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Resumo
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como tema: Os desafios do coordenador pedagógico no espaço escolar. Este tema foi escolhido considerando sua relevância, pois o coordenador pedagógico tem grande importância no ambiente escolar, seu trabalho mobiliza as melhorias nas práticas pedagógicas da escola, faz a ponte entre a ação de professores e alunos e os processos de ensino e aprendizagem que são criados nesse contexto.
A essência do trabalho do coordenador deve ser as práticas pedagógicas, desenvolver projetos na escola, auxiliar o professor na construção e aplicação de seu planejamento, propor atividades paralelas periódicas em reuniões de professores, ter um olhar para a formação continuada desses profissionais, ter participação ativa no processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, todas essas funções são valiosas para a boa manutenção das práticas pedagógicas evidenciando o desenvolvimento no ambiente escolar. Esse profissional não pode ficar sobrecarregado com ações fora desse foco, onde praticamente se torna um “faz tudo” se envolvendo prioritariamente com outras situações que não se relacionam com as verdadeiras práticas do coordenador pedagógico.
O coordenador pedagógico é uma peça muito importante no ambiente escolar, e precisa priorizar suas verdadeiras funções, organizar seu tempo e estimular o trabalho em equipe sempre de acordo com o Projeto Político Pedagógico da escola. A pergunta principal deste trabalho consiste em explanar: quais as frentes no contexto do espaço escolar que o coordenador pedagógico pode atuar de forma relevante?
O principal objetivo deste trabalho é conhecer as funções e o perfil adequado do coordenador pedagógico no espaço escolar. E mais especificamente, mencionar as frentes de trabalho desse profissional e explicitando as atribuições relevantes na escola, como a formação continuada dos professores em ambiente escolar e a ação desse profissional relacionada ao processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais.
A metodologia desta pesquisa é bibliográfica tendo como embasamento obras e materiais (artigos, periódicos, livros) da atualidade que abordam o tema em questão, como na obra “O cotidiano escolar e a ação pedagógica”, mais especificamente no capítulo sobre os desafios do Coordenador Pedagógico na escola atual, de autoria de Baruffi, (2018), que menciona que o profissional nesta função deve ser observador, dialógico, compreensivo, articulador e saber ouvir as ações dos professores, pois é fundamental que todos possam se expressar especialmente em uma gestão democrática participativa, apresentar dúvidas, serem levados a refletir sobre suas ações e buscar conhecimentos que possam enriquecer sua prática pedagógica.
Questões como relacionamento interpessoal permeiam seu cotidiano de trabalho, pois a equipe é feita de pessoas e estas filtram informações de formas diferenciadas, a partir uma postura de bom senso aliada ao conhecimento com objetivo de entrelaçar as ações pedagógicas ao projeto político pedagógico da escola, é fundamental para que os objetivos traçados pela equipe sejam alcançados. A ética, sensibilidade e comprometimento são características importantes a este profissional junto ao trabalho em equipe que deve ser auto avaliado periodicamente.
Na obra de Monteiro (2012) contribui com este artigo no sentido de explanar sobre os desafios do coordenador pedagógico, cita que o tempo é, sem dúvida, um dos maiores desafios, pois na escola sempre há muito que fazer diante disso é fundamental priorizar e organizar o trabalho tendo tantos problemas a resolver muitas vezes ao mesmo tempo, porque o ambiente escolar é complexo e traz em sua essência as representações sociais e as dos sujeitos que nela atuam.
A escola geralmente tem urgências e emergências que podem ocupar o dia todo do coordenador pedagógico, diante de um cotidiano tão atribulado é preciso clarear suas reais funções elencar as prioridades como reuniões de formação, observação e acompanhamento do trabalho docente, planejamento de formação, produção de registro e reunião de alunos e professores. Somente quando se sabe o que, como, quando e porque fazer é possível ter foco no trabalho propriamente dito e se envolver a fim de alcançar os objetivos pretendidos, contribuindo com o desenvolvimento da escola como um todo.
O material didático – O papel do coordenador pedagógico da Associação QEDU produzido por Almarjo (2017), levanta questionamentos sobre as especificidades do coordenador pedagógico e aborda sobre o arcabouço de conhecimentos e práticas que são designadas a esse profissional. É fundamental que além do trabalho no cotidiano o coordenador tenha com sua equipe metas a médio e longo prazo e também uma parceria sólida com o gestor da escola a fim de viabilizar as ações necessárias a cada situação, pois ele é um agente de formação na escola. O auxílio na criação de um ambiente favorável de aprendizagem é uma das principais funções do coordenador pedagógico e não é feito sozinho, pois há uma equipe escolar que precisa estar alinhada com essas ações.
