As fintechs e a digitalização da economia: impactos e desafios para o direito tributário e administrativo.

FINTECHS AND THE DIGITALIZATION OF THE ECONOMY: IMPACTS AND CHALLENGES FOR TAX AND ADMINISTRATIVE LAW

FINTECHS Y LA DIGITALIZACIÓN DE LA ECONOMÍA: IMPACTOS Y DESAFÍOS PARA EL DERECHO TRIBUTARIO Y ADMINISTRATIVO

Autor

Antônio Lisboa de Souza Júnior
ORIENTADOR
 Avelino Thiago dos Santos Moreira

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/53363E

DOI

, . As fintechs e a digitalização da economia: impactos e desafios para o direito tributário e administrativo.. International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

A digitalização promovida pelas fintechs está transformando profundamente o cenário financeiro e tributário global. Este artigo investiga os impactos e desafios trazidos por essas inovações tecnológicas no direito tributário e administrativo, com foco em tecnologias emergentes como blockchain e inteligência artificial. No primeiro capítulo, “A Revolução das Fintechs: Impactos e Desafios para o Direito Tributário,” são analisadas as implicações das fintechs na definição de base tributária e na transparência das transações. Já no segundo capítulo, “Tecnologias Disruptivas no Direito Administrativo: Inteligência Artificial e Blockchain na Fiscalização de Tributos,” é discutido como IA e blockchain podem ser usados para aprimorar a fiscalização tributária, proporcionando maior eficiência e transparência.
Palavras-chave
Fintechs. Direito tributário. Digitalização. Direito administrativo. Blockchain.

Summary

A digitalização promovida pelas fintechs está transformando profundamente o cenário financeiro e tributário global. Este artigo investiga os impactos e desafios trazidos por essas inovações tecnológicas no direito tributário e administrativo, com foco em tecnologias emergentes como blockchain e inteligência artificial. No primeiro capítulo, “A Revolução das Fintechs: Impactos e Desafios para o Direito Tributário,” são analisadas as implicações das fintechs na definição de base tributária e na transparência das transações. Já no segundo capítulo, “Tecnologias Disruptivas no Direito Administrativo: Inteligência Artificial e Blockchain na Fiscalização de Tributos,” é discutido como IA e blockchain podem ser usados para aprimorar a fiscalização tributária, proporcionando maior eficiência e transparência.
Keywords
Fintechs. Tax law. Digitalization. Administrative law. Blockchain.

Resumen

La digitalización impulsada por las fintechs está transformando profundamente el escenario financiero y fiscal global. Este artículo investiga los impactos y desafíos que plantean estas innovaciones tecnológicas en el derecho tributario y administrativo, centrándose en tecnologías emergentes como blockchain y la inteligencia artificial. En el primer capítulo, “La Revolución Fintech: Impactos y Desafíos para el Derecho Tributario”, se analizan las implicaciones de las fintech en la definición de la base imponible y la transparencia de las transacciones. En el segundo capítulo, “Tecnologías Disruptivas en Derecho Administrativo: Inteligencia Artificial y Blockchain en la Inspección Tributaria”, se analiza cómo la IA y blockchain se pueden utilizar para mejorar la inspección tributaria, brindando mayor eficiencia y transparencia.
Palavras-clave
Fintechs. Derecho tributario. Digitalización. Derecho administrativo. Blockchain.

INTRODUÇÃO 

Com o crescimento das novas tecnologias e suas implicações no Direito Tributário brasileiro, a questão da sonegação de tributos se impôs como um dos desafios mais relevantes para a administração pública. A era digital trouxe consigo ferramentas nunca antes vistas de transações financeiras, como as criptomoedas, a facilitação de transações internacionais e novas fontes de renda através da monetização de conteúdos online

A investigação deste artigo tem como finalidade analisar a crescente complexidade das transações financeiras contemporâneas e a necessidade de se entender o impacto das fintechs no cenário tributário brasileiro, discutindo seu papel e influências, considerando também os efeitos das criptomoedas e da inteligência artificial, as quais estão presentes nas fintechs

A relevância deste estudo se justifica pelo significativo crescimento das possibilidades de operações financeiras nas plataformas digitais nos últimos anos, tornando imprescindível uma análise das políticas de fiscalização e arrecadação tributária que possuem o intuito de coibir práticas ilícitas. 

