A influência da contação de histórias no desenvolvimento socioemocional na educação infantil

THE INFLUENCE OF STORYTELLING ON SOCIOEMOTIONAL DEVELOPMENT IN EARLY CHILDHOOD EDUCATION

LA INFLUENCIA DE LA NARRACIÓN DE CUENTOS EN EL DESARROLLO SOCIOEMOCIONAL EN LA EDUCACIÓN INICIAL

Autor

Jaciara Michele Gonçalves Cordeiro
ORIENTADOR
Prof. Dr. Luciano Santos de Farias

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/28C119

DOI

Cordeiro, Jaciara Michele Gonçalves . A influência da contação de histórias no desenvolvimento socioemocional na educação infantil. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este artigo examina como a contação de histórias impacta o desenvolvimento socioemocional na Educação Infantil. Baseado em referências teóricas e evidências empíricas, demonstra que a narrativa, enquanto dispositivo pedagógico, favorece a empatia, a criatividade e a autorregulação emocional nas crianças. São apresentadas metodologias que intensificam a interação entre educador e aluno, como leituras dramatizadas, rodas de histórias e atividades colaborativas. Também são analisados os principais desafios enfrentados pelos professores, incluindo a formação docente e a adaptação de recursos culturais. O estudo destaca a relevância de conciliar a tradição oral com abordagens inovadoras, reforçando a importância de práticas narrativas para uma educação integral e emocionalmente enriquecedora e o fortalecimento de vínculos.
Palavras-chave
desenvolvimento socioemocional; educação infantil; práticas pedagógicas.

Summary

This article examines how storytelling impacts socio-emotional development in Early Childhood Education. Based on theoretical references and empirical evidence, it demonstrates that narrative, as a pedagogical device, promotes empathy, creativity and emotional self-regulation in children. Methodologies that intensify the interaction between educator and student are presented, such as dramatized readings, story circles and collaborative activities. The main challenges faced by teachers are also analyzed, including teacher training and the adaptation of cultural resources. The study highlights the relevance of reconciling oral tradition with innovative approaches, reinforcing the importance of narrative practices for a comprehensive and emotionally enriching education and the strengthening of bonds.
Keywords
socioemotional development; early childhood education; pedagogical practices.

Resumen

Este artículo examina cómo la narración de historias impacta el desarrollo socioemocional en la Educación Infantil. Basado en referentes teóricos y evidencia empírica, demuestra que la narrativa, como dispositivo pedagógico, favorece la empatía, la creatividad y la autorregulación emocional en los niños. Se presentan metodologías que intensifican la interacción entre educador y estudiante, como lecturas dramatizadas, círculos de cuentos y actividades colaborativas. También se analizan los principales retos a los que se enfrenta el profesorado, entre los que se encuentran la formación docente y la adaptación de los recursos culturales. El estudio destaca la relevancia de conciliar la tradición oral con enfoques innovadores, reforzando la importancia de las prácticas narrativas para una educación integral y emocionalmente enriquecedora y el fortalecimiento de vínculos.
Palavras-clave
desarrollo socioemocional; educación inicial; prácticas pedagógicas.

INTRODUÇÃO 

A contação de histórias é uma prática ancestral que, na contemporaneidade, tem ganhado novas dimensões ao ser inserida nos ambientes escolares. Na Educação Infantil, essa estratégia pedagógica não apenas transmite saberes e valores culturais, mas também atua de forma determinante no desenvolvimento socioemocional dos alunos. Estudos recentes apontam que as narrativas favorecem a construção de vínculos afetivos, a estimulação da imaginação e o aprimoramento das competências socioemocionais (Brasil, 2025).

Antes restrita ao âmbito familiar e comunitário, a contação de histórias migrou para o espaço escolar, incorporando elementos multimodais — como recursos audiovisuais e tecnologias interativas — que ampliam o alcance das narrativas e conectam tradições orais a novas linguagens.

Além de transmitir conteúdos, a narrativa funciona como ferramenta de regulação emocional: ao acompanhar as emoções dos personagens, a criança aprende a nomear sentimentos, desenvolver empatia e experimentar, de forma segura, situações de superação de conflitos.

As sessões de contação em grupo criam um espaço de escuta ativa e troca, fortalecendo o senso de pertencimento e a construção de uma comunidade de aprendizagem, onde cada criança se sente valorizada e ouvida.

