Desafios no processo de aprendizagem.

CHALLENGES IN THE LEARNING PROCESS

DESAFÍOS EN EL PROCESO DE APRENDIZAJE

Autor

Liliane dos Santos Peres
ORIENTADOR
Prof. Dr. José Carlos Guimarães Junior

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/633EAB

DOI

Peres, Liliane dos Santos . Desafios no processo de aprendizagem.. International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este artigo tem por objetivo geral ajudar os educadores dos anos iniciais do Ensino Fundamental a entenderem que determinados comportamentos infantis e fracassos em sala de aula são resultantes das dificuldades de aprendizagem enfrentadas por crianças e adolescentes, que se tiverem um olhar diferenciado e um currículo adaptado com oportunidades educacionais plenamente satisfeitas, serão capazes de aprenderem, dentro das suas possibilidades crescerem e se tornarem cidadãos felizes e independentes. E como objetivos específicos: entender o que são dificuldades de aprendizagem para poder identificá-las nos alunos e questionar a metodologia educacional heterogênea adotada nas escolas. O termo dificuldades de aprendizagem vem sendo adotado de maneira corriqueira entre educadores e pais quando as crianças não conseguem atingir os objetivos propostos pelos currículos educacionais em cada ano de escolaridade. Tal fato tem levado ao aumento do índice de repetência e muitas vezes, até a evasão escolar. Muitas famílias não aceitam o fato da escola dizer que seu filho possui alguma dificuldade de aprendizagem, não oferecem ajuda clínica levando a criança ao constrangimento de anos de repetência e passagens por várias Unidades Escolares por achar que estas não estão sabendo ensinar seus filhos. Muitas escolas e educadores não sabem como lidar com tais dificuldades, não oferecem uma adaptação no currículo, colocando sempre a responsabilidade do fracasso dos alunos neles próprios e nas famílias. Diante desta busca de culpados quem mais sofre são as crianças, que sozinhas não conseguem vencer suas dificuldades e se tornam adultos frustrados e infelizes.
Palavras-chave
Dificuldades. Ensino. Aprendizagem. Fracasso Escolar.

Summary

The general objective of this article is to help educators in the early years of Elementary School to understand that certain childhood behaviors and failures in the classroom are the result of the learning difficulties faced by children and adolescents, who if they have a different look and an adapted curriculum with fully satisfied educational opportunities, will be able to learn, within their possibilities to grow and become happy and independent citizens. And as specific objectives: to understand what learning difficulties are in order to identify them in students and to question the heterogeneous educational methodology adopted in schools. The term learning difficulties has been adopted in a common way among educators and parents when children are unable to achieve the objectives proposed by the educational curricula in each year of schooling. This fact has led to an increase in the repetition rate and often even school dropout. Many families do not accept the fact that the school says that their child has some learning difficulty, do not offer clinical help, leading the child to the embarrassment of years of repetition and passages through several School Units because they think that they are not knowing how to teach their children. Many schools and educators do not know how to deal with such difficulties, do not offer an adaptation in the curriculum, always placing the responsibility for the failure of students on themselves and on their families. In the face of this search for culprits, those who suffer the most are the children, who alone cannot overcome their difficulties and become frustrated and unhappy adults.
Keywords
Difficulties. Teaching. Apprenticeship. School Failure.

Resumen

El objetivo general de este artículo es ayudar a los educadores de los primeros años de la Educación Primaria a comprender que ciertas conductas infantiles y fracasos en el aula son el resultado de las dificultades de aprendizaje que enfrentan los niños y adolescentes, quienes si tienen una mirada diferente y un currículo adaptado con oportunidades educativas plenamente satisfechas, podrán aprender, dentro de sus posibilidades de crecer y convertirse en ciudadanos felices e independientes. Y como objetivos específicos: comprender cuáles son las dificultades de aprendizaje para identificarlas en los estudiantes y cuestionar la metodología educativa heterogénea que se adopta en las escuelas. El término dificultades de aprendizaje ha sido adoptado de manera común entre educadores y padres de familia cuando los niños no logran alcanzar los objetivos propuestos por los currículos educativos en cada año de escolarización. Este hecho ha llevado a un aumento en la tasa de repetición y, a menudo, incluso en el abandono escolar. Muchas familias no aceptan el hecho de que la escuela diga que su hijo tiene alguna dificultad de aprendizaje, no ofrecen ayuda clínica, llevando al niño a la vergüenza de años de repetición y pasos por varias Unidades Escolares porque piensan que no están sabiendo cómo enseñar a sus hijos. Muchas escuelas y educadores no saben cómo lidiar con tales dificultades, no ofrecen una adaptación en el currículo, colocando siempre la responsabilidad del fracaso de los estudiantes en sí mismos y en sus familias. Frente a esta búsqueda de culpables, los que más sufren son los niños, que solos no pueden superar sus dificultades y se convierten en adultos frustrados e infelices.
Palavras-clave
Dificultades. Enseñanza. Aprendizaje. Fracaso escolar

