Os benefícios da música na educação especial

THE BENEFITS OF MUSIC IN SPECIAL EDUCATION

LOS BENEFICIOS DE LA MÚSICA EN LA EDUCACIÓN ESPECIAL

Autor

Anne Cintya Cordeiro Carmo da Costa
ORIENTADOR
Prof. Dr Ricardo Militão de Lima

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/62C720

DOI

Costa, Anne Cintya Cordeiro Carmo da . Os benefícios da música na educação especial. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

A discussão hoje acerca deste assunto é grande e mostra que é muito importante aplicar o lúdico no cotidiano da criança especial. Muitos aspectos da criança são desenvolvidos quando se utiliza jogos e brincadeiras na prática. A música é um dos recursos utilizados no processo de ensino das crianças e contribui para que elas se interajam com mais facilidade. A afirmação básica que se pode justificar neste trabalho é que o lúdico hoje tem grande destaque na Educação especial. O presente artigo teve como objetivo geral apresentar a musicalização como atividade lúdica contribuinte para o desenvolvimento da do aluno na Educação especial. A metodologia aplicada foi uma pesquisa bibliográfica com método qualitativo baseada na revisão de literatura bibliográficas nacionais das publicações pesquisadas no google acadêmico . A música integra-se como uma ferramenta poderosa no processo de construção de uma sociedade justa e inclusiva, proporcionando aos alunos da educação especial não apenas uma forma de aprender, mas também de expressar sua personalidade e potencial humano.
Palavras-chave
música; educação especial; lúdico.

Summary

The current discussion on this subject is extensive and shows that it is very important to apply play in the daily lives of special needs children. Many aspects of a child are developed when games and play are used in practice. Music is one of the resources used in the teaching process of children and helps them interact more easily. The basic statement that can justify this work is that play is currently very important in special education. The general objective of this article was to present music as a playful activity that contributes to the development of students in special education. The methodology applied was a bibliographical research with a qualitative method based on the review of national bibliographical literature of publications researched in Google Scholar. Music is integrated as a powerful tool in the process of building a fair and inclusive society, providing special education students not only with a way to learn, but also to express their personality and human potential.
Keywords
music; special education; play.

Resumen

El debate actual sobre este tema es genial y demuestra que es muy importante aplicar el juego en la vida diaria de los niños especiales. Muchos aspectos del niño se desarrollan cuando se utilizan juegos y juegos en la práctica. La música es uno de los recursos utilizados en el proceso de enseñanza de los niños y les ayuda a interactuar más fácilmente. La afirmación básica que puede justificar este trabajo es que el juego tiene hoy un gran protagonismo en la educación especial. El objetivo general de este artículo fue presentar la musicalización como una actividad lúdica que contribuye al desarrollo del estudiante en Educación Especial. La metodología aplicada fue una investigación bibliográfica con método cualitativo basado en la revisión de literatura bibliográfica nacional de publicaciones buscadas en Google Scholar. La música se integra como una poderosa herramienta en el proceso de construcción de una sociedad justa e inclusiva, brindando a los estudiantes de educación especial no sólo una forma de aprender, sino también de expresar su personalidad y potencial humano.
Palavras-clave
música; educación especial; juguetón

INTRODUÇÃO

A música é um dos recursos utilizados no processo de ensino das crianças e contribui para que elas interajam com mais facilidade. A afirmação básica que se pode justificar neste trabalho é que o lúdico hoje tem grande destaque na Educação Especial. A discussão hoje acerca deste assunto é grande e mostra que é muito importante aplicar o lúdico no cotidiano da criança especial. Muitos aspectos da criança são desenvolvidos quando se utiliza jogos e brincadeiras na prática.

A metodologia aplicada foi uma pesquisa bibliográfica com método qualitativo baseada na revisão de literatura bibliográficas nacionais das publicações pesquisadas no google acadêmico e após selecionar um quantitativo de material que fosse suficiente para subsidiar a pesquisa, então se procedeu à leitura para identificar citações mais específicas ao estudo a ser realizado.

