Autor
Resumo
INTRODUÇÃO
A investigação aqui realizada tem o ímpeto de analisar algumas teorias bibliográficas de pesquisadores que relatam sobre o princípio histórico e as mudanças na educação, o surgimento das tendências de um ensino virtual, a educação a distância e o aprendizado personalizado de acordo com as necessidades do aluno, a implementação dos recursos tecnológicos na educação como, o uso da Inteligência Artificial, seus benefícios e desafios. Nesse viés o presente artigo buscou embasamentos em artigos já publicados a respeito do assunto proposto no intuito de validar as informações. Foram feitas considerações pelos teóricos Freitag (2005) que propõe uma abordagem sobre o processo histórico da educação está engessado ao processo político, social e industrial, nesse mesmo sentido traz algumas premissas da UNESCO e LDB e dos pesquisadores Gouvêa e Oliveira (2006) e etc. Além disso, estuda alguns posicionamentos dos teóricos Moran (2009), Masetto e Behrens (2000), que dispunham de seus posicionamentos sobre a educação na era tecnológica e seus avanços.
E para o tópico Educação a Distância (EaD) tendência também mencionada aqui nesse artigo, foram feitas considerações baseadas nas afirmações de: Coscarelli (1998), Tajra (2012), Ramalho, Nuñez e Gauthier (2003) entre outros que contribuem com afirmações sobre o ensino virtual, as facilidades da educação a distância sobre a flexibilidade desse ensino e as possibilidades que ele apresenta para a formação continuada, em busca de um ensino de qualificação mais adequada para o profissional docente acompanhar a mudanças contemporâneas de um cenário totalmente tecnológico e está apto para fazer uso das metodologias e recursos que essa nova tendência traz consigo.
Nesse contexto foram feitas buscas a respeito o uso da IA na educação, as vantagens e desvantagens desse recurso, considerando o uso de ferramentas e programas capazes de trazer um ensino diversificado que foi desenvolvido na intenção de otimizar o aprendizado e as capacitações, mas que também apresenta pontos negativos, faz-se uma breve avaliação do chat GPT, e quais os benefícios e riscos dessa ferramenta. Para esse tópico se respaldou nos pesquisadores: Silva (2006), Pereira (2018), Andrade, Francisco e Menegussi (2019). E para concluir fez as considerações sobre o tema abordado e se observa que a educação e a tecnologia nos dias atuais estão intrinsecamente ligadas no mundo contemporâneo e que educação está sempre em constantes mudanças por ser uma vertente que precisa acompanhar o mundo globalizado e é necessário que o sistema educacional esteja sempre atualizado.
METODOLOGIA
O método deste estudo foi realizado através de pesquisas bibliográficas, esse método possui um alto grau de confiabilidade em suas fontes. Segundo Lakatos (2001, p.43) “a pesquisa bibliográfica ou de fonte secundárias é a que especificamente interessa a esse trabalho. Trata-se de levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita”. Essa metodologia foi usada para realizar esse trabalho por ser um método que oferece segurança nas informações.
Com base nas informações de Lakatos que se buscou informações para embasamento teórico e foram realizadas pesquisas em fontes já publicadas como artigos, revistas, documentos e livros. Com a metodologia utilizada foi possível aprofundar sobre os conteúdos propostos e efetivar as questões que se relacionam à educação e à tecnologia.
A pesquisa exploratória permitiu investigar o processo histórico da educação, as novas tendências que iam sendo adotadas de acordo com a época e seus acontecimentos sociais e políticos, o processo de toda a trajetória do sistema educacional a distância, através das buscas também foram feitas considerações efetivas sobre o uso da tecnologia na educação e seus avanços como o advento de uso dos recursos tecnológicos abrindo mercado da oferta e da procura por formação e qualificação via internet e o uso da mais nova tecnologia que veio para expandir mais ainda esse comércio da tecnologia, a implementação da IA na educação. Segundo Koche:
O conhecimento científico é um produto resultante da investigação científica. Surge não apenas da necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária, característica essa do conhecimento do senso comum, mas do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas empíricas e do discursão intersubjetivo (2011, p.29).
