. Culture. Spain. Literatura. Gold.

Resumen

Este trabajo pretende realizar de forma sucinta un análisis histórico del Origen de la Literatura Española y sus transformaciones en el periodo que entendió como el Siglo de Oro Español. La investigación se basó en una investigación cualitativa donde brindó apoyo para el desarrollo del trabajo además de brindarnos información sobre autores y obras de la época. Como sabemos, la Literatura es un elemento muy importante a la hora de aprender una lengua extranjera, muchas veces pensamos que para adquirir competencia comunicativa basta con la gramática. Estoes en parte cierto, pero, quien aprende una lengua extranjera, también adquiere una “cultura”, una forma de vivir y de relacionarse con las personas y con uno mismo. Y dentro de este universo cultural se encuentra la Literatura. Por último, una serie de conocimientos que ayudan a comprender mejor el espiritu y la cultura española de este pueblo, y por tanto sirve de apoyo para un mejor aprendizaje del idioma.
Palavras-clave
Aprender. Cultura. España. Literatura. Oro.

INTRODUÇÃO

A Literatura espanhola é um mosaico de estilos, autores e gêneros que nos transportam para diferentes realidades. Desde os poemas medievais El Cid Campeador até os romances contemporâneos de Gabriel Garcia Márquez, cada obra nos convida a uma jornada única e inesquecível. 

A Literatura espanhola surgiu no século XIII, em língua romance. A poesia espanhola já tinha elementos de modernidade na Idade Média. O período de auge da cultura espanhola como Século de Ouro, ocorreu entre o Renascimento do século XVI e o Barroco do século XVII. O início do Século de Ouro é marcado pela publicação da Gramática Cartellana, de Antonio de Nebrija, em 1492.

Algumas correntes literárias que coexistiam na Espanha durante o Século de Ouro foram: Renascimento, Maneirismo literário, Barroco. Uma das obras-primas da Literatura espanhola é Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. A primeira parte dessa obra foi publicada em 1605 e a segunda em 1615. Dom Quixote é um dos livros mais traduzido do mundo, em cerca de 145 idiomas.

A Literatura espanhola tem várias características, como a sua influência na literatura mundial, a sua relação com o contexto histórico e sociocultural, e a sua importância para o ensino de língua espanhola. A mesma influenciou fortemente os romances modernos, com obras como Dom Quixote de la Mancha de Miguel de Cervantes e Lazarillo de Tormes. A sua relevância pode ser sentida para além das fronteiras, contribuindo para o processo da educação, proximidade com outras culturas e aprendizado, entre outros aspectos, como: a poesiada Idade Média que já trazia elementos de modernidade, nos séculos 16 e 17, coexistiam na literatura espanhola a estética renascentista, o maneirismo literário e o Barroco.

Alguns dos principais autores da Literatura Espanhola são: Miguel de Cervantes, Frederico Gancia Lorca, Rosa Monteiro, Javier Marías, Arturo Pérez Reverte, Julia Navarro, Ildefonso Falcones, Carlos Ruiz Zafón, entre outros.

O que se sabe, é que as primeiras obras… As origens da Literatura Espanhola – melhor dizendo: da literatura cartellana – são totalmente imprecisas. O que se sabe, é que as primeiras obras foram escritas em língua romance, era de caráter épico e também desenvolvidas em verso, como já estudamos até aqui.

OBJETIVO

De acordo com a estrutura do trabalho, podemos verificar, portanto, que os objetivos estão distribuídos em geral e específicos, como se elenca a seguir.

OBJETIVO GERAL 

Conhecer conceitos e características das principais obras dos autores desde o período da Idade Média até o Século de Ouro Español.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

. Conhecer conceitos literários importantes para a leitura e compreensão de um texto.

. Conhecer como nasceu a prosa do século XIII ao século XV.

. Explicar as origens do Renascimento e suas principais características.

. Apresentar o Barroco espanhol e suas características.

JUSTIFICATIVA

Este trabalho teve como justificativa, a sua parte literária, pois a mesma contribui com grande importância para o desenvolvimento da língua espanhola e para a cultura espanhola, construindo assim, para o processo da educação, socialização e aprendizado, tornando o ensino de língua espanhola mais efetivo.

REVISÃO DE LITERATURA

A palavra Literatura vem do latim “literae”, que significa “Letras”. Assim, segundo a etimologia, Literatura é qualquer texto escrito com certo conteúdo. A Literatura Espanhola teve origem na Idade Média e atingiu o seu auge no século XVIII. O período entre 1550 e 1650 e é conhecido como o Século de Ouro Espanhol. Porém, se queremos aprofundar sobre o significado da mesma, Blecua nos apresenta o dito por Aristóteles em sua Poética: 

Imitação que se realiza por meio das   palavras e cujo fim último é o deleite, o prazer “. (Blecua, 1998, P.6)

De acordo com esta definição, a literatura ou toda obra literária parte da realidade, se inspira nela e segundo seja o grau de imitação da mesma, pode apresentar os personagens, sucesso ou acontecimentos que nela aparecem melhores, igual ou piores que a realidade. Segundo isto surgirá o idealismo – apresentar a realidade tal qual ela é; o irrealismo – apresentar a realidade pior do que ela é – entra aqui o cômico, o grotesco.