Nessa senda, o presente artigo teve como objetivo geral apresentar a musicalização como atividade lúdica contribuinte para o desenvolvimento da do aluno na Educação especial.

Visando atender ao objetivo desta pesquisa, este trabalho encontra-se estruturado em quatro tópicos, apresentados a seguir: O primeiro faz um breve apanhado sobre o assunto pesquisado, onde é apresentado o tema e problema da pesquisa, os objetivos a serem alcançados, bem como a justificativa para sua realização. No segundo, encontra-se o referencial teórico, o qual traz os principais conceitos voltados ao tema do trabalho. O terceiro expõe as considerações finais. Por fim, encontra-se a relação da bibliografia usada na elaboração do trabalho.

EDUCAÇÃO ESPECIAL E MÚSICA

A educação especial e inclusiva nos leva a pensar sobre a inclusão e as pessoas com deficiência, as políticas adotadas em relação a essas disciplinas e a implementação de leis educacionais que norteiam os procedimentos em relação a essa clientela, e a posição que deve ser assumida pelos professores de música (Flores, 2019).

Ao longo dos anos foram estabelecidos leis, princípios, decisões, despachos e pareceres, que foram importantes e importantes para analisar os métodos adotados para a inclusão e quais serão os próximos passos, a fim de implementar a educação inclusiva. Em muitos lugares, a educação faz parte de tudo o que é importante, com o objetivo de tornar a escola um lugar para todos.

A Constituição Federal de 1988, no art. 208, garante aos alunos com necessidades especiais o direito de criar programas de prevenção e atendimento especial, e assistência às famílias responsáveis.

A Lei nº 9.394/96 (LDB), em seu capítulo V, trata diretamente da Educação Especial e, especialmente em relação ao Art. 58, traz a seguinte definição: “Entende-se Educação Especial, para os fins desta lei, como modalidade de educação escolar, preferencialmente ministrada na rede geral de ensino, para alunos com necessidades especiais” (Brasil, 1996). Continua, em seu art. 59, destaca que para um atendimento de qualidade, o corpo docente deve ser capacitado para que, independentemente de seu método e necessidade, os alunos recebam orientação e ensino adequados.

A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2008) é um importante documento que contém, de forma concisa, importantes orientações e informações sobre a implantação da inclusão nas escolas e a garantia do suporte necessário aos alunos, internamente suas limitações, podem participar e aprender. Assim, a Educação Especial, segundo o parecer: “passa a fazer parte da proposta de ensino na escola normal, promovendo o atendimento de alunos com deficiência, transtornos do desenvolvimento global e altas habilidades/desenvolvimento” (Brasil, 2008, p. 11).

Em 2015, foi elaborado o Estatuto da Pessoa com Deficiência, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão, estabelecendo, em relação à educação, que:

constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem (Art. 27).

Portanto, com a experiência relacionada à Educação Especial percebe-se a necessidade de aumentar os conhecimentos e processos relacionados ao assunto, para que neste contexto haja preparo para lidar com esta situação. É possível perceber que apesar do grande sucesso em termos de direitos desses públicos-alvo, são várias as falhas e arestas encontradas na prática envolvendo alunos com necessidades especiais e seus cuidados e, para mudar essa situação, o ato de ensinar, a atitude dos professores é muito importante, e observa-se a música como algo que ajuda no desenvolvimento da criança (Silva, 2021). 

A Educação Especial baseia-se no conceito de Educação Inclusiva visa ressignificar as práticas docentes, em busca de reorientar o conhecimento e os processos de aprendizagem de forma inclusiva pelo professor (Oliveira, 2020).

A educação musical inserida na educação especial ainda está nos estágios formativos de desenvolvimento de paradigma. Portanto, é por meio da ação das pessoas envolvidas nessa aprendizagem específica que podem ser encontrados benefícios na música e na educação especial. Cabe aos profissionais, contribuir para o fortalecimento da educação musical na escola e na sociedade (Flores, 2019).