Professores que dominam técnicas narrativas tornam-se mediadores mais sensíveis às demandas emocionais dos alunos, podendo ajustar o ritmo e a abordagem das histórias conforme as reações e necessidades do grupo.

Este estudo visa aprofundar o entendimento sobre como as práticas de contação de histórias podem ser planejadas e avaliadas para maximizar seu impacto socioemocional, propondo diretrizes para a formação continuada de educadores e para a elaboração de roteiros narrativos adequados às diferentes faixas etárias.

Dessa forma, a introdução estabelece o pano de fundo teórico e prático para a discussão das metodologias narrativas, indicando como a tradição oral se reinventa em contextos educativos contemporâneos.

BASE TEÓRICA DA NARRATIVA E A CONSTRUÇÃO DE VÍNCULOS AFETIVOS

A contação de histórias constitui um mecanismo natural para a transmissão de conhecimentos, valores e experiências emocionais. Teóricos como Vygotsky (1978) e Winnicott (1975) ressaltam a importância do ambiente simbólico na construção do pensamento e na vivência das emoções. Vygotsky destaca que a linguagem narrativa funciona como ferramenta de mediação social, permitindo que a criança internalize significados compartilhados.

Figura 1 – A história da Contação de História

Fonte: https://contacaodehistoria.com.br/todos/a-historia-da-contacao-de-historia/

Para Winnicott, o “espaço potencial” criado pela narrativa é semelhante ao brincar: um território intermediário onde realidade e fantasia se misturam, favorecendo a expressão emocional sem riscos reais.

A identificação com personagens possibilita à criança experimentar papéis diversos, cultivando a capacidade de se colocar no lugar do outro — base da empatia — e ampliando seu repertório de respostas emocionais.

A contação de histórias é uma arte que pode ser desenvolvida por qualquer pessoa que aprecia narrativas, que queira se envolver com elas e que tenha voz e memória. Faz parte da tradição de vários povos desde os mais antigos tempos – narrativas orais são passadas de geração a geração desde o início da humanidade, num movimento incessante de recriação. O contador de histórias cria imagens que ajudam a despertar as sensações e a ativar no ouvinte os sentidos: paladar, audição, tato, visão e olfato. Assim, suas narrativas são carregadas de emoção e repletas de elementos significativos, como gestos, ritmo, entonação, expressão facial, silêncios… Esses elementos proporcionam uma interação direta com o público e implicam improvisação e interpretação.

Contar uma história é diferente de ler uma história, e na escola há espaço para as duas práticas. O contador recria o conto junto com seu auditório. Ele conserva algumas partes do texto, mas modifica-o, de acordo com a interação que estabelece com o público. Já o leitor de histórias empresta sua voz ao texto, respeitando a estrutura linguística da narrativa, bem como as escolhas lexicais do autor. Muitas vezes a contação de histórias abre caminho para que muitas outras leituras do texto contado sejam feitas. Praticada nos mais variados estilos e em diferentes lugares, na escola o seu papel é fundamental, pois desperta o interesse dos alunos e estimula o desejo pela leitura de livros literários. Uma história é capaz de emocionar e de surpreender o ouvinte pela forma como é contada. Sabe-se que as crianças vivenciam na instituição escolar experiências significativas e duradouras. A contação de histórias é uma dessas experiências que contribuem para a permanência do gosto pela literatura para além da infância. Daí a importância de propiciar à criança oportunidades de ouvir muitas histórias, que podem ser lidas ou contadas de memória.

Todo professor pode se tornar um contador de histórias. No início, basta que ele leia diferentes tipos de histórias para os alunos. Aos poucos, ele vai se apropriando das narrativas e começa a querer contar aquelas de que mais gosta. Cada contador, usando suas habilidades, encontra a sua forma de contar histórias – e começa a dar vida a elas. Algumas sugestões são importantes para quem deseja se aventurar pela arte de contar histórias: é recomendável uma leitura prévia minuciosa do conto, buscando apreender o seu sentido mais profundo, ou seja, buscando compreender a sua essência; é interessante, também, que se faça uma divisão do conto em cenas ou partes principais, e que se identifique a estrutura da narrativa; por fim, é bom conhecer bem os personagens e as situações que eles vivenciam na sequência narrativa.

Ferreira (2022) demonstra que a ativação emocional durante a escuta fortalece a memória de longo prazo, pois as experiências afetivas ligadas ao conteúdo narrativo são consolidadas de forma mais eficaz. 

