O papel do pedagogo na supervisão escolar

THE ROLE OF THE PEDAGOGUE IN SCHOOL SUPERVISION

EL PAPEL DEL PEDAGOGO EN LA SUPERVISIÓN ESCOLAR

Autor

Aline Carvalho Diniz Pereira de Sá
ORIENTADOR
Prof. Dr. Fábio Terra Gomes Junior

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/30A971

DOI

, Aline Carvalho Diniz Pereira de . O papel do pedagogo na supervisão escolar. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar o papel do pedagogo na supervisão escolar, discutindo suas implicações no processo de ensino-aprendizagem. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfica, com abordagem analítico-crítica, baseada em oito artigos científicos publicados entre 2020 e 2025. A análise evidenciou que a supervisão escolar, quando exercida de forma formativa, colaborativa e crítica, contribui significativamente para a autonomia docente, a gestão democrática e a melhoria da qualidade educacional. Contudo, a literatura aponta desafios relevantes, como lacunas na formação inicial, ausência de políticas de valorização da função e práticas ainda centradas em modelos burocráticos. Conclui-se que é necessário ressignificar a atuação do pedagogo-supervisor, fortalecendo sua identidade profissional e sua capacidade de articulação pedagógica. Sugere-se a ampliação de pesquisas de campo que aprofundem as práticas e desafios enfrentados no cotidiano da supervisão escolar.
Palavras-chave
supervisão escolar; formação docente; pedagogo; ensino-aprendizagem; gestão democrática.

Summary

This article aims to analyze the role of the pedagogue in school supervision, discussing its implications for the teaching-learning process. It is a qualitative, bibliographic study with an analytical-critical approach, based on eight scientific articles published between 2020 and 2025. The analysis showed that school supervision, when performed in a formative, collaborative, and critical way, significantly contributes to teacher autonomy, democratic management, and educational quality. However, the literature reveals important challenges, such as gaps in initial training, lack of institutional support, and bureaucratic practices. It is concluded that the pedagogical supervisor’s role must be redefined to strengthen professional identity and pedagogical articulation. Further field research is suggested to deepen understanding of school supervision practices.
Keywords
school supervision; teacher education; pedagogue; teaching and learning; democratic management.

Resumen

Este artículo tiene como objetivo analizar el papel del pedagogo en la supervisión escolar, discutiendo sus implicaciones en el proceso de enseñanza-aprendizaje. Se trata de una investigación cualitativa, de tipo bibliográfico, con enfoque analítico-crítico, basada en ocho artículos científicos publicados entre 2020 y 2025. El análisis evidenció que la supervisión escolar, cuando se ejerce de manera formativa, colaborativa y crítica, contribuye significativamente a la autonomía docente, a la gestión democrática y a la mejora de la calidad educativa. No obstante, la literatura señala desafíos importantes, como deficiencias en la formación inicial, falta de políticas institucionales y prácticas burocráticas. Se concluye que es necesario resignificar la actuación del pedagogo supervisor, fortaleciendo su identidad profesional y su capacidad de articulación pedagógica. Se sugiere ampliar investigaciones de campo que profundicen las prácticas y desafíos en el contexto de la supervisión escolar.
Palavras-clave
supervisión escolar; formación docente; pedagogo; enseñanza-aprendizaje; gestión democrática.

INTRODUÇÃO

A supervisão escolar configura-se como um campo estratégico dentro da organização pedagógica das instituições de ensino, especialmente por seu papel articulador entre o planejamento educacional, a prática docente e a promoção de processos formativos contínuos. No atual cenário educacional brasileiro, marcado por transformações políticas, pedagógicas e estruturais, compreender o papel do pedagogo na supervisão escolar torna-se essencial para repensar práticas que impactam diretamente na qualidade do ensino e na aprendizagem dos estudantes.

A relevância deste estudo reside na necessidade de romper com concepções tecnicistas e burocráticas que ainda predominam em muitos contextos escolares, reconhecendo a supervisão como espaço de escuta, mediação, formação docente e fortalecimento da gestão democrática. Diante disso, torna-se pertinente analisar de forma crítica os desafios enfrentados pelo pedagogo-supervisor e as possibilidades de ressignificação de sua atuação como agente de transformação pedagógica.