Por outra parte, é necessário ter em conta que a finalidade da literatura é causar prazer, deleite e pensamento, que nesse sentido um texto literário apresentará algumas características ou figuras de linguagem que não possui outro tipo de texto para poder alcançar tal finalidade.

Assim, a partir desta definição pensamos que pode-se ter uma noção mais clara do significado de Literatura.

GÊNEROS LITERÁRIOS NA IDADE MÉDIA

Blecua (1998, p. 6) falando sobre isto, nos diz o seguinte:

 

A presença da voz do poeta em sua obra determina a distinção de três gêneros literários:  épico – fala o poeta e também os personagens, dramático – somente falam e atuam os personagens e lírico – só fala o autor. (Blecua 1998, p. 6)

Já Sánchez Pérez (2003, p. 13) nos dirá que gênero “são os diferentes grupos em que classificam as obras literárias atendendo à suas características comuns”  

Será a partir do século XVIII que se considera que os gêneros literários fundamentais são: […] gêneros naturais são três: O lírico, O épico e O dramático, aos que se acrescentam: O didático, O histórico e O oratório. 

Assim, dentro da lírica encontramos geralmente as obras escritas em verso, onde o autor vai expressar seus sentimentos. Dentro da épica encontramos obras em prosa ou verso, onde o autor narra as ações dos personagens. E, dentro da dramática, obras em prosa ou verso, onde os personagens expõem e desenvolvem suas ações diante dos telespectadores. Já se fala de gênero dramático, quando uma obra pretende ensinar; históricos, quando narra feitos passados e oratório, quando trata oralmente de convencer ou acreditar.

Passemos agora a ver de perto a chamada Idade Média para tratar de compreender a Literatura divulgada nessa época.

O CONTEXTO HISTÓRICO MEDIEVAL

Quando ouvimos falar da Idade Média, o primeiro que aparece em nossas mentes é a referência a castelos, armaduras, espadas e cavalos. É que toda essa época estava fortemente marcada pela presença da guerra e os chamados “cavaleiros”. Se te pedíssemos que citasses algum exemplo ou acontecimento da Idade Média, a quem ou que citarias?

Juan Miguel Rodriguez, na introdução da versão do Cantar de Mío Cid (1999, p. 9), falando sobre esta época nos diz o seguinte:

A Idade Média… compreende os séculos que vão do ano 500 até o 1500 aproximadamente. Os primeiros séculos de desordem e instabilidade, do 500 ao 900, se lhes conheces com a denominação de Idade das Trevas: do século X ao XII, como Alta Idade Média; enquanto que desde o século XII em diante leva o nome de Baixa Idade Média.

Como podes observar são três períodos em que se divide esta Idade. Desta maneira e seguindo um estudo cronológico da mesma. Começaremos pela chamada Idade das Trevas onde surgirá uma das obras mais relevantes da Literatura espanhola: El Cantar de Mío Cid.

Como talvez já sejas, a Literatura não é algo isolado da realidade, sim, que nasce, surge dentro de uma realidade, de uma sociedade que tem seus valores, seus costumes, suas crenças. Por este motivo, antes de entrar especificamente na análise do Cantar de Mío Cid, teremos que determos a considerar o contexto histórico, é dizer, como estava conformada a sociedade da época, assim como também qual era a característica ou características existentes na cultura do momento.

Parafraseando ao autor mencionado anteriormente (1999, p. 9-11) te apresentamos alguns elementos que consideramos que vale apena recordar já que sem eles se torna difícil entender esta época:

    • A Igreja: sua presença foi marcante ao longo deste período. Graças a ela, a Idade Média adquire um caráter de unidade dentro da diversidade de línguas, costumes e culturas.
  • Sociedade Imobiliária: a sociedade estava dividida em três classes: Oratores: “os que rezam”, os eclesiásticos. Bellatores: “os que lutavam”ou guerreiros que constituíam o estamento da nobreza; e Laboratores ou trabalhadores, estamento em que se agrupava o resto da sociedade, principalmente os camponeses e artesãos.
  • Teocentrismo: o sobrenatural é aceitado como algo natural, e a intervenção de Deus na vida diária, ou dos demônios, era considerado como o cotidiano. Isto se vem refletindo nas obras literárias, com uma referência contínua ao religioso, a moral, o ético.
  • As Cruzadas: foram os acontecimentos de maiores repercussões no século XII e marcam o começo da Baixa Idade Média.
  • O Latim: até o século XII foi o principal veículo literário; quase a única língua com prestígio suficiente para ser empregada nas escritas.
  • A Grande diversidade da língua na península: os diversos dialetos que se deram na Espanha até que o castelhano foi considerado língua oficial. A partir do século XI temos duas línguas romances avantajadas, a castelhana e a galega; ao Sul, a moçárabe; no Noroeste, o catalão, com grande influência provençal.

