Contação de histórias e literatura infantil no processo de alfabetização na escola inclusiva.

STORYTELLING AND CHILDREN'S LITERATURE IN THE LITERACY PROCESS IN INCLUSIVE SCHOOLS

LA NARRACIÓN DE HISTORIAS Y LA LITERATURA INFANTIL EN EL PROCESO DE ALFABETIZACIÓN EN LA ESCUELA INCLUSIVA

Autor

Rita Paixão de Lima da Silva
ORIENTADOR
 Hélio Sales Rios

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/5A05D5

DOI

Silva, Rita Paixão de Lima da. Contação de histórias e literatura infantil no processo de alfabetização na escola inclusiva.. International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

A aquisição das habilidades de leitura e escrita é um momento importante na vida do estudante, pois é através destas competências que ele abre as portas para um mundo novo, repleto de informações e conhecimento por meio da escrita. No entanto, para que essa aprendizagem aconteça de forma eficaz, o educador precisa se dedicar ao uso de ferramentas adequadas e incentivar o aluno na construção de conhecimento significativo em relação à leitura e escrita. Diante desse cenário, o presente trabalho de conclusão de curso surge da vontade de compreender a relevância da literatura infantil no processo de alfabetização. Essa abordagem se faz necessária para pensar em estratégias que ampliem as possibilidades de utilização de diferentes recursos pedagógicos durante a alfabetização. O objetivo geral desta pesquisa é analisar o papel do professor na alfabetização e o uso da literatura infantil como meio de promover a aprendizagem dos alunos em relação à leitura e escrita. A metodologia adotada para a realização deste estudo foi a revisão bibliográfica, por meio da consulta a livros e artigos de autores que investigaram anteriormente a importância da literatura infantil no processo de alfabetização.
Palavras-chave
Aluno. Aprendizagem. Literatura.

Summary

Learning to read and write is a significant achievement in the student’s life, because it is through the acquisition of these skills that it becomes possible to enter a new world, surrounded by written information and knowledge. However, learning to read and write requires the educator to commit to using assertive tools and motivate the student to build significant knowledge in relation to reading and writing. Within this context, the elaboration of this course conclusion work was motivated by the concern to identify what is the importance of the use of children’s literature within the literacy process? The approach to this theme is justified by the need to think about strategies that expand the possibilities in the use of different pedagogical tools in the literacy process. The general objective of this research is to approach the teacher’s role within literacy and the use of children’s literature as a pedagogical tool for the development of students’ learning in relation to reading and writing. The methodology used to build this research was a literature review, with books and articles by authors who in the past developed studies around the use of children’s literature in the literacy process. Keywords: Student. Learning. Literature
Keywords
Student. Learning. Literature

Resumen

La adquisición de habilidades de lectura y escritura es un momento importante en la vida del estudiante, ya que a través de estas competencias abre las puertas a un mundo nuevo, lleno de información y conocimiento mediante la escritura. Sin embargo, para que este aprendizaje se produzca de manera eficaz, el educador debe dedicarse al uso de herramientas adecuadas y fomentar en el alumno la construcción de un conocimiento significativo en relación con la lectura y la escritura. Ante este escenario, el presente trabajo de conclusión de curso surge de la voluntad de comprender la relevancia de la literatura infantil en el proceso de alfabetización. Esta enfoque es necesario para pensar en estrategias que amplíen las posibilidades de utilización de diferentes recursos pedagógicos durante la alfabetización. El objetivo general de esta investigación es analizar el papel del profesor en la alfabetización y el uso de la literatura infantil como medio para promover el aprendizaje de los alumnos en relación con la lectura y la escritura. La metodología adoptada para la realización de este estudio fue la revisión bibliográfica, mediante la consulta de libros y artículos de autores que han investigado previamente la importancia de la literatura infantil en el proceso de alfabetización.
Palavras-clave
Alumno. Aprendizaje. Literatura.