Este artigo está estruturado em 3 partes principais: a primeira, que discorre acerca dos modos de operação das fintechs, incluindo atributos como uso de inteligência artificial, transparência e governança; a segunda, que enfoca no tema da blockchain e sua relação com o Direito Tributário; por fim, a terceira parte apresenta considerações finais sobre tudo que foi abordado ao longo do artigo. 

A REVOLUÇÃO DAS FINTECHS: IMPACTOS E DESAFIOS PARA O DIREITO TRIBUTÁRIO 

Fintechs como PayPal, Nubank e outras plataformas de pagamento digital têm revolucionado o setor financeiro ao introduzir novos modos de realizar transações financeiras, possibilitando operações rápidas e simplificadas. Essas inovações trazem novas fontes de receita e modelos de negócios que desafiam as tradicionais estruturas de tributação. 

De acordo com Mark Fenwick e Evelyne Vermeulen (2016), as fintechs introduzem complexidade na definição de base tributária, uma vez que operam em múltiplas jurisdições e utilizam tecnologias de blockchain e inteligência artificial (IA). Essas tecnologias permitem transações financeiras descentralizadas e criptografadas, dificultando a rastreabilidade e a fiscalização tributária. Para John V. Pavlik e David H. Daniel (2021), a introdução de moedas digitais e blockchain cria um cenário desafiador para as autoridades fiscais, que precisam desenvolver novas competências e ferramentas para acompanhar essas inovações. 

TRANSPARÊNCIA E RASTREABILIDADE DAS TRANSAÇÕES 

O uso de blockchain, tecnologia fundamental por trás das criptomoedas, proporciona um registro imutável e transparente de transações, que, teoricamente, poderia facilitar a fiscalização tributária. No entanto, a natureza descentralizada e pseudônima das criptomoedas cria um paradoxo: apesar da transparência do blockchain, a identificação dos contribuintes torna-se complexa. 

De acordo com Don Tapscott e Alex Tapscott (2016), a capacidade do blockchain de criar um “livro-razão” público e infalsificável representa uma oportunidade significativa para o direito tributário, pois fornece uma trilha auditável de transações. Contudo, Martin Krygier (2018) argumenta que a ausência de uma autoridade centralizada responsável pelas transações blockchain resulta em desafios práticos para a fiscalização e o cumprimento das obrigações tributárias. 

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E ANÁLISE DE DADOS 

A aplicação de inteligência artificial(IA) no setor financeiro está revolucionando a maneira como as fintechs processam e analisam dados financeiros. Louis Apostel e Dan Ciuriak(2020) destacam que a IA permite a identificação de padrões de comportamento econômico, possibilitando uma abordagem mais eficiente e personalizada da conformidade tributária. No entanto, essa capacidade também levanta preocupações quanto à privacidade dos dados e ao uso ético da tecnologia. 

As administrações tributárias, por sua vez, podem se beneficiar da utilização da IA para melhorar a precisão das auditorias fiscais e automatizar processos de cobrança. Segundo Arthur Cockfield(2016), o uso de algoritmos avançados pode ajudar as autoridades fiscais a detectar fraudes e evadir melhor os impostos. Entretanto, é necessário estabelecer um equilíbrio delicado entre o avanço tecnológico e a proteção dos direitos dos contribuintes. 

As fintechs introduzem novos modelos de negócio que não se encaixam nas categorias tradicionais de tributação. A ascensão das plataformas de empréstimo peer-to-peer(P2P), crowdfunding e serviços de pagamento digital criou novas fontes de renda que exigem uma reavaliação das estruturas fiscais existentes. 

Como sugerem Gabriel Saulescu e Mihai Saulescu(2021), as fintechs promovem a democratização do acesso ao crédito e investimentos, possibilitando o surgimento de novos fluxos de renda. No entanto, garantir que essas novas formas de renda sejam devidamente tributadas representa um desafio significativo para as administrações fiscais. O surgimento de economias compartilhadas e plataformas de serviços financeiros exige uma revisão das leis e regulamentos tributários para capturar essas novas realidades econômicas. 

IMPACTOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E NA GOVERNANÇA TRIBUTÁRIA 

A transformação digital promovida pelas fintechs, também, impacta a administração pública, demandando uma modernização dos sistemas de governança e fiscalização tributária. As autoridades fiscais devem adotar tecnologias emergentes para aprimorar a eficiência e a transparência, garantindo uma governança tributária mais robusta. 

Para Vincenzo Camodeca(2020), a digitalização da administração tributária pode reduzir a burocracia e aprimorar a arrecadação fiscal, através de sistemas automatizados e integrados de cobrança e fiscalização. Além disso, a introdução de plataformas digitais de pagamento pode facilitar o cumprimento das obrigações tributárias, promovendo uma maior adesão voluntária dos contribuintes. 

Embora as fintechs ofereçam inúmeras vantagens, elas, também, exigem uma revisão regulatória significativa. O rápido ritmo de inovação pode superar a capacidade das autoridades regulatórias de acompanhar as mudanças. Além disso, a natureza global das operações fintechs apresenta desafios específicos, como a prevenção da dupla tributação e a coordenação entre diferentes jurisdições. 

José María Villa(2019) argumentam que uma abordagem coordenada e harmonizada entre as autoridades fiscais é essencial para enfrentar os desafios impostos pelas fintechs. A criação de marcos regulatórios flexíveis e adaptáveis pode facilitar a experimentação e inovação, ao mesmo tempo em que garante a conformidade tributária e protege os interesses dos contribuintes. 

Além disso, a regulação das fintechs deve considerar os aspectos de segurança cibernética e proteção de dados. A introdução de tecnologias avançadas aumenta o risco de ataques cibernéticos e vazamento de informações sensíveis. Portanto, a legislação tributária deve evoluir para abordar esses novos riscos, mantendo um equilíbrio entre inovação e segurança. 

TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS NO DIREITO ADMINISTRATIVO: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E BLOCKCHAIN NA FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS 

O avanço acelerado das tecnologias disruptivas, como a inteligência artificial (IA) e o blockchain, está transformando diversas áreas do conhecimento e da prática profissional, especialmente, o Direito Administrativo e Tributário. A adoção dessas tecnologias pela administração pública traz uma série de oportunidades e desafios que necessitam de uma análise criteriosa para entender seus impactos nas estruturas e práticas regulatórias de fiscalização de tributos. 

Neste capítulo, se discutirá como a IA e o blockchain podem ser utilizados pela administração pública para melhorar a fiscalização tributária, aumentar a eficiência e a transparência, e fortalecer a governança tributária. Para isso, se realizará uma revisão da literatura existente e se apresentará estudos de caso que ilustram o uso dessas tecnologias na prática. 

A Inteligência Artificial(IA) tem o potencial de revolucionar a maneira como a administração pública realiza a fiscalização tributária. A aplicação de IA na análise de grandes volumes de dados permite a detecção de padrões e anomalias que seriam indetectáveis por métodos tradicionais. 

A utilização de algoritmos de aprendizado de máquina permite que os sistemas de IA analisem extensos conjuntos de dados fiscais para identificar comportamentos suspeitos e fraudes potenciais. Como apontam Arthur Cockfield e Robert Pridmore(2016), a IA é capaz de correlacionar dados de diferentes fontes, cruzando informações de declarações fiscais com registros bancários, transações comerciais e até mesmo dados de redes sociais. Essa correlação facilita a detecção de discrepâncias e padrões atípicos que podem indicar evasão fiscal. 

Por exemplo, a Receita Federal dos Estados Unidos(IRS) adota sistemas de IA para revisar automaticamente declarações de impostos, identificar incoerências e selecionar casos para auditorias detalhadas. Segundo Alexandros Schizas (2020), essa prática tem aumentado significativamente a eficiência das auditorias fiscais, reduzindo o tempo e os recursos necessários para identificar e abordar irregularidades tributárias. 