O objetivo principal deste artigo é investigar, a partir de uma revisão bibliográfica, como o pedagogo exerce sua função na supervisão escolar e de que maneira sua atuação pode contribuir efetivamente para o processo de ensino-aprendizagem. Além disso, busca-se identificar fragilidades na formação inicial, lacunas nas políticas institucionais e caminhos para consolidar uma supervisão voltada à autonomia docente e ao desenvolvimento pedagógico coletivo.

A SUPERVISÃO ESCOLAR E SUA CONTRIBUIÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

A supervisão escolar é uma prática educativa e institucional que atua diretamente na articulação entre a proposta pedagógica e sua execução nas rotinas escolares. Sua importância reside no fato de possibilitar a mediação crítica e reflexiva do trabalho docente, sendo parte integrante da engrenagem que busca a qualidade e a intencionalidade educativa. Este capítulo examina diferentes abordagens e perspectivas sobre a supervisão escolar, a partir de uma leitura crítica de autores que discutem sua função histórica, pedagógica e política, bem como os desafios enfrentados pelo pedagogo nesse contexto.

Segundo Silva e Santos (2024), a supervisão educacional atravessa um contexto contraditório: enquanto se espera uma atuação crítica, transformadora e comprometida com a emancipação dos sujeitos, observa-se, por outro lado, um sistema educacional com escassos investimentos e uma cultura institucional que muitas vezes restringe essa atuação a aspectos burocráticos e administrativos. Os autores destacam que o pedagogo precisa se desdobrar para atender às exigências do trabalho coletivo e da mediação pedagógica, enfrentando resistências internas e externas ao exercício de sua função.

Essa tensão reflete o “fogo cruzado”, em que o pedagogo, ao assumir a supervisão, torna-se responsável por ações amplas que vão desde a orientação metodológica até a articulação com políticas públicas, exigindo competências múltiplas. Assim, o desafio é ressignificar a supervisão como uma ação pedagógica reflexiva e não apenas como um instrumento de controle técnico.

Macedo (2020) enfatiza que a função supervisora deve ser compreendida como eixo articulador entre a prática docente e a formação continuada. A autora propõe uma concepção de supervisão que vá além da fiscalização de rotinas e da exigência de cumprimento de planos e normas. Em sua perspectiva, o supervisor atua como um intelectual orgânico, que fomenta espaços de reflexão crítica sobre as práticas pedagógicas, contribuindo para a autonomia e a qualificação dos docentes.

Neste cenário, a formação continuada não pode ser imposta de forma vertical, mas deve emergir do diálogo e das necessidades identificadas no contexto escolar. O supervisor, portanto, torna-se coautor da formação docente, promovendo uma aprendizagem institucionalizada que valorize os saberes da experiência e integre teoria e prática de forma significativa.

Farias (2021), ao analisar a atuação dos coordenadores pedagógicos em Palmas-TO, mostra que a função supervisora está frequentemente dissociada do ideal de gestão democrática. Os profissionais enfrentam ausência de reconhecimento institucional, dificuldades de articulação com a equipe docente e falta de apoio para o desenvolvimento de uma liderança pedagógica ativa. Apesar de possuírem formação em pedagogia, muitos coordenadores não se sentem preparados para exercer uma supervisão que dialogue com os princípios democráticos e de participação.

A autora destaca que a gestão democrática, para ser efetiva, exige que o supervisor seja capaz de criar e manter espaços coletivos de decisão, escuta e planejamento, nos quais professores, alunos e comunidade escolar possam dialogar sobre os rumos da escola. Esse modelo, porém, ainda é rarefeito nas redes públicas, sendo substituído por práticas hierarquizadas e tecnicistas.

Magalhães et al. (2023) oferecem uma análise comparativa das matrizes curriculares dos cursos de pedagogia em instituições públicas e privadas do Rio de Janeiro. O estudo revela a carência de componentes curriculares que abordem de forma robusta a gestão escolar, a mediação pedagógica e a supervisão educacional. Segundo os autores, muitas formações negligenciam aspectos práticos da profissão, o que resulta em profissionais despreparados para enfrentar os desafios da escola contemporânea.

Essa ausência de foco na formação para a supervisão compromete o desempenho do pedagogo em cargos de coordenação e gestão pedagógica, além de dificultar a construção de sua identidade profissional. Esse dado dialoga com os achados de Pereira e Queiroz (2023), que identificam que muitos profissionais enfrentam obstáculos significativos no exercício da coordenação pedagógica por não terem sido adequadamente preparados para a função durante a graduação.