Na escola, a música visa potencializar e facilitar a aprendizagem dos alunos, pois instrui a ouvir de forma emocional e expressiva. A educação deve ser vista como um processo normal, permanente e contínuo, que requer diferentes tipos de estudos para o seu desenvolvimento, pois em qualquer lugar sempre existirão diferentes condições familiares, sociais, ambientais e emocionais (Flores, 2019).

A música é uma expressão da arte e da cultura popular, que envolve principalmente o sentido da audição, que estabelece uma relação entre as pessoas e o seu meio e está ligada à dança. No momento não temos uma definição precisa para pensá-la, tornando-a uma “arte do passado”, ela pode estar ligada a períodos históricos, região, escolha pessoal, movimentos sociais, busca por críticas, entre outras coisas  (Barbosa Júnior, 2023).

A utilização da educação musical, na educação especial, é feita por meio de mediações que possibilitam ao aluno o aprimoramento no processo educativo, que inclui fatores biopsicossociais com o objetivo de reduzir suas dificuldades e facilitar sua integração na escola e no meio social (Flores, 2019).

Uma combinação de vários sons, ritmo, harmonia é a música, que segue um arranjo prévio ao longo do tempo. Sabe-se que é uma forma de linguagem que utiliza voz, instrumentos musicais e outras coisas para expressar algo a outra pessoa. Em sentido amplo, é associação temporária de sons e silêncio (pausa). Em sentido estrito, é a arte de conectar e transmitir efeitos sonoros harmoniosos e esteticamente válidos, que podem ser transmitidos por voz ou instrumentos musicais (Silva, 2021).

A música pode conter canções arranjadas ou improvisadas e tem como principal função expressar emoções, assim como qualquer linguagem artística. Tem um papel importante na sociedade; através da sua expressão o compositor pode expressar sentimentos, criticar, negar, etc. (Barbosa Júnior, 2023).

Na escola, a música é uma das formas mais eficazes de chegar às crianças e aos jovens; cria uma atmosfera de felicidade, ordem, disciplina e entusiasmo que é muito importante em todas as atividades escolares (Snyders, 1994).

A educação musical, segundo Flores (2019), pode ser responsável pela aprendizagem e desenvolvimento de diversas habilidades humanas, como movimento, arte e fala imagens auditivas , imaginação e produção de sons internos. A música pode ser uma atividade muito agradável para pessoas com deficiência, incluindo ajuda na socialização, autoconfiança e compreensão de outros ambientes da informação. Contudo, para atingir eficazmente estes objetivos, é necessário o professor de música usar materiais didáticos que o ajudem a explicar uma abordagem baseada nas necessidades específicas dos alunos.

A música evoluiu ao longo dos séculos, resultando em uma variedade de gêneros, estilos e formas de música. Dividi-las em gêneros, sub categorias e estilos é uma tentativa de distinguir cada composição em termos objetivos, nem sempre fáceis de definir. As principais categorias aceitas para classificação são: clássico, operístico, instrumental, popular, folclórico/étnico/tradicional e sagrado/religioso, cada uma dessas categorias possui outras centenas de categorias (Snyders, 1994).

Como a música não é algo raro, cada artista é sempre influenciado por outros gêneros, por isso deve ser considerados a classificação da música como uma forma útil de estudar e vender, mas nem sempre é suficiente para conter um determinado tipo de produção. Cada composição ou performance pode se enquadrar em mais de um gênero ou estilo e muitos consideram isso um método artificial de classificação que não respeita a diversidade da música. Porém, a classificação dos gêneros busca agrupar as músicas de acordo com características comuns (Silva, 2021).

A história da música se conjuga com diferentes tipos de comunicação e com a história do desenvolvimento intelectual e da própria cultura humana, surge da necessidade de organizar esses diferentes sons que são produzidos (Coelho, 2022); música é uma atividade artística por excelência, uma manifestação estética, mas com especial intenção a uma mensagem emocional, é um meio de comunicação que permite transmitir e recepcionar certa mensagem  (Sekeff, 2007).

Apesar de não haver definição concreta sobre o conceito de música pode-se dizer que ela não é um fenômeno natural, uma linguagem normal, um discurso verbal, uma língua, um ruído, não é só sua representação gráfica (partitura), pois ela necessita de alguém para executá-la e não é tonalizante, ou seja, não têm o mesmo sentido para todos que a ouvem (Coelho, 2022).