A ÉPOCA CASTELHANA

Para que possamos entender melhor El Cantar de Mío Cid, se faz necessário que aprofundaremos sobre a época castellhana. Uma primeira pergunta que teremos que responder está relacionada com a origem da mesma. Existem três teorias em relação a isto.

Segundo Manuel Rodriguez (op. Cit., p. 11), a primeira teoria trata de explicar esta origem do francês. Baseando-se na hipótese das semelhanças de métrica e em que a época francesa já estava desenvolvida quando aparece a castelhana. A segunda teoria proposta da origem germânica da época castelhana diz que existiam cantos épicos entre os visigodos; estes cantos constituíam uma espécie de história cantada. Menéndez Pidal, historiador espanhol, é defensor desta teoria. A terceira solução proposta por Julian Ribera, indica uma origem musulmana andaluz à épica castelhana. Seria uma época cantada pelos cristianos que viviam com os árabes.

Seja qual for a época da origem castelhana, o certo é que existiram canções de gestos durante a Idade Média. Segundo Blecua (1998, p. 8), é o gênero característico da Idade Média e relatam façanhas de um personagem histórico, como é o caso do Cid.

Estas canções eram interpretadas pelos cantores, que andavam de cidade em cidade recitando, cantando nas praças públicas ou mercados os gestos dos heróis e cavaleiros e legendários. Os documentos escritos desta época pertencem ao chamado Mestre de cantoria, onde a palavra mester significa Serviço ou Ofício e cantores, jogo, alegria.

Samaniego (1970, p. 26) nos diz:

 

Chama-se assim ao conjunto de poemas épicos escritos nos primeiros inícios da poesia castelhana. Entre suas características mais sobressalentes temos seu anonimismo, sua linguagem popular, sua forma predominantemente narrativa, sua irregularidade métrica (abundam versos de 16 sílabas), a preferência da rima assonante, seu sentimento heroico e nacionalista.

 

Como podes ver, estes poemas tinham um autor desconhecido (anônimo); ao ser anunciado nas praças, é lógico que sua linguagem era popular e que como contavam feitos referentes a história do povo, eram feitos em forma de narração.

Como já foi dito anteriormente, é uma das obras mais relevantes da Literatura Medieval. Segundo Miguel de Unamuro (1977, p. 57), nele “se canta ao herói que simboliza a afirmação da vontade indígena frente às instruções estrangeiras”. Em relação a sua data de elaboração e seu autor.

 

[…] O manuscrito em que foi copiado pertence ao século XIV. A data de composição foi objeto de polêmica, enquanto que Ramón Menéndez Pidal defendeu que deve situar-se em volta de 1140, a maioria dos estudiosos atuais se dispõe pelos fins do século XIII. Sobre o autor também se tem pensado em diversas hipóteses. Ocódice está fixado por um tal Per Abbat (Pedro Abat), porém se trata do copiador, o que fez o cantar uma obra   anônima.   (Blecua 1998, p. 15).

NASCIMENTO DA PROSA LITERÁRIA ROMANCE DO SÉCULO XIII AO SÉCULO XV

Para Redonnet (1984):

 

A prosa romance, criada no século XIII por Alfonso o Sábio, se afirmar e enriquece na centúria que lhe segue por obra de dom Juan Manuel, primeiro prosista da literatura espanhola com clara vontade de estilo. Dom Juan Manuel e sobrinho de Alfonso X, cultivou com sentido artístico o gênero narrativo e fundou a prosa novelesca em língua castelhana. O livro do conde Lucanor e de Patronio, fechado em 1335, o consagra como um dos grandes nomes das letras medievais e, na Espanha, como o máximo prosista do século XIV.   (Redonnet, 1984, p. 55).

 

A vida de dom Juan Manuel, nascido em 1282, transcorre um dos períodos mais agitados da história de Castilha: os reinados de Sancho e Fernando VI. Ambicioso e soberbo, inquieto e contraditório, intrigou ativamente nas lutas internas do reino e militou nelas o serviço quase exclusivo de seus interesses pessoais, geralmente enfrentando aos da coroa. Sagaz político e hábil guerreiro, conseguiu reunir uma quantiosa fortuna que o converteu no homem mais poderoso de seu tempo.

Dom Juan Manuel, nascido em Escalona (Toledo) 1982 era sobrinho de Alfonso X o Sábio e neto de Fernando III o Santo. Instruído no conhecimento das artes marciais, do latim e da história e interveio ativamente nas lutas mobiliárias durante a menor idade de Fernando IV e Alfonso XI.