Contudo foi basicamente isso, foram feitas considerações em cima de conhecimentos de outrem, para garantir que o resultado fosse confiável. A pesquisa forneceu informações relevantes sobre o conteúdo proposto, proporcionando reflexões sobre as vantagens e desvantagens desse processo evolutivo que permite a formação continuada sem sair de casa, um fator que possibilita otimizar o tempo, mas em consonância com isso vem a questão: qual o preço temos que pagar para ter tal benefício? Qual o custo para o ensino aprendizado? Todas as informações contidas no presente trabalho foram validadas pela pesquisa exploratória bibliográfica.
A EDUCAÇÃO: PROCESSO HISTÓRICO E AS NOVAS TENDÊNCIAS
Estudando o processo histórico educacional se percebe que as características da educação foram surgindo de acordo com cada época, nessa conjuntura foi necessário fazer-se um mapeamento desse processo histórico que se inicia em uma educação colonial predominante pelo patrimonialismo, sendo regida pelo ensino da doutrina cristã, com o intermédio dos jesuítas. Para Freitag (2005), essa foi uma maneira de tornar os habitantes maleáveis a aceitar o domínio português, com fins de escravizar os africanos, tornar dócil os índios e usar os serviços dos emigrantes com baixo preço. Segundo a autora, essa época regeu uma educação com objetivo profissional e agrícola. A educação da época seguiu um mecanismo de dominadores e dominados, portanto, por muito tempo esse regime educacional teve como base os princípios da desigualdade social.
Seguindo a trajetória histórica da educação, com a abolição da escravatura, surgiu a educação elitista, na qual os filhos dos senhores eram enviados ao exterior para fazerem cursos superiores, concentrando assim o poder nas mãos daqueles que faziam parte da elite, um sistema que subjugava os plebeus, constituindo assim uma educação que privilegiava a classe dominante, a elite colonial, permanecendo no mecanismo de desigualdade social.
De acordo com Freitag (2005) houve um momento em que a economia do país cresceu a ponto de a sociedade sentir a necessidade de desenvolvimento político para consolidar as mudanças e assegurar as demandas, o momento exigiu a implantação de cursos superiores no Brasil, para colmatar a necessidade de mão de obra qualificada, segundo a autora, com tudo houve a permanência de uma educação regida pela dominação do sistema estatal. Segundo a autora, a educação começou a sua emancipação de forma significativa a parti da exigência de uma sociedade política. É válida a hipótese de que esse processo se deu devido a educação está relacionada ao desenvolvimento das forças produtivas. Freitag (2005) diz que:
De um fator secundário no contexto do modelo agroexportador brasileiro, a educação foi sendo crescentemente valorizada, na medida em que se passava do modelo de substituição das importações ao modelo de internacionalização do mercado interno, que comporta o funcionamento de um núcleo econômico altamente produtivo, baseada no know how e na tecnologia das modernas sociedades capitalistas. (p. 212)
Partindo dessa premissa, supõe-se que a era da industrialização trouxe consigo a necessidade cada vez maior de mãos de obras qualificadas para suprir as necessidades que o mercado da época exigia e este processo seria obtido através de instituições educacionais superiores. Dessa forma, a educação é vista como uma das forças mais poderosas e transformadoras que moldam a sociedade na transmissão de valores e desenvolvimento. A autora afirma também que esse foi o momento histórico em que a educação reproduz a escola com estrutura social em que separa o trabalho manual e o trabalho intelectual, ainda de acordo com ela, devido a aceleração e diversificação no mercado, o país passava por um período de implantação do mercado estrangeiro e o plano econômico e político com interesse em acompanhar a evolução adotou padrões como a concepção da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1961. E no período de 1964 a 1979 com o aumento de produção e exportação internacional a escola ganha a responsabilidade de treinamento de pessoal, no plano político, o estado passa a ser o responsável pela grande demanda de profissionais que aquele período exigia, isso significou o estado como mediador entre os interesses nacionais e internacionais.
