A Importância do Ensino de Arte na Escola e sua Relação com Outras Áreas do Conhecimento

THE IMPORTANCE OF ART TEACHING IN SCHOOL AND ITS RELATIONSHIP WITH OTHER AREAS OF KNOWLEDGE

LA IMPORTANCIA DE LA ENSEÑANZA DEL ARTE EN LA ESCUELA Y SU RELACIÓN CON OTRAS ÁREAS DEL CONOCIMIENTO

Autor

Aleximone Fernandes Bondade Silva
ORIENTADOR
Prof. Dr. Luciano Santos de Farias

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/726D9F

DOI

Silva, Aleximone Fernandes Bondade . A Importância do Ensino de Arte na Escola e sua Relação com Outras Áreas do Conhecimento. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

A Arte foi uma das primeiras formas de expressão do ser humano, sendo conhecida nas diferentes linguagens, como: Artes Visuais,Dança, Música e Teatro, construída historicamente pelo homem. Nos dias atuais percebe-se que a disciplina de Arte não é tratada com a mesma importância em relação às outras Áreas do conhecimento. Tal desvalorização dificulta o crescimento do aluno aprender a se expressar com autonomia, desenvolver-se de forma motora, cognitiva, afetiva, e descobrir suas potencialidades, impossibilitando-o de mostrar seus desejos, sentimentos e sensações em suas formas de expressão. Pretende-se com essa pesquisa de Revisão de Literatura mostrar a importância do ensino de Arte na escola e sua relação com as demais Áreas do conhecimento e também como o aluno pode desenvolver-se no conhecimento cultural através de um ambiente estimulante com diversificação de materiais, aulas mais dinâmicas que desafiam a criatividade e imaginação.
Palavras-chave
ensino da arte; arte e conhecimento científico; arte e ensino.

Summary

The Art was one of the earliest forms of human expression, being known in different languages, such as music, theater, dance and visual arts, historically constructed by man. Nowadays, it is clear that the discipline of art is not treated with the same importance in relation to other areas of knowledge. Such impairment hinders the growth of student learning to express themselves autonomously, develop so motor, cognitive, affective, and discover their potential, making it impossible to show their desires , feelings and sensations in their forms of expression . The intention of this research Literature Review show the importance of teaching art in school and its relationship with other areas of knowledge and also the student can develop the cultural knowledge through a stimulating environment with diversified materials, more dynamic classes that challenge the creativity and imagination of the student.
Keywords
art teaching; art and scientific knowledge; art and teaching.

Resumen

El arte fue una de las primeras formas de expresión humana, conocida en diferentes lenguajes, tales como: Artes Visuales, Danza, Música y Teatro, construidas históricamente por el hombre. Hoy en día, es evidente que la disciplina del Arte no es tratada con la misma importancia en relación a otras áreas del conocimiento. Esta devaluación dificulta que los estudiantes aprendan a expresarse de forma autónoma, desarrollen habilidades motoras, cognitivas y emocionales y descubran sus potencialidades, imposibilitándoles expresar sus deseos, sentimientos y sensaciones en sus formas de expresión. El objetivo de esta investigación de Revisión de Literatura es mostrar la importancia de la enseñanza del Arte en la escuela y su relación con otras áreas del conocimiento y también cómo el estudiante puede desarrollar conocimientos culturales a través de un ambiente estimulante con materiales diversificados, clases más dinámicas que desafíen la creatividad y la imaginación.
Palavras-clave
enseñanza del arte; arte y conocimiento científico; arte y enseñanza.

INTRODUÇÃO

A arte está presente em nossa vida desde quando nascemos e expressar-se por meio da arte é algo que aconteceu há milhares de anos, com os primeiros habitantes da terra, que se expressavam em suas cavernas e pedras através da pintura. Hoje sabemos que arte vai além de tintas num simples papel, ou seja, ela está em todas as criações e expressões do ser humano.

