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Resumo
INTRODUÇÃO
A carreira docente tem enfrentado uma série crescente de obstáculos e adversidades em diferentes contextos e ao longo do tempo, com pesquisas recentes apontando uma tendência alarmante de evasão profissional. No Reino Unido, por exemplo, o magistério é classificado entre as ocupações mais estressantes, com índices de desistência que variam entre 30% e 50% nos primeiros cinco anos de atuação (Gu & Day, 2018). Esse padrão de abandono não é exclusivo desse país, sendo verificado em diversas regiões do mundo, inclusive aqui no Brasil.
Há uma crescente preocupação com um possível “apagão de professores”, no Brasil, estimando-se uma carência de aproximadamente 235 mil docentes na educação básica até o ano de 2040 (SEMESP, 2022). Tal cenário é impulsionado por diversos fatores, entre os quais se destacam a redução na procura por cursos de licenciatura, os elevados índices de evasão nesses programas, o envelhecimento da categoria docente e as condições laborais precárias que levam ao afastamento da profissão.
Dentre essas condições, é possível incluir a infraestrutura deficiente, escassez de materiais pedagógicos, remuneração inadequada, episódios de violência escolar e comprometimentos à saúde física e mental dos profissionais, como estresse crônico, ansiedade e a síndrome de burnout (Bof, Caseiro & Mundim, 2023; SEMESP, 2022). A pandemia da covid-19 intensificou esse quadro crítico, expondo ainda mais a fragilidade das condições de trabalho dos professores e acentuando o debate sobre a necessidade urgente de medidas que enfrentem o esgotamento físico e emocional da categoria, bem como o abandono da profissão docente.
Enfrentar essa realidade exige a compreensão aprofundada de suas causas, a formulação de estratégias eficazes e o desenvolvimento de políticas públicas que promovam a valorização e o bem-estar docente, nesse sentido, destaca-se a importância de identificar os desafios enfrentados pelos professores, bem como as fontes de apoio que sustentam aqueles que permanecem firmes em sua missão educacional. A pesquisa sobre resiliência docente, que examina a capacidade dos educadores de se adaptarem positivamente frente às adversidades da profissão, tem se mostrado fundamental neste cenário (Gu, 2018).
A resiliência, compreendida como um fenômeno complexo, dinâmico e multidimensional (Mansfield, 2021), é influenciada por fatores individuais e contextuais, sendo essencial para compreender os mecanismos que permitem a continuidade do compromisso profissional, mesmo em meio a contextos desafiadores. Assim, estudar a resiliência docente contribui significativamente para entender os elementos que motivam muitos professores a permanecerem na profissão e a manterem o desejo de transformar realidades por meio da educação.
Ao abordar essa temática, este estudo tem como objetivo apresentar uma revisão narrativa da literatura sobre a resiliência docente, com base em pesquisas teóricas e empíricas de diferentes partes do mundo. Enquanto revisão narrativa (Rother, 2007), este estudo pretende discutir a resiliência docente de maneira ampla e qualitativa, destacando os trabalhos de estudiosos importantes nesse campo e estudos empíricos. Embora esse tipo de revisão permita a inclusão de um conjunto seletivo de fontes, potencialmente introduzindo viés e carecendo de rigor metodológico exaustivo, ela continua sendo valiosa para estimular o debate e atualizar o conhecimento sobre o tema (Rother, 2007; Teixeira; Cavalcante, 2020)
CONCEITOS E DOCÊNCIA
A palavra “resiliência” tem sua origem no latim resilio, resilire, formada pelo prefixo re- (que significa “de volta”) e salio (pular ou saltar), remetendo à ideia de retornar ao estado original após um impacto. Inicialmente, esse conceito foi utilizado na física para descrever a capacidade de determinados materiais, como molas ou elásticos, de recuperar sua forma após serem submetidos a pressão ou deformação, mas posteriormente, o termo foi apropriado pelas ciências humanas, inicialmente pela antropologia, e passou a ser amplamente explorado na psicologia.
