Plataformas de ensino a distância: Análise das vantagens e desafios para educadores e alunos.

DISTANCE LEARNING PLATFORMS: ANALYSIS OF ADVANTAGES AND CHALLENGES FOR EDUCATORS AND STUDENTS

PLATAFORMAS DE APRENDIZAJE A DISTANCIA: ANÁLISIS DE VENTAJAS Y DESAFÍOS PARA EDUCADORES Y ESTUDIANTES

Autor

Roberta Rosário Gonçalves
ORIENTADOR
Prof. Dr. Luciano Santos de Farias

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/622285

DOI

Gonçalves, Roberta Rosário . Plataformas de ensino a distância: Análise das vantagens e desafios para educadores e alunos.. International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

O ensino remoto emergencial, impulsionado pela pandemia de Covid-19, trouxe inovações e desafios, destacando desigualdades no acesso à tecnologia e na formação docente, afetando a qualidade educacional no Brasil. Neste contexto, o objetivo geral desta revisão é caracterizar as mudanças metodológicas ocorridas no ensino superior durante a pandemia de Covid-19. A metodologia deste estudo segue uma abordagem qualitativa, com caráter exploratório e descritivo, sendo estruturada por meio de uma revisão da literatura atual. Os resultados da análise destacaram os benefícios e desafios do ensino remoto emergencial durante a pandemia. A adoção de plataformas digitais como Microsoft Teams e Google Meet permitiu a continuidade das aulas, mas sua eficácia variou conforme o acesso a recursos tecnológicos e a capacitação dos professores. Muitos educadores enfrentaram dificuldades no uso das tecnologias, impactando a qualidade das aulas. A resistência ao uso de novas ferramentas e a falta de formação continuada foram obstáculos significativos. Além disso, a desigualdade no acesso à internet e equipamentos adequados agravou a exclusão digital, prejudicando alunos de regiões periféricas. A adaptação de metodologias, como a sala de aula invertida, mostrou-se eficaz para engajar os alunos. Contudo, o distanciamento físico e a interação limitada comprometeram a aprendizagem colaborativa. Conclui-se que o ensino remoto revelou deficiências em infraestrutura tecnológica e capacitação docente, indicando a necessidade de investimentos nessas áreas.
Palavras-chave
Ensino Remoto. Desafios Tecnológicos. Educação Superior. Pandemia De Covid-19. Metodologias Digitais.

Summary

Emergency remote teaching, driven by the COVID-19 pandemic, has brought innovations and challenges, highlighting inequalities in access to technology and teacher training, affecting educational quality in Brazil. In this context, the general objective of this review is to characterize the methodological changes that have occurred in higher education during the COVID-19 pandemic. The methodology of this study follows a qualitative approach, with an exploratory and descriptive character, and is structured through a review of the current literature. The results of the analysis highlighted the benefits and challenges of emergency remote teaching during the pandemic. The adoption of digital platforms such as Microsoft Teams and Google Meet allowed classes to continue, but their effectiveness varied according to access to technological resources and teacher training. Many educators faced difficulties in using technologies, impacting the quality of classes. Resistance to the use of new tools and the lack of continuing education were significant obstacles. In addition, inequality in access to the internet and adequate equipment aggravated the digital divide, harming students in peripheral regions. Adapting methodologies, such as the flipped classroom, has proven effective in engaging students. However, physical distancing and limited interaction have compromised collaborative learning. It is concluded that remote teaching has revealed deficiencies in technological infrastructure and teacher training, indicating the need for investments in these areas.
Keywords
Remote Teaching. Technological Challenges. Higher Education. Covid-19 Pandemic. Digital Methodologies.