INTRODUÇÃO

Atualmente, estamos testemunhando um aumento no número de crianças e adolescentes que recebem diagnóstico de dificuldades de aprendizagem, abrangendo questões neurológicas, psicológicas, emocionais e/ou ambientais que impactam sua capacidade cerebral de compreender, reter ou comunicar informações.

Inúmeros estudos e investigações conduzidos por especialistas sugerem que muitas crianças que enfrentam dificuldades na escola podem estar sofrendo de problemas não identificados. Em muitos casos, essas crianças e adolescentes são rotulados injustamente como tendo baixo quociente de inteligência, sendo insolentes, apresentando mau comportamento ou sendo preguiçosos. Após tentativas frustradas por parte da escola e da família de usar métodos tradicionais de recompensa e punição, todos ficam desanimados, mas nenhum grupo sente isso tão intensamente quanto os próprios alunos, que frequentemente ouvem o desencorajador mantra “você precisa se esforçar mais!”

Apesar dos esforços contínuos de pesquisa, as dificuldades de aprendizagem ainda são mal compreendidas pela maioria das pessoas, inclusive por professores e outros profissionais da educação. Essa confusão é compreensível, pois o termo “dificuldades de aprendizagem” não se refere a um único distúrbio, mas sim a um conjunto de problemas que podem afetar o desempenho escolar. Esses problemas raramente podem ser atribuídos a uma única causa, exigindo uma avaliação cuidadosa dos aspectos neurológicos, psicológicos e do ambiente familiar e escolar. As dificuldades de aprendizagem geralmente ocorrem em combinações variadas e com diferentes níveis de gravidade, tornando pouco provável que os estudantes rotulados com esse termo apresentem os mesmos comportamentos ou desafios. O que eles têm em comum, na maioria das vezes, é um desempenho escolar abaixo do esperado.

Na maioria dos casos, as crianças parecem não ter problemas aparentes, levando pais e educadores a se questionarem sobre como uma criança pode ser habilidosa no uso de tecnologia digital, por exemplo, mas ainda assim ter dificuldade com conceitos básicos como o alfabeto. Essa discrepância entre habilidades é uma característica marcante das dificuldades de aprendizagem. Embora muitas vezes ajam de acordo com suas capacidades intelectuais e familiares, ao enfrentarem certas tarefas, seus cérebros parecem encontrar um bloqueio.

Os prejuízos neurológicos podem afetar qualquer aspecto do funcionamento cerebral, sendo que as deficiências que mais frequentemente resultam em problemas acadêmicos dizem respeito à percepção visual, processamento da linguagem, habilidades motoras finas e capacidade de concentração. Geralmente, essas deficiências se tornam mais evidentes quando a criança ingressa na escola.

TIPOS DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM MAIS COMUNS NO AMBIENTE ESCOLAR

Segundo Martim e Marchesi (1996), não há uma definição única e ideal para o termo “Dificuldades de Aprendizagem”. Isso ocorre devido à homogeneidade geralmente observada na população que enfrenta essas dificuldades. Para eles, dificuldades de aprendizagem referem-se a qualquer obstáculo visível que um aluno encontre para acompanhar o ritmo de aprendizado de seus colegas da mesma faixa etária.

Dentro da categoria de Dificuldades de Aprendizagem, é possível encontrar uma variedade de situações, como problemas situacionais de aprendizagem, que surgem apenas em circunstâncias específicas; problemas de comportamento; questões emocionais; distúrbios da fala e da linguagem; dificuldades físicas relacionadas à visão, audição e coordenação motora fina; e problemas múltiplos, que envolvem a combinação de dois ou mais dos fatores mencionados anteriormente.

PROBLEMAS SITUACIONAIS DE APRENDIZAGEM

Os desafios situacionais de aprendizagem emergem em fases específicas da jornada escolar da criança, geralmente desencadeados por eventos vivenciados no ambiente doméstico. Estes podem incluir a separação dos pais, o estabelecimento de novos relacionamentos por parte dos pais, a chegada de um novo irmãozinho, ou até mesmo uma mudança de escola. Essas mudanças desestabilizam emocionalmente a criança, impactando seu desempenho acadêmico e levando a uma queda no rendimento que anteriormente era consistente e sem dificuldades.

PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO

Entre os desafios comportamentais mais comuns enfrentados pela população escolar, destaca-se o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), que tem sido observado em uma parcela significativa de alunos nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Na Educação Infantil, os professores conseguem identificar a hiperatividade em crianças que têm dificuldade em permanecer sentadas durante atividades como rodas de conversa, contação de histórias, apresentações ou execução de tarefas. Estas crianças demonstram falta de controle sobre seus impulsos, planejamento e atenção.

Segundo o neurologista infantil Milton Genes, o TDAH é um transtorno mental e neurobiológico, multifatorial, comum na infância e com grande impacto sobre o indivíduo, sua família e a sociedade. As crianças com TDAH frequentemente são rotuladas como mal-educadas, e suas famílias são culpadas por não ensinar bons modos aos filhos. Elas enfrentam dificuldades de interação com os colegas, muitas vezes afastando-os devido à agressividade resultante da falta de controle dos impulsos. Os déficits de atenção podem manifestar-se com ou sem hiperatividade. Algumas crianças apenas apresentam desatenção, demonstrando dificuldade em manter o foco em tarefas ou atividades lúdicas, cometendo erros por descuido, encontrando dificuldades para organizar suas atividades diárias, perdendo frequentemente objetos e enfrentando problemas de memória. Embora a hiperatividade seja mais comum em meninos e a desatenção em meninas, não se trata de uma regra inflexível.

PROBLEMAS EMOCIONAIS

Entre os desafios emocionais mais frequentes que podem impactar a aprendizagem das crianças, destacam-se a baixa autoestima, a falta de tolerância à frustração, a hipersensibilidade e os sintomas de depressão e ansiedade. Muitas vezes, esses problemas passam despercebidos, especialmente por se tratar de crianças. É comum que um problema emocional se desenvolva como resultado de outros desafios previamente mencionados, que não foram identificados e tratados.

DISTÚRBIOS DA FALA E DA LINGUAGEM

Os distúrbios da fala e da linguagem são também considerados dentro da categoria de dificuldades de aprendizagem e podem levar muitos alunos ao fracasso escolar. Entre esses distúrbios estão a gagueira e a linguagem confusa.

A gagueira é definida como um transtorno caracterizado pela presença frequente de interrupções ou prolongamentos de sons ou sílabas, o que causa dificuldades na fluidez da fala e pode afetar a escrita.

Por sua vez, a linguagem confusa é descrita pelos especialistas como uma alteração na fluidez verbal, caracterizada por um ritmo verbal errático, pouca inteligibilidade e padrões gramaticais alterados. Expressões verbais ou grupos de palavras sem relação com a estrutura da frase também são comuns nesse distúrbio. Quem enfrenta essas dificuldades muitas vezes não percebe o problema, o que resulta em uma pronúncia inadequada das palavras, falas confusas e dificuldades para organizar sequências de sons ou processar informações de forma mais lenta do que o normal.

Na sala de aula, as dificuldades no processamento da linguagem podem se destacar devido à necessidade de respostas rápidas. Embora a criança possa saber a resposta, ela pode hesitar ao ser chamada, pois precisa de tempo para encontrar e formular as palavras necessárias para uma resposta coerente.

PROBLEMAS FÍSICOS DE VISÃO E AUDIÇÃO

Os problemas físicos de visão e audição representam grandes desafios de aprendizagem para alunos nos anos iniciais. Muitas vezes, esses problemas demoram a ser identificados e tratados, o que pode levar a criança ao fracasso escolar, uma situação que poderia ser evitada.Crianças com deficiência na percepção visual enfrentam dificuldades para compreender o que veem, reconhecer, organizar, interpretar e lembrar imagens visuais. Essas dificuldades não se restringem apenas a letras, mas também se estendem a números, mapas, gráficos e tabelas; ou seja, elas têm dificuldade com símbolos e representações visuais.

Por outro lado, as dificuldades no processamento auditivo têm consequências semelhantes às dificuldades de processamento da linguagem. As crianças com esse tipo de dificuldade têm problemas para ouvir as palavras corretamente, entender seus significados, lembrar informações verbais e se comunicar de forma clara.

Além de afetar a leitura e a escrita, as deficiências no processamento auditivo e da linguagem também podem prejudicar o desenvolvimento social. As crianças que enfrentam esses problemas tendem a cometer erros ao falar e podem se tornar silenciosas, reservadas e tímidas por medo de expor suas fraquezas.