Ao final da história, atividades de roda de conversa ou dramatização permitem que as crianças expressem o que sentiram, promovendo a metacognição emocional — isto é, a capacidade de refletir sobre seus próprios sentimentos.

A narrativa pode articular diferentes áreas do conhecimento: linguística (expansão de vocabulário), artística (ilustração e dramatização), e social (debates sobre valores e comportamentos), tornando-se eixo de projetos interdisciplinares.

O momento compartilhado da contação fortalece a relação professor‑aluno e entre pares, criando um ambiente de confiança onde as crianças se sentem seguras para explorar e expressar suas emoções.

MODELOS DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E SUAS ABORDAGENS 

Diversos modelos de narrativa têm sido aplicados na Educação Infantil, cada um com características próprias para estimular a participação ativa e o desenvolvimento socioemocional.

Envolve perguntas estratégicas ao longo da história, incentivando as crianças a prever desfechos e a comentar ações dos personagens. Esse formato estimula a atenção, o pensamento crítico e a construção conjunta de sentido (Oliveira, 2024).

A encenação das histórias, seja por meio de fantoches, máscaras ou mesmo jogos de mímica, amplia a expressão corporal e a linguagem não verbal, fortalecendo a comunicação e a compreensão emocional.

O uso de vídeos, trilhas sonoras e projeções visuais cria um ambiente imersivo, favorecendo o engajamento sensorial. Costa (2023) mostra que a combinação de mídias enriquece a experiência narrativa e mantém a atenção das crianças por mais tempo.

Aplicativos e plataformas interativas permitem que as crianças participem ativamente, escolhendo caminhos na história (storytelling ramificado) ou interagindo com elementos virtuais, o que desenvolve autonomia e tomada de decisão.

Envolver as crianças na elaboração de roteiros, desenhos e textos coletivos estimula a criatividade, o senso de autoria e o trabalho colaborativo, pois cada aluno contribui com ideias para a construção do enredo.

Combinar livros físicos e digitais em roda permite alternar entre leitura em voz alta e exploração autónoma, promovendo o letramento emergente e a familiarização com diferentes formatos textuais.

Cada modelo requer do educador habilidades específicas de mediação e planejamento, bem como flexibilidade para adaptar a abordagem ao perfil e às necessidades emocionais do grupo.

BENEFÍCIOS E DESAFIOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS 

A contação de histórias apresenta benefícios significativos para o desenvolvimento socioemocional, mas também enfrenta barreiras que precisam ser superadas.

Ao vivenciar conflitos e resoluções dos personagens, as crianças aprendem a reconhecer e nomear emoções, desenvolvendo estratégias de autorregulação e pensamento criativo para enfrentar situações similares.

A ampliação do vocabulário e o aprimoramento da estruturação de frases ocorrem de forma natural durante as narrativas, beneficiando tanto a expressão oral quanto a compreensão auditiva.

As atividades em grupo promovem cooperação e respeito às diferenças, pois cada criança contribui com interpretações e emoções, enriquecendo o repertório coletivo.

Falta de espaços adequados para contação (silenciosos e confortáveis), carência de acervo diversificado de livros e recursos tecnológicos limitados podem comprometer a qualidade das sessões.

Em alguns contextos, professores acostumados a métodos tradicionais podem relutar em adotar práticas narrativas, por falta de formação ou percepção de que consomem muito tempo do currículo.

A pressão por cumprir metas acadêmicas pode relegar a contação de histórias a segundo plano, embora seus benefícios socioemocionais sejam comprovados.

Investir em capacitação específica — oficinas de técnicas narrativas, leitura dramática e uso de mídias — é fundamental para que os educadores se sintam seguros e criativos na aplicação das práticas (Silva, 2024). ​

Parcerias com bibliotecas, instituições culturais e programas governamentais podem ampliar o acesso a materiais e promover redes de colaboração entre escolas, fortalecendo a implementação sustentável da contação.

Superar esses desafios exige articulação entre gestão escolar, formação docente e políticas públicas voltadas para a valorização da narrativa como componente central na Educação Infantil.

AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DO DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL

Para garantir que as práticas de contação de histórias realmente promovam ganhos socioemocionais, é fundamental adotar instrumentos de avaliação sistemáticos e multidimensionais.

Elaborar critérios claros para observar comportamentos como empatia, autorregulação, participação e cooperação durante as atividades narrativas. Cada critério pode ser classificado em níveis (inicial, em desenvolvimento, consolidado), permitindo ao professor registrar progressos ao longo do tempo.