O objetivo dessa pesquisa é mostrar a importância do ensino de Arte na escola e sua relação com as demais Áreas do conhecimento, e sua importância para o crescimento cultural do aluno, para que se desenvolva de forma motora, cognitiva e afetiva.

No decorrer deste trabalho, abordaremos vários tópicos em que pretendemos deixar claro ao leitor que por meio de várias pesquisas em diversas fontes especializadas, constatamos que essa disciplina corrobora de fato na formação do aluno.

Portanto, no primeiro tópico apresentaremos o conceito de arte, como ela surgiu, e o que essa linguagem do conhecimento humano engloba.

Em seguida, abordaremos um breve histórico do ensino de Arte no Brasil, pontuando os momentos mais marcantes em cada período. Arte-educação também é outro ponto que destacaremos no decorrer de nosso trabalho, pois é o momento em que relataremos como o docente deve proceder em relação às várias linguagens artísticas, fora e dentro do âmbito escolar, além disso, as importantes mudanças que ocorreram na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em relação à disciplina de Arte.

Logo após, no tópico intitulado: Por que a disciplina de arte é importante e sua relação com as demais Áreas do conhecimento, será o momento em que discutirem as qualidades que o aluno poderá desenvolver na sua vida e na sociedade, e, sobretudo, o que tal disciplina contribui na progressão do aluno com as demais disciplinas do currículo. Além disso, as linguagens a serem trabalhadas, como Artes Visuais, Dança, Música, Teatro e Recursos Audiovisuais também compõem um tópico importante que abordaremos com atenção, tratando tais manifestações individualmente, e os motivos de serem inseridos dentro da escola. Para finalizar, apresentaremos o que deve ser ensinado nos três níveis da Educação Básica, composta pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

ARTE, CONHECIMENTO E PROCESSO HISTÓRICO DE CONSTRUÇÃO

Desde os primórdios, a Arte esteve presente provavelmente nas manifestações humanas. Quando os primeiros habitantes criaram o fogo pelas suas necessidades, lanças para irem à caça e pinturas realizadas em suas cavernas, nascia naquele momento à arte. Conhecida hoje como arte pré-histórica, em que os “homens das cavernas” se expressavam por meio de desenhos nas paredes, relatando uns aos outros, o que faziam no decorrer do dia. Desenhavam-se individualmente ou em grupo, representando momentos de caça, guerra, etc, com o intuito de comunicação (Martins, 1998).

Ainda de acordo com Martins (1998 p.34): “Antes mesmo de saber escrever, o homem expressou e interpretou o mundo em que vivia pela linguagem da arte. A caverna, com sua umidade rochosa, foi o ateliê do homem pré-histórico” […].

A Arte, como Área do conhecimento, envolve um amplo e diversos conhecimentos que é sempre influenciado pelo momento histórico. Certamente hoje sabemos que a arte traz as representações que estão presentes em todas as manifestações culturais: nas ruas como grafite, nos museus como obras e esculturas, na música com seus diversos estilos e sons, na dança com seus inúmeros ritmos e movimentos, no teatro e no cinema por meio de várias formas de expressões, na literatura e poesia com as histórias contadas com sentimentos, sensações e desejos, na arquitetura através de belos monumentos, e por fim na fotografia com suas cenas e imagens. Essas expressões estão representadas nas diferentes linguagens: Visual, Musical, Dança e Teatro. Além dessas conhecidas desde a Antiguidade, os Parâmetros Curriculares Nacionais trazem também os Recursos Audiovisuais.

Os pais quando contam histórias para seus filhos, exercitam a arte sem que percebam. A criança quando apronta algo escondido, os pais dizem que esta criança está “fazendo arte”, portanto, “fazer arte” é fazer o diferente, algo novo, é refletir, planejar e executar uma ação que expressa algo (Brasil, 1998a). Com todo este contexto, podemos nos indagar: A arte na escola está sendo trabalhada de modo a permitir que o aluno se desenvolva nas diferentes linguagens?