INTRODUÇÃO

Os alunos têm a oportunidade de escrever nos primeiros meses de vida e veem as letras como imagens antes mesmo de aprenderem a ler e escrever. Mas no início do ensino fundamental inicia-se a fase de aprendizagem da leitura e da escrita, quando os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, incluindo o interesse crescente e a necessidade de ler.

Primeiramente, o aluno deve desenvolver o aprendizado da leitura e da escrita, pois através da aquisição dessas competências e habilidades ele continuará a crescer na escola primária. Além disso, aprender a ler proporciona acesso ao mundo moderno, que se caracteriza pelo conhecimento e pela informação contidos em todos os textos escritos.

Os primeiros anos de Māori Kura Kaupapa são, portanto, uma parte importante do ciclo de vida de um aluno porque através da leitura e da escrita os alunos ganham independência através da criação de novos conhecimentos. Dentro desse contexto, a elaboração do presente trabalho de conclusão de curso foi motivada pela inquietação de identificar qual a importância da utilização da literatura infantil dentro do processo de alfabetização?

A aprendizagem da leitura e escrita, é um momento importante na vida do aluno, aguardado por familiares e professores, além do próprio aluno, assim as metodologias de ensino e as ferramentas utilizadas são instrumentos relevantes nesse processo. O professor alfabetizador precisa estar preparado e dominar as metodologias de ensino e ferramentas, nessa direção a abordagem dessa temática se justifica diante da importância de novos estudos em torno da alfabetização no ambiente escolar.

O objetivo geral da presente pesquisa é abordar a atuação do professor dentro da alfabetização e a utilização da literatura infantil como ferramenta pedagógica para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos em relação a leitura e escrita. De maneira mais específica pesquisar o percurso histórico da alfabetização, refletir sobre a importância da utilização da literatura no ensino da leitura e escrita e apresentar possibilidades na prática docente alfabetizadora. 

A revisão bibliográfica foi a metodologia adotada para alcançar os objetivos e responder à pergunta central deste trabalho de conclusão de curso, elaborada por meio de livros e artigos de autores que no passado já se debruçaram em torno dessa temática. Inicialmente foram realizadas pesquisas em livros e artigos de autores que já se debruçaram sobre esse tema, depois foram feitas leituras, análises e escrita textual. 

ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA CONTEMPORÂNEA E A LITERATURA INFANTIL  

APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA E OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS DO ALUNO 

O processo de alfabetização no ambiente escolar é um momento importante para a vida do aluno, pois é por meio da aquisição de habilidades de escrita e leitura que se torna possível avançar dentro da educação básica. Além disso, na atualidade dominar a leitura e escrita é uma necessidade diante do mundo rodeado de materiais escritos que existem no cotidiano das pessoas, além de ser uma oportunidade de alcançar novas aprendizagens de maneira autônoma.

Braga (2018, p. 26) assevera que:

 

Na fase da aquisição da escrita, a criança apoia-se no desenho para representar o que ela pretende dizer. Há uma diferenciação considerável quando se analisa os desenhos de uma criança alfabetizada, que frequenta a escola e uma que não frequenta, não-alfabetizada, sendo que os desenhos das não-alfabetizadas parecem existir em um contexto estático, sem conexão entre os elementos, produzidos de forma aleatória, enquanto que as crianças que estão em processo de alfabetização em suas produções os elementos que ele desenha possuem uma conexão entre si, formam uma cena, um texto, mas sem sinais gráficos.

 

Nessa direção, a aprendizagem da leitura e escrita nos primeiros anos do ensino fundamental é um momento cercado de ansiedade, medos e desafios para todos aqueles que estão envolvidos nesse processo. Assim, frente a sua relevância muito se tem debatido sobre os caminhos para alcançar o desenvolvimento de tais habilidades e competências, contribuindo de maneira significativa para a formação do aluno.(Santos, 2018).