Com a mediação do estado, esse período foi marcado pela implementação da educação tecnicista no Brasil, tendência pedagógica que surgiu nos Estados Unidos no século XX e se destacou no Brasil após o golpe militar, essa foi a Lei 5.692/71, (ensino de 1º e 2º graus) outro modelo tecnicista também implantado na época foi a Lei nº 5540/68 (ensino universitário). Tratava-se de uma educação que se preocupava em preparar exclusivamente um futuro trabalhador, não tornar-se um sujeito crítico, na época era um modelo inovador, porém tratava-se de uma aprendizagem controladora. Com o passar dos anos e o desenvolvimento, a educação preocupada em garantir o crescimento econômico do país, foi fazendo os investimentos necessários da época.
É nesse contexto que surgem as novas tendências pedagógicas como a Educação à distância e pela necessidade de recursos de aplicabilidade desse novo método educacional surgem também os recursos tecnológicos. Nesse período histórico a educação passa a um nível mais moderno, segundo Gouvêa e Oliveira (2006), na época o Brasil implementava programas de incentivo a EaD através do rádio e posteriormente do computador. Alguns países já estão aderindo a essa nova tendência pedagógica, cada vez mais usadas, a tecnologia ganha espaço também nas formas tradicionais de ensino no face a face. Gouvêa e Oliveira (2006) afirmam que:
A educação em massa é o elemento que impulsiona o processo, já que o trabalho especializado era fundamental ao progresso econômico, que no século XIX estava ligado à automatização e no século XX passava aos setores de serviço. A tendência apontada por alguns teóricos para o século XXI é uma outra mudança de pólo: do serviço para a informação. Já em fins do século XX, a informação constitui um setor econômico produtivo e os ‘trabalhadores da informação’ constituem um conjunto de profissionais altamente capacitados que poderiam ‘transformar o mundo’ (Gouvêa e Oliveira, 2006, p. 27)
Partindo desse pressuposto entende-se que a educação acompanhou as mudanças estruturais do país, principalmente no âmbito econômico, em decorrência disso, o Estado brasileiro adotou um modelo de formação profissionalizante com a iniciativa do projeto MEB, esse projeto foi o precursor do ensino a distância através do recurso rádio educativo, a partir da década de 70, a educação implantou outros projetos com inserção da Tv e materiais impressos com a Fundação Roberto Marinho, promoveu também o Projeto de uma educação supletiva dos 1º e 2º graus, o Telecurso.
Dessa forma compreende-se que o processo evolutivo da educação acompanhou as transformações do cenário político brasileiro e que a educação a distância surgiu durante esse processo de reorganização estrutural do estado brasileiro.
Segundo Mota (2001) e Skidmore (1988), na década de 1980 a educação passou por uma redemocratização, um movimento de campanha política, que se originou devido à insatisfação dos civis com o governo militarista da época. Essa campanha permitiu que o primeiro governo civil fosse instalado, com a eleição de Tancredo Neves e logo após a sua morte seu sucessor foi José Sarney. Foi um governo que teve como objetivo superar a crise econômica causada pela ditadura militar. Com essa proposta de governo mais uma vez a educação também passa por transformação, a democratização de um ensino de qualidade e acessível, o ensino público. Esse marco impactou o contexto sócio-político-econômico mundialmente, evidenciando a competitividade e o fortalecimento da eficiência e eficácia do sistema de ensino.
Nesse processo histórico da educação, o sistema de ensino foi ganhando escolas inovadoras, buscando sempre aperfeiçoamento. Jacques Delors relata para a UNESCO sobre uma educação do século XXI:
O conceito de educação ao longo de toda a vida aparece, pois, como uma das chaves de acesso ao século XXI. Ultrapassa a distinção tradicional entre educação inicial e educação permanente. Vem dar resposta ao desafio de um mundo em rápida transformação, mas não constitui uma conclusão inovadora, uma vez que já anteriores relatórios sobre educação chamaram a atenção para esta necessidade de um retorno à escola, a fim de se estar preparado para acompanhar a inovação, tanto na vida privada como na vida profissional. É uma exigência que continua válida e que adquiriu, até, mais razão de ser. E só ficará satisfeita quando todos aprendermos a aprender (Delors, 2001, p.17).