Resumen

La enseñanza remota de emergencia, impulsada por la pandemia de Covid-19, trajo innovaciones y desafíos, poniendo de relieve las desigualdades en el acceso a la tecnología y la formación docente, afectando la calidad de la educación en Brasil. En este contexto, el objetivo general de esta revisión es caracterizar los cambios metodológicos ocurridos en la educación superior durante la pandemia de Covid-19. La metodología de este estudio sigue un enfoque cualitativo, de carácter exploratorio y descriptivo, estructurándose a través de una revisión de la literatura actual. Los resultados del análisis resaltaron los beneficios y desafíos de la enseñanza remota de emergencia durante la pandemia. La adopción de plataformas digitales como Microsoft Teams y Google Meet permitió que las clases continuaran, pero su efectividad varió según el acceso a recursos tecnológicos y la capacitación docente. Muchos educadores enfrentaron dificultades al utilizar la tecnología, lo que afectó la calidad de las clases. La resistencia al uso de nuevas herramientas y la falta de formación continua fueron obstáculos importantes. Además, la desigualdad en el acceso a Internet y al equipamiento adecuado ha empeorado la exclusión digital, perjudicando a los estudiantes de las regiones periféricas. La adaptación de metodologías, como el aula invertida, demostró ser eficaz para involucrar a los estudiantes. Sin embargo, el distanciamiento físico y la interacción limitada comprometieron el aprendizaje colaborativo. Se concluye que la enseñanza remota reveló deficiencias en infraestructura tecnológica y capacitación docente, indicando la necesidad de inversiones en estas áreas.
Palavras-clave
Enseñanza a Distancia. Retos Tecnológicos. Educación superior. Pandemia de COVID-19. Metodologías Digitales.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o ensino remoto emergencial tornou-se um tema central no debate acadêmico e educacional, impulsionado pela pandemia de Covid-19. Este modelo foi adotado em larga escala como alternativa para a continuidade das atividades escolares e universitárias durante as medidas de isolamento social. As mudanças abruptas nas metodologias e ferramentas utilizadas pelos educadores e discentes trouxeram não apenas oportunidades de inovação, mas também desafios relacionados à adaptação tecnológica e à qualidade do processo de ensino-aprendizagem (Mendes et al., 2020; Bruscato; Baptista, 2021). 

Nesse contexto, as plataformas digitais têm um papel determinante no suporte ao ensino remoto. Ferramentas como o Microsoft Teams e metodologias como a sala de aula invertida permitiram a manutenção de aulas síncronas e assíncronas, transformando as relações entre professores, estudantes e o conteúdo apresentado. Contudo, esse cenário também evidenciou desigualdades no acesso aos recursos tecnológicos e na formação docente para o uso de tecnologias educacionais (De Campos, 2023; Saito; De Lima; Martins, 2022). 

Este trabalho propõe-se a analisar as implicações do ensino remoto emergencial no Brasil, com foco nos aspectos metodológicos e tecnológicos que influenciaram a qualidade da educação durante a pandemia. A pesquisa busca compreender como a adoção de tecnologias digitais alterou a dinâmica do ensino superior e quais foram os principais desafios enfrentados por professores e alunos no período. Para tanto, foram consideradas experiências de instituições públicas e privadas, a fim de oferecer uma visão ampla e abrangente sobre o tema (Araujo Neto, 2022; Barbosa, 2023).

A hipótese principal deste estudo é que, embora o ensino remoto emergencial tenha ampliado o uso de tecnologias educacionais e promovido novas formas de interação, ele também expôs limitações estruturais do sistema educacional brasileiro, como a desigualdade de acesso e a falta de capacitação docente. Esses fatores, em conjunto, podem ter influenciado diretamente na eficácia do processo de ensino-aprendizagem e na percepção de qualidade por parte dos envolvidos (Barpi et al., 2023; Rybalko et al., 2023).

A relevância desta pesquisa reside na contribuição para o entendimento de um período marcante na história da educação. Ao analisar criticamente as experiências vividas durante a pandemia, o trabalho busca fornecer subsídios para a formulação de políticas educacionais mais inclusivas e preparadas para futuras crises. Além disso, a sistematização dessas práticas pode ajudar na construção de um modelo educacional que equilibre inovação tecnológica e equidade de acesso (Spalding et al., 2020; Sunde; Júlio; Nhaguaga, 2020). 

O objetivo geral desta revisão é caracterizar as mudanças metodológicas ocorridas no ensino superior durante a pandemia de Covid-19. Os objetivos específicos incluem: descrever os principais desafios tecnológicos enfrentados por alunos e professores, apontar as metodologias mais utilizadas no período e exemplificar boas práticas observadas em instituições de ensino no Brasil e no exterior.

METODOLOGIA

A metodologia deste estudo segue uma abordagem qualitativa, com caráter exploratório e descritivo, sendo estruturada por meio de uma revisão da literatura atual. O objetivo principal foi reunir e analisar informações sobre o impacto do ensino remoto emergencial no Brasil durante a pandemia de Covid-19, com foco nos desafios metodológicos e tecnológicos enfrentados pelos professores e alunos. Para garantir a qualidade e a relevância das fontes selecionadas, foram adotados critérios de inclusão e exclusão. 

