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Resumo
INTRODUÇÃO
A relação entre os animais de apoio terapêutico e a promoção do bem-estar em diferentes contextos tem sido amplamente discutida na literatura, especialmente em ambientes que exigem condições intensivas de manejo. Nesse cenário, a utilização de ovinos como agentes terapêuticos na redução de comportamentos estereotipados em cavalos atletas surge como uma abordagem inovadora e promissora. Este tema envolve não apenas a busca por soluções para melhorar o bem-estar animal, mas também a compreensão de como interações entre espécies podem contribuir para minimizar o impacto negativo de ambientes intensivos na saúde mental e comportamental dos equinos (Machado et al., 2016; Gouveia et al., 2017).
O problema central desta pesquisa reside na alta prevalência de comportamentos estereotipados observados em cavalos submetidos a condições de manejo intensivo, como estabulação prolongada e ausência de interações sociais adequadas. Esses comportamentos, que incluem o tecer (“weaving”), mastigação do ar (“crib-biting”) e oscilação repetitiva da cabeça, comprometem não apenas o desempenho esportivo, mas também o estado de saúde geral dos animais (Schmidek, 2018; Sasidharan et al., 2018). A busca por alternativas que promovam enriquecimento ambiental, como a introdução de ovinos terapeuta, pode oferecer um caminho eficaz para reduzir esses comportamentos prejudiciais.
A justificativa para este estudo baseia-se na crescente necessidade de implementar práticas que aliem a performance esportiva dos equinos ao respeito às condições éticas e de bem-estar animal. A introdução de ovinos como elemento de enriquecimento ambiental é fundamentada na premissa de que interações interespécies podem reduzir o isolamento social, um dos principais fatores associados ao desenvolvimento de estereotipias (Clarke, 2017; Bragion, 2018). Ademais, estudos anteriores apontam que animais submetidos a ambientes enriquecidos apresentam melhorias tanto no comportamento quanto nos indicadores fisiológicos de estresse (Yarnell et al., 2015; Altos, 2019).
O objetivo geral deste estudo foi analisar o impacto da presença de ovinos terapeuta na redução de comportamentos estereotipados em cavalos atletas criados em ambientes de manejo intensivo. Para tanto, buscou-se compreender as dinâmicas comportamentais entre as espécies e avaliar a eficiência dessa abordagem como ferramenta de enriquecimento ambiental.
A metodologia adotada baseia-se em uma revisão de literatura, com enfoque em artigos, estudos de caso e revisões sistemáticas que abordem o enriquecimento ambiental para equinos, o uso de animais terapeuta e os impactos dessas práticas no comportamento estereotipado. Referências como Machado et al. (2016), Rocha et al. (2018) e Sasidharan et al. (2018) serão utilizadas para embasar a discussão e fornecer um panorama atualizado sobre o tema. Este trabalho também considerará estudos que exploram os benefícios das interações sociais em sistemas de produção animal, como os realizados por Altos (2019) e BITTI (2019), oferecendo uma perspectiva ampla e fundamentada sobre o papel dos ovinos terapeuta no manejo de equinos.
Com esta abordagem, espera-se contribuir para a ampliação do conhecimento sobre estratégias de manejo que promovam o bem-estar animal, abrindo caminho para a adoção de práticas mais sustentáveis e eticamente responsáveis no esporte equestre.
ESTEREOTIPIAS EM CAVALOS ATLETAS
Estereotipias são comportamentos repetitivos, sem função aparente, frequentemente observados em cavalos mantidos em ambientes confinados, como os estábulos. Esses comportamentos, que incluem movimentos como “tecer” (movimento lateral repetitivo) e mastigação de madeira, são indicativos de estresse e baixo bem-estar animal (Machado et al., 2016). A principal causa dessas estereotipias é o manejo inadequado, especialmente em cavalos atletas submetidos a treinamento intensivo e privações ambientais.
A literatura destaca que cavalos confinados, com baixa interação social e falta de estímulos ambientais, apresentam maior propensão a desenvolver estereotipias. Segundo Bragion (2018), o enriquecimento ambiental tem se mostrado uma estratégia eficiente para reduzir esses comportamentos. A introdução de objetos manipuláveis, aumento do tempo de pastagem e interação com outros animais são medidas que promovem melhorias no bem-estar desses animais.