No entanto, muito se discute as metodologias utilizadas no ambiente escolar, esquecendo-se que o aluno antes da entrada na escola já tem contato com materiais escritos. Então, a entrada na escola e a exposição das práticas alfabetizadoras é apenas um momento em que o aluno passa a ter acesso a um sistema organizado com matérias e métodos em relação às práticas alfabetizadoras. 

Nesse cenário dentro da alfabetização e letramento existe a necessidade de pensar em estratégias docentes que valorizem os conhecimentos dos alunos em relação aos materiais de leitura e escrita, mesmo que eles não tenham uma organização formal (Santos, 2018). É na entrada no ensino fundamental que o aluno tem acesso a dinâmicas de aprendizagem voltadas para a aprendizagem de práticas leitoras formais. 

Hermes (2015, p.23) cita que:

 

Ensinar a amar os livros e a conviver com eles é uma responsabilidade que a escola se empenha em realizar há mais de um século. As bibliotecas das escolas, quando compostas por obras cuidadosamente escolhidas, podem abrir os olhos para um maior interesse nos alunos e partilhar sonhos e fantasias e podem junto aos alunos trabalhar e distinguir a realidade.

 

Então, o professor alfabetizador precisa levar em consideração todos esses fatores no momento de elaborar suas estratégias pedagógicas, para que esse conhecimento prévio que o aluno possui seja valorizado e transformado em recursos para a facilitação de novas aprendizagens. O ciclo de alfabetização é o momento de organização em relação aos conceitos e caminhos que levam o aluno a alcançar novas habilidades.

Na atualidade, todas as crianças têm acesso a uma quantidade maior de conteúdos antes da entrada na escola, pois cada vez mais são oferecidos livros, desenhos e inclusive brinquedos interativos. Assim, com o passar do tempo o professor precisa refletir sobre os caminhos que são alterados até a chegada no momento da alfabetização, compreendendo que tais mudanças na sociedade trazem interferências diretas no processo de ensino e aprendizagem no ambiente escolar.(Santos, 2018).

Braga (2018, p.23) complementa que:

 

O ato de desenhar ou rabiscar, proporciona a criança um suporte de apoio na construção da escrita, tendo em vista que muitas crianças “ensaiam” a escrita no desenho, de modo que ao desenharem, elas descrevem oralmente o que pretender colocar no papel.

 

Na alfabetização o professor precisa compreender que esse é um processo complexo, que sofre interferências internas e externas na escola, que estão no aluno e no seu meio social. É preciso que o momento alfabetizador seja rodeado de possibilidades, que estejam além daquelas impostas no ensino tradicional que esteve centrada na transmissão de conteúdos e saberes.

Segundo Santos (2018) levando em consideração todos os fatores que fazem parte da alfabetização, o professor precisa trazer para sala de aula diversidade de materiais para promover o ensino de leitura e escrita. Nesse contexto, é preciso pensar em matérias que estimulem a curiosidade do aluno e motivem uma aprendizagem significativa, na qual o aluno compreenda a verdadeira relevância de ler e escrever. 

Nessa direção o professor pode utilizar a literatura infantil, resgatando momentos em que os alunos escutavam histórias, ofertar diferentes livros e com formas distintas. As novas tecnologias, por meio de hipertextos interativos, com vídeos e efeitos de mídias, podem favorecer a relação do aluno com a leitura e escrita.

Para Hermes (2015, p.13):

 

A literatura é uma possível passagem para a criança desenvolver a imaginação, anseios e sentimentos de forma prazerosa e significativa. Para contar a história é preciso saber como se faz, e através das histórias as crianças aprendem nomes, sons, músicas e se introduzem na cultura.

 

Outro ponto importante que deve ser destacado em relação à alfabetização e letramento é que o professor precisa promover uma aprendizagem significativa, na qual, o aluno desde cedo compreenda a real utilização da leitura e escrita. Nesses caminhos alfabetizar é um processo que exige conhecimento e preparo do professor, que por meio da utilização de metodologias assertivas promova no aluno a aquisição de conhecimentos significativos e ligados com sua realidade.

