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Resumo
INTRODUÇÃO
O presente artigo abordou como tema o que representa a alfabetização científica, como a mesma vem sendo ofertada no processo de formação de educandos, e principalmente de pessoas para viverem em sociedade de uma maneira harmoniosa e de acordo com as necessidades.
O objetivo é demonstrar como as tendências sociais foram determinantes para que a alfabetização científica fosse instalada na educação atualmente, ou seja, como a formação de educandos continua sofrendo com o que vem sendo inserido de maneira intensa na sociedade.
A metodologia adotada foi a pesquisa de cunho bibliográfica, tendo sido adotadas diversas consultas em publicações e obras de autores renomados e que muito contribuíram com o desenvolvimento do presente tema específico.
A pesquisa se justifica pelo fato de que muitas pessoas ainda não conhecem o que o termo alfabetização científica representa, principalmente as que não fazem parte de maneira intensa do processo educacional, principalmente pelas mudanças na concepção de ensino que vem ocorrendo.
A fundamentação apontou de maneira muito nítida como tem surgido alguns termos que promovem um processo de socialização nos estudantes, o que promove uma alfabetização científica que pode ser considerada como proficiente e ao mesmo tempo com um viés modernista.
O artigo visa contribuir com informações positivistas com relação ao termo alfabetização científica, e quais as condições para que os docentes consigam desenvolver as habilidades que esse viés educacional apresenta e como a formação voltada para a construção de um modelo de cidadania, necessita ser valorizada de maneira mais intensa.
Nas considerações finais, os leitores podem visualizar como os educadores vem oferecendo um suporte muito maior na construção de um processo de socialização mais deliberado e como se trata de uma necessidade de compreender o viés alfabetização científica e sua relação com as novas propostas de ensino que vem sendo ofertada na educação atual.
DESENVOLVIMENTO
Compreender como a alfabetização científica é importante na vida dos educandos, é uma questão fundamental e por essa razão, vem sendo trabalhada com mais intensidade e planejamento por parte das instituições de ensino (Fernandes, 2010).
Contudo, a alfabetização científica representa uma proposta de ensino muito voltada à formação cidadã, e por essa razão, temas considerados transversais, vem ganhando uma projeção social de extrema qualidade e mais do que isso, como o preparo dos docentes merece destaque.
A alfabetização científica não representa apenas uma mudança no enfoque educacional, e sim, que a ampliação dos conhecimentos e valores sejam apresentados aos estudantes de uma maneira que permita ser vivida em suas respectivas realidades, isso é, um preparo para a vivência em sociedade de uma maneira mais ampla (Fernandes, 2010).
Trata-se de um conjunto de fatores que necessitam funcionar de maneira harmônica, para que o aluno aprenda de modo eficaz, e que realmente demonstra uma prática de aprendizagem mais dinâmica e que se ajuste às necessidades que os estudantes apresentam.
Nesse aspecto a escola deve procurar não ser vista pela sociedade, como um local onde os conhecimentos acumulados são repassados de forma massiva, mas sim, um local onde o aluno encontre profissionais, que o ajude a transformar as informações recebidas em conhecimento práticos, capazes de colaborar na sua formação e transformação, para melhor, do ambiente onde ele está inserido.
Nesse sentido, as ideias convergem para a cultura científica e suas especificidades. E assim como em qualquer outra cultura, entender que suas regras e características para poder se comunicar com seus membros, exige que se tenha consciência de seus temas de interesse, de como tais temas foram trabalhados dentro da cultura, das relações existentes entre diferentes conhecimentos de seu escopo, além de perceber e reconhecer a estrutura por meio da qual se produz tais conhecimentos e que permite o reconhecimento dos mesmos como próprios desta cultura (Soares, 2012).
Alfabetização Científica, é um termo adotado para designar as ideias que temos em mente ao planejar um ensino que permita ao aluno interagir com outra cultura, e uma nova forma de ver o mundo e seus acontecimentos, podendo modificá-lo e a si próprio através da prática consciente propiciada pela sua interação cercada de saberes científicos;
Para instigar a capacidade crítica dos alfabetizados é necessário criar situações propícias à aprendizagem, de modo que nas aulas, sobretudo de Ciências, o aluno seja desafiado a interagir com os conhecimentos trabalhados. Criando essas situações, o professor estará promovendo espaço para a promoção da alfabetização científica (Soares, 2012).