No contexto educacional, a música é muito importante no processo de ensino-aprendizagem,  possibilitando o  trabalho de forma diferenciada e oferecendo  aos alunos diferentes formas de expressar ou adquirir conhecimentos (Sekeff, 2007).

O aprendizado pela arte na música pode mostrar outro caminho possível se se deseja criar uma educação musical nas escolas de ensino fundamental que contribua para a formação de pessoas mais sensíveis, solidárias, críticas e transformadoras, quando a criação abre a oportunidade de pensar em um mundo melhor ( Beineke, 2012, página 56).

O termo “Educação Musical” abrange mais do que a iniciação musical formal, nomeadamente, A educação musical é uma introdução à educação musical formal e a todo o processo educacional, incluindo cursos de graduação e pós-graduação; A educação musical é sobre ensinar e aprender instrumentos e outros focos; A educação musical é o ensino e aprendizagem informal de música. Assim, este termo inclui todas as situações que envolvem o ensino e/ou aprendizagem de música, independentemente de dentro dos sistemas escolares e educativos, ou sem eles (Bréscia, 2003). 

No cotidiano da escola, a música torna-se um recurso que promove a interação social e cultural. Também pode trabalhar questões cognitivas dos alunos, pois ajuda a desenvolver a criatividade e as habilidades de leitura e escrita. A própria música, com sua representação gráfica, pode ser considerada uma ferramenta muito importante em sala de aula para a aprendizagem infantil (Grossi, 2017).

A música deve ser utilizada no processo pedagógico de forma significativa, ela deve ser visualizada dentro das possibilidades de contextualização com respeito e  sensibilidade.  O trabalho é amplo e se considerando a linguagem artística, cabe ao educador se apropriar desse recurso e planejar uma sequência didática prazerosa (Barbosa Júnior, 2023).

A música tem como ponto positivo a sutileza em muitos dos seus ritmos. Os ritmos instrumentais trazem o prazer do relaxamento que faz com que o cérebro opere em um ritmo mais tranquilo o que propicia estímulos para a aprendizagem. Conforme Avellar (2005), por meio da música a criança entra em contato com o mundo letrado e lúdico. Ensinar utilizando-se da música, ajuda a criança a valorizar uma peça musical, teatral, concertos, pois dando a oportunidade de construir sua autonomia, criatividade, aquisição de novos conhecimentos e criticidade.

A criança não é um ser estático, ela interage o tempo todo com o meio e a música tem esse caráter de provocar esta interação, pois ela traz em si ideologias, emoções, histórias que muitas vezes identificam com as de quem as ouvem. Entendemos que é preciso salientar que a música na Educação Infantil significa o trabalho com a linguagem musical, exploração dos sons, resgate cultural, repertório musical da infância, conhecimentos esses que não necessitam formação específica (musical) do educador (Oliveira, 2001).

De acordo com Polato (2009), a música está presente na vida do ser humano desde os tempos mais remotos. A presença dela é incontestável. Conforme eles há relatos na história de povos antigos como Grécia, Israel, Roma e outros, onde a música está presente em festas e rituais de todos os tipos, como por exemplo: nascimentos, mortes, casamentos recuperação de doenças, fertilidade, em momentos de louvor a líderes e em procissões reais.

Conforme Negrine (2016), ao iniciar escolar, em torno de 2 anos de idade, a criança estabelece vínculo com o professor, permitindo ao educador identificar os primeiros sinais de dificuldades de aprendizagem que ela possa ter. Percebe-se que a música usada como ferramenta pedagógica favorece na transformação do ambiente escolar, o tornando um lugar alegre e prazeroso, onde são estabelecidas o gosto musical pela audição e canto, contribuindo na socialização e desenvolvimento da linguagem das crianças com demais participantes da comunidade escolar.