HISTÓRICO DO ENSINO DE ARTE NO BRASIL

É de grande importância também saber que a primeira escola de ensino de Arte no Brasil foi fundada em 1816, com Dom João VI juntamente com 15.000 pessoas se instalando com a Corte Real no Brasil (Missão Artística Francesa, em 1808), e inaugurando a 1ª escola que ensinava arte no Brasil, chamada de Academia de Belas Artes, local este, que os artistas europeus eram convidados para ensinar (artistas franceses). O estilo Barroco estava em alta no momento, mas a elite já estava acostumada com outros padrões europeus, ou seja, não queriam mais tal expressão, então começaram a ensinar o estilo Neoclássico, que era o que havia de mais moderno na época. O que não fosse Neoclássico, não era valorizado, e vale ressaltar que somente os mais favorecidos socialmente tinham acesso a tal estilo que acabara de chegar (Martins, 1998).

Desde a década de 20, até aproximadamente de 70, o ensino era baseado na Pedagogia Tradicional, em que o professor era o único que detinha todo o conhecimento, era o centro do processo. Nesta pedagogia, não se valorizava a criação do aluno, o mesmo tinha que fazer cópia de modelos, reproduzir o que o professor estava ensinando. Existia somente a preocupação com o resultado final, não com o processo que levava ao resultado.

O aluno neste período do processo do ensino de Arte não tinha o direito livre da expressão, mas sim de deixar no papel a idêntica cópia do real. Além disso, eram valorizados outros aspectos que não incluíam a livre criação do aluno. De acordo com Martins temos:

[…] Ensinava-se a copiar modelos, a classe toda apresentava o mesmo desenho, e o objetivo do professor era que seus alunos tivessem boa coordenação motora, precisão, aprendessem técnicas, adquirissem hábitos  de  limpeza, ordem nos trabalhos e que estes, de alguma forma, fossem úteis na preparação para a vida profissional […] (Martins, 1998, p.11).

O desenho era o foco principal neste momento, dividido entre: desenho geométrico, natural e pedagógico, que serviam de base para os alunos terem uma boa formação para o trabalho.

Por volta dos anos 30 e 40, as ideias da Escola Nova trazida dos Estados Unidos, chegam aos poucos no Brasil. Conhecida também como Pedagogia Renovada, permitiu explorar no educando suas necessidades individuais, sua livre expressão, incentivando-o a criar livremente o que sente. Rompe com a cópia de modelos, e volta- se para o desenvolvimento espontâneo do aluno. Nesta pedagogia, a valorização é focada no desenvolver (processo) e não no produto final, no qual não proporciona para o aluno um conteúdo a ser trabalhado, é vazia, deixando o aluno solto (Brasil, 1997).

Chega ao Brasil por volta dos anos 60 e 70 a Pedagogia Tecnicista, em que o professor passa a ensinar todas as linguagens do conhecimento da Arte (Artes Visuais,Música, Dança eTeatro, e sobretudo é responsável pela eficiência e eficácia dos alunos. Nesta pedagogia, não se valorizava a espontaneidade e criação do aluno, pois era reprodutivista, vazia de conteúdo, algo superficial, e somente oferecia ao aluno aulas baseadas em modelos (apostilas e livros didáticos).

Por fim, surge a Metodologia Triangular, criada por Ana Mae Barbosa na década de 80, que posteriormente passa a ser conhecida como Proposta Triangular para o ensino de Arte. Essa proposta era caracterizada pelo professor facilitador, ou seja, aquele que conduzia, permitindo ao aluno alcançar de fato o conhecimento.

O ensino de arte com base na Proposta triangular apoia-se em três eixos: o fazer artístico (quando o aluno cria seus trabalhos), a apreciação (momento no qual o aluno admira/contempla sua obra, de seus colegas, e de outros artistas) e por fim, a contextualização (que é o histórico do que o aluno já contemplou) (Zagonel, 2008).