Isso ocorre principalmente quando não existe o estímulo ao aprendizado também nas séries iniciais do ensino fundamental, essa é uma questão que também merece uma reflexão mais profícua, entender como a formação dos alunos sofre uma queda vertiginosa de qualidade quando o estudante passa da educação infantil para as outras etapas do processo de formação
Pelo menos, no que diz respeito ao que a cidadania e os valores que são fundamentais para a vivência em sociedade, passem a ser trabalhados de uma maneira mais ampla, enriquecedora e que permita uma reflexão por parte de cada educando.
Em outras palavras, o aprendizado se torna muito mais metódico, usual e pragmático, ou seja, os educandos são estimulados a absorver um mínimo de conteúdo, e isso de uma única maneira, o que torna o desenvolvimento cognitivo menos intenso do que poderia (Hall, 2000).
Não há mais o estímulo aos valores sociais, em um momento em que os estudantes já possuem um embasamento cognitivo elevado das séries iniciais, ou seja, já conseguem ler e interpretar informações com maior propriedade, algo que deveria obter uma sequência no ensino fundamental, o que não acontece, representando uma falha clamorosa na educação nacional.
No mundo contemporâneo atual, discute-se muito sobre o fracasso no processo alfabetizador e na busca constante pela qualidade nesse processo, levando em consideração as adversidades que o professor encontra ao alfabetizar, e principalmente, promover um viés de cultura atrelado a vida em sociedade.
A natureza dos paradigmas curriculares e metodológicos, a interferência de fatores intra e extraescolares na aquisição da língua escrita; a adequação ou inadequação do equipamento escolar e do material didático de alfabetização, a competência ou incompetência do professor alfabetizador , a definição do tempo de aprendizagem necessária para o domínio da escrita, quer em termos de duração de anos do processo de alfabetização, quer em termos de horas – aulas por dia, etc (Soares, 2012, p.48).
Assim, a autora explicita que o problema da qualidade da alfabetização é enfrentado através de propostas de intervenção que visem atuar sobre esses fatores, sejam elas desde mudanças curriculares, nos métodos de alfabetização e no material didático, até em relação na estrutura intra e extraescolar como alimentação e higiene, e em programas de formação para os alfabetizadores.
O fracasso educacional precisa ser visto de uma maneira mais ampla na educação brasileira, uma vez que, se configura atualmente apenas quando o estudante reprova, o que se configura como um erro crasso.
Na realidade, quando os estudantes não conseguem comprovar um desempenho satisfatório em comparação com os demais, já deve ser considerado como um caso de fracasso escolar, mesmo que esse aluno seja aprovado no ano letivo.
É fato que os educadores sentem que o fracasso escolar é muito mais latente do que as estatísticas apontam, como, por exemplo, quando no ensino fundamental surgem alunos das séries iniciais com dificuldades sobre a escrita, por exemplo (Hall, 2000).
Com isso, os educadores passam a necessitar de um tempo muito maior para aclimatar o estudante a uma nova realidade, e claro, há um novo ritmo, o que leva algum tempo, que representa um fator que realmente não se encontra disponível para o profissional que realmente necessita.
Soares (2012) destaca ainda que estudos sobre os problemas de alfabetização/letramento apontam em alguns momentos, o aluno como a causa do fracasso em seus diversos aspectos como pelo fator psicológico, saúde, linguagem, cultural, entre outros e o professor pela sua formação, ineficiência de métodos, material didático e o próprio sistema de escrita.
Os problemas estruturais que grande parte das escolas brasileiras apresentam, deve ser considerado como um dos principais pilares para que os professores vislumbram dificuldades para o aprendizado dos estudantes, que com o passar do tempo sejam vistos como fracasso escolar.
Salas de aula com um número muito elevado de estudantes é algo comum, com isso, o educador enfrenta inúmeras dificuldades para monitorar as dificuldades que os educandos já possuem, o que é algo perfeitamente natural, uma vez que, cada estudante apresenta seu ritmo de aprendizagem.
Além disso, a falta de recursos tecnológicos também representa um grande desafio para que os professores consigam trabalhar de maneira mais qualificada, algo que nem sempre é possível utilizando-se apenas dos recursos tradicionais (Faraco, 2012).