DEFICIÊNCIAS MOTORAS FINAS

As crianças com deficiências motoras finas enfrentam desafios no controle dos grupos de pequenos músculos em suas mãos. Isso não afeta sua capacidade intelectual, mas interfere no desempenho escolar, especialmente na comunicação por escrito. Mesmo que se esforcem, elas têm dificuldade em escrever bem.

Os sintomas dessa deficiência podem persistir ao longo da vida: parecem desajeitadas, frequentemente deixam cair objetos, têm dificuldade em realizar habilidades manuais, têm problemas de percepção de espaço, apresentam lentidão significativa e precisam de esforço excepcional para realizar tarefas escritas.

Alunos com deficiências motoras finas frequentemente evitam escrever, pois não gostam dessa atividade. Em escolas onde o desempenho dos alunos é avaliado principalmente pelo trabalho escrito e pela estética, esses alunos são rotulados como preguiçosos e descuidados, o que pode levá-los ao fracasso escolar.

PROBLEMAS MÚLTIPLOS

As dificuldades de aprendizagem frequentemente se manifestam em combinações, o que significa que uma criança pode enfrentar duas ou mais das dificuldades mencionadas anteriormente simultaneamente. Isso resulta em problemas múltiplos, tornando a identificação e as intervenções necessárias mais desafiadoras.Normalmente as dificuldades de aprendizagem só começam a ser identificadas quando a criança começa a ter problemas na escola uma vez que elas interferem no domínio das habilidades escolares.

COMO IDENTIFICAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM SALA DE AULA?

Muitas crianças com dificuldades de aprendizagem enfrentam seus desafios por anos antes que a escola e a família se empenhem em realizar um esforço intensivo para descobrir a melhor forma de ajudá-las. Quanto mais tempo uma dificuldade de aprendizagem permanecer sem identificação, mais problemas o aluno poderá enfrentar em sua vida escolar, familiar e até mesmo na sociedade.

Não é sempre que as famílias estão dispostas a reconhecer as limitações de seus filhos e algumas vezes relutam em buscar esclarecimentos sobre as dificuldades acadêmicas apresentadas por eles. Portanto, é crucial que os professores, supervisores e diretores estejam atentos aos sinais que indiquem a necessidade de encaminhar a criança para uma avaliação realizada por profissionais da área da saúde.

  • Atrasos Desenvolvimentais (demorou andar, falar…)
  • Desempenho Inconsistente (inconsistência na aprendizagem)
  • Perda do Interesse pela Aprendizagem
  • Baixo Desempenho Inesperado
  • Comportamento ou Problemas Emocionais Persistentes
  • Declínio na Confiança e na Auto-Estima.

Alguns dos problemas mencionados podem ser observados muito antes do início da escolarização, enquanto outros só se tornam mais evidentes após a criança começar a frequentar a escola. É crucial ressaltar que a manifestação de qualquer um desses comportamentos pode indicar a presença de outros problemas além das dificuldades de aprendizagem. Portanto, é importante considerá-los como sinais de que algo pode estar errado, demandando atenção especial e uma investigação detalhada.

O QUE FAZER APÓS DETECTAR UMA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM SEU ALUNO?

Após identificar que a criança está enfrentando dificuldades de aprendizagem, o professor deve trabalhar em conjunto com a equipe pedagógica da escola para dialogar com os responsáveis ​​e encaminhar a criança para uma avaliação com profissionais de saúde. Essa avaliação geralmente envolve uma equipe multidisciplinar, composta por pediatras, neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos e, em alguns casos, outros especialistas como otorrinolaringologistas, psicopedagogos e terapeutas ocupacionais, até que um diagnóstico ou laudo seja obtido.

É sabido que uma das principais dificuldades enfrentadas pelas escolas públicas é a escassez desses profissionais de saúde, o que dificulta tanto a avaliação quanto o acompanhamento adequado das crianças. Muitas vezes, as crianças acabam esperando por anos em filas de espera por atendimento. A assistência e o acompanhamento profissional são fundamentais para o progresso acadêmico de uma criança com dificuldades de aprendizagem, tão essenciais quanto um programa educacional adaptado pela escola para atender às necessidades individuais desse aluno.

O QUE A ESCOLA PODE FAZER PARA AJUDAR OS ALUNOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?

Além de orientar a família a buscar acompanhamento clínico, a escola precisa estar bem informada sobre as leis que garantem os direitos das crianças com dificuldades de aprendizagem, a fim de ajudá-las de forma justa e respeitosa. As políticas educacionais municipais variam, algumas consideram esses alunos como parte da Educação Especial, enquanto outras não. Portanto, é essencial conhecer as legislações municipais embasadas na constituição e em resoluções federais.