A obra de Alves e Piedade (2020) traz uma interessante perspectiva histórica e filosófica sobre a função do pedagogo, resgatando as raízes da supervisão no contexto da educação ocidental. Os autores abordam a setorização das habilitações pedagógicas (coordenação, orientação e supervisão) e questionam a prática supervisora como mero instrumento de controle. Utilizando a metáfora do “panóptico” de Foucault, criticam as formas de supervisão que apenas vigiam e punem, defendendo, em contrapartida, uma supervisão colaborativa e promotora da autonomia docente.

Neste sentido, a supervisão deve ser compreendida como uma prática pedagógica que constrói sentidos e contribui para a organização consciente do trabalho docente, e não como um instrumento disciplinador que apenas responde às demandas administrativas.

Correia e Zanlorenzi (2022), por meio de uma análise sobre a supervisão escolar em teses e dissertações, apontam que a produção científica sobre o tema ainda é escassa e muitas vezes centrada em aspectos normativos e operacionais. As autoras defendem a necessidade de ampliar as discussões sobre a função do supervisor como agente de transformação pedagógica, integrando os debates sobre políticas públicas, currículo e formação docente.

Essa crítica é importante para ressaltar que a supervisão não deve ser vista apenas como uma função técnica, mas como campo fértil de investigação, produção de saberes e construção coletiva de estratégias pedagógicas.

Pereira (2021) destaca a importância do estágio supervisionado na formação inicial do pedagogo, afirmando que este constitui um espaço privilegiado para a construção do olhar crítico sobre a realidade escolar. É durante o estágio que o futuro supervisor pode desenvolver competências como escuta, mediação, liderança e análise institucional. No entanto, como aponta o autor, muitas instituições ainda tratam o estágio como cumprimento burocrático, desconsiderando seu potencial formativo.

O estágio deveria ser o espaço-tempo para iniciar a reflexão sobre a prática supervisora, integrando os conhecimentos teóricos com a vivência concreta da escola e seus conflitos.

A análise dos estudos revela que a supervisão escolar é um campo multifacetado, situado entre a mediação pedagógica, a gestão democrática e o compromisso com a formação docente contínua. Os trabalhos aqui discutidos apontam que a função supervisora exige do pedagogo uma atuação crítica, reflexiva e propositiva, que se distancie das práticas meramente fiscalizadoras.

Contudo, a literatura também evidencia entraves significativos: desde a precariedade na formação inicial até a desvalorização institucional do cargo. O desafio, portanto, é romper com a herança tecnocrática que ainda marca a prática supervisora e avançar na construção de uma supervisão que articule o projeto político-pedagógico da escola, a valorização dos professores e a promoção do direito à aprendizagem.

Assim, é fundamental que a supervisão escolar seja reconhecida como ação pedagógica estratégica, comprometida com a transformação da escola e com a construção de uma educação pública de qualidade, democrática e inclusiva.

DISCUSSÃO

A função do pedagogo na supervisão escolar deve ser entendida como uma prática essencialmente pedagógica, formativa e política, e não como mera extensão de tarefas administrativas. Como defendem Silva e Santos (2024), o pedagogo-supervisor atua em um cenário marcado por tensões estruturais e simbólicas, onde se exige uma intervenção ampla, crítica e comprometida com o desenvolvimento educacional coletivo, mesmo diante das limitações institucionais e do desinvestimento na formação continuada.

Farias (2021) enfatiza que, apesar da formação pedagógica dos coordenadores e supervisores, o reconhecimento de sua atuação como articuladora do trabalho coletivo ainda é insuficiente nas escolas públicas. A ausência de apoio e de espaços democráticos de gestão reduz o potencial transformador do pedagogo, restringindo sua função à execução de demandas burocráticas. Isso evidencia um descompasso entre a expectativa de uma supervisão formativa e a realidade hierarquizada vivenciada no cotidiano escolar.

Neste cenário, Macedo (2020) contribui ao apontar que a função supervisora, quando integrada à formação continuada, possibilita que o pedagogo se consolide como elo entre os saberes docentes e a qualificação do processo de ensino-aprendizagem. A autora propõe uma abordagem reflexiva da supervisão, destacando sua importância na construção de práticas autônomas, críticas e contextualizadas. Assim, o pedagogo não deve ser um mero fiscal do ensino, mas um promotor de processos educativos colaborativos.