Inicialmente, foram definidos termos-chave para orientar a busca, como “ensino remoto”, “desafios tecnológicos”, “educação superior”, “pandemia de Covid-19” e “metodologias digitais”. Esses termos foram fundamentais para a identificação de estudos pertinentes ao tema, alinhados aos objetivos da pesquisa. A seleção das fontes priorizou artigos científicos publicados nos últimos cinco anos, com foco em periódicos de renome e acesso gratuito ou institucional, além de livros acadêmicos, dissertações de programas de pós-graduação reconhecidos e teses de doutorado relevantes. Artigos duplicados, revisões narrativas e fontes que não abordavam diretamente a questão de pesquisa foram excluídos.

As buscas foram realizadas em bases de dados acadêmicas de ampla cobertura, como Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Scholar. As palavras-chave previamente definidas orientaram a busca por estudos que analisassem o impacto do ensino remoto, com foco nos desafios e nas estratégias adotadas por docentes e discentes no contexto da pandemia. Dessa forma, foi possível garantir a representatividade da amostra e a atualidade dos estudos, com um enfoque na qualidade e na relevância dos dados analisados.

CARACTERÍSTICAS E FUNCIONALIDADES DAS PLATAFORMAS DE EAD

As plataformas de Educação a Distância (EAD) consistem em ambientes virtuais projetados para facilitar o ensino remoto por meio de recursos tecnológicos avançados. Elas possuem uma ampla gama de funcionalidades que englobam fóruns de discussão, videoaulas, repositórios de materiais didáticos e ferramentas de avaliação digital. Além disso, são estruturadas para se adaptar a diferentes abordagens pedagógicas, como a aprendizagem colaborativa e o ensino híbrido. Esses ambientes tecnológicos permitem maior flexibilidade no processo educacional, favorecendo tanto professores quanto estudantes, ao integrar práticas de ensino modernas em um único espaço digital (Barbosa, 2023; Mendes et al., 2020). 

Essa flexibilidade proporciona condições para o desenvolvimento de metodologias que consideram as necessidades individuais de cada aluno.  As ferramentas de comunicação, como chats e videoconferências, são fundamentais para possibilitar interações síncronas entre docentes e alunos, promovendo trocas dinâmicas de conhecimento. Esses recursos aumentam o engajamento no processo de ensino-aprendizagem, permitindo que o estudante participe ativamente mesmo em um ambiente remoto. Outra funcionalidade relevante é o armazenamento de materiais em repositórios digitais, que possibilita o acesso contínuo ao conteúdo, independentemente do horário ou local, promovendo maior autonomia nos estudos. Essas características tornam as plataformas adequadas para atender a diferentes perfis de usuários e facilitam o processo educacional em contextos variados (Barpi et al., 2023; Barbosa, 2022).  

Uma das características que se destaca nessas plataformas é a personalização do aprendizado. Ferramentas como trilhas de ensino individualizadas e cursos modulares permitem que o conteúdo seja adaptado às especificidades de cada estudante. Além disso, tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) têm sido utilizadas para analisar o desempenho dos alunos e recomendar atividades ou materiais complementares, ajustando-se ao ritmo de cada um. Esse nível de adaptação é especialmente útil em turmas com ampla diversidade de perfis, pois possibilita que cada estudante progrida de maneira eficiente (Sundé; Júlio; Nhaguaga, 2020; Spalding et al., 2020).  

As plataformas de EAD também incluem recursos que tornam o aprendizado mais dinâmico e interativo. Jogos educacionais, simulações e atividades práticas são frequentemente utilizados para reforçar os conceitos abordados em aula. Essas práticas incentivam o pensamento crítico e a criatividade dos alunos, contribuindo para que o processo de ensino se torne mais envolvente. Além disso, tais recursos promovem a aproximação entre teoria e prática, simulando cenários reais que podem ser aplicados ao mercado de trabalho ou outras situações práticas (Barbosa, 2022; De Campos, 2023).  

Outro aspecto que merece destaque é a diversidade de ferramentas de avaliação disponíveis nessas plataformas. Avaliações contínuas, como quizzes e fóruns, permitem que o progresso do estudante seja acompanhado ao longo do curso. Provas finais e trabalhos mais elaborados também são implementados para garantir uma análise completa do desempenho. A transparência nos critérios de avaliação contribui para que os estudantes compreendam claramente os objetivos das atividades, promovendo um ambiente de aprendizado estruturado e objetivo (Mendes et al., 2020; Serrasqueiro et al., 2020).  