Expressa em sua obra literária, as intrigas políticas que viveu intensamente e se manifesta uma forte contradição. Por um lado, o orgulho que sentia por sua linhagem, seu poder social e econômico e por outro a humanidade que, como escritor, manifesta as vezes.

Sua produção literária é variada e se conhece porque ele mesmo deixou constância dela em seus prólogos, embora alguns títulos se tenham perdido apesar de seu interesse na transmissão dos escritos.

Entre as obras conservadas cabe ressaltar:

  • Libro del Caballero et del Escudero
  • Libro de los Estados
  • Libro de la caza e Libro de los en ejemplos del Conde Lucanor et de Patronio.

Segundo Redonnet (1984):

Todas as obras de dom Juan Manuel, com excepção do Tratado de Assunção, respondem a uma intenção unitária de caráter didático: a educação dos jovens nobres. As palavras postas na boca de Patronio, ao final de O Conde Lucanor, convém ao propósito específico dos escritos manuelinos.  A intencionalidade didática se dirige por um lado, à vertente espiritual do homem e seu   destino transcendente, é dizer, a salvação da alma. Por outro, a sua realização   humana em uma sociedade concreta na que deverá velar por seu corpo, por sua   fama, por seu patrimônio e finalmente, por sua linhagem ou hierarquia    social. (Redonnet, 1984, p. 56).

Era a intenção de dom Juan Manuel, agregar honra, a reputação pessoal e os bens como preocupação em suas obras porque para ele estas coisas não estão reunidas com o serviço de Deus. Isto o dizia porque: “todo homem deve alcançar a salvação no cumprimento das obrigações de seu estado”. (Redonnet, 1984, p. 56).

Os conselhos, advertências e ensinamentos buscados em todos os seus livros apontam a conciliar os dois objetivos, o transcendente e o mundano, e a justificar, também, sua própria vida pessoal.

A esse respeito, Luque (1988) diz que: 

Uma das características mais chamativa de dom Juan Manuel é seu desprezo, aparente pelos saberes estudiosos, relacionados muito apertadamente com os clérigos. Junto ao desprezo, tende a não citar nenhum livro como fonte ou autoridade: o mesmo cumpre esta dupla missão, pois se situa em um lugar preeminente e se cita constantemente como fonte direta. Porém isto não deve levar a enganos, dom Juan Manuel recomenda a leitura junto ao exercício das armas. As referências a si mesmo têm que entendê-las mais como o produto de uma psicologia concreta que como o desprezo ao escrito. (Luque, 1988, p. 19).

 

O RENASCIMENTO: CONTEXTO POLÍTICO-SOCIAL DO SÉCULO DE OURO ESPANHOL

Assim como sucede com a Idade Média, o Século de Ouro recebe esta denominação por considerar-se que neste período a Espanha adquire esplendor em todos os âmbitos. Tens que pensar que estamos falando do momento no qual se dá por parte dos espanhóis o chamado “descobrimento da América”. Também nesse período se produz uma breve anexação do Reino de Portugal ao espanhol. Na Espanha se produz a união das duas famílias reais: Borbones e Ausburgos, a partir do casamento de Fernando VII com a chamada Isabel da Católica. E todo esse momento forte a nível de expansão propicia um forte momento cultural que tem sua influência na Literatura. 

Vejamos alguns dados abordados por Samaniego, Antenor (Op. Cit., p. 59-60) em relação com este último aspecto:

Divisão do Século de Ouro:

  • Período inicial (até o fim do reinado de Carlos V) em que a poesia lírica alcança

sua maior expansão orbitária (Garcilaso de la Vega e Fray Luis de León).

  • Período de apogeu (reinado dos Felipes II e III) em que a prosa reluz

magnificamente com Cervantes.

  • Períoso de decadência (reinado de Felipe IV) em que tanto a prosa como o verso se

retorcem nos movimentos culteranos e conceitista.

Já Sáncho Pérez (2003, p. 16), nos dirá:

 

O primeiro período, conhecido como Primeiro Renascimento, é um período de orientação no que se importam as formas literárias italianas, as doutrinas platônicas e o Erasmismo do Renascimento europeu… O segundo período ou Segundo Renascimento, é um período em que se aceitam as formas italianas importadas e, com a Contrarreforma, se acusam as ideias reformistas, marcando uma perfeita separação entre a literatura profana e a religiosa.

 

A palavra Renascimento em si mesma significa um “renascer”, um retorno à antiguidade clássica onde tudo era harmonia e equilíbrio. Por isso mesmo é que o modelo deste Movimento é o homem que sabe manter o equilíbrio. Em relação com a Espanha, o Renascimento não significou uma ruptura com o anterior, com o medieval. Pelo contrário este Movimento sobe conjugar, manter o melhor da Idade Média e incorporar o romance, o próprio do mesmo.