Quem se propõe a alfabetizar baseado ou não no construtivismo, deve ter um conhecimento básico sobre os princípios teórico-metodológico da alfabetização, para não ter que inventar a roda. Já não se espera que um método milagroso seja plenamente eficaz para todos. Tal receita não existe (Carvalho, 2008, p. 17).
É preciso que se leve em consideração o fato de que os estudantes apresentam dificuldades com algumas metodologias de ensino, como a oralidade, onde o educador gasta um longo tempo explanando sobre o conteúdo, nem todos os alunos conseguem prestar atenção do docente durante muito tempo.
Com efeito, os recursos tecnológicos na educação, tem como meta compensar as dificuldades que os estudantes apresentam, essa é uma questão de extrema importância, o aluno, principalmente a criança, precisa visualizar a informação com maior clareza, maior enriquecimento, algo que a tecnologia apresenta plena capacidade de ofertar (Val, 2006).
Outra questão importante é em relação à qualidade do professor que se encontra inserido no processo de formação de alunos, uma vez que, reconhecidamente muitos apresentam dificuldades para superar as dificuldades que ocorrem intensamente em sala de aula.
Uma amostra desse fato, existe na contratação de profissionais que não possuem formação em pedagogia, como é o caso de quem realiza apenas o magistério, uma formação muito mais curta, e que não prepara o professor de uma maneira plena para ingressar em sala de aula (Kleiman, 1995).
O resultado é o aumento deliberado do fracasso escolar, isso pelo fato de que o educador não oferece o suporte para que as crianças necessitam em sala de aula, e apenas o domínio de conteúdo, não representa de modo algum uma possibilidade de eficácia no processo de alfabetização qualificada do alunado.
De acordo com Faraco (2012) o professor alfabetizador precisa entre outras coisas, ter um bom conhecimento da organização do nosso sistema gráfico para melhor sistematizar seu ensino, entendendo as dificuldades de seus alunos e fazer superá-las, para que a criança aproprie com eficácia o sistema gráfico brasileiro.
Esse é um ponto extremamente importante a ser debatido, somente um profissional com elevado conhecimento em língua portuguesa, pode ser realmente capaz de promover um aprendizado de qualidade, e muitos educadores infantis não detém esse conhecimento.
Muito se debate na educação brasileira a maneira de se promover um aprendizado mais sistematizado em relação à linguagem escrita, bem como suas principais formas de aplicação, e claro, se os educandos conseguem apresentar um desempenho que possa ser considerado satisfatório (Sasseron; Carvalho, 2011).
Além disso, a proposta pedagógica da escola com foco na sua função social pressupõe que se leve em consideração as realidades que circundam a escola, representando como a maturidade social tem sido valorizada como eixo norteador das escolas.
O que favorece amplamente a formação de pessoas com uma mentalidade mais abrangente, que saiba respeitar esses valores e a convivência de uma maneira harmoniosa com a sociedade de uma maneira geral (Richetti, 2021).
Faraco (2012) aponta que a criança mesmo antes de adentrar na escola, já tem contato com diversos materiais escritos, desta forma os métodos de alfabetização devem considerar tais conhecimentos prévios. É, pois, necessário recriar estratégias, alternativas didático-metodológicas que visem uma nova forma de ver e entender o mundo através da leitura e produção de textos, a fim de que se formem sujeitos críticos e leitores conscientes.
Os educadores da modalidade de educação infantil são centralizadores, e nesse sentido, devem ser ofertadas aos alunos uma gama de possibilidades para que os mesmos tenham a chance de aprofundar o seu aprendizado em sala de aula (Richetti, 2021).
O incentivo a leitura e a escrita são ferramentas muito importantes, o professor nesse momento, tem a oportunidade de avaliar o seu estudante de uma maneira muito mais enriquecida e plena, isso é fundamental para que o próprio profissional tenha uma real oportunidade de trabalhar.
É fundamental que os estudantes passem a se acostumar com a prática, e não simplesmente visualizar o conteúdo da maneira que o educador disponibiliza, ou seja, serem alunos realmente participativos, para que o conhecimento possa ser obtido de modo mais eficaz que é a meta de todo processo de formação.
De maneira que os educadores infantis realmente trabalham com a meta de promoverem uma formação educacional mais enriquecedora, preparando seus alunos para as próximas etapas do processo de formação, ou seja, para o ensino fundamental (Morais, 1998).