Braga (2018, p. 16) assevera que:

 

As crianças devem ser respeitadas nas suas particularidades. Desse modo, o sujeito descobrirá sua maneira representativa de linguagem, o que logo mais será substituído por uma outra quando este descobrir que existem outros tipos de meios de linguagem universalmente conhecidos: o alfabeto e o sistema numérico.

 

Portanto, ao final dessa reflexão é possível compreender que a prática docente alfabetizadora precisa levar em consideração os conhecimentos prévios dos alunos. Pois o contato com a leitura e escrita não começa na escola, mas sim desde os primeiros meses de vida quando a criança passa a observar as letras, ainda que identificando apenas como símbolos. 

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

A aprendizagem da leitura e escrita é a conquista de uma habilidade importante para a o aluno, pois é a partir dessa aprendizagem que o educando passa a fazer parte de um novo mundo, com materiais escritos em larga escala. Nessa direção, desenvolver conhecimentos em torno da leitura e escrita é uma aprendizagem essencial na atualidade, que as pessoas utilizam cotidianamente para se comunicar e adquirir novos conhecimentos.

Milani (2017, p. 29) cita que:

 

Ao referirmo-nos à alfabetização, a escola aparece como a principal instituição responsável pela consolidação da leitura e da escrita. Logo, como instituição de oferta obrigatória pelos governos, demanda de muita atenção para que esse processo de aprendizagem seja percorrido cada vez com mais qualidade.

 

Segundo Lopes (2010) no passado, aprender a ler e escrever esteve centrado em um processo de aprendizagem voltado para a decodificação de letras e palavras que eram transformados em textos assim como o aluno avançava dentro desse processo de alfabetização. Então, o aluno primeiro aprendia as letras, depois formava sílabas, até conseguir construir uma palavra, sempre partindo daquelas mais fáceis até as difíceis.

Entretanto, essa aprendizagem foi realizada por meio principalmente das cartilhas, que traziam métodos prontos que bastavam ser utilizados em sala de aula pelo educador. Assim, os professores promoviam a transmissão de conhecimentos, que repetitivo várias vezes desenvolviam a aprendizagem nos alunos da leitura e escrita, estando alfabetizado quando conseguia ler palavras e frases. 

Milani (2017, p.32) complementa que:

 

A priori, a alfabetização era considerada como o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita, em que a leitura se referia à habilidade de decodificar os sinais gráficos, ou seja, de decifrar as letras; e a escrita, a habilidade de codificar a sonoridade da fala, convertendo-a para a escrita.

 

Porém nesse método de alfabetização não existia uma preocupação com as palavras que eram utilizadas, mesmo que elas não traziam nenhuma significação e ligação com a realidade dos alunos. Nessa direção, dentro do processo de alfabetização é que muitos alunos apenas desenvolviam a capacidade de ler e escrever, mas com dificuldades na escrita de textos e interpretação de informações contidas em revistas e livros.

O analfabetismo funcional é caracterizado por sujeitos que conhecem as habilidades de leitura e escrita, mas enfrentam problemas na expressão e compreensão de textos maiores. Logo, esses sujeitos enfrentam dificuldades de adquirir novas aprendizagens de maneira autônoma, pela sua formação carente frente ao processo de alfabetização que tiveram acesso (Lopes, 2010). 

Para Milani (2017) essa é uma questão complexa, que remete a discussões constantes no universo da educação escolar no Brasil, principalmente em relação aos materiais e métodos que são utilizados no ambiente escolar no processo de alfabetização. Pois claramente existe a necessidade de cuidados com os materiais que são utilizados ao longo do processo de ensino e aprendizagem da leitura e escrita ao longo dos primeiros anos do ensino fundamental.

Surge então a alfabetização e letramento, que são processos distintos, mas que precisam ser utilizados simultaneamente no ambiente escolar no sentido de promover o desenvolvimento de habilidades e competências nos alunos. Enquanto a alfabetização trata dos métodos que são utilizados pelos professores, o letramento é o processo significativo que está voltado para uma formação de um aluno que seja capaz de desenvolver competências direcionadas para a sua realidade.