Reunir desenhos, gravações em áudio/vídeo e relatos das próprias crianças sobre o que sentiram durante as histórias. Esse material documenta não só o produto (ilustrações, dramatizações), mas também o processo de construção de significados afetivos.

Conduzir conversas individuais ou em pequenos grupos após as sessões de contação, com perguntas abertas que incentivem a criança a nomear emoções, descrever como reagiu aos conflitos dos personagens e sugerir desfechos alternativos.

Adaptar instrumentos validados (por exemplo, escalas de empatia ou de regulação emocional) para a faixa etária da Educação Infantil, permitindo a quantificação de aspectos como autorregulação e assertividade.

Registrar se os comportamentos trabalhados na roda de histórias (colaboração, respeito, expressão emocional) se transferem para outras atividades do dia‑a‑dia — recreio, refeições e interações livres.

Reservar momentos semanais para que as próprias crianças avaliem o que aprenderam com as histórias, promovendo metacognição emocional e fortalecendo o protagonismo.

Ao combinar métodos qualitativos e quantitativos, o educador obtém um panorama rico e dinâmico do desenvolvimento socioemocional, ajustando intervenções e celebrando avanços de forma concreta.

NARRATIVAS DIGITAIS E TECNOLOGIAS IMERSIVAS NA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

A incorporação de recursos digitais e imersivos potencializa a contação de histórias, alinhando‑a ao universo tecnológico dos nativos digitais.

Plataformas que permitem “escolher caminhos” na narrativa (storytelling ramificado) envolvem a criança na tomada de decisões, fortalecendo a autonomia e senso de agência.

Aplicativos de RA, como o “Quiver”, transformam ilustrações em objetos animados, enquanto ambientes de RV podem transportar as crianças para cenários históricos ou naturais, ampliando a imersão e o engajamento emocional.

Gravações profissionais ou produzidas pela própria turma estimulam a escuta ativa e permitem que as crianças revisitem a história em casa, envolvendo família e comunidade no processo de aprendizagem.

Ferramentas como editores de vídeo simples e aplicativos de quadrinhos digitais possibilitam que grupos elaborem roteiros, gravem vozes, editem cenas e publiquem suas narrativas em plataformas seguras, desenvolvendo competências de mídia e trabalho em equipe.

Incorporar desafios, medalhas e “missões” relacionadas aos temas das histórias estimula a persistência e reforça comportamentos socioemocionais desejados (colaboração, empatia, resolução de conflitos).

Projetos que combinam contação digital com atividades de programação básica (por exemplo, criar pequenos games inspirados nas histórias) articulam linguagem, lógica e criatividade, preparando as crianças para habilidades do século XXI.

Capacitar professores no uso crítico e ético dessas tecnologias é essencial para que saibam escolher ferramentas adequadas, proteger a privacidade das crianças e garantir que a dimensão afetiva da narrativa não se perca em meio ao aparato tecnológico.

Com esses recursos, a contação de histórias não só se renova, mas amplia seu potencial formativo, conectando tradição oral e inovação pedagógica em um ambiente de aprendizagem verdadeiramente contemporâneo.

FORMAÇÃO CONTINUADA E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOS EDUCADORES

Além disso, a formação continuada deve contemplar módulos específicos sobre tecnologias digitais aplicadas à contação de histórias. Silva (2024) destaca que oficinas que combinam ferramentas de edição de vídeo e aplicativos de realidade aumentada ampliam o repertório do professor, permitindo-lhe criar narrativas multimodais que engajam diferentes estilos de aprendizagem. Esses encontros, quando organizados em ciclos reflexivos, favorecem a experimentação coletiva de novos recursos e a troca de feedback entre pares, potencializando o desenvolvimento profissional.

A supervisão pedagógica regular também se mostra fundamental para sustentar a inovação nas práticas narrativas. Santos (2023) argumenta que a mentoria entre professores experientes e novatos — por meio de observações em sala, co‑planejamento e análises de vídeo‑aula — fortalece a aplicação das técnicas de dramatização e escuta ativa, ao mesmo tempo em que oferece suporte emocional aos educadores em processo de adaptação a metodologias inovadoras.

Programas de pós‑graduação e especialização em Educação Infantil precisam incluir disciplinas voltadas ao estudo da narrativa como recurso socioemocional. Oliveira (2024) aponta que cursos acadêmicos que combinam teoria literária, psicologia do desenvolvimento e oficinas práticas de storytelling promovem uma visão integrada, preparando o docente para avaliar tanto os aspectos linguísticos quanto os afetivos das histórias contadas em sala de aula.