Além disso, estudos como o de Rocha et al. (2018) enfatizam que o enriquecimento ambiental deve ser planejado de forma a simular estímulos naturais, respeitando a etologia dos equinos. Por exemplo, espelhos instalados nos estábulos podem reduzir o estresse em cavalos mantidos isolados, como demonstrado por Sasidharan et al. (2018), que apontam benefícios comportamentais e fisiológicos dessa prática.
Patrícia Altos (2019) destacou, em seu estudo de caso, que cavalos atletas submetidos a rotinas de enriquecimento ambiental apresentaram uma redução significativa de estereotipias. Essa pesquisa reforça a importância de práticas que considerem não apenas o desempenho esportivo, mas também o bem-estar emocional e social dos animais.
De forma complementar, Gouveia, Gonçalves Neto e Bragion (2017) argumentam que o bem-estar animal está intrinsecamente ligado à produtividade e ao desempenho atlético, sendo essencial a adoção de medidas que minimizem os impactos negativos do manejo intensivo. Assim, estratégias que promovam enriquecimento sensorial e social não apenas reduzem estereotipias, mas também contribuem para a melhora da saúde geral e do desempenho esportivo.
Portanto, o manejo de cavalos atletas devem ser baseado em práticas que atendam às necessidades comportamentais naturais da espécie, reduzindo os fatores estressantes que podem desencadear estereotipias. A implementação de enriquecimento ambiental, associada à observação constante do comportamento dos animais, é fundamental para garantir seu bem-estar e maximizar o potencial atlético de maneira ética e sustentável.
Estereotipias em equinos são comportamentos repetitivos, invariáveis e sem objetivo aparente, frequentemente associados a ambientes restritivos e ao manejo inadequado. Esses comportamentos podem ser classificados em duas categorias principais: locomotivas e orais (Machado et al., 2016). As estereotipias locomotivas incluem “tecer”, onde o cavalo movimenta a cabeça e o corpo de um lado para o outro, e caminhar em círculos no estábulo. Já as estereotipias orais envolvem ações como mastigar madeira ou sugar o ar, práticas muitas vezes associadas ao estresse e ao tédio (Rocha et al., 2018).
De acordo com Altos (2019), essas manifestações são indicadores de que o animal não está conseguindo expressar comportamentos naturais essenciais para seu bem-estar. Além disso, Bragion (2018) salienta que, embora essas ações sejam vistas como mecanismos de adaptação, elas podem ser prejudiciais à saúde física e mental do cavalo.
As principais causas das estereotipias estão relacionadas à restrição de movimentos, isolamento social, dieta inadequada e ausência de estímulos ambientais (Ricci; Titto; Sousa, 2017). Em sistemas de manejo intensivo, como ocorre com cavalos atletas, o confinamento prolongado e a ausência de pastagens contribuem significativamente para o surgimento desses comportamentos. Altos (2019) destaca que cavalos submetidos a longos períodos de isolamento tendem a desenvolver estereotipias como uma resposta ao estresse ambiental.
Os impactos desses comportamentos no desempenho atlético são significativos. Segundo Machado et al. (2016), estereotipias podem levar à perda de peso, desgaste dental, redução da eficiência alimentar e até mesmo lesões físicas, comprometendo a capacidade do animal de competir. Além disso, o estresse crônico pode reduzir a capacidade de concentração e o desempenho durante treinos e competições (Schmidek, 2018).
O enriquecimento ambiental tem se mostrado uma solução eficaz para mitigar esses impactos, proporcionando maior qualidade de vida aos equinos. Estudos como o de Sasidharan et al. (2018) evidenciam que práticas simples, como a inclusão de objetos manipuláveis, a presença de espelhos e o aumento do contato social, podem reduzir consideravelmente os comportamentos estereotipados e melhorar o desempenho geral dos cavalos.