O Renascimento se caracteriza por ter essa função da tradição medieval com os novos valores; valorizar o passado espanhol; cristianizar a antiguidade; coexistir o popular, local e hispânico com o universal; propiciar uma unidade político-religiosa na Espanha; harmonizar o religioso com o pagão (um exemplo claro disso é o visto na Celestina, que é um antecipo do Renascimento), assim como também de idealismo e realismo, tendo seus escritos uma finalidade ética-didática.

A LÍRICA RENASCENTISTA

Dentro deste movimento temos que localizar a chamada “Lírica espanhola”, e, principalmente a poesia bucólica onde brilha o autor Garcilaso De La Vega. Para falar sobre esta questão vejamos o que nos diz Samaniego (Op. Cit., p. 60). Graciliaso de la Vega é quem faz triunfar definitivamente a incorporação da escola italiana em terras espanholas. Podes perguntar-te em que consiste ou quais são as características da escola italiana. Como resposta te dizemos que as contribuições da mesma se encontram:

  • O hendecassílabo (verso de 11 sílabas); pois anteriormente, existia o empregado o octossílabo e outros de arte menor;
  • As combinações estróficas do terceto, a lira, o soneto e a oitava real;
  • Novas espécies líricas procedente do grego: écloga, canção, elegia, ode, epístola, epopeia:
  • Múltiplas figuras e tropos literários, como o hipérbato, a elipses, a metáfora, a sinédoque, o paradoxo a antíteses…

Como podes observar estas características vão provocar um enriquecimento dentro da poesia espanhola. 

GARCILASO DE LA VEGA (1501-1536): A POESIA BUCÓLICA 

Uma das características dos autores da época era a de conjugar “a caneta e a espada”, é dizer, se dedicava às Letras e também às armas. E isto não podia faltar neste autor espanhol quem estudou artes, literatura, história, grego e latim, assim como também atuou como militar na defesa de cidades espanholas. Entre suas obras destacamos as seguintes:

  • Três éclogas
  • Cinco Canções
  • Duas Elegias
  • Uma epístola
  • Trinta e oito sonetos

Seu estilo apresenta uma sensibilidade exótica da natureza, uma concordância perfeita entre forma e conteúdo, uma predileção sobre a musicalidade dos versos, assim como também um culto pela beleza feminina e um entusiasmo pelas figuras mitológicas. Assim também, sua temática está relacionada com o Bucolismo, um dos temas mais gratos à literatura renascentista a Arcádia, o Século de Ouro, um mundo passado corrompido pelas sucessivas idades.

SAN JUAN DE LA CRUZ (1542-1592): A POESIA MÍSTICA 

Antes de entrar especificamente na poesia mística, temos que falar sobre o significado de mística. Seguramente sabes das chamadas “experiências místicas” que alguna santos tiveram.

O Dicionário da RAE (Real Academia Espanhola) nos diz em relação com esta palavra: (Del lat. mystica, t. f. de –cus, místico).

  • 1. f. Parte da teologia que trata da vida espiritual e contemplativa do conhecimento

e direção dos espíritos.

  • 2. f. Experiência do divino.
  • 3. f. Expressão literária desta experiência.

Como podes ver a mística está relacionada com o divino, com Deus. E ao falar de poesia mística temos que entender a mesma como a verbalização, a postura em escrito de uma experiência divina que o poeta sente. E é isso precisamente que ocorre com San Juan de la Cruz. 

Em sua relação com Deus, ele tem uma experiência mística. Segundo os autores espirituais, a mística tem três vias: a chamada purgativa, ou conhecida também como noite dos sentidos, onde o homem aprende a morrer a o sensível, aos desejos sexuais; a iluminativa, onde a inteligência do homem é iluminada pela divina; e, finalmente, a unitiva, onde o homem adquire uma unidade profunda com Deus, cumprindo-se aquilo que não são dois, sim um só. 

Blecua (Op. Cit., p. 44), falando sobre isto nos diz:

 

Os caminhos ou vias que deve a alma seguir são a via purgativa, a via iluminativa e a via unitiva. A primeira, segundo San Juan, é duríssima para a alma pois tem de passar por várias noites de purgação terríveis, que   muitas   almas são conseguem superar. Passadas as noites purgativas, a alma inicia o trânsito luminoso, via iluminativa, até chegar a via unitiva, onde se une a Deus.  Esta última via tem também vários graus de união segundo a intensidade e frequência. O poeta a escreve como uma chama.

 

E é o poema “Chama de Amor viva”. O poeta ao falar-nos sobre “Chama de amor viva “está fazendo referência ao fogo do amor de Deus que de tal maneira está unido a sua alma que chega a feri-la de amor. Porém esta ferida não é dolorosa, sim tenro, já que é feita pelo fogo do amor de Deus que invade o coração do poeta.

A PROSA RENASCENTISTA

Apresentamos de maneira sucinta a poesia renascentista, onde pudeste ver as características principais da mesma, refletidas principalmente no poeta Garcilaso de la vega e San Juan de la Cruz.