O monitoramento do desempenho acadêmico é outro recurso essencial. Relatórios detalhados disponíveis para professores oferecem dados sobre a participação e os resultados de cada aluno. Essas informações permitem identificar áreas que necessitam de atenção adicional, ajudando no planejamento de estratégias pedagógicas. Além disso, o feedback imediato disponibilizado por algumas plataformas auxilia os alunos a corrigirem eventuais dificuldades em tempo hábil, tornando o processo de aprendizado mais eficiente e contínuo (Saito; De Lima; Martins, 2022; Rybalko et al., 2023).  

A flexibilidade das plataformas de EAD se estende também ao modelo de ensino, que pode ser combinado entre atividades síncronas e assíncronas. Enquanto as aulas ao vivo permitem interações em tempo real, as atividades assíncronas possibilitam que os alunos organizem seus horários de estudo de acordo com suas rotinas. Essa estrutura beneficia especialmente aqueles que conciliam o estudo com outras responsabilidades, como trabalho ou família (Gu, 2023; Spalding et al., 2020).  

O acesso digital e a inclusão tecnológica são questões importantes no contexto de EAD. As plataformas buscam atender a um público diversificado, considerando as limitações de infraestrutura em algumas regiões. Estratégias como versões leves de aplicativos e conteúdos compatíveis com diferentes dispositivos têm sido desenvolvidas para ampliar o alcance educacional. Apesar dos desafios de acesso à internet em algumas áreas, essas iniciativas tornam o ensino a distância mais acessível e democrático (Barpi et al., 2023; Barbosa, 2022).  

Outro ponto relevante é a integração com tecnologias avançadas. O uso de realidade aumentada e Big Data em plataformas EAD proporciona experiências imersivas e personalizadas. Essas tecnologias não apenas diversificam as estratégias pedagógicas, mas também ampliam a capacidade de análise dos dados educacionais, auxiliando tanto alunos quanto professores no processo de ensino-aprendizagem (Rybalko et al., 2023; Gu, 2023).  

Por fim, as plataformas de EAD têm se consolidado como ferramentas indispensáveis para a modernização da educação. Ao integrar múltiplos recursos e tecnologias inovadoras, elas tornam possível atender às necessidades de uma comunidade educacional diversificada. A evolução contínua dessas plataformas promete expandir ainda mais as possibilidades do ensino a distância, alcançando estudantes em diferentes contextos e locais (Barbosa, 2023; De Lima; Santos, 2024).  

VANTAGENS DO USO DE PLATAFORMAS DE EAD

As plataformas de Educação a Distância proporcionam uma série de benefícios que têm contribuído significativamente para a expansão do acesso à educação em diferentes contextos. Um dos principais atrativos é a flexibilidade que oferecem, permitindo que estudantes organizem seus horários de estudo de acordo com suas rotinas. Essa característica é especialmente valiosa para aqueles que conciliam os estudos com atividades profissionais ou outras responsabilidades pessoais. Além disso, o formato assíncrono, frequentemente disponibilizado nessas plataformas, assegura que o aluno possa acessar os conteúdos no momento mais conveniente, sem comprometer a qualidade do aprendizado (Saito; De Lima; Martins, 2022; Barbosa, 2023). 

Outro ponto relevante é a redução de custos proporcionada pelo uso das plataformas EAD. A eliminação da necessidade de deslocamento e de despesas relacionadas, como alimentação fora de casa, torna a educação mais acessível financeiramente. Adicionalmente, muitas plataformas disponibilizam materiais didáticos digitais, reduzindo a necessidade de aquisição de livros impressos. Essa economia contribui para democratizar o acesso ao ensino, possibilitando que um número maior de pessoas participe de cursos de qualidade sem grandes investimentos financeiros (Barbosa, 2022; Mendes et al., 2020).

As plataformas de EAD também se destacam por promoverem a autonomia no processo de aprendizagem. Os recursos oferecidos, como repositórios de materiais, feedback instantâneo e relatórios de desempenho, incentivam os alunos a desenvolverem habilidades de autogestão e responsabilidade em relação ao próprio aprendizado. Esse aspecto é especialmente relevante no contexto educacional atual, em que competências como iniciativa e autossuficiência são cada vez mais valorizadas (Barpi et al., 2023; Serrasqueiro et al., 2020). 