No artigo “O Papel Pedagogo como Mediador do Processo de Inclusão da Pessoa com Deficiência na Escola: Respeitando as diferenças” (Bondezan e Cassol, 2016), são abordadas posturas do coordenador pedagógico frente ao processo de inclusão e as possíveis estratégias de articulação nesse processo atual e relevante em sociedade.
No artigo “O Papel da Coordenação Pedagógica na Educação Inclusiva”, do Instituto Rodrigo Mendes (2019), representados por Cibas K. e Mercúrio R., afirmam que para desenvolver ações pedagógicas inclusivas, é fundamental que os coordenadores articulem as situações desafiadoras vivenciadas por seus professores em sala de aula com os momentos de trabalho coletivo, garantindo a colaboração de todos no processo de inclusão. A formação contextualizada, a discussão em equipe, o questionamento das práticas realizadas dentro da escola, a construção de novos olhares e conhecimentos, são atitudes que precisam ser desenvolvidas para que as mudanças aconteçam e que todos se envolvam na construção de escolas inclusivas. Um trabalho colaborativo entre coordenação com informações relevantes, professores de sala regular e de atendimento educacional especializado (AEE) se fazem necessários nesses momentos.
Na obra de Messias (2018), há colocações sobre a importância e a postura do formador de educadores, e que esse papel também é uma das tarefas do coordenador pedagógico dentro da escola, pois em educação nada é estático, não existem verdades constantes, e diante disso é fundamental estar atualizando-se, estimular a formação continuada da equipe para que a prática pedagógica seja de excelência e para que a equipe se envolva e sinta-se acolhida e motivada, é importante que o coordenador saiba a diferença entre mediar e professorar numa postura de respeito aos conhecimentos prévios dos professores que atuam na escola.
No desenvolvimento deste trabalho foi abordado o perfil e as verdadeiras funções do coordenador pedagógico no ambiente escolar, no segundo capítulo a importância da articulação do coordenador pedagógico na formação continuada da equipe escolar, o terceiro capítulo, porém não menos importante, terá enfoque sobre o olhar do coordenador pedagógico em relação aos alunos com necessidades educacionais especiais e o movimento necessário para efetivar a inclusão na escola, finalizando com as considerações finais, fazendo menção importância da articulação desse profissional no ambiente escolar e as diversas frentes nas quais ele atua com enfoque de transformar a realidade educacional e seu entorno possibilitando educação de qualidade.
AS FUNÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO
O coordenador pedagógico é fundamental para o espaço escolar, pois é ele quem faz a interação de toda a equipe escolar em relação ao processo de ensino-aprendizagem.
Seu enfoque é contribuir na construção de educação de qualidade, tem grande responsabilidade no espaço escolar deve ser um profissional atualizado e trabalhar sempre em parceria com professores, pais, alunos e direção.
Especificamente em relação ao diretor, o coordenador pedagógico precisa ter um trabalho de forma compartilhada para que o conjunto funcione de forma organizada, favorecendo o trabalho colaborativo, porém com rotinas, atribuições e papeis definidos na estrutura escolar.
Basicamente o coordenador pedagógico necessita ter em seu perfil profissional três características: ser formador de opinião, articulador e transformador no ambiente, além de acompanhar o funcionamento dos processos de aprendizado de acordo com projeto político pedagógico da escola.
[…] uma competência essencial deste profissional está relacionada com a articulação com a equipe docente. O coordenador pedagógico é um orientador das práticas do professor, estimulando-o a adotar estratégias metodológicas diversificadas de ensino que mobilizem menos a memória e mais o raciocínio, além de outras competências cognitivas, potencializando a interação entre professor e aluno. (Cartilha Padrões e Competências do Coordenador Pedagógico, 2018, p.2 citado por Baruffi, 2018, p. 108).
Sendo assim, esse profissional deve ter a postura de auxiliar e incentivar os trabalhos de sua equipe pedagógica e nesse contexto deve haver trocas de experiências, valorização de momentos em que possam se expressar, levantar dúvidas e refletir sobre o trabalho, na busca de alternativas para as situações possibilitando desenvolvimento não só do fazer pedagógico dos professores, mas também do nível de entrosamento entre eles.
Comportamentos como: observar, dialogar, saber ouvir, apresentar inteligência emocional para compreender o relacionamento interpessoal em seu entorno, ter sensibilidade e ética ao perceber, reconhecer e interpretar as necessidades dos profissionais de sua equipe e acima de tudo ter iniciativa de buscar respostas para diversas situações que possam se apresentar.