Santos (2018, p.7) cita que:

 

Alfabetizar e letrar são processos distintos, mas inseparáveis. Alfabetização e letramento se somam, ou melhor, a alfabetização é um componente do letramento. Sendo assim, o ideal é ensinar a ler e escrever de modo que a criança não apenas decodifique as palavras, mas entenda o que lê. A fim de alcançar esse ideal, o professor alfabetizador precisa reconhecer o significado de alfabetização e letramento no processo de ensino e aprendizagem.

 

A formação na escola contemporânea precisa estar alinhada com as necessidades do aluno, produzindo capacidades voltadas para os desafios da sociedade. Nessa direção a alfabetização e letramentos são processos de ensino que proporcionem a formação de um aluno crítico e capaz de viver em sociedade enfrentando os desafios encontrados no cotidiano (Milani , 2017). 

Uma questão pertinente no ambiente escolar é a formação de um aluno que saiba desenvolver conhecimentos de maneira autônoma, pois atualmente existem mudanças constantes na sociedade. Assim, a escola precisa preparar um aluno que saiba enfrentar desafios na sociedade, que atualmente se transforma com rapidez, exigindo novas adaptações e aquisição de conhecimentos. 

Para esse processo de alfabetização e letramento existe a necessidade de que o professor conheça a realidade do aluno, trazendo estratégias para sala de aula que estejam alinhadas aos fatores que fazem parte da vida do aluno. O chamado conhecimento significativo é uma necessidade do aluno, é preciso que as práticas docentes estejam alinhadas com a formação do aluno, preparando o educando para o futuro.

Para Lopes (2010) o letramento é um processo que vai na direção contrária ao ensino tradicional, que esteve focado na transmissão de conhecimentos para o aluno que ocupava papel passivo. Assim, o letramento necessita uma postura inovadora do educador, que precisa desenvolver estratégias motivadoras de novas aprendizagens de maneira autônoma.

Santos (2018, p. 13) complementa que:

É por meio da interação com o objeto de conhecimento que as crianças vão construindo hipóteses de forma progressiva. São essas especificidades do processo de alfabetização que não podem ser esquecidas. Não basta apenas o convívio com o material escrito, é necessário ter uma direção e uma sistematização por meio de uma reflexão metalinguística, partindo de textos reais de vários gêneros que circulam socialmente.

 

Portanto, essa discussão entre alfabetização e letramento apresenta conhecimentos relevantes na atuação do professor em sala de aula, que precisa proporcionar aos alunos a aquisição de conhecimentos importantes para sua formação. Então, a alfabetização e letramento na atualidade são processos complementares no ambiente escolar, que produzem uma formação alinhada com as necessidades dos alunos.

LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO 

A aprendizagem da leitura e escrita é um momento importante na vida do aluno, pois é diante da aquisição dessas habilidades que ele consegue continuar suas aprendizagens dentro da educação básica. Além disso, é por intermédio do domínio da leitura e escrita que o sujeito entra em um novo mundo marcado por informações e conhecimentos que podem ser adquiridos de maneira autônoma pelo indivíduo.

Lucas (2018, p.23) cita que:

Dentre os muitos eventos de letramento, os atos de narrar e ler histórias se constituem práticas prazerosas e significativas para as crianças, seja nos lares ou em instituições educativas. Um dos principais objetivos da leitura ou da narração de histórias na escola é estabelecer interação entre as crianças e a linguagem escrita.

 

Dentro desse processo de ensino e aprendizagem, o professor deve utilizar diferentes ferramentas educacionais, com o objetivo de promover o desenvolvimento da aprendizagem da leitura e escrita no aluno. Assim, inicialmente o professor deve identificar quais são os fatores e características que fazem parte da vida do aluno, planejando e trazendo para a sala de aula materiais que motivem a aprendizagem do educando  (Santos, 2014).