ENVOLVIMENTO FAMILIAR E COMUNITÁRIO NAS PRÁTICAS DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

O engajamento das famílias na construção de roteiros e na mediação das sessões de contação fortalece o elo entre escola e lar. Brasil Escola (2025) recomenda que pais e responsáveis participem de encontros bimestrais para compartilhar narrativas de suas trajetórias culturais, enriquecendo o acervo da turma e valorizando a diversidade de experiências emocionais presentes na comunidade. 

Oficinas comunitárias, realizadas em parceria com bibliotecas e centros culturais, ampliam o alcance das práticas narrativas para além dos muros da escola. ABE (2025) relata que projetos intergeracionais, em que idosos contam histórias tradicionais e as crianças respondem com dramatizações, promovem respeito mútuo, reforçam a identidade local e estimulam a empatia entre diferentes faixas etárias.

Por fim, o uso de plataformas virtuais e grupos de mensagem instantânea permite manter as famílias informadas sobre os temas trabalhados e compartilhar vídeos das sessões de contação. Costa (2023) e Silva (2024) enfatizam que essa comunicação contínua não apenas valoriza o trabalho dos professores, mas também estimula as crianças a revisitarem as histórias em casa, fortalecendo a prática do letramento e a construção de vínculos afetivos em múltiplos contextos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise realizada evidencia que a contação de histórias é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento socioemocional na Educação Infantil, capaz de integrar emoção, linguagem e criatividade em experiências significativas.

Constatou‑se que diferentes modelos narrativos — interativo, dramático, multimodal — oferecem contribuições complementares ao desenvolvimento da empatia, da autorregulação e das habilidades de comunicação. Recomendações para a prática:

  • Planejar sessões temáticas que articulem objetivos cognitivos e socioemocionais;
  • Variar formatos (oral, dramatizado, digital) para atender a estilos de aprendizagem diversos;
  • Estimular a participação ativa das crianças na construção da narrativa.

É imprescindível fomentar cursos e grupos de estudo sobre contação de histórias, além de investir em pesquisas que avaliem, de forma longitudinal, os impactos socioemocionais dessas práticas.

A consolidação de redes colaborativas entre escolas, bibliotecas e entidades culturais amplia o acesso a acervos e formações, garantindo sustentabilidade às iniciativas narrativas.

Com o avanço das tecnologias imersivas (realidade aumentada e virtual) e da inteligência artificial, surgem novas possibilidades para reinventar a narrativa, tornando-a ainda mais interativa e personalizada, mas sem perder sua dimensão afetiva.

Em suma, promover a contação de histórias de forma intencional e bem fundamentada representa um caminho promissor para a formação integral de crianças mais empáticas, criativas e emocionalmente competentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO. Iniciativas de narrativas interativas na educação infantil. Disponível em: chrome- extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.abed.org.br/arquivos/Educar_na_Era_Digital.pdf. Acesso em: 05 de março de 2025.

BRASIL. Ministério da Educação. Práticas inovadoras na Educação Infantil: contação de histórias e outras metodologias. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/relat_seb_praticas_cotidianas.pdf. Acesso em: 05 de março de 2025.

BRASIL ESCOLA. O impacto da contação de histórias no desenvolvimento socioemocional. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-contacao-historias-como-estrategia-pedagogica.htm. Acesso em: 05 de março de 2025.

COSTA, M. (2023). Recursos multimodais na prática pedagógica: desafios e avanços. Revista Educação e Inovação, 12(2), 45-68.

FERREIRA, L. (2022). Emoção e memória: a influência das histórias no aprendizado. São Paulo: Editora Saber.

OLIVEIRA, R. (2024). A interatividade na contação: modelos e metodologias. Revista Pedagógica, 15(3), 89-105.

SANTOS, F. (2023). Vínculos afetivos e narrativas: o papel da escuta na formação emocional. Belo Horizonte: Editora Educação.

SILVA, A. (2024). Formação continuada e a inovação na Educação Infantil. Rio de Janeiro: Editora Aprender.

VYGOTSKY, L. S. (1978). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes.

WINNICOTT, D. W. (1975). O Brincar e a Realidade. Nova York: Tavistock Publications.

Cordeiro, Jaciara Michele Gonçalves . A influência da contação de histórias no desenvolvimento socioemocional na educação infantil.International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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