Esse trabalho carrega um alto nível de desafios dentro da escola e esse cargo de certa forma, tem a capacidade de orquestrar todo o andamento pedagógico e esse profissional não pode ficar adormecido com tantas ações cotidianas, é fundamental ter foco e gerenciar o tempo e as prioridades para que potencialize seus conhecimentos em busca de educação de qualidade. É muito importante que o coordenador pedagógico organize uma agenda com os principais enfoques do seu trabalho no espaço escolar.
1-Auxiliar e acompanhar as ações pedagógicas do professor em sala de aula por meio de observações planejadas; 2. Planejar e conduzir as reuniões pedagógicas na escola; 3. Acompanhando o resultado das aprendizagens dos alunos por meio das avaliações internas e externas. (Associação Qedu, 2017, p. 05).
ATUAÇÃO DIRETA NAS AÇÕES PEDAGÓGICAS
O coordenador pedagógico tem várias frentes em seu cotidiano dentro do espaço escolar e o acompanhamento docente se faz necessário. Ele pode ser de forma indireta, através de análise de planos de ensino, projetos e sequências didáticas, planos de aula, atividades, produções e cadernos dos alunos, atividades avaliativas e registros, mas para isso é preciso reservar um tempo para verificar e avaliar esses documentos, quando receberá e devolverá os mesmos e ver se a devolutiva será em grupo ou individual. Há também a observação da sala de aula, que é um dos momentos críticos de sua função, pois pode passar a ideia de controle sobre a situação, mas deve-se pensar que o ato de observar no contexto pedagógico é uma rica estratégia para a formação do professor oportunizando a reflexão sobre sua prática e possibilitando novas ou diferentes formas de intervir para melhoraria do ensino. Essa é uma forma de ter meios de modificar o trabalho com o professor, respeitando-o e valorizando-o. Também se deve realizar um agendamento prévio para evitar a impressão de supervisão, ter um roteiro de observação, pois contribui para um clima positivo, compartilhando e fornecendo devolutivas construtivas e formativas, se necessário fazer encaminhamentos e sugerir ações sempre em um momento posterior a visita e com encontro pessoal, nos momentos de observação em sala é preciso também ser discreto e não intervir na aula a fim de manter o foco na tarefa proposta.
Outra tarefa relevante são as reuniões pedagógicas que são momentos valiosos com espaço para estudo e reflexão da prática educacional, onde trabalho pedagógico é a prioridade, pois o planejamento coletivo oportuniza aos professores a troca de experiências e ideias para desenvolver as melhores estratégias a fim de garantir o aprendizado dos alunos. Tais momentos devem ser potencializados por meio de uma pauta formativa que deve ser elaborada previamente com um roteiro adequado (mapear necessidades formativas, definir o objetivo do encontro, investigar conhecimentos prévios do grupo, criar momentos para ampliar conteúdos, tematizar a prática da sala de aula, reorganizar saberes e sistematizar as aprendizagens) levando assim os professores a refletirem e avançarem em suas aprendizagens, objetivando a transposição de novas perspectivas em sala de aula.
O que foi mencionado acima faz parte do acompanhamento do trabalho dos professores pelo coordenador pedagógico, porém ele tem outra função também muito importante que seria. É o acompanhamento do desempenho dos alunos, garantindo que eles aprendam aquilo que têm direito de aprender e ajudando os professores a ajustar metodologias de ensino que contribuam para este aprendizado. Algumas medidas podem ser tomadas para que o coordenador tenha uma visão geral da escola.
Aferir o aprendizado dos alunos é essencial para que os gestores das escolas atuem de forma mais assertiva e para que os professores façam intervenções que levem os alunos a avançarem em seu processo de aprendizagem. Com esse intuito, é preciso que cada escola tenha clareza de quais são as expectativas de aprendizagem para cada ciclo. O coordenador pedagógico pode avaliar o nível de aprendizado dos alunos e saber se as ações propostas estão sendo efetivas, realizando avaliação institucional, preparando instrumentos de monitoramento e observando com avaliações externas. (Associação Qedu, 2017, p. 14).
GERENCIAMENTO DO TEMPO COM FOCO NO TRABALHO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO
A compreensão da complexidade do espaço escolar e suas nuances e a necessidade de gerenciar o tempo de forma produtiva é um importante aspecto a ser mencionado.