A acessibilidade geográfica é outra vantagem das plataformas de EAD. Elas permitem que alunos de diferentes localidades, incluindo regiões remotas, tenham acesso a cursos e programas de instituições renomadas. Esse alcance global é viabilizado pela internet, que elimina barreiras físicas e possibilita a inclusão de estudantes que, de outra forma, estariam excluídos do sistema educacional formal (Gu, 2023; De Campos, 2023). 

A personalização do aprendizado, promovida pelas plataformas de EAD, é um diferencial importante. Ferramentas como trilhas de aprendizagem e cursos modulares permitem que os estudantes avancem no ritmo que melhor se adequa às suas necessidades e interesses. Esse formato adaptável atende a diferentes estilos de aprendizagem e perfis de alunos, garantindo maior eficiência no processo educacional (Spalding et al., 2020; Sundé; Júlio; Nhaguaga, 2020). 

O estímulo à interação e ao engajamento também é um benefício relevante. Através de ferramentas como chats, fóruns e videoconferências, as plataformas de EAD facilitam a troca de ideias entre estudantes e professores, promovendo uma comunidade de aprendizado colaborativa. Essa interação contribui para o enriquecimento das discussões e permite que os alunos aprendam uns com os outros, além de receberem suporte direto de seus tutores (Barbosa, 2022; Rybalko et al., 2023).

Além disso, as plataformas de EAD favorecem a integração de tecnologias inovadoras, como inteligência artificial e realidade aumentada, que enriquecem a experiência educacional. Essas ferramentas são utilizadas para criar ambientes interativos e personalizados, além de proporcionar feedback instantâneo, que ajuda os alunos a identificar e corrigir suas dificuldades de forma mais ágil (Rybalco et al., 2023; Gu, 2023). 

Dessa forma, o impacto ambiental positivo também merece destaque. A digitalização dos materiais e a eliminação da necessidade de deslocamentos reduzem o consumo de recursos naturais e a emissão de gases poluentes, contribuindo para uma educação mais sustentável. Essa característica é cada vez mais valorizada em um contexto global que busca soluções educacionais alinhadas às práticas de sustentabilidade (De Lima; Santos, 2024; Mendes et al., 2020). 

DESAFIOS ENFRENTADOS NO USO DE PLATAFORMAS DE EAD

O uso de plataformas de educação a distância apresenta desafios relacionados à inclusão digital, uma vez que o acesso desigual à internet e a dispositivos tecnológicos ainda é uma realidade em diversas regiões. Muitos estudantes enfrentam barreiras devido à falta de conexão estável ou equipamentos adequados, o que prejudica o acesso ao conteúdo e a interação com colegas e professores. Essa desigualdade compromete a democratização do ensino, colocando em evidência a necessidade de políticas públicas voltadas para a ampliação do acesso à tecnologia e à internet de qualidade, especialmente em áreas rurais ou economicamente desfavorecidas (Medeiros; Silva, 2021; Santos et al., 2022). 

A dificuldade de adaptação às ferramentas digitais também constitui um desafio, tanto para professores quanto para alunos. Muitos educadores carecem de formação específica para utilizar plataformas de EAD de maneira eficiente, enquanto alguns estudantes enfrentam dificuldades relacionadas à compreensão de interfaces tecnológicas. A falta de familiaridade com os recursos digitais pode levar a experiências frustrantes, diminuindo a eficácia do processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, a capacitação contínua de docentes e discentes é essencial para superar essas dificuldades e garantir uma experiência educacional mais fluida e acessível (Carvalho et al., 2020; Almeida; Torres, 2023).

Outro desafio diz respeito à gestão do tempo e à autodisciplina por parte dos estudantes. O modelo de EAD requer que os alunos assumam maior responsabilidade por seu aprendizado, o que pode ser problemático para aqueles que não possuem habilidades de organização e gerenciamento de tarefas. A ausência de um ambiente físico de sala de aula e a falta de supervisão direta podem levar à procrastinação, evasão e desempenho acadêmico insatisfatório. Para lidar com esse desafio, é necessário desenvolver estratégias pedagógicas que incentivem o engajamento e promovam o acompanhamento individualizado dos alunos (Freire; Oliveira, 2022; Souza et al., 2023).