Na sala de aula, o professor pode implementar modificações e adaptações registradas em um plano de ensino individualizado para auxiliar os alunos com dificuldades de aprendizagem. Isso pode incluir oferecer assento preferencial, tempo extra para atividades e avaliações, destaque de textos e exercícios importantes, divisão de textos extensos seguidos de questionários, permitir ambientes alternativos durante avaliações, uso de esquemas visuais para resumir conteúdos, leitura de questões para os alunos, entre outros.

Além dessas adaptações, a escola pode fornecer suporte adicional em áreas onde a criança está enfrentando dificuldades. Esse suporte pode ser oferecido pelo próprio professor em atendimento individual durante as atividades da turma ou por um professor adicional em outro ambiente, como a biblioteca ou sala de informática, por exemplo.

O professor deve empregar diferentes métodos e materiais de ensino para garantir que o aluno alcance os objetivos estabelecidos. É importante verificar constantemente se o aluno está respondendo aos materiais e atividades da turma ou se é necessário diversificá-los. Por exemplo, um aluno pode não se sair bem ao escrever no caderno sobre o alfabeto, mas pode ter sucesso ao recortar e colar letras de revistas em uma folha de papel.

Um programa de ensino individualizado para crianças com dificuldades de aprendizagem deve focar no ensino e reforço de habilidades básicas, monitoramento constante do progresso, permitindo que o aluno acompanhe o conteúdo da classe e orientando os responsáveis sobre como oferecer apoio adequado em casa.

O ideal da educação não é aprender ao máximo, maximizar os resultados, mas é antes de tudo aprender a aprender, é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se desenvolver depois da escola(Jean Piaget, 1978, p. 225)

 

CONCLUSÃO

Conforme observamos, nem sempre é viável contar com o suporte da família ou acompanhamento clínico profissional externo para os alunos com dificuldades de aprendizagem, seja por motivos diversos. Portanto, cabe à escola desempenhar seu papel fundamental para ajudar essas crianças, oferecendo um programa de ensino individualizado que lhes permita superar obstáculos e alcançar sucesso na vida escolar, dentro de suas capacidades.

O essencial é identificar essas dificuldades para evitar rotular a criança como “preguiçosa” ou “irresponsável” em relação às tarefas escolares. Isso evita que ela permaneça por anos na mesma série devido a reprovações, o que poderia levar à evasão escolar, problemas comportamentais e emocionais.

Embora não haja uma cura definitiva para as dificuldades de aprendizagem, existe tratamento. A criança aprende a lidar com essas dificuldades, desenvolve mecanismos e estratégias para enfrentar os desafios diários, aceita suas limitações e fortalece sua autoconfiança. Com a identificação precoce das dificuldades, intervenções adequadas e apoio da família e da escola, a criança pode superar os desafios impostos por suas dificuldades.

A história está repleta de exemplos de pessoas com dificuldades de aprendizagem que se tornaram adultos saudáveis e bem-sucedidos, contribuindo para o desenvolvimento da humanidade. Entre essas figuras inspiradoras estão nomes como Thomas Alva Edison, Alexander Graham Bell, Leonardo da Vinci, Albert Einstein, Beethoven e Walt Disney. Eles demonstram que o potencial humano transcende qualquer dificuldade inicial de aprendizagem.

Segundo Freire (1996, p. 14) temos uma responsabilidade ética no exercício da tarefa docente, em que: “[…] formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destreza”. Para tanto, pode ser necessário considerar as contradições que os alunos apresentam durante o processo de aprendizagem, pois tais dificuldades podem estar ligadas ao método de ensino, uma vez que: “[…] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (p. 47).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SMITH, Corine & STRICK Lisa; Tradução Dayse Batista. Dificuldades de Aprendizagem de A a Z. Porto Alegre: Artemed, 2001.

GARCIA, Jesus Nicasio; Tradução Jussara /haubert Rodrigues. Manual das Dificuldades de Aprendizagem: Linguagem, Leitura, Escrita e Matemática. Porto Alegre: Artemed, 1998.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978.

EDUCAR, Revista Appai. Reportagem de capa: TDAH. Rio de Janeiro: Edigráfica, 2018.

WEISZ, Telma & SANCHEZ, Ana. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2003.

Martin, E. & Marchesi, A. (1996). Desenvolvimento metacognitivo e problemas de aprendizagem. In: C. Coll, J. Palacios, A.Marchesi (Orgs.) Desenvolvimento psicológico e educação, necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar (Vol. 3), Porto Alegre: Artes Médicas.

Peres, Liliane dos Santos . Desafios no processo de aprendizagem..International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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n. 45
Desafios no processo de aprendizagem.

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