Com dinâmica própria, a escola na qual se aprende uma infinidade de saberes, onde as pessoas não escolhem seus pares ou colegas, porém se reúnem com o objetivo de trabalharem juntas durante um período da vida delas, independentemente de gostarem ou não das mesmas coisas ou terem os mesmos interesses. A escola não se resume ao conjunto de ambientes e às ações nela realizadas: ela se amplia na possibilidade de interações e aprendizagens que ocorrem dentro e para além das portas fechadas das salas de aula. É nesse local que parece organizado por urgências e emergências capazes de mobilizar de tal forma seus profissionais e no qual é possível passar um dia inteiro resolvendo questões de toda ordem que se insere no trabalho do coordenador pedagógico. (Monteiro, 2012, p.83).
É fundamental que o coordenador pedagógico tenha clareza de sua função na escola, diante disso pode ter um cronograma vinculado às suas reais funções neste espaço, delineando as metas e objetivos principais a serem realizados. Esse é um exercício constante de organização que pode contemplar várias outras atribuições desse profissional como, por exemplo, reuniões de formação como horas de trabalho coletivo ou atividades coletivas, que são momentos onde se organizam materiais, propõem discussões, elaboram conjuntamente projetos didáticos, planos de aula, sequências didáticas e atividades, cabendo ao coordenador pedagógico oferecer as melhores condições para que os professores planejem o trabalho a ser desenvolvido na sala de aula.
Praticamente todas as atribuições do coordenador pedagógico demandam tempo, como planejar a formação da equipe, elaborar e rever periodicamente o projeto de formação e montar pautas de reuniões, para isso precisa estudar e pesquisar.
Organizar o acervo do Projeto Político Pedagógico, os planos anuais, as sequências didáticas trabalhadas, os portfólios, as avaliações, pois são documentos de trabalho e fazem parte da memória pedagógica da instituição.
O estudo de práticas formativas também é uma de suas funções, pois quando for expor diferentes dinâmicas e estratégias aos professores se faz necessário que domine o assunto a ser desenvolvido, a fim de ajudar os professores a compreender melhor o objeto de ensino e a maneira de ensinar.
Conhecer a fundo o trabalho de cada professor e ter anotações dessa prática com produção de registros, relatórios das observações de sala de aula e das análises dos planos dos professores, tanto para dar devolutivas quanto para o próprio planejamento do coordenador pedagógico. Assim, é função dele organizar o portfólio da formação bem como o de cada professor, pois isso o ajuda no acompanhamento da formação continuada e também é uma tarefa que requer dedicação e leva tempo para ser realizada.
A reunião com alunos, professores e pais é tarefa do coordenador pedagógico, assim como, observar e avaliar os alunos, sempre em parceria com os professores, a fim de planejar o apoio pedagógico ou mesmo comunicá-los aos responsáveis os aspectos em que precisam melhorar.
FORMAÇÃO CONTINUADA DO COORDENADOR PEDAGÓGICO
Além desses momentos garantidos na rotina, é necessário assegurar um momento de formação para o coordenador pedagógico.
O coordenador pedagógico também faz parte de um coletivo que estará constantemente refletindo sobre o conhecimento didático e o da formação. Um espaço em que ele também possa discutir dúvidas e ter a prática analisada. Para tanto, urge instaurar um trabalho colaborativo para: planejar em conjunto, refletir sobre a prática, analisar coletivamente as produções dos professores e dos alunos para identificar as demandas formativas e reorganizar o planejamento, num processo de formação similar ao que acontece com os professores. É assim que os coordenadores pedagógicos aprendem a elaborar os próprios projetos e sequências formativas e a tematizar a prática, eles também são sujeitos em formação. (Monteiro, 2012, p. 91).
Para se alcançar níveis educativos cada vez melhores, é importante que o trabalho do coordenador pedagógico tenha também um caráter de prevenção no desenvolvimento de seus projetos e estes devem estar em consonância com as reais necessidades da escola, proporcionar um ambiente favorável para a aprendizagem dos alunos com uma boa gestão de sala de aula e também com uma parceria sólida com a direção. Este profissional precisa ser visto como um agente de formação que garanta o fazer pedagógico de forma eficiente tendo compromisso com o projeto político pedagógico da escola e com a aprendizagem de qualidade dos alunos.
Diante do exposto neste capítulo, tornam-se visíveis as responsabilidades que a função de coordenador pedagógico requer e que esta função não pode ser ocupada porque por qualquer profissional dentro do espaço escolar. São primordiais alguns pré-requisitos como liderança, dinamismo, engajamento, sensibilidade, comunicação, ética, organização, formação, capacidade de transformação e compromisso com a educação.