Segundo Santos (2014) entre essas possibilidades, a literatura infantil apresenta requisitos relevantes para sua utilização em sala de aula, pois, se trata de materiais escritos que tem a capacidade de envolver os alunos. Nessa direção, a literatura infantil quando utilizada em sala de aula aumenta a possibilidade de motivar os alunos em relação aos caminhos para o desenvolvimento de habilidades e competências leitoras.

No entanto, é preciso que o professor realize um planejamento prévio em relação a utilização da literatura infantil, pois os materiais trazidos para a sala de aula precisam ter intencionalidade educativa. Apesar disso, muitos professores acreditam que os alunos vão desenvolver gosto pela literatura infantil apenas incluindo o material nas aulas, mas é preciso envolver o educando com dinâmicas que motivem a curiosidade dos alunos.

Silva (2017, p.33) assevera que:

 

Em cada historinha narrada à criança recebe uma interferência mutua que envolve quem lê e quem escuta o que fortalece o imaginário infantil, e lhe dá subsídios para desenvolvimento da linguagem, pois é através da leitura que ela conhece novos termos e amplia seu vocabulário, e no momento da produção esses subsídios servirão de suporte para a aquisição e o desenvolvimento da escrita.

 

Assim, quando utilizada de maneira assertiva em sala de aula a literatura infantil surge como uma possibilidade de envolver o aluno pelo universo lúdico e prazeroso (Santos, 2014). A principal questão é trazer para a sala de aula uma literatura infantil que desperte o interesse dos alunos, que passa a compreender a leitura e escrita como habilidades que abrem novas possibilidades em relação a aquisição de novos conhecimentos e informações. 

A literatura infantil no processo de alfabetização nunca deve ser imposta pelo professor com atividades obrigatórias, mas sim inserida de maneira suave e que desperte o interesse pela aprendizagem (Lucas, 2018). Nessa direção, o professor em sala de aula pode contar histórias, trazer efeitos tecnológicos ou hipertextos, além de criar projetos interdisciplinares.

Hermes (2015, p.25) afirma que:

 

É nesse sentido que a Literatura Infantil e, principalmente, os contos de fadas podem ser decisivos para a formação da criança em relação a si mesma e ao mundo que vive. O método que divide as personagens em boas e más, belas ou feias, poderosas ou fracas, facilita à criança a compreensão de valores básicos da conduta humana ou convívio social.

 

Sob essa ótica de pensamento o professor passa a conquistar a atenção e interesses dos alunos, com a possibilidade de abordar diferentes temáticas com a literatura infantil em sala de aula. Além disso, a utilização dessa ferramenta pedagógica possibilidade a inclusão de temáticas diversas, levando o aluno a conquistar aprendizagens distintas que não seriam possíveis de outras maneiras.(Silva, 2017) 

Outro ponto que é relevante na questão da utilização da literatura infantil no ambiente escolar é que as atividades devem ser trazidas e apresentadas com experiências positivas. No passado, os professores obrigavam os alunos a realizarem resumos e síntese de atividades em relação a livros e textos que não tinham relação com a vida no cotidiano.

Silva (2017, p.34) cita que:

 

É de fundamental importância desenvolver habilidades e o gosto pela leitura desde a mais tenra idade, pois é através da leitura que o indivíduo se localiza no contexto social, econômico e cultural a qual está inserido, a compreensão do que lê, o torna capaz de manter um pensamento organizado, com atitudes reflexivas e criticas sobre o momento social e histórico ao qual ele pertence.

Além disso, outra possibilidade na utilização da literatura infantil no processo de alfabetização é o professor realizar a adaptação de histórias conhecidas com a realidade dos alunos. Assim, o aluno passa a conviver com a história imaginaria de acordo com sua vida no cotidiano, vivenciando situações de maneira lúdica e levando ao alcance de aprendizagens significativas no ambiente escolar.