Esse entendimento é reforçado por Alves e Piedade (2020), que problematizam a herança autoritária da supervisão escolar, muitas vezes baseada em práticas de vigilância e controle. Ao utilizarem a metáfora foucaultiana do panóptico, os autores alertam para os riscos de uma supervisão que se limita à regulação e à disciplina, e defendem uma atuação pedagógica pautada na mediação, na escuta e na construção coletiva de saberes. Assim, o pedagogo-supervisor deve assumir uma postura crítica frente aos modelos tradicionais e atuar como agente de transformação institucional.

Por outro lado, Magalhães et al. (2023) demonstram que os cursos de pedagogia ainda apresentam falhas significativas na preparação de seus egressos para a supervisão escolar. A ausência de disciplinas voltadas à gestão, liderança pedagógica e práticas colaborativas compromete o exercício consciente e qualificado da função supervisora. Isso fragiliza a identidade profissional do pedagogo e dificulta a construção de uma supervisão coerente com os princípios de uma educação democrática.

Correia e Zanlorenzi (2022) reforçam essa crítica ao constatarem que a produção acadêmica sobre supervisão escolar ainda é incipiente e majoritariamente voltada para aspectos operacionais. Os autores defendem a necessidade de ampliar as discussões sobre a supervisão como instância política, formativa e estratégica para o fortalecimento da escola pública, superando a visão meramente técnica e instrumentalizada do cargo.

Pereira e Queiroz (2023) destacam que a construção da identidade do pedagogo enquanto supervisor está intimamente relacionada à sua formação inicial e às oportunidades de reflexão na prática. A atuação eficaz do pedagogo na supervisão escolar depende de sua capacidade de articular o conhecimento pedagógico com as necessidades concretas da escola, promovendo práticas de liderança democrática, escuta ativa e planejamento coletivo.

Dessa forma, a discussão sobre o papel do pedagogo na supervisão escolar exige o reconhecimento de sua função como mediador e formador, capaz de articular práticas pedagógicas coerentes com os princípios de emancipação, equidade e inclusão. A atuação do pedagogo não pode ser neutralizada por estruturas burocráticas ou por modelos autoritários de gestão; ao contrário, deve ser reafirmada como central no fortalecimento da qualidade social do ensino.

Além disso, é preciso destacar que a efetivação de uma supervisão escolar significativa exige não apenas a qualificação técnica do pedagogo, mas também a construção de um ambiente institucional que valorize o diálogo, a escuta e a participação coletiva. A ausência de uma cultura de colaboração entre os profissionais da escola compromete o papel do supervisor enquanto articulador pedagógico. Para que o pedagogo possa exercer plenamente sua função, é indispensável que haja abertura por parte da gestão escolar, bem como a superação de práticas hierarquizadas que inibem a autonomia dos docentes e a inovação pedagógica.

Nesse contexto, a supervisão escolar deve ser compreendida como um espaço de transformação institucional, no qual o pedagogo atua como facilitador de processos de desenvolvimento profissional contínuo. A mediação pedagógica não pode ser vista como um conjunto de intervenções isoladas, mas como parte integrante de uma política de valorização do magistério e de fortalecimento da escola pública. Assim, investir na formação crítica e na atuação ética do pedagogo-supervisor é, sobretudo, apostar na construção de práticas educativas mais justas, dialógicas e centradas no compromisso com o direito à aprendizagem de todos os estudantes.

METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo bibliográfica, com enfoque analítico-crítico. A escolha por essa abordagem se justifica pela intenção de compreender e interpretar os sentidos atribuídos ao papel do pedagogo na supervisão escolar, a partir da produção acadêmica contemporânea sobre o tema, sem recorrer à coleta de dados empíricos primários.

A pesquisa foi desenvolvida com base na análise de artigos científicos selecionados intencionalmente por sua relevância teórica e afinidade temática com o objeto de estudo. Os critérios de inclusão consideraram publicações entre os anos de 2020 e 2025, redigidas em língua portuguesa, veiculadas em periódicos acadêmicos com qualificação reconhecida nas áreas de Educação e Ciências Humanas. A seleção buscou garantir diversidade regional e enfoques variados sobre a supervisão escolar, abrangendo perspectivas históricas, formativas, políticas e práticas.