O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES
[…] A formação são momentos nos quais estudamos para ter maiores conhecimentos que podem ser utilizados (ou não) em situações existentes, bem como a circunstâncias que ainda virão e estão atreladas, por vezes, a uma certificação. Nessa perspectiva, temos por exemplo: momentos institucionais como a própria formação inicial, palestras, cursos, simpósios, pós-graduações e demais espaços controlados. Assim, o caráter de imersão, treinamento, atualização e/ou reciclagem estão relacionados à formação. (Messias, 2018, p.04).
“Estudos conceituam a formação como um processo constituído por ações, espaços e momentos plurais que fomentam a reflexão sobre a prática. Tardif, Garcia, Canário, Placco, Imbernón citado por Messias (2018, p.05) e outros assumem uma discussão para ampliar o que é formação.”
Aqui, o caráter de necessidades pontuais e reais atreladas ao contexto é altamente relevante, sendo elas pontos de partida para debates e (re) significação de práticas, bem como a existência de um espaço plural em detrimento de um momento hermético, a favor da ampliação de debates, trazendo o sujeito para o centro de sua formação são características que se alinham a essas concepções. (Messias, 2018, p.05).
A formação dos professores também é uma das atribuições do coordenador pedagógico no ambiente escolar de extrema relevância e para que esta seja eficiente é necessário que atenda as demandas específicas da escola. Diante disso, antes de apresentar uma situação de formação, o coordenador pedagógico precisa se preparar, sondando o ambiente para descobrir as prioridades nas necessidades de formação da equipe em que atua. Pode tomar algumas iniciativas como: conversar sobre o assunto com o grupo, trabalhar com questionários aos professores, fazer observações em sala de aula, analisar os resultados dos alunos indicando os conteúdos mais críticos a serem focados na aprendizagem e que podem ser os mais vulneráveis na formação do docente.
“Com esses dados em mãos a escola pode organizar o seu projeto de formação para o ano todo, compartilhando-o e validando-o com todo o grupo.” (Associação Qedu, 2017, p.11).
Ao conduzir uma formação, o coordenador pedagógico terá que ter clareza de como será a mesma para que seja produtiva. É preciso definir até onde se espera que os participantes avancem, quais materiais serão necessários para a realização da formação e em qual espaço acontecerá, de modo que favoreça as discussões propostas de acordo com a metodologia escolhida, que consiga alcançar os questionamentos e reflexões esperadas, planejando sequências de atividades, momentos interativos, pois o objetivo é que a participação dos professores seja enriquecida.
Geralmente nesse tipo de formação é comum a leitura de um texto introdutório com o intuito de colaborar com a formação do professor – leitor, que amplia sua leitura de mundo e é uma atitude que pode ser passada para seus alunos, pois frequentemente produz análise do assunto.
Investigar os conhecimentos prévios do grupo é essencial para a eficiência da formação, pois o ideal é que os participantes levantem dúvidas, questionamentos e discutam sobre o tema apresentado. O embasamento teórico é importante nesses momentos, pois a ideia é que gerem reflexão e busquem em conjunto soluções e aplicação na prática de forma viável na realidade em que atuam.
“É preciso também pensar nas pausas estratégicas para chamar a atenção do grupo para pontos relevantes de acordo com o conteúdo da formação.” (Associação Qedu, 2017, p.13) e usar diferentes recursos, vídeos, dinâmicas, estudo de caso, trechos de registro, etc., dessa forma tem a chance de atrair o interesse e a atenção do grupo, pois as pessoas filtram informações e sente-se motivadas de formas diferenciadas.
Segundo Messias (2018), é importante valorizar a discussão propositiva e responsável do grupo, sendo você um agente para instigar, questionar e mobilizar o grupo a problematizar e não assumir um papel de queixa.
No momento de reorganização dos saberes e sistematização das aprendizagens o coordenador pedagógico pode contribuir auxiliando os professores a organizarem os passos a serem realizados, contendo descrição do que precisa ser feito, prazo para a realização das tarefas e quem ficará responsável por cada uma delas, assim em um próximo encontro pode-se avaliar o que tem sido feito.
Depois de tantos conteúdos e reflexões, é preciso sistematizar as ideias discutidas durante a reunião com propostas de encaminhamentos que ajudem a levar para a prática os aprendizados gerados durante o encontro. Este momento é importante, pois mostra ao grupo que as reflexões não são apenas teóricas, mas que consideram suas práticas em sala de aula e como melhorá-las, propondo ações que as qualifiquem. (Associação Qedu, 2017, p.13).