Nesse contexto no que concerne à educação entende-se que novos desafios sempre estarão a acompanhar as inovações do momento que ultrapassa a ideologia de uma educação tradicional. Visto todo esse progresso sabe-se que foram adotadas novas leis para respaldar o ensino de forma inovadora como a Lei 9394/96 nela foram estabelecidos diretrizes e metas no Plano Nacional de Educação, no qual a educação a distância é entendida como estratégia de ensino democrático. FUNADESP, (2005, p. 33), “no processo de universalização e democratização do ensino, especialmente no Brasil, onde os déficits educativos e as desigualdades regionais são tão elevados, os desafios educacionais existentes podem ter, na educação a distância, um meio auxiliar de indiscutível eficácia”. Nesse sentido a EaD tem atingindo altos índices de procura e oferta, com um crescimento significativo.
EDUCAÇÃO: TECNOLOGIA E SEUS AVANÇOS NO ENSINO
É bem evidente que desde o princípio histórico da educação que, ela vem se modificando de acordo com a evolução do processo industrial, o homem buscando maneiras cada vez mais rápida e precisa para transmitir o conhecimento. Tendo em vista o avanço do desenvolvimento das atividades técnicas na indústria, essa atividade econômica visava cada vez mais transformações e necessitavam de um auxílio e utilizou-se da tecnologia, um método realmente eficaz, com vários pontos positivos, tendo isso em contexto foi possível que a tecnologia adentrasse na educação, trazendo muitos benefícios, o método permitiu novas técnicas de ensino, elaboração de planos de aulas, novas estratégias para o plano de ensino, busca em pesquisas para aprimorar o conhecimento. Permitindo um leque de possibilidades dentro do âmbito escolar, profissional e até em formação pessoal na vida do docente e das demais áreas profissionais. Desde a implementação da tecnologia na educação, o docente buscou se adequar a essa nova realidade com a sua aplicação no método de ensino com aplicação de mídias e outros recursos advindos da tecnologia. José Manuel Moran define que:
Cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e os muitos procedimentos metodológicos. Mas também é importante que amplie que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemática. (Moran, 2009, p. 32)
O autor corrobora para a reflexão das mudanças e para os desafios de ensinar e educar com qualidade, com as alterações que a sociedade sofreu e sofre ao longo do tempo, as aulas convencionais estão ultrapassadas. Por essa razão é preciso que o professor acompanhe as necessidades de uma sociedade interconectada. De acordo com Moran, Masseto e Behrens (2000) “passamos muito rapidamente do livro, para a televisão e o vídeo e destes para a internet sem saber explorar todas as possibilidades desse meio. O docente deve encontrar a forma mais adequada de integrar as várias tecnologias”.
Por fim é possível entender que a tecnologia tomou conta das novas tendências da educação, a agregação deste meio está intrinsicamente ligado ao avanço e melhoria do ensino, pode-se dizer que adentrou os caminhos da facilidade do aprendizado, novas propostas de ensino foram surgindo, o computador e a internet, revolucionaram o sistema educacional, além da aquisição desses meios dentro da sala de aula e dos usos desses recursos como mídias para executar uma aula mais eficaz, esse método também permitiu uma educação a distância com mais rapidez e eficiência, o ensino virtual, sendo favorável as formações e especializações, com o processo virtual e adaptações foi possível promover um ensino a distância.
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: EFETIVAÇÃO, DESAFIOS E EVOLUÇÃO
Como se sabe na trajetória educacional, a educação a distância iniciou o seu processo sendo transmitido através do rádio, depois por meio da TV e por fim Computador e internet. Coscarelli, relata que:
A velocidade das mudanças tecnológicas é tamanha que exige que a educação mude rapidamente, para acompanhá-las. O surgimento do rádio, da televisão, de microcomputadores e dos CD-ROMS interativos passou a influenciar o modo pelo qual aprendemos e continuamos aprendendo (1998 p.77).