Segundo Santos (2014) a utilização da literatura infantil abre uma possibilidade relevante para a utilização em sala de aula devido a sua ampla margem de possibilidades no ensino da leitura e escrita. Mas para que isso ocorra é preciso que o professor conheça os alunos e suas características, além de desenvolver a habilidade de trazer para a sala de aula materiais diversos. 

A aquisição da habilidade de ler e escrever deve ocorrer por meio de estratégias que proporcionem momentos de prazer, diferente do passado onde muitos professores de maneira autoritária cobravam a aprendizagem dos alunos, que deve acontecer de maneira natural. Pois, se trata de uma aprendizagem complexa e ampla, envolvendo fatores internos e externos, influenciando diretamente a aprendizagem do aluno (Silva, 2017).

Lucas (2018, p.29) complementa que:

 

É necessário estudar o enredo da história antes lê-la às crianças para pesquisar o significado de alguma palavra desconhecida, verificar se a história escolhida é adequada à faixa etária do público, conhecer o enredo, as personagens principais, secundárias e supérfluas, o ambiente da trama (local, época, civilização), avaliar a qualidade do texto, aprimorar o fluxo da leitura. Enfim, é essa compreensão em profundidade do texto que garante a criação de um clima de envolvimento e encantamento.

 

Portanto, ao final dessa abordagem em torno da utilização da literatura infantil no processo de alfabetização fica evidenciado que essa é uma ferramenta pedagógica que deve fazer parte do ambiente alfabetizador. Então, o professor precisa trazer para o ambiente escolar uma variedade de histórias e contos, abrindo assim diferentes metodologias e possibilidades na utilização da literatura infantil na aprendizagem da leitura e escrita. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a elaboração desse trabalho de conclusão de curso em torno da utilização das metodologias ativas de aprendizagem em sala de aula é possível que inicialmente é preciso analisar e compreender as mudanças ocorridas na sociedade e no próprio aluno. Pois a pesquisa evidenciou mudanças em relação à prática docente e também na maneira pela qual o aluno aprende. 

Na atualidade a prática docente ocorre em uma escola diferente daquela do passado, na qual o ensino esteve centrado na figura do professor, que por meio de aulas expositivas transmitia o conteúdo ao aluno. Na escola contemporânea, existem diferenças, pois o foco do processo de ensino e aprendizagem fica centrado no aluno e suas características, exigindo que o professor atue diante das necessidades de aprendizagem do aluno. 

Porém o trabalho mostrou que as metodologias ativas de aprendizagem devem colocar o aluno em situação de protagonismo na construção dos conhecimentos dentro do ambiente escolar. Para isso, cabe ao professor utilizar de maneira assertiva essas novas metodologias de ensino, integrando as novas tecnologias e adequando estratégias de ensino, como é o caso do ensino híbrido, sala de aula invertida, rotação entre estações.

Mas é válido lembrar que as novas metodologias de ensino, assim como as metodologias ativas de aprendizagem não são apenas inovações que surgem dentro do processo educativo. Elas se manifestam como uma necessidade na escola contemporânea, a mudança provocada pelas novas tecnologias e a diferença entre alunos contemporâneos e do passado sugere uma transformação na prática docente em sala de aula. 

A prática docente na atualidade precisa provocar a construção da aprendizagem autônoma no aluno, que por meio de um processo guiado pelo docente o educando alcance seus próprios conhecimentos. Não cabe mais em sala de aula, metodologias de transmissão de conteúdo, memorização de conceitos e fórmulas, é preciso que a escola forme um aluno com pensamento crítico, que consiga alcançar seus objetivos na sociedade. 

Entretanto, a utilização dos recursos tecnológicos não é uma tarefa fácil em sala de aula, pois os professores não dominam as tecnologias e ao mesmo tempo não têm recebido oportunidades de aperfeiçoamento. Nesse contexto é preciso que a gestão escolar também auxilie os educadores nessa formação e atualização em relação às novas tecnologias. 