E segundo Mársico (2011, p. 53) “A música contribui com a aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento cognitivo, linguístico, psicomotor e socioafetivo da criança”. Ainda segundo o autor citado, a música atua como facilitadora do processo ensino aprendizagem, tornando a escola um lugar mais estimulante, receptivo e amplia o conhecimento musical do aluno. Entendemos que o ato de cantar alegra a alma, une a pessoas, desenvolve a linguagem, o raciocínio lógico abstrato através da melodia, do ritmo da pronúncia e segundo Kramer (2003) enfatiza a importância do ato de cantar para o desenvolvimento integral da criança sendo este instrumento um forte aliado na alfabetização das crianças.

É necessário atenção e promoção da musicalização para crianças especiais em diversas situações, como na leitura de textos, parlendas, poesias, introduzindo a melodia e ritmo de forma prazerosa e conforme Bréscia (2013), considera que o contato e a prática da música auxiliam potencialmente a aprendizagem, principalmente no raciocínio lógico e abstrato e na memória.

A música se configura, portanto, além de uma atividade prazerosa, uma atividade de ganhos incalculáveis e imprescindíveis ao desenvolvimento que sucede a infância, pois todas essas aquisições são necessárias ao bom desempenho de qualquer atividade. Além disso, quanto mais cedo a criança começar as atividades com músicas, mais provável será desse aprendizado ser efetivo. Isso porque atualmente os estímulos visuais sobrepõem os auditivos, dificultando o desenvolvimento dessa sensibilidade (Beyer; Kebach, 2011).

A música além de contribuir para a vida social dos alunos contribui também com a relação entre alunos e professores, facilitando o processo de aprendizagem. A utilização da música faz o ambiente da criança especial mais divertido e descontraído, facilitando assim, a expressão do pensamento e das emoções, além de ser uma excelente ferramenta a favor de alunos e professores, auxiliando o processo de aprendizagem, se assim for bem planejado e executado de forma lúdica e prazerosa. Percebe-se a importância da música como ferramenta de trabalho de como pode trabalhar pontos importantes e essenciais como a autoestima e autoconhecimento. Segundo Mársico (2011, p. 37) “A música seria o conhecimento apropriado para “educar a alma”, ou seja, promover conhecimento e sabedoria ao cidadão”.

Além da possibilidade de entretenimento, tem-se na música um importante recurso para trabalhar outras disciplinas. O professor pode, por exemplo, escolher uma música que fale do assunto que pretende explicar, tornando a aula mais dinâmica e contribuindo para que o aluno guarde as informações com mais facilidade. 

É preciso desmistificar a ideia de que o trabalho com música visa, exclusivamente, a formação de músicos. Na realidade a função da música, de acordo com o que vem sendo delineado, é se tornar um suporte para aprendizados futuros: aumentar a concentração, facilitar a expressão de emoções, memória, coordenação motora, socialização e contribuir para a cultura de um modo geral (Coelho, 2022). 

Os jogos e brincadeiras musicais são recursos muito utilizados na educação infantil, neles estão incluídas cantigas, parlendas, as rodas e cantos, o brincar acontece dentro e fora da escola, porém é na instituição de ensino que essas brincadeiras e jogos são monitorados pelo educador para que haja realmente um aprendizado significativo (Avellar, 2011).

Se faz necessário a atenção e sensibilidade do educador ao observar as reações das crianças durante o ato de brincar, para que assim o educador possa avaliar o desenvolvimento pleno da mesma. Jogos e brincadeiras, musicais ou não, se tornam mais produtivas na vida de uma criança especial, quando possuem planejamento de acordo com a faixa etária.  A música deve ser apresentada à criança com ludicidade, nunca se esquecendo dos conhecimentos básicos da música, conforme o RCNEI (Brasil, 2008, p. 52) “[…] registros grave ou agudo (altura), tocando forte ou fraco (intensidade), produzindo sons curtos ou longos (duração) […]”.