Pensando nisso, nós compreendemos a formação como um processo intencional e interacional constituído de diversos momentos mais ou menos organizados previamente que promovam uma reflexão a favor do desenvolvimento profissional. Por se ter claro que o conceito de formação abrange todo esse processo, é importante, logo, refletir sobre o papel do formador de educadores, tendo em vista que concepção e prática caminham juntas. (Messias, 2018, p. 06).
COMUNICAÇÃO COM O GRUPO
O coordenador pedagógico deve preocupar-se com a forma que se comunica com seus professores demonstrando interesse e respeito por eles, até mesmo em pequenas ações como olhares e silenciamentos, pois tanto a linguagem verbal quanto a comportamental falam muito sobre as pessoas. Quando assume parte da responsabilidade não somente orientando, mas também praticando sua postura é exemplo, é importante “mobilizar o grupo a sair de sua zona de conforto, criar um ambiente seguro para discordar e demonstrar sua fragilidade, também.” (Messias, 2018, p. 10).
Os saberes técnico e acadêmico são a base para propor uma discussão. Então, assuma papel ativo de estudante antes da formação, buscando aprofundar teorias e instrumentos para ilustrar suas indicações e lhe repertoriar. No entanto, não é só o saber acadêmico que garante uma boa formação! (Messias, 2018, p. 10).
À coordenação pedagógica cabe mediar em vez de professorar, ser humilde e ter corresponsabilidades sobre o que está sendo decidido, valorizar conhecimentos prévios da equipe, ter conhecimento teórico e tácito do que está sendo abordado, dessa forma se aproxima verdadeiramente de seus professores.
Pensar em formação de professores é um desafio real ao coordenador pedagógico. Esta tarefa tem muitas nuances e é preciso revisitar e alinhar suas concepções entre formação e prática. É um movimento complexo que necessita de saberes acadêmicos, transposição didática e que envolve aspectos socioemocionais é preciso fazer um questionamento da prática em busca de desenvolvimento profissional e o coordenador pedagógico está no centro dessa questão, como articulador desse processo e como formador é exigido desse profissional maior compreensão de sua equipe para uma argumentação que preconize a prática fundamentada.
O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS – NEE
De acordo com Saviani (1985) citado por Bondezan e Cassol (2016), a atuação pedagógica deve avaliar e fazer o diagnóstico dos principais problemas que acometem o processo de ensino e aprendizagem na realidade em que atua, propiciando que os alunos aprendam, sejam respeitados em suas diferenças e valorizados em suas potencialidades.
O trabalho do coordenador pedagógico deve estar diretamente relacionado com essas ações, porque quando pensamos no dia a dia escolar nos deparamos com diferentes realidades e é preciso refletir nas diversas situações que se apresentam. “Na maioria das vezes, por não saber como lidar com elas, tais situações tornam-se motivo de frustração e desânimo no fazer pedagógico, diante disso é o primeiro passo é admitir o problema e tecer estratégias para possíveis mudanças.” (Bondezan e Cassol, 2016, p. 02).
Sem dúvidas que, a educação na atualidade precisa ressignificar suas práticas diante da realidade social excludente. O processo de inclusão é uma troca e todos os envolvidos saem ganhando com ela, pois dessa forma convivemos com as diferenças respeitando-as. Portanto, para se construir uma escola inclusiva há a necessidade urgente de mudança de valores da sociedade e isso não acontece com recomendações técnicas, mas com reflexões dos coordenadores, professores, diretores, pais, alunos e comunidade.
O processo de inclusão é viável e possível, mas deve-se ter responsabilidade e desenvolvê-lo com políticas públicas claras.
Para pensar o processo de inclusão é preciso reconhecer a função social da escola que além de ensinar os conhecimentos científicos acumulados historicamente, deve propor a construção da autonomia humana. Pensar o indivíduo autônomo é criar condições para que o mesmo sinta-se sujeito ativo do processo de atuação e transformação da realidade social, a começar pela sua casa, escola, comunidade até atingir as demais esferas sociais. Porém, sabe-se que a escola apresenta um caráter dual, onde ao mesmo tempo em que deveria emancipar o pensamento humano, acaba reproduzindo as relações de produção social. (Bondezan e Cassol, 2016, p.09-10)
Essa tarefa é essencial e o coordenador pedagógico deve ter clareza para sincronizar o seu trabalho em favor das reais necessidades da escola, dos professores, dos alunos e suas especificidades.
Assim, o trabalho do coordenador pedagógico no interior da escola, exige na sua essência, um domínio mais aprofundado das questões educacionais e pedagógicas, indo muito além do mero espontaneísmo e imediatismo presentes na cultura escolar.