A realização dessa pesquisa como requisito para a aprovação no trabalho de conclusão de curso se mostrou como um desafio, pois um trabalho dessa dimensão demandou tempo e ações de pesquisa, reflexão e escrita. Entretanto, ao mesmo tempo proporcionou alcançar novas aprendizagens em relação às metodologias ativas de aprendizagem e o papel docente em sala de aula, contribuindo para a formação acadêmica e a possibilidade de compartilhar os saberes com colegas de profissão em oportunidades futuras. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, Ana Carolina. A descoberta da escrita pela criança. 2018. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/Trabalho_ev127_md1_sa8_id1538_14092019143041.pdf. Acesso em 17/12/2022.

HERMES, Vaniele. A importância da literatura infantil no processo de aprendizagem na infância. Curitiba: Editora Appris, 2015.

LOPES, Janine Ramos. Caderno do educador : alfabetização e letramento 1 / Janine Ramos Lopes, Maria Celeste Matos de Abreu, Maria Célia Elias Mattos. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2010.

LUCAS, Maria Angélica. Letramento, alfabetização e literatura infantil: uma relação possível e necessária. Curitiba: PUC, 2018.

MILANI, Camila. A prática pedagógica do professor alfabetizador: atendendo às diferenças de aprendizagem em sala de aula. São Paulo: Educere, 2017.

SANTOS, Ana Claudia. Alfabetização e letramento: dois conceitos, um processo. Curitiba: ULS, 2018.

SANTOS, Fábio Cardoso. Alfabetizar letrando com a literatura infantil. São Paulo: Editora Cortez, 2014.

SANTOS, Joedson. Avanços e desafios da educação brasileira na atualidade: uma reflexão a partir das contribuições de hannoun e a educação infantil como uma aposta encantante. João Pessoa:  UFPB, 2016.

SILVA, Judite Tries da. A importância da literatura na alfabetização. R. Eletr. Cient. Inov. Tecnol, Medianeira, Cadernos Ensino EAD. 2017.

Silva, Rita Paixão de Lima da. Contação de histórias e literatura infantil no processo de alfabetização na escola inclusiva..International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

Share this :

Edição

v. 5
n. 46
Contação de histórias e literatura infantil no processo de alfabetização na escola inclusiva.

Área do Conhecimento

As origens da literatura espanhola: Época medieval ao século de ouro espanhol.
Aprender. Cultura. Espanha. Literatura. Ouro.
A literatura como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem de língua espanhola
Aluno. Espanhol. Literatura. Metodologia. Professor.
Novos métodos de ensino de língua portuguesa: Inovação, tecnologia e práticas interdisciplinares.
Metodologias ativas. Tecnologias digitais. Ensino de Língua Portuguesa.
Potencializando a aprendizagem CLIL: Perspectivas sobre planejamento, motivação e avaliação
CLIL. Educação bilíngue. Scaffolding.
Explorando a expressão criativa através dos jogos: uma abordagem pedagógica em artes visuais.
Educação. Arte. Jogo. Ludicidade.
Fatores de riscos perinatais no desenvolvimento da linguagem infantil: Estudo bibliográfico
Fatores de riscos. Desenvolvimento infantil. Linguagem e intervenção fonoaudiológica.

Últimas Edições

Confira as últimas edições da International Integralize Scientific

feature-abri-2025

Vol.

5

46

Abril/2025
MARCO

Vol.

5

45

Março/2025
FEVEREIRO (1)

Vol.

5

44

Fevereiro/2025
feature-43

Vol.

5

43

Janeiro/2025
DEZEMBRO

Vol.

4

42

Dezembro/2024
NOVEMBRO

Vol.

4

41

Novembro/2024
OUT-CAPA

Vol.

4

40

Outubro/2024
setembro-capa

Vol.

4

39

Setembro/2024

Fale com um com um consultor acadêmico!

O profissional mais capacitado a orientá-lo e sanar todas as suas dúvidas referentes ao processo de mestrado/doutorado.