Nos primeiros estudos psicológicos, a resiliência era concebida como uma característica essencialmente inata, atribuída a fatores biológicos e traços individuais, a partir da década de 1980 entretanto, essa concepção foi significativamente revisada. As abordagens contemporâneas passaram a compreender a resiliência como um processo ativo de enfrentamento das adversidades, enfatizando não apenas a dor e os desafios, mas também o papel dos recursos pessoais e sociais no fortalecimento da superação (Yunes & Szymanski, 2001; Masten, 2014).
Apesar da diversidade conceitual nas distintas áreas do conhecimento, há um consenso de que a resiliência envolve a habilidade de enfrentar situações desafiadoras e adaptar-se positivamente a contextos adversos. Atualmente, entende-se que essa habilidade não é inata, mas pode ser desenvolvida ao longo da vida, por meio de experiências, aprendizados e relações interpessoais (Ungar, 2021).
Qing Gu (2018) argumenta que a resiliência no contexto educacional apresenta especificidades que a diferenciam daquela observada em crianças ou adultos em outras esferas da vida. Segundo a autora, o conceito de resiliência docente pode ser caracterizado por três dimensões fundamentais, sendo a primeira a da Contextualidade, onde a resiliência dos professores está intimamente relacionada ao ambiente em que exercem sua prática profissional, isso inclui não apenas o espaço da sala de aula, mas também o clima institucional, as relações interpessoais, as políticas educacionais em vigor e as práticas de gestão escolar (Gu, 2018; Mansfiel, 2021).
Enquanto a segunda se trata da Vocação e sentido profissional que é onde o exercício da docência está associado a um forte senso de propósito e de missão educacional, essa dimensão vocacional alimenta o compromisso e a persistência dos educadores, mesmo diante de adversidades constantes, e está diretamente vinculada à satisfação pessoal e ao desenvolvimento profissional (Mansfield, 2021).
Concluindo as dimensões o autor cita também a Resiliência cotidiana que além de resistirem a eventos traumáticos ou extremos, os professores enfrentam desafios diários que exigem esforços contínuos de adaptação, a resiliência, nesse sentido, manifesta-se como a capacidade de manter a agência, o engajamento e o compromisso pedagógico, mesmo em contextos marcados por instabilidade, escassez de recursos e sobrecarga de trabalho (Gu, 2018; Mansfield et al., 2021).
A literatura tem reconhecido a resiliência como um componente essencial para a sustentação da carreira docente a longo prazo, Gu e Day (2013, p. 1) destacam que “ensinar, e ensinar com qualidade ao longo do tempo, sempre exigiu resiliência”. Embora frequentemente subestimada, essa capacidade é vital para a permanência e a eficácia dos educadores na profissão. Compreendida como um processo dinâmico, a resiliência docente resulta da interação entre recursos internos, como autoestima, autorreflexão e propósito e fatores contextuais, como apoio institucional, políticas públicas e relações interpessoais. Ela pode ser aprendida, fortalecida e aprimorada ao longo da trajetória profissional (Beltman, Mansfield & Price, 2011; Gu & Day, 2007; Ebersöhn, 2014).
Além disso, a resiliência docente está diretamente ligada a um projeto de vida pautado por valores éticos e morais, como o desejo de provocar mudanças significativas na vida dos alunos. Essa perspectiva amplia a atuação do professor para além da instrução acadêmica, englobando também o compromisso com a equidade, a inclusão e a justiça social (Vergara & Flores-Gómez, 2022).
DESAFIOS E APOIOS
No estudo da resiliência, há um termo conhecido como fatores de risco, que se referem a situações que aumentam a probabilidade de dificuldades e efeitos negativos e em contra mão, existem também os fatores de proteção, que dizem respeito a elementos que favorecem respostas positivas e adaptativas frente às adversidades (Herrman et al., 2011). Quando se trata da resiliência de professores, entretanto, a literatura recente prefere utilizar os termos ‘desafios’ e ‘fontes de apoio’, por serem mais apropriados ao contexto educacional (Beltman, 2021). Esses elementos são geralmente divididos em duas categorias principais: pessoais e contextuais (Mansfield et al., 2016).
