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Resumo
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de robôs humanoides representa um dos avanços mais intrigantes e promissores da robótica moderna. Inspirados nas necessidades humanas, esses robôs estão sendo projetados para desempenhar tarefas que envolvem interação social, assistência e colaboração em vários lugares. À medida que a inteligência artificial e tecnologias avançam, robôs humanoides estão ganhando habilidades para interagir de maneira mais natural e intuitiva, e o ser humano também, pois conseguirá atuar mais facilmente com ele, o que amplia as possibilidades de aplicação em áreas como saúde, educação e indústria.
O crescente interesse por esses robôs vai além de sua aparência ou capacidade de imitar o comportamento humano. Eles têm o potencial de realizar tarefas que exigem habilidades emocionais e sociais, adaptando-se a contextos variados e reagindo a diferentes estímulos, o que antes era reservado exclusivamente aos seres humanos. Contudo, com o progresso surgem também desafios significativos, incluindo questões éticas, preocupações com a privacidade e as limitações tecnológicas que precisam ser superadas para garantir a segurança e a eficiência desses sistemas no convívio social. Este artigo busca explorar os robôs humanoides, aplicações práticas e os desafios éticos e sociais que cercam esses robôs, considerando as perspectivas para sua plena integração na vida em sociedade.
DESENVOLVIMENTO
AVANÇOS TECNOLÓGICOS EM ROBÔS HUMANOIDES
As inovações em IA e processamento de linguagem natural (PLN) proporcionaram melhorias na capacidade de comunicação dos robôs humanoides, permitindo interações mais naturais e isso é essencial nos dias de hoje pois tornou-se mais desafiador comunicar-se de forma assertiva. (Tanaka e Watanabe, 2020). Além disso, progressos em sensores e atuadores ampliaram sua mobilidade e equilíbrio, facilitando a utilização em ambientes dinâmicos e complexos (Goodrich e Schultz, 2007).
Imagem 1 – interação humano-robot
Fonte: Dreamstime.com (2024)
A INTERAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E ROBÓTICA
A linguagem é a base da comunicação humana, e a habilidade de programar robôs para entender e processar informações em diferentes idiomas é crucial para aprimorar a interação entre humanos e máquinas. A linguagem é um componente vital no desenvolvimento da inteligência artificial, pois permite que os robôs compreendam e respondam a comandos de forma mais eficaz. Além disso, a programação bilíngue possibilita que os robôs possam interagir com pessoas de diferentes culturas e nacionalidades, ampliando sua aplicabilidade em diversos contextos (Learn2code.com, 2023).
A interação humano–máquina é preciso acontecer, e desenvolver uma programação que permita robôs interagindo com humanos está como nunca necessária. Assim permitindo que se comuniquem em diversos idiomas melhora a comunicação e o conhecimento, bem como a inteligência artificial que se melhora constantemente.
O CONCEITO DE LÍNGUA PARA A ROBÓTICA
O conceito de língua para a robótica envolve a capacidade de robôs humanoides de compreender, processar e gerar linguagem natural para se comunicarem efetivamente com humanos. Essa habilidade é essencial para a interação social e se fundamenta no desenvolvimento de algoritmos de processamento de linguagem natural (PLN), que permitem ao robô captar o sentido das palavras e o contexto situacional. Segundo Singh e Sharma (2020), a aplicação de PLN nos robôs humanoides possibilita a interpretação de comandos complexos e a adaptação da linguagem a diferentes contextos, facilitando interações mais humanas e intuitivas.
O QUE É LÍNGUA E LINGUAGEM
A diferença entre língua e linguagem é clara, pois, enquanto a língua é um código usado na comunicação entre interlocutores, a linguagem é um modo de comunicação ou de expressão. A linguagem pode ser verbal ou não verbal. A linguagem verbal apresenta elementos linguísticos, sendo utilizada em gêneros textuais como carta, notícia etc. Já a linguagem não verbal apresenta, sobretudo, elementos visuais e está presente, por exemplo, em pinturas (Brasilescola.uol.com).
A língua é um sistema, sem ela não há comunicação. Muitos têm dificuldades ao transitarem de uma língua para outra porque a fala muda ao transitar, o signo muda. Seguindo um exemplo: A palavra “mesa” para uma língua tem como signo linguístico as sílabas: ME + SA, formando na língua portuguesa a palavra mesa, que é conhecido como o objeto situado na cozinha que serve para colocar os alimentos em cima. Já se for colocado para o inglês: “Table”, que tem como signo linguístico: TA+BLE, forma outra palavra de outra língua, que tem um significado igual, mas o signo muda. A linguagem utilizada muda. E conhecer a língua é preciso transitar de um lugar com outro, assim como fazemos com o uso do dicionário.
APLICAÇÕES EM DIVERSOS SETORES
Os robôs humanoides encontram aplicações amplas em setores diversos. Na saúde, robôs como o “Pepper” ajudam na reabilitação de pacientes e oferecem suporte emocional sendo uma ferramenta ou dizendo assim: tecnologia útil (Ishiguro, 2007). Imagina um robot desses te ajudando a se sentir melhor quando não tiver como um médico estar duas vezes ao mesmo lugar.