Outro benefício da aplicação da IA é a possibilidade de automatizar processos rotineiros de auditoria, liberando os auditores humanos para tarefas mais complexas que requerem julgamento e expertise. A eficiência proporcionada pela automatização é destacada por Louis Apostel e Dan Ciuriak(2020), que argumentam que a automação pode reduzir a carga de trabalho dos auditores, enquanto aumenta a precisão e a segurança das auditorias. 

Entretanto, a implementação da IA na fiscalização tributária não está isenta de desafios. A qualidade dos algoritmos de IA depende da qualidade dos dados alimentados ao sistema. Como observado por Ajay Agrawal, Joshua S. Gans, e Avi Goldfarb(2018), dados incompletos ou enviesados podem levar a resultados falhos ou discriminatórios. Além disso, a IA levanta questões de privacidade e ética no manuseio de dados sensíveis dos contribuintes. Portanto, é essencial que as administrações tributárias adotem práticas rigorosas de governança de dados e implementem salvaguardas para proteger os direitos dos cidadãos. 

O blockchain, tecnologia que sustenta as criptomoedas, é essencialmente um livro-razão digital descentralizado e imutável. Essa característica faz com que o blockchain seja uma ferramenta poderosa para promover a transparência e a rastreabilidade nas transações fiscais. 

O blockchain pode ser usado pela administração pública para registrar transações financeiras de maneira transparente e segura. Cada transação registrada em um blockchain é criptograficamente assinada e distribuída entre vários nós da rede, tornando-a praticamente impossível de ser alterada ou apagada. Essa imutabilidade garante a integridade dos dados e permite que todas as partes interessadas acessem o mesmo livro-razão compartilhado. 

Por exemplo, algumas administrações fiscais têm explorado o uso do blockchain para emitir e verificar faturas eletrônicas. Na Estônia, o governo implementou um sistema baseado em blockchain para garantir a autenticidade e a imutabilidade dos registros fiscais, o que aumentou a confiança dos contribuintes no sistema tributário(Gurrea-Martinez, 2020). 

 FACILITAÇÃO DA TRANSPARÊNCIA E DA CONFORMIDADE TRIBUTÁRIA 

O uso do blockchain também pode facilitar a conformidade tributária por parte dos contribuintes. A adoção de contratos inteligentes – programas auto executáveis que operam no blockchain – pode ajudar a automatizar o cumprimento de obrigações fiscais. Por exemplo, um contrato inteligente pode ser programado para calcular e transferir automaticamente uma percentagem de impostos sobre transações comerciais diretamente para a administração tributária. 

Contudo, a implementação do blockchain enfrenta barreiras regulatórias e técnicas. A integração de sistemas tradicionais com tecnologias de blockchain pode ser complexa e cara. Além disso, a transição para um sistema descentralizado requer um fortalecimento jurídico e a criação de novos marcos regulatórios que suportem e regulamente o uso de blockchain na administração pública. 

Para ilustrar de maneira mais prática as aplicações de IA e blockchain no Direito Administrativo e Tributário, é útil analisar alguns casos de estudo que demonstram como essas tecnologias estão sendo implementadas. 

 Caso de Estudo: Reino Unido e a IA na Fiscalização Tributária 

No Reino Unido, o HM Revenue and Customs (HMRC) desenvolveu um sistema de IA, conhecido como Connect, que analisa bilhões de pontos de dados para identificar comportamentos suspeitos e fraudes fiscais. Conforme relatado por David Nield (2016), o sistema cruza informações de várias fontes, incluindo bancos, instituições de crédito, alfândegas e até mesmo mídias sociais. O Connect provou ser altamente eficaz na detecção de discrição fiscal, incrementando significativamente a arrecadação de impostos. 

Caso de Estudo: Singapura e o Uso de Blockchain no Registro Fiscal 

Em Singapura, a Autoridade de Desenvolvimento de Mídias Infocomm(IMDA) implementou um projeto piloto usando a tecnologia blockchain para emitir faturas eletrônicas. Este projeto, denominado TradeTrust, visa garantir a interoperabilidade e integridade das transações comerciais. De acordo com Mearian (2019), a utilização de blockchain neste contexto reduziu significativamente as fraudes e as disputas comerciais, além de simplificar o processo de auditagem e conformidade fiscal. 