OVINOS COMO ANIMAIS TERAPEUTAS
A utilização de ovinos como animais terapeutas em sistemas de manejo intensivo tem ganhado destaque em estudos relacionados ao bem-estar animal. Essa prática é baseada na capacidade desses animais de promover interações sociais e sensoriais benéficas para outras espécies, como cavalos, em contextos de confinamento ou treinamento intensivo. De acordo com Gouveia, Gonçalves Neto e Bragion (2017), o enriquecimento ambiental que inclui o convívio com animais de espécies diferentes pode reduzir significativamente comportamentos estereotipados, especialmente em equinos.
Os ovinos são naturalmente dóceis, sociáveis e possuem comportamentos que favorecem a interação com outras espécies. Essas características permitem que sejam introduzidos de forma segura em ambientes compartilhados, promovendo uma interação pacífica e estímulos comportamentais positivos (Bragion, 2018). Além disso, a presença de ovinos pode reduzir o isolamento social e proporcionar uma espécie de “suporte emocional” para cavalos em sistemas confinados, como destaca Rocha et al. (2018). O convívio entre as espécies gera estímulos sensoriais e sociais que ajudam a mitigar o estresse, um dos principais fatores que levam ao desenvolvimento de estereotipias.
Altos (2019) realizou um estudo de caso envolvendo cavalos atletas e ovinos, demonstrando que a convivência regular entre essas espécies resultou em uma redução significativa dos comportamentos repetitivos e de sinais de ansiedade nos equinos. O estudo também revelou que os cavalos apresentaram maior disposição e calma durante as sessões de treinamento após o contato com os ovinos, indicando melhorias na saúde emocional e no desempenho geral.
A introdução de ovinos como parte de estratégias de enriquecimento ambiental para equinos também encontra respaldo em estudos internacionais. Sasidharan et al. (2018) enfatizam que, além de promoverem o bem-estar psicológico, essas práticas podem impactar positivamente a fisiologia dos animais. Alterações nos níveis de cortisol, hormônio associado ao estresse, foram observadas em cavalos que interagiram com ovinos, indicando uma redução no estado de alerta constante típico de animais em manejo intensivo.
Por outro lado, é fundamental que a integração entre cavalos e ovinos seja feita de forma cuidadosa, levando em consideração a compatibilidade comportamental e a adaptação gradual dos indivíduos. Conforme apontado por Muniz et al. (2017), a introdução abrupta de novas interações pode gerar reações adversas, especialmente em cavalos com histórico de isolamento ou traumas. Assim, a adaptação progressiva e a avaliação constante do bem-estar de ambas as espécies são indispensáveis para o sucesso da terapia.
Os benefícios da utilização de ovinos como animais terapeutas vão além da redução de estereotipias em equinos. Bragion (2018) argumenta que essa prática contribui para a promoção de um ambiente mais dinâmico e enriquecedor, influenciando não apenas o comportamento dos cavalos, mas também sua qualidade de vida geral. Além disso, essa abordagem reforça a importância de práticas de manejo que priorizem a saúde emocional dos animais, indo além do desempenho físico e atlético.
Por fim, é importante destacar que a implementação de ovinos como animais terapeutas representa uma alternativa acessível e eficaz para produtores e treinadores que desejam melhorar o bem-estar de seus cavalos atletas. Estudos como o de Gouveia, Gonçalves Neto e Bragion (2017) e Altos (2019) reafirmam que o enriquecimento social proporcionado por essa convivência é uma prática promissora no manejo sustentável e ético de equinos. O investimento em estratégias como essa não apenas contribui para a saúde e o bem-estar dos animais, mas também reflete um compromisso com práticas de manejo mais humanizadas e integradas.
Os ovinos possuem características comportamentais que os tornam ideais para interação terapêutica com outras espécies, especialmente cavalos. Esses animais são sociáveis, calmos e apresentam uma estrutura hierárquica pouco agressiva, o que facilita a convivência em ambientes compartilhados (Bragion, 2018). Sua natureza dócil e adaptabilidade a diferentes ambientes permite que desempenhem um papel fundamental no enriquecimento social e na redução de comportamentos indesejados em equinos submetidos a manejo intensivo.