Isso favorece a relação afetiva entre aluno X aluno, aluno X professor, facilitando o processo de construção do conhecimento. O ato de memorizar, como vimos anteriormente, é importante para realizações de atividades do cotidiano. Porém em outros momentos é preciso que o momento de musicalização aconteça livremente, é importante que o educador favoreça subsídios para que a criança crie seu próprio repertório, é necessário que a criança tenha acesso a vários estilos musicais. A criança precisa descobrir os sons, descobrir o que lhe proporciona prazer, seja através da voz, do corpo, brinquedo ou de um simples objeto (Brito, 2001).

Antunes (2008, p.108), ”O professor bem fundamentado usa esses momentos na escola a outros momentos em que a criança tem a oportunidade de criar e/ou compreender conceitos musicais a partir da vivência”. Não se pode deixar de lembrar que Jogos e brincadeiras independentemente se há ou não música, são recursos que fazem parte da infância de qualquer criança e isso deve ser respeitado. Na escola além de ser prazeroso para a criança, o professor deve estar atento para que esses momentos se tornem produtivos, e por isso devem ser planejados de acordo com cada idade (Ilari; Broock, 2013).

Ao trabalhar música é importante a variedade de meios capazes de ampliar novas possibilidades de expressões. Através da música  é possível formular brincadeiras, nas quais os alunos possam experimentar todos os tipos de combinações e permutas de formas corporais, sociais e de pensamentos. De regras que tornaram muito mais difícil se fossem regidos apenas por valores imediatos de sobrevivência ou mesmo com rigidez e autoritarismo (Brito, 2013). 

A música utilizada na educação inclusiva de pessoas com deficiência é uma ferramenta didática para o desenvolvimento da mente, do motor e do bem-estar do grupo, além de ser uma atividade social, visto que funciona em grupo. O que segundo o autor: Trabalho criativo e inclusivo. Atrai e envolve os alunos, atua como motivador, estimula a área cerebral, melhora a criatividade, a autoconfiança, a capacidade de concentração, a sociabilidade e a expressão física (Barreto; Silva, 2004).

Como pode ser visto pelos autores, fazer música é um processo amplo conhecimento, onde o aluno encontrará formas de se expressar na música. Ambos estão focados nisso, observando a consciência do som, que faz parte do conteúdo da música.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta pesquisa foi baseada em uma revisão bibliográfica com abordagem qualitativa. O levantamento de material foi realizado em bases de dados nacionais e internacionais, com ênfase em publicações disponíveis no Google Acadêmico. Após identificar um conjunto significativo de textos, os materiais foram analisados ​​para selecionar aqueles com maior pertinência ao tema investigado, buscando informações específicas e relevantes para o estudo.

Adotou-se como referência teórica um modelo que integra diversas fontes acadêmicas, incluindo livros, teses, dissertações, periódicos científicos, e anais de encontros acadêmicos. Essa estratégia visa fornecer embasamento teórico consistente e alinhado aos objetivos da pesquisa, permitindo a caracterização como um trabalho científico fundamentado na literatura já publicada. A natureza qualitativa da investigação possibilitou explorar as considerações em profundidade, com foco na descrição, interpretação e comparação de diferentes perspectivas sobre os temas analisados.

A seleção dos artigos destes critérios específicos de inclusão, como publicações que abordaram a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Especial com foco na acessibilidade, na inclusão pedagógica e na adaptação de metodologias para atender a alunos com necessidades especiais. Além disso, priorizaram-se artigos publicados em periódicos indexados, com relevância acadêmica e disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol.

Por outro lado, foram excluídos materiais que não foram apresentados em relação direta com os objetivos do estudo, incluindo textos de caráter opinativo, sem rigor metodológico ou que não abordassem a temática de forma científica. Essa triagem foi essencial para garantir a qualidade e a confiabilidade das informações, direcionando a pesquisa para um corpus de textos que sustentam a proposta de análise.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A música, como linguagem universal e expressiva, facilita a comunicação, a socialização e o desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento emocional, e fornece métodos de aprendizagem acessíveis e significativos para alunos com diversas deficiências.

Um dos pontos mais relevantes é que a música não só contribui para a aquisição de determinadas habilidades, como coordenação motora fina, compreensão auditiva e linguagem, mas também melhora a autoestima e a saúde dos alunos. Para muitos alunos com deficiência, a música apresenta-se como uma forma de expressão que transcende as limitações impostas pelas suas condições, um meio de inclusão social e educacional.