Diante desta perspectiva depreende-se que a educação está em constante transformação e a efetivação da educação a distância hoje é um fato inegável. A rapidez desse avanço, permite e obriga a uma adaptação contínua a ele. O mundo do trabalho intensificou suas exigências, e desencadeou uma crescente demanda de inovações tecnológicas. Com o crescimento significativo, essa modalidade passou a ser respaldada pela lei de nº 9.394/96 e com a criação do Centro de Educação Aberta Continuada e a Distância.
Tanta flexibilidade e facilidade que esse ensino oferece, despertou as instituições e estimulou a promover esse método de ensino e foi avançando para muitas áreas afins como a área da saúde que criou a Unasus (Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde, oferecida pela UFMA com o objetivo de capacitar os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS). E com o passar do tempo, muitas outras instituições foram aderindo esse método tão revolucionário com ofertas de cursos para qualificação. Diante desse contexto educacional percebe-se que o ensino a distância se tornou popular.
O fato é que atualmente vive-se em uma sociedade capitalista caracterizada pela era tecnológica e pela interatividade, os avanços tecnológicos propiciaram um mundo de muitas informações hoje fornecidas pela internet, foram se expandindo, evoluindo e se tornando indispensável para a sociedade contemporânea. Mas não se fala que esse termo “tecnologia” é de origem da palavra técnica (do verbo grego tictein) que significa “criar, dar luz”, o que significa que a palavra tecnologia está relacionada a metodologia de produzir coisas ou ações, presente no cotidiano da sociedade desde o princípio de toda a evolução social, política e educacional. De acordo com Tajra (2012, p.37) “A primeira grande conquista tecnológica foi o livro que, há anos, vem sendo o carro-chefe tecnológico na educação e não constatamos que o livro é resultado de uma técnica”.
No contexto escolar surgiram mitos de que o uso da tecnologia substituiria o professor. Entretanto Ramalho, Nuñez e Gauthier (2003) afirma que:
Assumir a reflexão, a crítica e a pesquisa como atitudes que possibilitam ao professor participar da construção de sua profissão e no desenvolvimento da inovação educativa norteia a formação de um profissional não só para compreender e explicar os processos educativos dos quais participa, como também para contribuir na transformação da realidade educacional no âmbito de seus projetos pessoais e coletivos (Ramalho; Nuñez; Gauthier, 2003, p. 23).
Esse pressuposto deixa claro quão relevante é a mediação de um professor, ele tem um papel construtor do ensino, o docente promove discussões, desenvolvendo senso cognitivo do aluno. Diante da perspectiva de um ensino com efetivação e eficácia, esse ponto leva a reflexão de que o uso da tecnologia, se não usada de forma adequada, pode ser um agravante para o ensino aprendizagem. Para Belloni:
[…]é fundamental reconhecer a importância das TIC’s e a urgência de criar conhecimentos e mecanismos que possibilitem sua integração à educação, é também preciso evitar o “deslumbramento” que tende levar ao uso mais ou menos indiscriminado da tecnologia por si em si, ou seja, mais por suas virtualidades técnicas do que por suas virtudes pedagógicas. A integração das TIC’s aos processos educacionais não pode ocorrer apenas através da instrumentalização de recursos tecnológicos. Junto com a adesão de novas tecnologias é de fundamental importância promover espaços de formação docente que propiciem aos professores reestruturarem o seu fazer pedagógico, refletindo sobre o seu papel no processo de ensino e aprendizagem frente a uma sociedade tecnológica. (Belloni, 2009, p. 24)
A autora cita um deslumbramento do uso da tecnologia, considerando essa concepção é possível dizer que, no âmbito escolar uso inadequado da tecnologia, pode tomar outro rumo, como o uso do recurso não para mediar o conhecimento ou desenvolver o senso reflexivo, mas se apoiar em atividades rápidas de reprodução, do copia e cola, considerando que o aluno seja deslumbrado pelas muitas outras vertentes que a internet oferece, ele prefere agir de forma rápida numa busca apenas para realizar a atividade. O que se quer aqui e trazer a reflexão para o fato de que a tecnologia trouxe consigo uma facilidade tão grande que desencadeou a preguiça do pensar, do fazer, do desenvolver, E causou na educação a deficiência de ausência de mais pessoas críticas, elas estão preocupadas apenas na obtenção de um certificado para assegurar lhes uma vida profissional, retrocedendo de certo modo para a era da educação tecnicista.