Nesta sessão vamos falar sobre a prosa renascentista, tendo como referência principal ao gênero literário denominada NOVELA. O que é uma novela? A definição nos diz que é um texto extenso escrito em prosa; a diferença do conto que é um texto breve. No século XVI surgem vários tipos de novelas: de cavalarias, pastoril, histórica e picaresca. Baseando-se em Samaniego (Op. Cit., p. 138-139), vamos definir cada uma delas.

 

  • De cavalaria: considerando-se em sua evolução três ciclos: o bretão, o carolíngio e o bizantino. O bretão tem por fundamento as aventuras legendárias do rei Artur, da Inglaterra e os cavaleiros da Tábua Redonda… O ciclo carolíngio gira em torno de Carlos Magno e os Doze pares da França. Finalmente, o chamado bizantino, mistura elementos reais aos míticos e fabulosos. Entre as mais famosas se encontra “Amadis de Gaula”, uma das que servirá de inspiração a Cervante para escrever Don Quijote de la Mancha.
  • Pastoril: cronologicamente sucedem às cavaleirescas e às reemplazam do gosto do público. As primeiras raízes se encontram nas poesias bucólicas de gregos e italianos. Ela tem como protagonista a pastores que são rejeitados por sua amada (algo semelhante a o que já viste na Écloga de Garcilioso de la Vega);
  • Histórica: contrastadas com as novelas de imaginação aparecem as históricas, diretamente desprendidas dos chamados romances fronteiriços.
  • Picarescas: inspiradas na realidade, são as que cativam todas as preferências. 

 

É genuinamente espanhola e não tem antecedentes (como Don Quijote) em nenhuma literatura anterior, nem contemporânea. Pode utilizar-se como um documento biossociológico que nos apresenta a idiossincrasia da classe média e plebeia da Espanha dos séculos XVI e XVII. É de estilo humorístico e sua forma narrativa é autobiográfica. Nela não existe unidade de argumento, podendo-se ler um episódio independente do outro. A unidade do relato está dada pelo personagem e não pelos acontecimentos (se bem que os feitos são apresentados cronologicamente). Entre as principais obras deste gênero se destaca “El Lazarillo de Tormes”

EL LAZARILLO DE TORMES 

MIGUEL DE CERVANTES (1547 – 1616): DON QUIJOTE DE LA MANCHA

Não sei se tú lês a Bíblia ou talvez ouvistes falar do primeiro milagre de jesus realizado nas Bodas de Caná. Uma vez que ele transformou a água em vinho, um dos convidados dice, com surpresa: “Todo mundo serve o primeiro vinho, deixando para o final o pior; em vez disso, você os reservou o melhor para o final”. Da mesma maneira tu podes manifestar o mesmo já que, ao final deste capítulo vamos falar da obra mais representativa da Literatura espanhola, chamada “Don Quijote de la Mancha”

Antes de começar a falar da obra temos que fazer menção ao autor já que a mesma reflete em certa medida o espírito que encorajava a Miguel de Cervantes. Cervantes nasce em Alcalá de Henares e participa da chamada Batalha Naval, onde ficou impossibilitado de um braço. Ao voltar da batalha o barco em que viajava é atacado por africanos, sendo preso e vivendo cativo durante cinco anos. (esta experiência na prisão vai ajudá-los em sua tarefa como escritor – lhes serve de inspiração). Ao longo de sua vida escreveu várias obras, seja de instinto teatral, seja de novelas.

Apesar de seu esforço, não deixava de ser um escritor medíocre. Porém, dizem que a perseverança é o que faz uma empresa ir adiante, chegando quase o final de sua vida, em 1605, publica “O engenhoso Fidalgo Don Quijote de la Mancha e dez anos depois, em 1615, “Segunda parte do engenhoso Cavaleiro Don Quijote de la Mancha”, a partir das que sua fama como escritor correrá como regueiro de pólvora duradeira até os dias de hoje.

A primeira parte consta de 52 capítulos e a segunda de 74 capítulos. A primeira parte pode resumir-se nas duas saídas de Don Quijote, sendo uma, a primeira só; e a segunda em companhia de seu fiel escudeiro Sancho Panza.

A segunda parte, se resume em uma saída em companhia de seu escudeiro e um retorno definitivo para morrer em seu lugar de origem. Tanto a primeira como a segunda apresentam aventuras do Cavaleiro e seu Escudeiro, assim como também histórias intercaladas, o que possibilita ao leitor um encontro com uma riqueza linguística muito importante.

Tu podes perguntar-te: Quem é Quijote de la Mancha? Escutemos ao próprio autor apresentando-o (Miguel de Cervantes, 2005, 27-28):

 

Em um lugar de la Mancha, de cujo nome não quero lembrar-me, não faz muito tempo que vivia um fidalgo dos de lança em artileiro, broquel antigo, cavalo magro e galgo corredor… Era de complexão forte, seco de carnes, magro de rosto, grande madrugador e amigo da caça. Querem dizer que tinha o sobrenome de “Quijada” ou “Quesada”.