A amostra documental é composta por oito (8) artigos científicos, dos seguintes autores e obras: Silva e Santos (2024); Macedo (2020); Pereira (2021); Pereira e Queiroz (2023); Farias (2021); Alves e Piedade (2020); Correia e Zanlorenzi (2022); e Magalhães et al. (2023). Esses textos foram lidos na íntegra e analisados com base em categorias pré-estabelecidas: (a) concepção de supervisão escolar; (b) desafios da atuação do pedagogo-supervisor; (c) formação docente e continuada; (d) gestão democrática e mediação pedagógica; (e) lacunas na formação inicial em pedagogia.

O procedimento metodológico adotado foi a análise de conteúdo, com ênfase na técnica de categorização temática, conforme orientações de Bardin (2016). A análise buscou identificar convergências, tensões e contribuições específicas entre os autores, a fim de compor uma visão crítica e interpretativa sobre o papel do pedagogo na supervisão escolar. A triangulação teórica foi conduzida por meio do cruzamento entre os dados extraídos dos artigos e os referenciais clássicos e contemporâneos sobre formação docente, gestão pedagógica e políticas educacionais.

Não foram empregados instrumentos estatísticos ou métodos de quantificação dos dados, uma vez que o objetivo da pesquisa não envolve mensuração, mas sim a compreensão aprofundada de significados e práticas atribuídas à supervisão escolar. A validade do estudo está assegurada pelo rigor na seleção das fontes, na consistência dos critérios analíticos e na articulação crítica dos achados.

Assim, esta pesquisa busca contribuir com o campo educacional ao oferecer uma reflexão sistematizada, respaldada por autores contemporâneos, acerca das implicações formativas, pedagógicas e políticas da atuação do pedagogo na supervisão escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos por meio da análise bibliográfica revelaram que a supervisão escolar ainda enfrenta desafios significativos quanto à sua efetivação como instância pedagógica formativa. As obras analisadas apontam para um cenário no qual o pedagogo, mesmo ocupando um espaço estratégico na estrutura escolar, lida com limitações relacionadas à sua formação, ao reconhecimento institucional de sua função e à ausência de uma cultura colaborativa consolidada no ambiente educacional. Verificou-se também que, quando compreendida como prática de mediação e escuta, a supervisão escolar pode desempenhar papel decisivo no fortalecimento da formação docente, na construção de práticas pedagógicas mais reflexivas e na promoção de uma gestão educacional democrática.

A discussão permitiu compreender que a atuação do pedagogo-supervisor precisa ser ressignificada no cotidiano escolar. Isso implica romper com modelos tradicionais centrados na fiscalização e controle, e adotar abordagens que valorizem a formação contínua, a articulação entre teoria e prática, e o engajamento dos diversos atores escolares. O estudo também apontou para a necessidade de reformulação dos currículos dos cursos de pedagogia, de modo a incluir de forma mais sólida os fundamentos e práticas da supervisão educacional, preparando melhor os futuros profissionais para os desafios da função.

Conclui-se que o fortalecimento da identidade do pedagogo como supervisor escolar passa pela valorização da sua função formadora, pela criação de espaços efetivos de diálogo pedagógico e pela implementação de políticas institucionais que assegurem condições adequadas para o exercício crítico e propositivo da supervisão. Como encaminhamento para futuras pesquisas, recomenda-se a realização de estudos de campo com supervisores atuantes em diferentes redes de ensino, com o intuito de aprofundar a compreensão das práticas concretas e identificar estratégias exitosas de atuação pedagógica no contexto da supervisão escolar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MACEDO, Ailce do Nascimento. A função supervisora do pedagogo integrada à formação continuada docente: diálogos e perspectivas. Revista Praxis Pedagógica, v. 3, n. 4, p. 47-58, 2020.

MAGALHÃES, Edith Maria Marques Et al. Formação do pedagogo: um estudo comparativo dos currículos nas instituições de ensino superiores. Revista Educação e Cultura Contemporânea, v. 20, p. 11181-11181, 2023.

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PEREIRA, Gerson Santana. O processo de formação do pedagogo e a contribuição do estágio supervisionado. Revista SL Educacional, v. 25, n. 2, p. 213, 2021.

SILVA, Gláuber Antônio Nunes; SANTOS, Maria Pricila Miranda dos. Desafios do pedagogo na supervisão educacional. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 10, n. 11, p. 6981-6994, 2024.

Sá, Aline Carvalho Diniz Pereira de . O papel do pedagogo na supervisão escolar.International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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n. 47
O papel do pedagogo na supervisão escolar

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