Além disso, os métodos de ensino que utilizam a música na educação especial ajudam a criar um ambiente de aprendizagem colaborativo e dinâmico, onde se incentiva o respeito às diferenças e a valorização das capacidades individuais.  A formação contínua e a colaboração entre profissionais de diferentes áreas, como educadores musicais, terapeutas ocupacionais e psicólogos educacionais, são essenciais para maximizar os benefícios da utilização da música neste contexto.

A música leva para as crianças com deficiência leveza, esperança, felicidade e descobrem através dela, suas emoções e se sentem incluídas porque quando ouvida todos entram em estado de êxtase. Uma sala de aula que contém seu plano de aula ensinamentos através da música é uma sala de aula mais animada e feliz, e sendo assim, o aprendizado sem dúvida é de grande valia. 

Por fim, a inclusão da música na educação especial não se limita ao desenvolvimento de habilidades musicais, mas está profundamente ligada à promoção de uma educação humanizada e inclusiva, que valorize o indivíduo como um todo. Portanto, a música integra-se como uma ferramenta poderosa no processo de construção de uma sociedade justa e inclusiva, proporcionando aos alunos da educação especial não apenas uma forma de aprender, mas também de expressar sua personalidade e potencial humano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBINATI, Maria Eugênia Castelo Branco. Artes visuais. Artes II. Belo Horizonte. 2009. 

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica. São Paulo: Loyola, 1994. BARBOSA JUNIOR, Elenisio Rodrigues. 

BARRETO E SILVA. Música Como Meio de Desenvolver a Inteligência e a Integração

do ser.2004. Disponível em :  www.musicaeadoraçao.com.br. Acesso em 2 de dez de 2024. 

BEINEKE,V. Aprendizagem criativa e educação musical: trajetórias de pesquisa e perspectivas educacionais. Educação, Santa Maria, v. 37, n. 1, p. 45-60, 2012.

BRASIL.  Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, DF: MEC; Seed, 2008.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Lei 9394, de 23 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Ministério da Educação, 1996.

BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília, 1994.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC; Seed, 2010.

BRASIL. LBD. Lei 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em < www.mec.gov.br>. Acessado em 13 de abril de 2024.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte. Caracterização da área de arte. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação musical: bases psicológicas e ação preventiva. São

Paulo: Átomo, 2003.

CORREA, Thiago Pessanha. Melodias de resistência: a música como voz e força transformadora no Brasil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 08, Ed. 12, Vol. 04, pp. 54-72. Dezembro de 2023. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/arte/melodias-de-resistencia, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/arte/melodias-de-resistencia. Acesso em 2 de dez  de 2024.  

COELHO, Vera Lúcia. Música e Educação Especial: Abordagens Inclusivas no Ensino Musical. São Paulo: Paco Editorial, 2022.

CUNHA, S. R. V. da. As artes no universo infantil. Porto Alegre: Mediação, 2012.  

FISCHER, Ernst. A Necessidade da Arte. Tradução de Leandro Konder. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967 / 1983. 

FLORES, Marcos Flávio Marques. Concepções e práticas inclusivas de educação musical em uma escola de educação especial. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 10, Vol. 12, pp. 20-39. Outubro de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/educacao-musical. Acesso em 3 de dez de 2024. 

GALLO, Sílvio (coord). Ética e Cidadania – Caminhos da Filosofia. 5. ed. São Paulo: Papirus, 1999. 

GROSSI, Esther Pillar. A Música na Educação de Pessoas com Deficiência: Contribuições da Neurociência. Porto Alegre: Mediação, 2017.

IAVELBERG, R. Para gostar de aprender arte, sala de aula e formação de professores. Porto Alegre: Artmed, 2003. 

LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Epu, 1986.

NASCIMENTO, Luiz Gonzaga. O que é, o que é? Intérprete: Gonzaguinha. In: Perfil. São Paulo, Som Livre, p2004, 1 CD, Faixa 01.