Hoje, os grandes objetivos da Educação são: ensinar a aprender, ensinar a fazer, ensinar a ser, ensinar a conviver em paz, desenvolver a inteligência e ensinar a transformar informações em conhecimento. Para atingir esses objetivos, o trabalho de alfabetização precisa desenvolver o letramento. O letramento é entendido como produto da participação em práticas sociais que usam a escrita como sistema simbólico e tecnologia (Fernandes, 2010, p.19).
Entender o papel social que as escolas possuem, representa uma condição de extrema importância para a construção de uma sociedade mais evoluída, com pessoas que verdadeiramente entendem a sua importância e como é basilar que participem de maneira intensa de tudo o que ocorre e se reflete na realidade de todos.
Contudo, quando a escola não leva em conta estas realidades, e quando as políticas de formação docente não são efetivas, a tarefa de alfabetizar cientificamente fica impossibilitada de ser consolidada. A capacidade de a escola se adaptar a contextos que mudam constantemente faz parte das exigências de uma educação contemporânea; e a promoção de políticas públicas que possam ir de encontro com as problemáticas educacionais (Rios; Libâneo, 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criança necessita ser desafiada, esse é o ponto, necessita que os professores estejam a todo o momento citando o potencial que possuem, e ao mesmo tempo, tenham a oportunidade de trabalharem com conteúdos mais complexos à medida que vão apresentando desenvolvimento.
Com o passar do tempo, os educadores têm a oportunidade de detectarem aqueles estudantes que apresentam uma dificuldade maior em relação a apropriação do conhecimento, ou seja, que se esquecem do conteúdo com maior facilidade
Ao propor tarefas como a escrita do texto, é plenamente visível os alunos que não conseguem articular ideias, mesmo que apresente alguns erros de gramática, o que é muito comum, é fundamental que haja coesão no teor da escrita
O educador necessita ofertar essas técnicas de ensino de modo que a criança seja capaz de compreender o que está sendo realizado, e mais do que isso, interpretar corretamente as informações que estão sendo prestadas na atividade e que as mesmas apresentem uma maior conotação com as questões sociais.
Em nada adianta saber a técnica se o aluno não tiver condições de pô-la em prática, sendo assim, é preciso que o aprendizado da leitura e da escrita se dê por meio de um contato direto com diversos tipos de textos para que assim o aluno possa aprender a utilizar a língua nas mais diversas esferas sociais nas quais a mesma está inserida.
Sabe-se que para alfabetizar letrando o educando, o professor deve realizar um trabalho social com a intenção de desenvolver atividades pedagógicas que busquem aproveitar a vivência do aluno e também é necessário que o docente tenha sensibilização para melhor ajudar o educando no processo de alfabetização e letramento
Inclusive, repassando atividades que a turma apresente capacidade de realizar, sem que haja muito espaço para que os alunos permaneçam mais tempo sanando suas dúvidas, em outras palavras, apenas nos momentos corretos a difusão do conteúdo pode apresentar uma complexidade maior
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FARACO, C. A. Linguagem escrita e alfabetização. São Paulo: Contexto, 2012.
FERNANDES, M. Os segredos da alfabetização. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
HALL, S. Quem precisa de identidade? In: SILVA, T. T. (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000.
KLEIMAN, Â. B. (Org.). Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995.
MORAIS, A. G. Ortografia: ensinar e aprender. São Paulo: Ática, 1998.
RICHETTI, G. Histórias e compreensões da alfabetização científica e tecnológica. In. MILARÉ, Tathiane. Et al. Alfabetização Científica e Tecnológica na Educação em Ciências. Fundamentos e Práticas. 1. Ed. São Paulo: Livraria da Física, 2021.
RIOS, Z. LIBÂNIO, M. Da escola para casa: alfabetização. Belo Horizonte: RHJ, 2009.
SASSERON, L. H. CARVALHO, A. M. P. Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica. Revista Investigações em Ensino de Ciências – V16 (1), p. 59-77, 2011.
SOARES, M. Alfabetização e letramento/ 6.ed. 3* reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2012.
VAL, M. O que é ser alfabetizado e letrado? In: CARVALHO, Maria Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed. Brasília: Ministério da Educação, 2006.
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