Na educação, robôs são utilizados para interação com alunos em atividades de ensino de idiomas e habilidades sociais (Islam et al., 2021). Isso tem impacto muito positivo pois aproxima até mesmo a cultura de um povo através da língua. A Alexa pode ser usada na educação para dar respostas rápidas. Ela pode ser usada em sala de aula, para auxiliar na interação dos nossos alunos e participação. É só vermos os nossos usos diários.
Temos vários robôs para serem usados na educação, precisamos trazê-los mais presentemente às nossas realidades educacionais. Nossos alunos precisam interagir com estas tecnologias ou continuaremos no tradicional.
Já no setor industrial, robôs humanoides assumem funções colaborativas, melhorando a produtividade e segurança dos trabalhadores (Nourbakhsh, 2018). Evitando assim alguns prejuízos por conta da manufatura. Evitando desgastes emocionais e braçais. É mais fácil colocar 10 robôs que não cansam do que 10 pessoas que cansam. Mas é melhor ainda colocar 1 pessoa para gerir 2 robôs e manter esta pessoa atualizada. Por isso, a empresa que gasta com formação humana estará evitando o problema do desgaste e evitando quebra do produto/tecnologia.
No entanto, tem alto custo em manter ou adquirir estes robôs, mas oferecer formação e salários dignos faz tudo ficar melhor, pois assim a máquina estará sendo usada corretamente e o empregado sendo bem valorizado.
Imagem 2 – Robot Pepper na saúde
Fonte: Deyon (2023)
Imagem 3 – Alexa na educação
Fonte: Casasbahia.com (2024)
DESAFIOS E LIMITAÇÕES
Há alguns desafios e limitações. Os robôs humanoides enfrentam desafios consideráveis, incluindo questões éticas, limitações técnicas e principalmente de custo.Além disso as interações entre humanos e robôs podem gerar resistência sociais, particularmente em relação à privacidade e à confiabilidade das decisões tomadas pela IA (Nakamura, 2015). Limitações em autonomia, precisão e compreensão contextual ainda dificultam a aceitação ampla desses sistemas (Goodrich e Schultz, 2007).
ASPECTOS ÉTICOS E SOCIAIS NA UTILIZAÇÃO DE ROBÔS HUMANOIDES
A presença de robôs humanoides em ambientes humanos levanta uma série de questões éticas e sociais. O uso crescente desses robôs, especialmente em áreas sensíveis como saúde e educação, provoca preocupações em relação à privacidade, à autonomia e ao impacto psicológico dos indivíduos ao interagir com máquinas que simulam o comportamento humano (Winfield, 2019). O debate ético gira em torno da capacidade desses robôs de tomar decisões baseadas em algoritmos de inteligência artificial, que, embora complexos, ainda carecem de empatia e julgamento moral, fundamentais em interações humanas sensíveis (Verugdenhil et al., 2020).
Além disso, a “humanização” dos robôs pode gerar uma falsa percepção de confiabilidade e empatia, o que poderia influenciar as decisões e emoções das pessoas, especialmente em contextos terapêuticos e educacionais. Segundo Sharkey e Sharkey (2021), as interações frequentes com robôs humanoides podem levar ao que chamam de “relacionamento ilusório”, onde as pessoas passam a atribuir sentimentos e intenções aos robôs, confundindo-os com seres conscientes. Esse fenômeno pode acarretar consequências psicológicas e sociais, especialmente para crianças e idosos, que estão entre os públicos mais suscetíveis a desenvolver esse tipo de vínculo.
Portanto, torna-se essencial estabelecer diretrizes que limitem a atuação dos robôs humanoides em contextos de alta sensibilidade e que garantam transparência sobre suas capacidades e limitações. Somente com uma regulamentação ética robusta será possível garantir que esses avanços tecnológicos contribuam positivamente para a sociedade, respeitando a privacidade e a autonomia dos indivíduos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento de robôs humanoides representa um avanço significativo na robótica e na inteligência artificial, com promissores impactos na sociedade. Esses robôs oferecem possibilidades únicas em setores como saúde, educação e indústria, preenchendo funções que demandam interação social, resposta emocional e adaptabilidade. À medida que a tecnologia evolui, os robôs humanoides tendem a se tornar mais complexos, capazes de desempenhar tarefas que antes eram exclusivas dos humanos.
No entanto, essa integração tecnológica vem acompanhada de desafios, tanto técnicos quanto éticos. Questões como privacidade, confiabilidade e os limites da automação em atividades que envolvem julgamento moral e empatia exigem um rigoroso debate ético e a criação de regulamentações. Esses fatores são essenciais para garantir que a tecnologia seja usada de maneira responsável, sem comprometer os valores e direitos fundamentais dos indivíduos.
Em conclusão, os robôs humanoides representam uma ferramenta poderosa para o futuro, desde que sua implementação seja feita de forma cuidadosa e informada, respeitando as implicações sociais e éticas. Dessa forma, a robótica pode contribuir positivamente para a sociedade, oferecendo novas oportunidades e melhorando a qualidade de vida das pessoas, sem desconsiderar os limites entre máquina e ser humano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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VERUGDENHIL, Matthijs. Et al. Exploring Ethical Implications of Humanoid Robots in Healthcare: Perspectives from Healthcare Providers and Patients. International Journal of Social Robotics, v. 12, n. 3, p. 413-425, 2020.
WINFIELD, Alan. Ethics and Robotics: The Moral Implications of AI-Driven Decisions in Human-Robot Interactions. Journal of Ethics and Information Technology, v. 21, p. 209-215, 2019.
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