Nesse mesmo cenário apresenta se outra problemática: o risco de o professor ficar paralisado no ensino tradicional sem saber como utilizar as ferramentas tecnológicas e considerando a globalização e suas exigências, o docente percebeu que necessita se adaptar ao novo mundo, e foi em busca de formação para capacitá-lo, para estar apto a desempenhar um trabalho mais qualificado que acompanhe as novas tendências de ensino. Freire (1970) […], o pensar só assim tem sentido, se têm sua fonte geradora na ação sobre o mundo.
Considerando que a realidade de que o professor tem um tempo bem escasso para os estudos de capacitação, mais uma vez a educação a distância faz o seu papel de trazer a facilidade a esse profissional em formação. Pimenta (2002, p.07) dispõe que: “A identidade profissional do professor se constroi a partir da significação social da profissão. Constroi-se também, pelo significado que cada professor, enquanto ator e autor, confere à atividade docente de situar-se no mundo”. Considerando essa faceta que cabe aqui adentrar ao advento da Inteligência Artificial (IA) no ensino aprendizagem, visto que é uma das tendências da contemporaneidade. Vassali e Janissek-Muniz (2022) descrevem a IA como uma tecnologia revolucionária que tem gerado perspectivas divergentes e preocupações substanciais. Diante dessa perspectiva exige-se fazer um estudo minucioso desse caso levando em consideração os pontos positivos e negativos da implantação da IA na educação, vale estudar um panorama mais próximo.
ADVENTO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: VANTAGENS E DESVANTAGENS
Atualmente o mercado da tecnologia está crescendo e as novas ferramentas vão surgindo e se propagando no mercado de trabalho, e a inteligência artificial (IA) emerge com um leque de possibilidades para personalizar qualquer tipo de aprendizado, oferecendo uma tendência educacional inovadora e crescente. Que essa nova ferramenta fez e faz avanços positivos, que possibilita o ensino de acordo com as necessidades do aluno isso não se discute, todavia, esse ensino apresenta além das vantagens, algumas desvantagens. Silva 2006 afirma que “por meio da tecnologia de agentes, viabilizam a construção de ambientes de aprendizagem dinâmicos e adaptativos, tornando-os mais propícios ao desenvolvimento da autonomia do educando”. A assertiva corrobora para efetivar a aplicabilidade da IA no que concerne a um aprendizado automatizado e conduzido pelas necessidades do aluno, fazendo referência positiva ao uso dessa ferramenta, esse e vários outros fatores apresenta um cenário altamente revolucionário e de grandes vantagens no âmbito educacional.
Entretanto Pereira (2018, p.23) afirma que “A IA não substitui o professor, mas pode ser um complemento eficaz para o processo de ensino e aprendizagem, ajudando na personalização do ensino e no desenvolvimento de habilidades específicas dos alunos”. Nessa premissa já pode se fazer o seguinte questionamento: será que essa ferramenta trará a garantia de um sistema transparente com ensino efetivo e responsável que possa ser compreendido na íntegra pelo usuário? E outro fator preocupante, é se de fato o aluno tem conseguido o objetivo da aprendizagem? Andrade, Francisco e Menegussi (2019) afirmam que, “é possível verificar que a história da Inteligência Artificial é marcada por diferentes paradigmas que se contrapõem, por teorias que são defendidas, abandonadas e, por vezes, retomadas”. Para esses pesquisadores o ensino ainda dissemina muitos desafios, apesar de se configurar um cenário de inúmeras vantagens: como a facilidade, a flexibilidade, desenvolvimento de ferramentas capazes de realizar tarefas que requer a inteligência humana. Máquinas e programas que podem raciocinar resolvendo problemas no processo de ensino aprendizagem.