 

Este homem que por ler muitos livros de cavalaria se enlouquece, perde o juízo e pretende trazer a realidade, à vida, o lido nos livros. E como podes imaginar-te, esse desejo será motivo de diversas frustrações sofrida por Don Quijote, quem para levantar-se, sair adiante, deverá encontrar algum subterfúgio para poder continuar com seu cometido. Esse sub-refúgio encontrado será a presença de “um sábio Frestão”.

Vejamos novamente o texto, e leiamos a passagem logo de que o Quijote se enfrenta com os moinhos de vento (2005, p. 76):

Cala-se amigo Sancho – respondeu Don Quijote – que as coisas da guerra mais que   outras estão sujeitas a contínua mudança; quanto mais, que eu penso, e é assim verdade, que aquele sábio Frestão que me roubou o aposento e os livros se tornaram gigantes em moinhos

 

Don Quijote que tem como escudeiro a um vizinho de aldeia chamado Sancho Panza. Este representa a realidade; é quem com seus ditos populares busca fazer cair em si ao cavaleiro. Porém, bem dizem que a amizade produz uma espécie de simbiose, e assim na segunda parte da novela, nos apresenta Don Quijote assumindo característica de Sancho e Sancho adquirindo quixotesca. 

Vejamos o que sucede ao final da mesma, estando o personagem no leito da morte (2005, p. 1101):

 

Dar-me parabéns, bons senhores, de que já não sou Don Quijote de la Mancha, sim Alonso Quijano, a quem meus costumes me deram renome de “bom”. Já não sou inimigo de Amadis de Gaula e de todo o infinito grupo de sua linhagem; já me são odiosas todas as histórias profanas da andante cavalaria; já conheço minha necessidade e o perigo em que me puseram tê-los lido; já por misericórdia de Deus castigo em cabeça própria, as abomino.

 

Como podemos observar se produz uma transformação em Don Quijote, terminando de aceitar sua realidade de pessoa limitada, reconciliando-se desta maneira com sua própria história e consigo mesmo. 

A nível de leitura, podemos ver que o círculo se fecha. Don Quijote se inicia no Capítulo primeiro do Livro I com a figura de Alonso Quijano e termina no Capítulo LXXIV do Livro II fazendo referência a mesma pessoa. Entre um e outro momento se sucede inumeráveis acontecimentos e situações vividas pelo personagem e motivadas por sua “loucura “de ser cavaleiro andante.

E Sancho Panza? Escutemos a Cervantes:

[…] Olha, não seja preguiçoso, levanta-te dessa cama e vamo-nos ao campo vestidos de pastores, como temos combinado: talvez traz de alguma mata encontramos à senhora Dulcinéia desencantada, que não há mais nada para ver.

Aqui em Sancho podemos observar essa transformação também. Ele, que a o longo de toda a novela vai alertando o seu amor sobre sua fantasia transtornada, agora propõe continuar vivendo dessa maneira. Assim, imaginação-realidade; realidade-imaginação se dão a mão em um recorrido mestre a o longo da Obra que possibilita que a mesma seja considerada como um Clássico da Literatura Universal.

 O BARROCO: A LITERATURA BARROCA: CONTEXTO HISTÓRICO

Iniciamos este capítulo apresentando-te um breve contexto histórico da época barroca, extraído de <http:/www.liceodigital.com/literatura/barroco.htm:>

O Século de Ouro transcorre a partir do momento de maior impulso histórico da Espanha recém surgido como um Estado unificado, a partir da Reconquista e a unificação das coroas de Castilla e León, enriquecida com o recente descobrimento de “as Índias” e empenhada na titânica tarefa de sua colonização até o começo de sua decadência.

Unificada baixo o império dos Reis Católicos e regida por soberanos firmemente defensores da Fé, a partir do surgimento da Reforma, Espanha se encontra na luta contra o separatismo religioso. Se converte em defensor da evangelização do novo continente americano, ao tempo que, em seu âmbito interno se mantém o espírito da religião católica tradicional mediante uma censura intensa e rígida; respaldada na instituição da Inquisição espanhola, chamada “A Santa Irmandade” frequentemente mencionada das obras literárias desta época.

Porém, ao mesmo tempo, a situação social interna se caracterizou pela existência de grandes diferenças entre ricos e pobres. O afiançamento do sistema monárquico se emparelhou a um fortalecimento do regime mobiliário – os “grandes da Espanha” – em tanto que o sistema de hereditariedade expulsava de seu núcleo aos “segundões”, excluído da sucessão e libertados da carreira eclesiástica ou militar, ou à busca de êxito na aventura americana.

A expulsão dos moros e os judeus logo da Reconquista, introduziu também um fator negativo na ordem econômica tanto como no demográfico que se viu agravado pelos efeitos da peste e das penúrias.