Entre os desafios mais recorrentes enfrentados por professores, destacam-se quatro grandes áreas, a primeira está relacionada à formação inicial, frequentemente apontada como deficiente, uma vez que muitos cursos não preparam os docentes para lidar com os desafios reais da sala de aula, especialmente em contextos específicos como o da educação de populações indígenas, quilombolas ou de estudantes em situação de vulnerabilidade. Outro desafio relevante diz respeito à conciliação entre vida pessoal e profissional, pois os professores enfrentam dificuldades para equilibrar as exigências da carreira com as responsabilidades familiares, especialmente diante da carga emocional intensa exigida pela prática docente. (Qing Gu, 2018)
O ambiente escolar também se apresenta como um fator crítico, com desafios como a gestão da sala de aula, a baixa participação dos alunos, a falta de recursos didáticos, a relação com gestores pouco colaborativos e, em alguns casos, o contato difícil com os pais ou responsáveis pelos estudantes. Além disso, muitos docentes enfrentam uma sobrecarga de tarefas, envolvendo não apenas o ensino, mas também atividades administrativas, participação em reuniões, cumprimento de metas e exigências de políticas educacionais que, muitas vezes, não consideram a realidade local.
Apesar dessas dificuldades, existem fontes de apoio que funcionam como elementos de sustentação para que o professor consiga se manter firme em sua trajetória profissional, apoios de ordem pessoal que incluem atributos como motivação, senso de propósito, perseverança, criatividade, habilidade de refletir sobre a prática pedagógica, conhecimento sobre o processo de aprendizagem dos alunos e cuidados com a própria saúde mental. No plano contextual, o suporte da equipe gestora, a cooperação entre colegas, a construção de vínculos positivos com os estudantes e a existência de redes de apoio profissional são fundamentais para o fortalecimento da resiliência docente.
Mansfield e colaboradores (2020) propuseram um modelo de organização desses fatores de apoio em quatro grandes dimensões. A primeira se refere à construção de relacionamentos interpessoais saudáveis, tanto no ambiente de trabalho, com colegas, lideranças e estudantes, quanto na vida pessoal, com familiares e amigos. A segunda dimensão diz respeito ao bem-estar, com foco na manutenção da saúde mental e em estratégias para lidar com o estresse. A terceira aborda a motivação como elemento essencial para manter o engajamento com o ensino e com o processo de aprendizagem. A quarta dimensão envolve o desenvolvimento da competência emocional, entendida como a capacidade de reconhecer e lidar com os próprios sentimentos e tensões do cotidiano escolar.
Em uma pesquisa longitudinal desenvolvida por Gu e Day (2021), os autores destacaram que o envolvimento com os alunos, o apoio da equipe escolar e o sentimento de pertencimento à comunidade educativa são fatores determinantes para a manutenção do comprometimento e da resiliência dos professores. Essa relação entre desafios e fontes de apoio é dinâmica e varia de acordo com a fase da carreira em que o professor se encontra, com as características pessoais e com o contexto institucional em que atua, entender essas variações é fundamental para criar estratégias eficazes de valorização e permanência docente.
Uma outra pesquisa conduzida na Irlanda com professores em início de carreira reforça que a simples eliminação de dificuldades não é suficiente para sustentar os profissionais na educação (Morgan et al., 2010). O que faz a diferença é a presença constante de experiências positivas, como a construção de relações afetivas com os alunos e a valorização por parte da equipe escolar, esse estudo também revelou que a frequência dessas vivências positivas tem mais impacto na construção da resiliência docente do que a intensidade isolada de momentos marcantes
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
Ao longo da trajetória profissional de um professor, é inevitável o enfrentamento de diversos desafios e adversidades e nesse aspecto, a resiliência, entendida como a capacidade de superar tais obstáculos, revela-se como uma estratégia essencial para a continuidade e a eficácia da prática docente. Ainda que os desafios e as fontes de apoio variem conforme os indivíduos e os contextos, um ponto comum entre eles são as relações humanas, que podem ser tanto um obstáculo quanto um suporte, dependendo de como são estabelecidas e mantidas.