Vamos falar um pouco do Chat GPT, que é um chatbot criado pela OpenAI e lançado em novembro de 2022, esse chat usa a inteligência artificial para conversar, uma plataforma que permite uma linguagem capaz de compreender o significado das frases e responder um infinito número de conversas com perguntas simples e complexas. As vantagens desse chat é que ele pode personalizar o aprendizado e a desvantagem é que ele pode fornecer respostas desatualizadas, imprecisas ou até mesmo falsas, não se deve ser usado como uma fonte única. Para Barros; Guerreiro, 2019) o chabot é um auxiliador, que deve ser usado para complementar o trabalho, potencializando as competências e habilidades do usuário. Com a inserção dessa ferramenta “atualmente, já conseguem realizar uma análise prévia de necessidades do usuário para auxiliá-lo com uma interação que seja o mais natural possível” (Carvalho Junior; Carvalho, 2018).
Na educação a distância de cursos superiores os chatbots podem ser usados para mediar as aulas, auxiliar os tutores, mas que devido a isso esse ensino pode ser oferecido com um aprendizado de efetivação parcial proveniente do grande crescimento observado na modalidade de cursos superiores EaD, que se associa ao aumento de tutores de forma desproporcional, que favorece um apoio deficiente aos alunos (Barros; Guerreiro, 2019). Esse é um estudo ilimitado que sugere uma continuação, uma pesquisa a longo prazo sobre os avanços, investimento e outras questões que o assunto exige.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que, os achados oriundos dessa pesquisa possibilitaram o entendimento de um processo histórico que foi crescente e transformador sempre acompanhando os primórdios de uma educação adaptativa. “A educação em massa é o elemento que impulsiona o processo, já que o trabalho especializado era fundamental ao progresso econômico” (Gouvêa e Oliveira 2006) o que se depreende é que o processo educacional sempre esteve ligado ao processo econômico, em busca de qualificação, para que profissionais estivessem aptos a exercer funções que elencam o nível econômico.
A educação ao longo de toda a vida aparece, pois, como uma das chaves de acesso ao século XXI. Ultrapassa a distinção tradicional entre educação inicial e educação permanente” (Delors, 2001). Mas o que se nota com as pesquisas feitas para análise reflexiva desse artigo, é que não há uma educação permanente e que deixou de ser tradicional a muito tempo, no sentido de que a educação sempre terá períodos de transformações a cada dia mais, visto que hoje, a educação está intrinsecamente ligada à tecnologia e essa tendência está em estado crescente com criação de novos programas, aplicativos e recursos que viabilizam uma sociedade conectada e uma educação globalizada.
Portanto esse é um estudo que não se delimita em educar, ele se expande ao fazer cidadão atualizado com a era da internet e seus avanços e que em alguns momentos o processo de mudanças traz tantas inovações que o profissional tende a se assustar, mas tem que acompanhar e se adaptar. Além disso, observa-se que esse é um estudo de pesquisa a longo prazo, pois os avanços tecnológicos estão apresentando várias facetas e muitas delas estão sendo ampliadas para a educação a distância e até mesmo para a educação face a face. Atualmente vive-se a era de robôs com inteligência humana, resolvendo problemas para os humanos, esse é outro ponto a se refletir: na realidade em que se vive, onde as máquinas fazem todo o trabalho, o questionamento oriundo disso é, Qual o peso dessa transformação? Qual preço a pagar? Vai ser a era das pessoas preguiçosas com deficiência na aprendizagem, seguindo um ensino automatizado? Teremos futuramente cidadãos críticos?