Dentro desse contexto surge o Barroco. Este movimento nasce depois do Renascimento e é como contra cara do mesmo. Por que dizemos isto? O Renascimento é movimento que tem como característica principal o otimismo e a espontaneidade como atitude de vida, precisamente porque é no século XVI que a Espanha alcança um grande poder econômico e sua expansão se dá de uma forma acelerada. Já no século XVII a sociedade espanhola está muito preocupada por tudo o que seja política, economia e normas sociais e tudo isso vai derivar em uma atitude de desconfiança quase inata do homem dessa época, o que provoca uma observada pessimista sobre a realidade. Falando de uma maneira simples: Ao ver uma garrafa com água até a metade, o homem renascentista se fixa no que tem, enquanto o barroco se lamenta pelo que falta.

 Leiamos o que Blecua (1999, p. 38) nos diz a respeito: 

Mais difícil é determinar os caráteres do período barroco. Em linhas gerais poderíamos dizer que o aspecto essencial é o de uma sociedade que desconfia de si mesma, muito preocupada pela política, a economia e as normas sociais. Isto é, pelo medo de uns e o desejo de outros de baixar ou subir socialmente,

E falando sobre a relação com o Renascimento: 

Se o aspecto essencial da estética vital renascentista é a naturalidade, o do Barroco é artifício, a afetação, a ocultação da realidade para admirar, surpreender, e em definitiva, enganar. (Bleuca, 1999, p. 38).

A palavra é originada do português barroco (barrueca em castellhano) que significa pérola irregular. E certamente que existe uma espécie de irregularidade, de pensamento retorcido, dada por essa antinomia no homem barroco: capaz dos sentimentos mais sublimes e dos mais baixos; ao mesmo tempo capaz de amar até o extremo ou odiar sem limites.

Por outa parte, a doutrina estética do barroco postula um perfeccionismo pelo rebuscamento de efeitos romances e surpresas; um desafio para o desafio das dificuldades formais demonstrando engenhosidade na criação de artifícios que importam a necessidade de um esforço no receptor da obra de arte, para decifrar seu sentido e seu conteúdo. Idiomaticamente, a expressão “barroco” encerra as ideias de extravagância e de exageração; com um marcado sentido pejorativo que alude a um rebuscamento formal sem fundamento real.

Como um antecedente do barroco, procede mencionar o maneirismo, um estilo que se desenvolveu na Itália no século XVI, e que especialmente teve aplicação nos campos da pintura e a escultura; onde se caracterizou pelo uso de figuras muito exageradas, muitas vezes com posturas forçadas ou com efeitos dramáticos, e com uma seleção de cores bastante arbitrária.

O maneirismo – cuja designação provém da palavra italiana “maniera”, “manera” – procurava obter efeitos mais emotivos, de maior movimento e contraste; especialmente no tratamento da figura humana. Podem citar-se como exemplos desta tendência estilística, algumas obras célebres; como “O juízo final”, pintado por Miguel Ângelo na Capela Sixtina, “A descida da cruz”, Rosso Fiorentino, e na Espanha a obra de “O grego”, em geral.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Espera-se que, com a análise histórica deste trabalho, possamos compreender melhor sobre as transformações ocorridas no período da Origem da Literatura espanhola da época Medieval até o Século de Ouro Espanhol.

A pesquisa tem por objetivo não só buscar os fatos históricos ocorridos no período, como também fornecer compreensões de conceitos e características fundamentais para o aprofundamento de novas pesquisas relacionadas à Literatura espanhola.

A Literatura espanhola é um elemento primordial na hora de aprender uma língua, pois é estudando a Literatura que somos capazes de conhecer os autores e suas obras e a cultura da mesma. 

Enfim, uma série de conhecimentos que nos ajudam a conhecer melhor o espírito espanhol, a cultura desse povo e com certeza, serve também de subsídios para uma melhor aprendizagem da língua.

Portanto, o que te apresentamos neste trabalho é um resumo histórico dos principais autores e obras desde a Idade Média até o Século de Ouro Espanhol.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BLEUCA, Alberto e Pascual, José. Lengua y Literatura I. Ed. Santillana. Madrid, 1999.

CERVANTES, Miguel de. Don Quijote de la Mancha. Ed. Rae, Madrid, 2005.

LUQUE, José Manuel Gómez. Introducción a La obra El Conde Lucanor, 1988.

REDONNET, María Luisa, Serrano et all. Argentina. Ed. Indinaf S.A., 1984.

RODRIGUES, Juan Manuel. Poema del Mio Cid. 5 ed Madrid, 1999.

SAMANIEGO, Antenor. Literatura. Texto y Antología. Arica. Perú, 1970.

SÁNCHEZ PÉREZ, Arsenio. Lengua Española. Internacional Thomson Editores: México, 2003.

Brito , Raimundo Rodrigues de. As origens da literatura espanhola: Época medieval ao século de ouro espanhol..International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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As  origens da   literatura   espanhola:   Época  medieval  ao  século  de  ouro espanhol.

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