Contudo, ressaltamos que atualmente ainda podemos encontrar no âmbito escolar, um pouco de cada pedagogia citada acima. Segundo a literatura:

De fato, uma série de desvios vem comprometendo o ensino da Arte. Ainda é comum as aulas de arte serem confundidas com lazer, terapia, descanso das aulas “sérias”, o momento para fazer a decoração da escola, as festas, comemorar determinada data cívica, preencher desenhos mimeografados, fazer o presente do Dia dos Pais, pintar o coelho da Páscoa e a árvore de Natal. Memorizam-se algumas “musiquinhas” para fixar conteúdos de ciências, faz- se “teatrinho” para entender os conteúdos de história e “desenhinhos” para aprender a contar (Martins, 1998, p.12).

ARTE E EDUCAÇÃO

Antes de abordarmos a atuação do docente em sala de aula na disciplina de Arte atualmente, abordaremos brevemente como era vista esta área do conhecimento.

A Arte no decorrer dos anos era ensinada como algo técnico. Após um tempo começou a se voltar para a expressividade. Essa expressão artística fora da escola já era muito consagrada, portanto, a partir dessa influência, a escola começou a interagir com o informal, levando para dentro em forma de festivais e teatros, em cuja realização grandes números de alunos participavam. Ressaltamos que o docente não tinha conhecimentos específicos para uma boa formação. Assim sendo, quem assumia a sala,eram aqueles que tinham algum conhecimento na área, ou o professor efetivo da turma. Como eles não tinham especialização, as aulas eram livres, de modo que o educando não agregava qualquer conhecimento para si.

Martins em sua literatura dispõe:

Em 1971, com a Lei n° 5.692, foi criado o componente curricular Educação Artística. A lei, determinando que nessa disciplina fossem abordados conteúdos de música, teatro, dança e artes plásticas nos cursos de 1° e 2° graus, acabou criando a figura de um professor único que deveria dominar todas essas linguagens de forma competente (Martins, 1998, p.12).

O professor tinha que saber abordar outros conteúdos, e dominar tudo. Arte neste tempo era considerada uma atividade, e não uma disciplina, dando a entender de que ela não proporciona uma aprendizagem de qualidade como às demais disciplinas.

Mesmo com a lei, muitos professores não se sentiam prontos para dominar tantas linguagens que foram incluídas nesta área do conhecimento, então, aplicavam suas aulas com atividades seguidas de modelos.

A partir da década de 80 ocorre o início ao movimento Arte-Educação período este que tinha o intuito de discutir com grande número de professores de Arte, a busca de uma possível melhora para a forma de atuação, formação e valorização dos professores.Foi então, em 1988, que se iniciam planos para a nova LDB. 

Porém somente mais tarde a Lei n° 9.394/96, art.26,§2°é de fato aplicada da seguinte forma: “O ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (Brasil, 1998c, p. 91). Esse foi um período em que a Educação Artística é substituída pela disciplina de Arte, ampliando dessa forma os conteúdos a serem trabalhados nas escolas por todos os educadores.

Hoje, mais do que nunca, entendemos que o docente deveria estar disposto a permitir que seus alunos tivessem a oportunidade de experimentar a arte, além disso, que os mesmos também tivessem acesso a diferentes linguagens, como museus/galerias: observando quadros e esculturas, ou em teatros: assistindo a uma peça, uma dança, ou até mesmo a um concerto. O profissional da educação deve criar meios, situações em que a criança possa realmente aprender a “colocar para fora” o que sente, sempre respeitando o desejo de cada aluno, pois sabemos que cada um é único, deve ser respeitado, e é capaz de criar no seu tempo.

De acordo com Rosa e Scaléa:

A arte-educação vai favorecer esse movimento e o educador deve utilizá-la, sempre que possível, para garantir o acesso de seu aluno à expressividade, à criatividade e à apreciação cognitiva. E esse acesso será natural se a mediação do professor favorecer a produção, a fruição e a reflexão (Rosa; Scaléa, 2006, p.82).