O direito à inclusão escolar trouxe os alunos com deficiência para a escola regular, no entanto, somente sua presença física neste ambiente não garante a inclusão. Muitas vezes essas pessoas sofrem com atitudes de desrespeito e discriminação e isso é reflexo de não saber lidar com o diferente.
Entende-se que todos os alunos devem ter as mesmas oportunidades de formação humana e toda e qualquer discriminação deve ser combatida no espaço escolar. Segundo Bondezan e Cassol (2016, p.09), “toda a comunidade escolar precisa participar do processo de construção da cultura inclusiva, com ações em que os estudantes e suas famílias possam ouvir e serem ouvidos, transformar e serem transformados de forma emancipadora e democrática.” O coordenador pedagógico pode e deve privilegiar a atuação dos professores nesse processo.
Neste sentido, é imprescindível que o coordenador com os professores atue efetivamente em várias instâncias da prática educativa, como mediador e articulador na construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e do Plano de trabalho Docente (PTD) dos professores, direcionando para uma proposta pedagógica de educação inclusiva de forma que a flexibilidade curricular transponha a teoria e se efetive na prática docente atendendo às especificidades de todos os alunos.
O coordenador pedagógico, enquanto orientador desse processo, deve trabalhar a questão da superação ao preconceito em relação às diferenças no espaço escolar, preconizando a valorização do ser humano, sua identidade e suas necessidades. Como peça chave no desvelar dessa questão polêmica o envolvimento do coordenador pedagógico ocorre no sentido de efetivar elos de interação entre os agentes direta e indiretamente envolvidos com o tema a ser trabalhado. Implica, sobretudo, pensar que essa é uma questão coletiva que deve envolver todos os sujeitos do contexto escolar considerando suas contribuições particulares para a problematização, discussão e possível superação de estigmas presentes na ação humana e, por isso, no cotidiano escolar. (Bondezan e Cassol, 2016, p.10).
A MEDIAÇÃO NO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR
O coordenador pedagógico precisa mediar o processo de inclusão e isso requer conduzir o processo de ensino e aprendizagem com postura pedagógica capaz de mobilizar a comunidade escolar para enfrentar esse processo, no contexto das condições que cada escola possui.
É de extrema importância a valorização dos processos de interação entre alunos com e sem necessidades educacionais especiais no contexto escolar, pois a aprendizagem acontece nas relações interpessoais. O espaço escolar pode ser para os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais a conquista da autonomia pessoal e social.
“Assim sendo, o grande desafio da escola contemporânea é aprender a lidar com as especificidades educacionais de seus alunos, principalmente no que diz respeito às suas potencialidades, limitações e possibilidades de transformação física e psíquica.” (Bondezan e Cassol, 2016, p.12).
O coordenador pedagógico precisa atuar no cerne da questão com sua equipe de professores, pois as situações são desafiadoras, os professores necessitam de auxílio para desenvolver ações pedagógicas inclusivas, porque é sabido que os alunos com necessidades educacionais especiais têm acesso ao ensino regular, mas é preciso também garantir permanência, participação e qualidade de ensino com equidade, diante disso há a preocupação de garantir o direito à aprendizagem.
Segundo Cibas e Mercúrio (2019, n.p), o papel dos coordenadores pedagógicos é crucial porque são os responsáveis por articular os saberes da equipe. “Junto a cada professor, ajudam a pensar em atividades para as turmas e, coletivamente, garantem e mediam a troca e compartilhamento de experiências entre os docentes”. Dessa forma, no desenvolvimento de ações pedagógicas inclusivas devem ser articulados com situações desafiadoras reais, vivenciadas pelos professores da própria escola em sala de aula nos momentos de trabalho coletivo, garantindo a colaboração de todos no processo de inclusão.
É importante trabalhar com uma formação contextualizada, discutindo coletivamente as situações relacionadas aos alunos com necessidades educacionais especiais, expondo o que, porque e como esse assunto vem sendo conduzido dentro da escola. Esse procedimento faz com que se abram caminhos para novas estratégias, estudos coletivos, buscando tirar a equipe da zona de conforto, possibilitando a construção de práticas pedagógicas inclusivas com envolvimento e colaboração de todos de maneira pacífica. Geram-se conflitos e soluções com a mediação da coordenação pedagógica em parceria com professores, familiares, alunos e serviços intersetoriais como assistência social e saúde, quando necessário.