Relações pautadas na confiança e no apoio são, portanto, identificadas como essenciais para o desenvolvimento da resiliência docente, conforme apontam diversos estudos. A profissão docente é, por natureza, relacional, exigindo interações constantes tanto no âmbito profissional com colegas, gestores escolares, estudantes e suas famílias, quanto no pessoal com familiares, amigos e redes sociais. O equilíbrio entre essas esferas, especialmente entre vida familiar e trabalho, constitui um desafio considerável, pesquisadores têm apontado que a resiliência é uma construção relacional, sendo chamada, inclusive, de resiliência relacional.
Estudos recentes sobre o tema, sobretudo aqueles baseados em modelos contextuais e sistêmicos, têm investigado como os diversos níveis do ambiente em que os professores atuam influenciam, e são influenciados, pelas práticas e pela resiliência desses profissionais. A literatura evidencia que a resiliência não é uma responsabilidade apenas individual, mas também das instituições escolares e dos órgãos governamentais, os desafios relacionados à ausência de apoio por parte da gestão escolar, bem como à imposição de políticas públicas que geram sobrecarga de trabalho e regulamentações externas, são constantemente destacados como fatores que afetam negativamente a resiliência dos professores.
Assim, líderes escolares e autoridades públicas têm um papel fundamental na promoção da qualidade da educação ao garantir recursos adequados e criar condições que favoreçam o desenvolvimento e a sustentação da resiliência docente. Quando os líderes escolares desenvolvem resiliência, eles também se tornam capazes de apoiar e inspirar os demais, contudo embora a resiliência seja crucial, ela não é o único fator determinante. É igualmente importante fomentar a autonomia responsável desses líderes, para que possam transformar positivamente seus contextos educacionais, algo que, infelizmente, muitas vezes é dificultado pelas próprias políticas públicas.
Diante disso, a concepção de resiliência docente passou por uma evolução teórica significativa, ao reconhecer que essa característica não é inata, podendo ser cultivada e fortalecida ao longo do tempo e essa perspectiva se alinha com os pressupostos da Psicologia Positiva, que identificam 24 forças pessoais presentes em todos os indivíduos em graus distintos e destacam que tais forças são passíveis de desenvolvimento. Dentre elas, estão características como altruísmo, autoconfiança, habilidades interpessoais e capacidade de resolução de problemas, no entanto, um aspecto essencial que ainda carece de maior aprofundamento teórico no campo da resiliência docente é o tema do propósito moral ou projeto de vida ético.
Apesar de ser frequentemente citado como uma das principais fontes de suporte individual, essa dimensão tem sido tratada de maneira conceitualmente frágil, com a utilização de terminologias variadas como “senso de propósito moral”, “zelo missionário” ou “propósito moral”, a esse respeito, William Damon propôs um conceito específico de projeto de vida, compreendido como um objetivo significativo de longo prazo que transcende o indivíduo e impacta positivamente o mundo ao redor.
Já Viktor Frankl, filósofo e neuropsiquiatra austríaco, entende o sentido da vida, como um conceito mais abrangente que inclui o projeto de vida, como o principal fator motivacional do ser humano, sendo este sentido direcionado para além de si mesmo, baseado na consciência, na liberdade e na responsabilidade de fazer escolhas significativas. Ambos os autores adotam uma visão salutogênica, ou seja, voltada para os fatores que promovem e sustentam a saúde e o bem-estar humano. Essa abordagem está em consonância com pesquisas que apontam a importância das experiências positivas no fortalecimento da resiliência, sugerindo, assim, que temas como projeto de vida e bem-estar devem ser mais explorados e aprofundados no campo da resiliência docente.