A nossa preocupação não é pensar na formação de grandes artistas com excelentes técnicas, mas sim,  considerar os meios para que esse aluno desenvolva capacidades que até ele mesmo desconheça, e mais, poder ter o aprendizado de um olhar amplo e  perceptivo, e ser reflexivo enquanto admira, por exemplo, uma pintura, saber olhar além daquela obra, imaginar o que aquele artista quer passar, e, sobretudo, ajudá-lo a ser crítico posteriormente em nossa sociedade.Enfim, entendemos que é dessa maneira que a escola deve intervir, mostrando de fato que a Arte não é mais vista como um passatempo entre as disciplinas que julgavam ser mais importantes, mas sim, que ela é tão importante e enriquecedora quanto às demais áreas do conhecimento.

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DE ARTES E SUA RELAÇÃO COM AS DEMAIS ÁREAS DO CONHECIMENTO

Sabemos que existem diversas maneiras para o indivíduo se comunicar. Assim como a leitura e escrita, todos os povos, raças e épocas, por meio das Artes Visuais, Música, Dança, Teatro E Recursos Audiovisuais, também se expressam e se comunicam pelo seu fazer artístico, havendo então a interação entre pessoas e a troca de culturas. É por meio da arte que podemos conhecer nosso próprio eu, e por ser um patrimônio cultural e amplo, fora da escola, todos têm direito de adquirir tal conhecimento (Martins, 1998).

Ela é importante, porque as atividades na área da Arte devem garantir que os alunos vejam o mundo com outro olhar, auxiliando-os a desenvolverem a sua criticidade e criatividade, e aprender a exteriorizar suas emoções, deixando-os livres para criar, recriar e pensar sobre a Arte. Também ajuda a criança a se expressar de várias maneiras, desenvolvendo assim seu pensamento artístico e o conhecimento cultural dos alunos. Estimula-os a ousarem enquanto criam seus trabalhos. Podemos dizer que os alunos percorrem de maneira livre e verdadeira, que a Arte os ajudará a ter saberes específicos sobre sua relação com a sociedade (Zagonel, 2008).

A disciplina de Arte pode possibilitar o educando a ter uma boa relação com as demais Áreas do conhecimento. Além disso, poderá auxiliá-lo no seu desenvolvimento, toda concentração, percepção e raciocínio lógico ao resolver um problema em Matemática, e ao realizar, por exemplo, uma experiência em Ciências.

Com essa disciplina é possível desenvolver a coordenação motora, imaginação e criatividade, na construção de um texto de Língua Portuguesa. Também possivelmente permitirá um melhor entendimento do aluno em relação à pluralidade cultural, tanto na disciplina de História, quanto na disciplina de Geografia, fazendo com que o mesmo aprenda a vivenciar, respeitar e valorizar o diferente com ética.

Na Educação Física, provavelmente o indivíduo aprenderá a se autoconhecer, socializar-se com os demais, ter expressividade, lateralidade, no qual, consequentemente demonstrará suas emoções e sentimentos (Brasil, 1997).

Durante todo o aprendizado formal, existe a possibilidade de o aluno desenvolver estas e muito mais qualidades que citamos acima, podendo complementar em vários aspectos da sua vida, sendo na área profissional, familiar, social, e dentre outros (Zagonel, 2008).

LINGUAGENS PARA SE TRABALHAR NA DISCIPLINA DE ARTE NOS TRÊS NÍVEIS DE ENSINO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

A Arte na escola é dividida por modalidades, e cada uma delas deve ser aplicada conforme apontam os documentos oficiais para os três níveis de ensino da Educação Básica, sendo Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Na Educação Infantil, segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), trabalha- se com Artes Visuais, Música e Movimento. No Ensino Fundamental (anos iniciais e finais), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) referem que devem ser trabalhados com os educandos, Artes Visuais, Dança, Música e Teatro.