NEVES, G. P. das. A modernidade nas aulas dos jesuítas. Revista Nossa História, ano I,nº. 10. Rio de Janeiro: Editora da Biblioteca Nacional, ago. 2004.

OLIVEIRA, M. K. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, n. 12, Set.out.nov. Dez 1999.

OLIVEIRA, A.M.D.O. Atividades desplugadas na formação de professores do atendimento educacional especializado: o pensamento computacional no contexto inclusivo. Dissertação de mestrado. 2020

PEREIRA, S.R.C. et al. Dança na escola: desenvolvendo a emoção e o pensamento. Revista Kinesis. Porto Alegre, n. 25, 2001.

PICONEZ, Stela Conceição Bertholo. Educação escolar de adultos: possibilidades de reconstrução de conhecimentos no desenvolvimento do trabalho pedagógico e suas implicações na formação de professores. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo: 1995. 261 p.

PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2003. 118 p.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. Educação, Arte e Jogo. Rio de Janeiro: Vozes, 2006. 

SEKEFF, R. Murray. A afinação do mundo. Tradução de Marisa Trench de O. Fonterrada. São Paulo: Editora UNESP, 2007.

SNYDERS, Georges. A Escola pode ensinar as alegrias da música. 2. ed. Tradução de Maria José do Amaral Ferreira. São Paulo: Cortez, 1994.

SILVA, S. C. L. Interações no cotidiano da escola: ser aluno em relações imbricadas com

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. 125 p.

SOUZA, Arlindo et al. Educação de jovens e adultos. Proposta Curricular SED/DISU, 2000, p. 36-46.

STANTON, Sarah & BANHAM, Martin. Cambridge paperback guide to theatre. Cambridge: University Cambridge Press, 1996. 

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002

tecnologias e redes sociais. 2021. 177f. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.

UNESCO. Recomendações da UNESCO sobre a educação de adultos. 19ªSessão da Conferência Geral. Nairobi, 1976. Tradução de: Lisete Paula de Matos.

VERDERI, E. B .Dança na escola: uma abordagem pedagógica. São Paulo: Phorte, 2009.

Costa, Anne Cintya Cordeiro Carmo da . Os benefícios da música na educação especial.International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

Share this :

Edição

v. 5
n. 47
Os benefícios da música na educação especial

Área do Conhecimento

A competição como incentivo para a inclusão nas aulas de Educação Física
educação física escolar. inclusão. competição. mediação pedagógica. prática docente.
Políticas de inclusão para autismo e síndromes: Análise de práticas e eficácia
autismo; eficácia; inclusão; práticas; síndromes.
Impacto do autismo e síndromes no ambiente escolar: Intervenções e resultados acadêmicos
autismo; síndromes; educação inclusiva; intervenções pedagógicas; desempenho acadêmico.
Educação de alunos com autismo e síndromes: Métodos de ensino e suporte escolar
autismo; educação; inclusão; métodos de ensino; síndromes.
Desafios e possibilidades na inclusão de alunos com transtorno do espectro autista nas aulas de educação física
educação física; inclusão; transtorno do espectro autista (TEA); práticas pedagógicas; políticas públicas.
Perspectivas sobre a atuação e contribuição dos profissionais de apoio na educação especial
educação inclusiva; profissionais de apoio; formação pedagógica; escola pública; práticas pedagógicas.

Últimas Edições

Confira as últimas edições da International Integralize Scientific

maio

Vol.

5

47

Maio/2025
feature-abri-2025

Vol.

5

46

Abril/2025
MARCO

Vol.

5

45

Março/2025
FEVEREIRO (1)

Vol.

5

44

Fevereiro/2025
feature-43

Vol.

5

43

Janeiro/2025
DEZEMBRO

Vol.

4

42

Dezembro/2024
NOVEMBRO

Vol.

4

41

Novembro/2024
OUT-CAPA

Vol.

4

40

Outubro/2024

Fale com um com um consultor acadêmico!

O profissional mais capacitado a orientá-lo e sanar todas as suas dúvidas referentes ao processo de mestrado/doutorado.