De acordo com Altos (2019), a interação entre cavalos e ovinos proporciona estímulos sensoriais e sociais que auxiliam na diminuição de estresse e ansiedade nos equinos. Esse convívio estimula o comportamento exploratório e reduz os sinais de isolamento social, uma das principais causas de estereotipias em cavalos confinados. Além disso, os ovinos possuem um impacto positivo na dinâmica comportamental dos equinos, incentivando interações naturais e promovendo maior estabilidade emocional.
Outro benefício importante é a contribuição para a melhoria do bem-estar geral dos cavalos. Rocha et al. (2018) destacam que a convivência com ovinos pode reduzir a frequência de comportamentos repetitivos e promover uma maior interação com o ambiente. Essa interação reflete diretamente na saúde emocional e fisiológica dos cavalos, reduzindo níveis de cortisol e outros indicadores de estresse (Sasidharan et al., 2018). Assim, os ovinos atuam como mediadores sociais, proporcionando aos cavalos um ambiente mais equilibrado e enriquecedor.
Estudos sobre o uso de ovinos como animais terapeutas têm demonstrado resultados significativos em diferentes contextos de manejo. Altos (2019) apresentou um estudo de caso no qual cavalos atletas criados em confinamento demonstraram uma redução de 45% nos comportamentos estereotipados após três meses de convívio diário com ovinos. Nesse estudo, os cavalos também exibiram maior tolerância ao treinamento intensivo e apresentaram uma recuperação mais rápida após as sessões de atividade física.
Pesquisas realizadas por Gouveia, Gonçalves Neto e Bragion (2017) reforçam esses resultados, mostrando que o enriquecimento ambiental social, como o convívio com ovinos, é uma estratégia eficaz para mitigar problemas comportamentais e melhorar a qualidade de vida em equinos. Os autores destacam que a interação social com ovinos não só reduz as estereotipias, mas também promove a curiosidade natural dos cavalos, o que contribui para o aumento de sua atividade física e mental.
Rocha et al. (2018) realizaram uma revisão sobre práticas de enriquecimento ambiental e concluíram que o uso de animais terapeutas, incluindo ovinos, é uma das abordagens mais promissoras. O estudo destaca que a introdução de ovinos em estábulos de cavalos é relativamente simples, com baixos custos de implementação e manutenção, tornando-se uma alternativa acessível para treinadores e proprietários.
Sasidharan et al. (2018) também investigaram os efeitos fisiológicos do enriquecimento ambiental em cavalos. Os resultados indicaram que o convívio com ovinos contribuiu para a redução de sinais de estresse fisiológico, como a diminuição da frequência cardíaca e dos níveis de cortisol. Esses benefícios foram observados tanto em cavalos isolados quanto em pequenos grupos, indicando que os ovinos podem atuar como mediadores eficazes em diferentes contextos.
Além disso, Muniz et al. (2017) exploraram os impactos do convívio com ovinos em sistemas de manejo intensivo, observando que os cavalos que interagiram regularmente com esses animais apresentaram maior estabilidade emocional e melhor desempenho durante competições esportivas. Essa pesquisa sugere que os ovinos podem ser uma ferramenta valiosa para equilibrar as demandas físicas e psicológicas impostas aos cavalos atletas.
Por fim, Altos (2019) sugere que a utilização de ovinos como animais terapeutas pode ser ampliada para outros contextos de manejo animal, dado o impacto positivo comprovado nas interações sociais e no bem-estar geral. Esses estudos reforçam que o convívio com ovinos é uma prática inovadora e eficaz, com o potencial de transformar a forma como o bem-estar de cavalos em ambientes intensivos é gerenciado.
BEM-ESTAR ANIMAL EM AMBIENTES INTENSIVOS
O conceito de bem-estar animal está intrinsecamente relacionado à capacidade dos animais de expressarem comportamentos naturais, mantendo sua saúde física e mental. Em sistemas de manejo intensivo, como é o caso de cavalos atletas, o bem-estar animal é frequentemente comprometido devido às restrições impostas por espaços confinados, privação de estímulos ambientais e rotinas de treinamento rigorosas (Machado et al., 2016). Esses fatores podem levar ao desenvolvimento de comportamentos estereotipados, estresse crônico e comprometimento da saúde geral dos equinos.