Todos esses questionamentos foram surgindo durante a pesquisa, e são perguntas sem respostas e preocupantes que merecem um estudo de caso a longo prazo. Finda-se a pesquisa com muitas incertezas sobre esse mundo globalizado e essa sociedade contemporânea. Lógico que há fatos comprovados dos benefícios que esse progresso traz, no entanto há também os desafios que implicam em perda de identidade crítica do cidadão que não souber fazer o uso adequado dessas ferramentas ou compreender na íntegra o que as máquinas dizem ou processam sobre determinado assunto, uma má compreensão pode transformar um contexto em outro dependendo do usuário, do conhecimento de mundo e de outros conhecimentos dele, já que as máquinas foram feitas para personalizar o ensino de acordo com o comando que o usuário dar.
Enfim essa pesquisa serviu como base para vários alertas, verifica-se que a ciência tecnológica está em constante avanço e sempre no intuito de ser uma aliada da educação, contudo se o homem não aproveitá-la para desenvolver o seu cognitivo e se tornar um cidadão crítico, corre-se um sério risco de uma era de uma sociedade leiga, voltando ao retrocesso, usando a tecnologia só para fins de obtenção de certificado para o trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, José Luccas de. FRANCISCO, Alex Sandro Lima. MENEGUSSI, Rodrigo. A influência da inteligência artificial na educação. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 07, Vol. 08, pp. 50-60. julho de 2019. ISSN: 2448-0959.
BARROS, D. M. V.; GUERREIRO, A. M. Novos desafios da educação a distância: programação e uso de Chatbots. Espaço pedagógico, v. 26, n. 2, Passo Fundo, p. 410-431, 2019.
BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação? Campinas, SP: Autores Associados, 2009.
CARVALHO JÚNIOR, C. F.; CARVALHO, K. R. S. A. Chatbot: uma visão geral sobre aplicações inteligentes. Revista Sítio Novo, v. 2, n. 2, 2018.
COSCARELLI, C.V. O uso da informática como instrumento de ensino aprendizagem. Revista Presença Pedagógica, vol. 4, n.20, mar/abri. 1998.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez, 2001
FREITAG, Barbara. Escola, estado e sociedade. 7. ed. São Paulo: Centauro, 2005.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR PARTICULAR (FUNADESP). Legislação e normas da educação a distância no Brasil. Brasília: Funadesp, 2005. (Série Documentos/ set.2005).
GOUVÊA, Guaracira; OLIVEIRA, Carmem Irene. Educação a distância na formação de professores: viabilidade, potencialidades e limites. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2006.
KENSI, VANI E MOREIRA. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP:
MORAN, J. M., Novas tecnologias e mediação pedagógica, Coleção Papirus Educação, Editora Papirus, Campinas, 16. ed., 2009.
MORAN, José Manuel; MASSETO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediações pedagógicas. Campinas: Papirus, 2000.
MOTA, Carlos. Brasil em perspectiva. 20. ed. São Paulo: Bertrand Brasil, 2001.
PEREIRA, A. C. P. (2018). O uso da inteligência artificial na educação: possibilidades e limitações. Revista de Inovação, Tecnologia e Educação, São Paulo, v. 5, n. 1, jan./jun. from https:// revistaeixo.ifs p. edu.br/index.php/RTE/article/view/273/197.
PIMENTA, S. G. Saberes pedagógicos e atividade docente. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2002
RAMALHO, B. L.; NUÑEZ, I. B. e GAUTHIER, C. Formar o Professor, Profissionalizar o Ensino: perspectivas e desafios. Porto Alegre: Sulina, 2003.
SKIDMORE, Thomas. Brasil – de Castelo a Tancredo. São Paulo: Paz e Terra, 1988.
SILVA, A. P. C. Aplicações de Sistemas Tutores Inteligentes na Educação a Distância: Possibilidades e Limites. In: Anais do Seminário Nacional ABED de Educação a Distância. Brasília: ABED, 2006.
VASSALI, H.; JANISSEK-MUNIZ, R. O lado “sombrio” da inteligência artificial: uma revisão sistemática da literatura. ENCONTRO DA ANPAD, 46., Maringá, 2022.
Área do Conhecimento
Submeta seu artigo e amplie o impacto de suas pesquisas com visibilidade internacional e reconhecimento acadêmico garantidos.