A interação limitada entre professores e alunos é outro obstáculo enfrentado no ensino a distância. Embora as plataformas de EAD ofereçam ferramentas como fóruns e videoconferências, elas frequentemente não substituem a interação presencial, essencial para o desenvolvimento de relações interpessoais e de um aprendizado mais dinâmico. Essa limitação pode gerar sentimentos de isolamento e desmotivação, afetando negativamente o desempenho acadêmico. Assim, é fundamental aprimorar as estratégias de interação virtual e explorar métodos que aumentem o senso de pertencimento e a colaboração entre os participantes (Medeiros; Silva, 2021; Carvalho et al., 2020).

O suporte técnico inadequado representa outro desafio importante. Problemas técnicos, como falhas na conexão, sistemas instáveis ou a ausência de assistência imediata, podem interromper as atividades educacionais e causar frustração entre alunos e professores. A falta de infraestrutura tecnológica eficiente prejudica a confiança dos usuários nas plataformas e compromete a continuidade do aprendizado. Portanto, é indispensável que as instituições de ensino invistam em suporte técnico de qualidade e em sistemas mais estáveis para evitar interrupções (Santos et al., 2022; Almeida; Torres, 2023).

A proteção de dados e a privacidade também figuram entre os desafios das plataformas de EAD. A coleta e o armazenamento de grandes volumes de informações pessoais aumentam o risco de vazamentos e violações de privacidade, principalmente quando as plataformas não seguem normas rigorosas de segurança. Esse cenário exige que as instituições priorizem a implementação de medidas como criptografia e políticas claras de proteção de dados, garantindo a segurança das informações dos usuários e o cumprimento de regulamentações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) (Freire; Oliveira, 2022; Medeiros; Silva, 2021).

A qualidade do conteúdo oferecido pelas plataformas de EAD é outro ponto de atenção. Muitas vezes, o material disponibilizado não é adaptado ao ambiente digital, o que prejudica a assimilação dos conceitos. Além disso, a ausência de padronização nos recursos educacionais dificulta a criação de um processo de ensino consistente e eficiente. Para superar esse desafio, é necessário investir na produção de conteúdos interativos e acessíveis, que aproveitem ao máximo as potencialidades das tecnologias digitais (Carvalho et al., 2020; Souza et al., 2023).

O acompanhamento pedagógico no ensino a distância também apresenta desafios, especialmente em turmas grandes, onde a individualização do aprendizado é mais complexa. Professores enfrentam dificuldades para monitorar o progresso de cada aluno e oferecer feedback personalizado, o que pode levar a um aprendizado superficial. Soluções como o uso de inteligência artificial para identificar lacunas no conhecimento e personalizar o conteúdo podem contribuir para mitigar essa questão, mas ainda são subutilizadas em muitos contextos educacionais (Medeiros; Silva, 2021; Freire; Oliveira, 2022).

Outro desafio relevante é a motivação dos alunos, que pode ser afetada pela natureza autônoma do EAD. A falta de interação presencial e o isolamento podem reduzir o engajamento dos estudantes, dificultando a continuidade nos estudos. Para combater esse problema, é essencial que as plataformas de EAD incorporem elementos motivacionais, como gamificação e recompensas, e que os professores adotem abordagens pedagógicas que mantenham os alunos interessados e participativos (Santos et al., 2022; Almeida; Torres, 2023).

A avaliação do desempenho no ensino a distância também apresenta obstáculos, especialmente no que se refere à autenticidade dos resultados. A ausência de controle presencial pode facilitar fraudes ou colaborações inadequadas entre os alunos, comprometendo a integridade do processo avaliativo. A adoção de tecnologias de monitoramento remoto e a diversificação dos métodos de avaliação, incluindo atividades práticas e projetos colaborativos, são estratégias que podem ajudar a superar essa questão (Freire; Oliveira, 2022; Souza et al., 2023).

Assim, a falta de investimentos adequados nas plataformas de EAD é um problema estrutural que afeta sua eficiência e eficácia. Muitos sistemas são desenvolvidos com recursos limitados, o que impacta negativamente a experiência dos usuários. A ampliação de investimentos em infraestrutura tecnológica, capacitação de docentes e produção de conteúdos digitais é indispensável para que as plataformas de EAD possam cumprir plenamente seu papel educacional (Carvalho et al., 2020; Santos et al., 2022).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As plataformas de Educação a Distância apresentam diversas vantagens tanto para educadores quanto para alunos. Entre as principais vantagens estão a flexibilidade no horário e na organização do aprendizado, a redução de custos com deslocamento e materiais didáticos, e a acessibilidade geográfica, permitindo que alunos de diferentes regiões tenham acesso a cursos de qualidade. Além disso, essas plataformas promovem a personalização do aprendizado, oferecendo ferramentas que adaptam o conteúdo às necessidades individuais de cada estudante. A interação entre alunos e professores também é facilitada, criando um ambiente colaborativo de aprendizado, enquanto o uso de tecnologias inovadoras, como inteligência artificial e realidade aumentada, contribui para tornar o ensino mais dinâmico e envolvente.