DESAFIOS ÉTICOS E DE PRIVACIDADE 

A implementação dessas tecnologias levanta desafios éticos significativos, especialmente relacionados à privacidade dos dados dos contribuintes. Relatórios de Haddaway, Neal R. e Wilson, Rob(2016) indicam que a utilização de IA em análises fiscais deve ser balanceada com proteções robustas para garantir que os dados coletados não sejam utilizados indevidamente ou sem consentimento. Além disso, as práticas de transparência e de explicabilidade das decisões automatizadas são essenciais para manter a confiança pública. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A revolução desencadeada pelas fintechs no panorama financeiro mundial estabeleceu um novo paradigma para o direito tributário e a administração pública. O presente trabalho explorou como fintechs e tecnologias disruptivas, como blockchain e inteligência artificial(IA), estão remodelando os sistemas tributários e administrativos, ao desafiar modelos tradicionais de receita, introduzir complexidade regulatória e criar oportunidades significativas para maior transparência, eficiência e governança fiscal. 

Nos capítulos que compuseram este artigo, observou-se como as fintechs vêm transformando o setor financeiro com soluções inovadoras que não só diminuem custos, mas também oferecem acessibilidade financeira ampla. A introdução de novos métodos de transações financeiras, sustentadas por moedas digitais e blockchain, desafia significativamente as estruturas tributárias convencionais. O blockchain, em particular, com seu registro imutável e transparente, aporta um potencial inexplorado para a rastreabilidade de transações e transparência fiscal, mesmo diante do paradoxo da pseudonimidade das criptomoedas. 

A implementação de IA no setor financeiro se mostra outro recurso promissor. A capacidade de IA em processar e analisar vastos volumes de dados pode revolucionar a eficiência das auditorias fiscais, identificando fraudes e 

anomalias com uma precisão inédita. No entanto, essa capacidade levanta questões éticas e de privacidade, exigindo um equilíbrio cuidadoso entre inovação tecnológica e proteção de direitos. 

Os modelos de negócios e novas formas de renda introduzidos pelas fintechs, como as plataformas de crowdfunding e os pagamentos P2P, desafiam as administrações fiscais a adaptar-se rapidamente. A arrecadação fiscal precisa ser repensada, incorporando esses novos fluxos de receita de maneira eficaz e justa. As parcerias público-privadas emergem como uma solução viável para acelerar essa transição, promovendo a sinergia entre inovação tecnológica e fiscalização tributária eficiente. 

Ao longo deste trabalho, também analisou-se como a transformação digital impacta a administração pública e a governança tributária. A digitalização dos processos administrativos, aliada à segurança e transparência proporcionadas pelo blockchain, e à capacidade de análise preditiva da IA, impulsiona uma reconfiguração necessária e urgente das estruturas governamentais. O exemplo da Estônia e de Singapura ilustram os benefícios tangíveis de tais implementações, delineando um caminho a ser seguido por outras administrações fiscais ao redor do mundo. 

Os desafios impostos pela modernização tecnológica não podem ser subestimados. Questões relacionadas à privacidade de dados, segurança cibernética e a equidade na aplicação das novas tecnologias demandam uma regulamentação adaptativa e flexível. As “regulatory sandboxes” surgem como uma solução pragmática, permitindo a experimentação e regulamentação em um ambiente controlado. 

Conclui-se que a revolução das fintechs e a adoção de tecnologias disruptivas representam fatores de inflexão para o direito tributário e a administração pública. A capacidade das administrações fiscais em se adaptar de forma harmonizada e coordenada, adotando novas tecnologias e reformulando suas práticas, determinará o sucesso na promoção de uma governança fiscal eficaz, transparente e justa. As oportunidades são vastas, mas exigem uma abordagem estratégica e ética, garantindo que os benefícios da transformação digital sejam amplamente distribuídos e salvaguardando os direitos dos contribuintes. 

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Referencias

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2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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