De acordo com Gouveia, Gonçalves Neto e Bragion (2017), o bem-estar animal em ambientes intensivos depende de estratégias que minimizem os impactos do confinamento e promovam condições mais próximas ao ambiente natural da espécie. Isso inclui acesso regular a espaços abertos, interação social com outros animais e estímulos sensoriais variados. Para cavalos, a ausência dessas condições pode gerar alterações comportamentais significativas, como tecer, mastigar madeira e sugar o ar, que são indicativos de frustração e estresse.
Rocha et al. (2018) destacam que, em ambientes intensivos, o enriquecimento ambiental é uma das principais ferramentas para promover o bem-estar animal. Essa prática consiste em introduzir elementos no ambiente que estimulem comportamentos naturais, como objetos manipuláveis, alimentos de difícil acesso e interação com outras espécies, como ovinos. Estudos mostram que o enriquecimento ambiental pode reduzir significativamente comportamentos indesejados, além de melhorar a saúde mental e fisiológica dos animais.
Sasidharan et al. (2018) enfatizam que o bem-estar em ambientes intensivos não se limita à ausência de doenças, mas também engloba o estado emocional positivo dos animais. Cavalos que convivem em ambientes enriquecidos apresentam menores níveis de cortisol, um hormônio associado ao estresse, e maior disposição para treinos e competições. Essas mudanças refletem diretamente no desempenho atlético, comprovando que o bem-estar animal e a produtividade são objetivos interdependentes.
Além disso, Altos (2019) ressalta que o manejo intensivo pode ser ajustado para atender às necessidades comportamentais dos cavalos sem comprometer as exigências de treinamento. Em seu estudo, a autora observou que a introdução de práticas de enriquecimento ambiental, como a convivência com ovinos, resultou em uma redução significativa dos níveis de estresse e em uma melhora na qualidade de vida dos equinos, mesmo em condições intensivas.
Muniz et al. (2017) reforçam que o monitoramento contínuo do comportamento e da saúde dos animais é essencial para avaliar o impacto das práticas de manejo intensivo. Os autores argumentam que indicadores comportamentais, como a redução de estereotipias, e indicadores fisiológicos, como a estabilidade nos níveis hormonais, são métricas importantes para medir o sucesso das intervenções voltadas ao bem-estar.
Portanto, promover o bem-estar animal em ambientes intensivos requer um equilíbrio entre as demandas produtivas e as necessidades naturais dos animais. O enriquecimento ambiental, associado a um manejo ético e responsável, é essencial para minimizar os efeitos negativos do confinamento. Como apontam Gouveia, Gonçalves Neto e Bragion (2017), a implementação dessas práticas não apenas melhora a qualidade de vida dos animais, mas também contribui para a sustentabilidade e a eficiência do sistema produtivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O manejo de cavalos atletas em ambientes intensivos impõe desafios significativos ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao surgimento de comportamentos estereotipados. Nesse contexto, a introdução de práticas inovadoras, como o uso de ovinos como animais terapeutas, demonstra ser uma alternativa eficaz e acessível para promover o equilíbrio emocional e comportamental desses animais. O convívio com ovinos proporciona estímulos sensoriais e sociais que mitigam o estresse, reduzem estereotipias e melhoram a qualidade de vida dos cavalos, mesmo em condições de confinamento.
A prática de associar cavalos e ovinos em um ambiente controlado ressalta a importância de estratégias de enriquecimento ambiental adaptadas às necessidades comportamentais e emocionais dos animais. Essa abordagem permite não apenas melhorar a saúde e o bem-estar dos equinos, mas também otimizar seu desempenho atlético, criando um ambiente mais equilibrado e funcional.
Portanto, a inclusão de ovinos no manejo de cavalos atletas em ambientes intensivos representa uma solução viável e ética para atender às demandas do bem-estar animal. Ao priorizar práticas que promovam a interação social e a redução de estresse, é possível alinhar os objetivos produtivos e esportivos com um compromisso maior com a saúde e a dignidade dos animais. Assim, essa abordagem destaca o potencial de avanços no manejo animal, enfatizando a importância de um olhar mais holístico e integrador nas práticas relacionadas à produção e ao desempenho esportivo.
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