Entretanto, apesar dos benefícios, as plataformas de EaD também apresentam desafios que devem ser superados. A falta de infraestrutura tecnológica adequada em algumas regiões, a necessidade de um maior treinamento docente para o uso efetivo dessas ferramentas e a exclusão digital, ainda presente em várias localidades, são obstáculos que comprometem a plena implementação e eficiência do modelo de EaD. Além disso, o engajamento dos alunos pode ser impactado pela ausência de interação presencial, exigindo que os educadores busquem novas formas de motivação e acompanhamento remoto.

Para maximizar os benefícios dessas tecnologias, é fundamental que haja investimentos contínuos em infraestrutura tecnológica, acessibilidade digital e na formação dos professores. A capacitação docente, tanto em aspectos pedagógicos quanto tecnológicos, é essencial para que o ensino a distância seja eficaz e alcance seus objetivos. É necessário também que as plataformas evoluam constantemente para atender às necessidades de diferentes perfis de alunos, garantindo que o aprendizado seja acessível a todos, independentemente de sua condição socioeconômica ou habilidade tecnológica.

Assim, os resultados da análise evidenciaram tanto os benefícios quanto os desafios do ensino remoto emergencial durante a pandemia. Observou-se que, em muitas instituições, a adoção de plataformas digitais como Microsoft Teams e Google Meet permitiu a continuidade das atividades acadêmicas, com a realização de aulas síncronas e assíncronas. No entanto, a utilização dessas ferramentas variou significativamente entre as instituições, sendo mais eficaz em algumas do que em outras, principalmente devido a diferenças no acesso a recursos tecnológicos e à capacitação dos professores. Foi identificado que muitos educadores enfrentaram dificuldades no uso adequado das tecnologias educacionais, o que impactou a qualidade das aulas e a interação com os alunos. 

A falta de formação contínua e a resistência ao uso de novas tecnologias foram apontadas como barreiras importantes. Além disso, o cenário de desigualdade no acesso à internet e a equipamentos adequados prejudicou a participação de diversos alunos, especialmente aqueles em regiões periféricas ou de baixo poder aquisitivo, o que gerou um aumento da exclusão digital. Outro resultado importante foi a adaptação das metodologias de ensino, como a sala de aula invertida, que mostrou ser uma estratégia eficaz para engajar os alunos, mesmo em um ambiente remoto. No entanto, os desafios associados ao distanciamento físico e à interação limitada foram evidentes, comprometendo, em alguns casos, o processo de aprendizagem colaborativa.

Dessa forma, os resultados demonstraram que, embora o ensino remoto tenha permitido a continuidade das atividades acadêmicas, ele revelou a necessidade urgente de melhorias nas infraestruturas tecnológicas e de maior investimento na formação dos docentes para que as tecnologias educacionais possam ser efetivamente incorporadas ao processo de ensino-aprendizagem. Constatou-se que, embora o ensino remoto tenha promovido inovações, ele também evidenciou deficiências no acesso a recursos tecnológicos e na capacitação dos professores. A conclusão indica a necessidade de investimentos em infraestrutura digital e formação contínua para docentes, a fim de melhorar o processo educacional e ampliar o acesso à educação de qualidade.

Futuras pesquisas devem explorar maneiras de aprimorar a acessibilidade nas plataformas de EaD, identificando soluções para superar as barreiras tecnológicas e econômicas que ainda limitam o acesso ao ensino a distância. Além disso, é importante investigar estratégias para aumentar o engajamento dos alunos, com foco em métodos interativos, motivacionais e de apoio contínuo. Tais estudos serão fundamentais para a evolução das plataformas, garantindo que elas se tornem cada vez mais inclusivas, eficazes e adaptáveis às necessidades de todos os estudantes.

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Acesso em: 2024-09-03.

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Plataformas de ensino a distância: Análise das vantagens e desafios para educadores e alunos.

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