Tais reflexões tornam-se ainda mais pertinentes diante do cenário de evasão da profissão docente no país, porque em geral, os professores brasileiros são preparados para lidar com os aspectos instrucionais e políticos da docência, ainda que com algumas limitações, mas frequentemente não recebem formação adequada para enfrentar as exigências socioemocionais da carreira. Destaca-se também o potencial da mentoria como fonte de apoio contextual, recurso que ainda é pouco utilizado no Brasil, um exemplo bem-sucedido é o Programa de Mentoria da Universidade Federal de São Carlos, que há mais de vinte anos colabora para o desenvolvimento profissional de professores em formação e seus mentores em diversas áreas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em síntese, embora o campo da resiliência docente ainda seja considerado relativamente recente no cenário educacional, ele apresenta um potencial significativo para aprimorar a compreensão sobre os fatores que contribuem para a permanência e o bem-estar dos professores em suas trajetórias profissionais. Ao longo deste trabalho, ficou evidente que a resiliência não deve ser entendida como uma qualidade fixa ou inata, mas sim como uma competência que pode ser desenvolvida ao longo do tempo, mediante práticas reflexivas, suporte institucional adequado e ambientes de trabalho favoráveis.
A resiliência docente se configura como um fenômeno complexo, resultante da interação entre aspectos individuais, como propósito de vida, habilidades interpessoais e autoconfiança, com elementos contextuais, como a cultura institucional, o apoio da gestão escolar e as políticas públicas voltadas à valorização do magistério. Como discutido por Gu e Day (2018) e confirmado por estudos mais recentes (Beltman, 2021; Hascher et al., 2021), a presença de relações humanas positivas, baseadas na confiança e na colaboração, é um dos principais fatores de fortalecimento da resiliência entre os professores. Nesse sentido, a promoção de um ambiente escolar acolhedor, participativo e cooperativo torna-se essencial para o florescimento da resiliência relacional, conceito cada vez mais valorizado nas pesquisas da área.
Ademais, a liderança escolar tem um papel estratégico na construção de contextos educativos mais resilientes, quando os gestores atuam de forma democrática, exercendo uma liderança transformacional e inspiradora, eles contribuem não apenas para o desenvolvimento profissional dos professores, mas também para a melhoria da qualidade do ensino como um todo (Gomes; Pimenta, 2022). Outro fator relevante identificado nesta revisão é o projeto de vida dos docentes, entendido como um propósito ético e de longo prazo, que impulsiona a atuação profissional e confere sentido à prática pedagógica. Esse elemento tem sido associado ao bem-estar, à saúde mental e à satisfação com a carreira (Tavares, 2023).
A presente análise também aponta para a necessidade de investimentos na formação inicial e continuada dos professores, incorporando temas como habilidades socioemocionais, autocuidado, bem-estar e construção de propósitos, tais dimensões ainda são pouco exploradas nos currículos dos cursos de licenciatura, especialmente no Brasil (Libâneo, 2020). A implementação de programas de mentoria, como o da Universidade Federal de São Carlos, mencionado por Mizukami e Reali (2019), revela-se como uma alternativa eficaz para oferecer suporte contextual e fortalecer a identidade docente, essas iniciativas podem ser ampliadas e adaptadas a diferentes realidades escolares do país.
Por fim, destaca-se a carência de estudos longitudinais e de pesquisas que investiguem diretamente os contextos onde os professores atuam, levando em conta a diversidade de vozes e experiências, incluindo líderes escolares, estudantes, familiares e demais atores educacionais. Essa lacuna metodológica foi apontada por Wosnitza e Peixoto (2018) e permanece atual, exigindo novos esforços da comunidade científica. Portanto, fomentar a produção de conhecimento sobre a resiliência docente no Brasil e propor ações estruturadas que integrem o desenvolvimento pessoal, relacional e institucional dos educadores é fundamental para a construção de um sistema educacional mais justo, acolhedor e sustentável.
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