Cika e Mercúrio (2019) afirmam que o enfoque na aprendizagem dos alunos é prioridade e o que o professor vive cotidianamente em sala de aula precisa ser evidenciado. É importante propor um trabalho coletivo baseado na experiência em sala de aula. A partir desse contexto, a coordenação pedagógica pode buscar filmes, textos, enfim, recursos e outras práticas que estejam ligadas ao que está sendo vivido na escola, que podem ajudá-lo a focar na formação continuada de seus professores em relação à inclusão escolar.
O TRABALHO COLABORATIVO
O trabalho colaborativo também é de grande valia na atuação dos coordenadores pedagógicos ao que se refere à inclusão, garantindo informações trazidas pelos alunos, familiares, outros profissionais (mediadores, cuidadores, professor de atendimento educacional especializado, equipe multidisciplinar) envolvidos e parceiros da escola nesse processo.
A presença do docente do AEE nas horas de trabalho pedagógico, aliás, é fundamental para superar os desafios encontrados na sala comum. Quando ele participa, pode propor atividades ao colega da sala comum considerando os interesses e as necessidades de cada aluno com deficiência, identificar possíveis barreiras à aprendizagem e apontar estratégias para que o estudante tenha as mesmas oportunidades que toda a turma. (Cika e Mercúrio, 2019, p.02).
Os coordenadores pedagógicos devem garantir que os professores de AEE estejam presentes e, ao trabalhar coletivamente, as soluções encontradas potencializam a aprendizagem de todos os alunos com ou sem deficiência.
Todos são capazes de aprender, diante disso é fundamental ir a campo pesquisando o dia a dia do aluno, conhecer sua história de vida a fim de compreender sua realidade. O coordenador pedagógico deve manter uma relação com os pais ou responsáveis por esses alunos para criar vínculo e obter informações pertinentes à escola como, por exemplo, entender sua comunicação, suas preferências, seus interesses, o que fala da escola, etc. e pode aproximar a família de maneira positiva.
Os coordenadores pedagógicos precisam incentivar seus professores a terem novos “olhares” para os alunos com necessidades educacionais especiais com enfoque nas possibilidades de desenvolvimento e não em sua condição. Devem estar atentos e esclarecer aos professores para que não criem expectativas de que o laudo médico apontará soluções pedagógicas, nem mesmo o uso de medicação ou acompanhamento com outros profissionais, pois a inclusão é um processo, se faz necessária mudança de postura especialmente dos atores do espaço escolar, onde é possível em equipe, com respeito, empatia, compreensão da diversidade, valorização do ser humano e fundamentação teórica atrelada à prática, contribuir para que todos estejam na escola com qualidade e equidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se evidenciar que é importante que o coordenador pedagógico tenha um perfil que atendam as demandas da função, pois esta tem grande relevância no espaço escolar, aliás, é esse profissional quem deve articular as ações que são pilares fundamentais do processo ensino-aprendizagem.
O gerenciamento do tempo e o envolvimento com as verdadeiras funções do coordenador pedagógico também são primordiais, caso contrário, é impossível se ater em suas obrigações, permanecendo em trabalhos intermináveis e caóticos cotidianamente desvinculando-se de suas reais atribuições. Entre as principais funções deste profissional podemos citar: acompanhamentos do trabalho pedagógico e seus detalhamentos, formação continuada dos professores e avaliações (interna e externa), buscando sempre educação de qualidade, mas é fundamental que tenha contato o público da escola e pais, organize em parceria com seus professores projetos e especialmente tenha um olhar para cada aluno preocupando-se e movimentando-se para que o processo de inclusão escolar se efetive nesse espaço, pois o coordenador pedagógico ocupa um papel central no processo de mediação da inclusão.
A formação continuada de professores deve ser estimulada em clima de parceria, pois mediar é muito diferente de professorar, essa relação não pode ser verticalizada e sim, pautada no respeito, humildade e ética acima de tudo, pois todos são importantes nesse processo e carregam sua subjetividade consigo assim como seus conhecimentos prévios que devem ser valorizados.
No caminhar incessante em busca de uma educação cada vez mais democrática, cidadã, de qualidade, com equidade e para todos, se faz necessário estar sempre se atualizando e somando conhecimentos que possam potencializar as ações positivas na linha de frente do ensino: a sala de aula.
Conclui-se assim, que é um trabalho árduo sim, mas extremamente importante na prática no cotidiano escolar e é preciso entender que a educação se faz com conhecimento, competência e empenho por aprendizagem de qualidade na escola e que precisa acontecer concomitantemente às práticas diárias, no centro do fazer pedagógico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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