E por fim, para o Ensino Médio também de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, devem ser aplicadas as modalidades citadas acima no Ensino Fundamental, incluindo Recursos Audiovisuais.

Espera-se que a escola progressivamente ofereça essas competências de cognição que explicaremos a seguir aos seus alunos, pois todos têm o direito de conhecer aquilo que está ao seu redor e que faz parte de sua cultura (Brasil, 1998).

AS LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS E TEATRO

Seu início se deu com os homens primitivos, que por meio de riscos se comunicavam e relatavam tudo que ocorria em seus cotidianos. Com o decorrer dos tempos, esta linguagem foi ganhando vários recursos e grandes espaços na sociedade. Atualmente, nos deparamos com imagens, texturas, cores, etc, e entendê-las nos fazem compreender o que o outro quis expressar com tal ideia. 

A Arte visual é usada para transmitir mensagens, emoções, tanto para aquele que executa, quanto para aquele que admira. Podendo também expressar uma época (Teberosky; Coll, 1999).

A arte trabalha-se com o visualizar de outras produções, onde o aluno aprenderá a observar tudo em sua volta, isto é, ter percepção. Com a junção de informações obtidas e aprendidas, forma-se a inspiração, no qual a partir daí o aluno saberá o que, como produzir, e também o que apreciar ao longo de sua vida. Além disso,encontramos na literatura que a Arte Visual vai além do ato de desenhar, trabalhando- se também com:

Reconhecimento e utilização dos elementos da linguagem visual representando, expressando, e comunicando por imagens: desenho, pintura, gravura, modelagem, escultura, colagem, construção, fotografia, cinema, vídeo, televisão, informática, eletrografia (Brasil, 1997, p.46).

O docente pode inserir música através do lúdico, permitindo-os conhecer instrumentos novos e descobrindo seus respectivos sons, sendo numa cantiga de ninar, canções em roda, etc. Contudo, o professor deve permitir à criança explorar esse mundo musical por meio da contextualização e pesquisa, desenvolvendo assim a prática da diversidade cultural e o respeito mútuo, deixando-o livre para escutar, planejar e criar sozinho e com os demais da sala, provocando assim a troca de experiências cognitivas, motoras e afetivas (Brito, 2003).

Já o Teatro, como arte de representar (Aurélio, 1993, p. 528), as suas primeiras representações teatrais ocorreram na Grécia antiga, por volta dos séculos VII e VI a.C, no qual realizavam naquelas épocas rituais para comemorar a caça e a boa colheita na terra fértil, e se comunicavam expressando-se por meio de suas emoções. Tinham o hábito de se caracterizarem com vestimentas feitas de animais, e também com mantas, máscaras, armas, etc. Esses povos dançavam e cantavam juntos em favor da exaltação de seus deuses e herois. Após festivais de vários dias para o deus Dioniso, esses atos de representações deixaram de ser visto como algo religioso, passando então a ser considerada uma celebração teatral, ou seja, neste momento da história, nasce o ato de atuar (Teberosky; Coll, 1999).

Hoje sabemos que o teatro é mais uma linguagem artística que está fortemente inserida na sociedade de diferentes povos e culturas. A criança sem saber, já apresenta suas brincadeiras quando criam personagens e situações. A menina ao colocar as roupas da mãe, que faz da sua boneca o seu bebê, imagina que ela é a mamãe; o menino ao colocar uma máscara no rosto e jogar uma toalha nas costas e amarrar sobre o pescoço, imagina ser um super heroi. É através do faz de conta que as crianças se expressam e se divertem enquanto criam suas histórias.

Nas escolas brasileiras o teatro também deveria ser inserido no currículo como um recurso pedagógico importante, pois permite ao aluno observar, concentrar e atuar livremente, depositando ali seus sentimentos e desejos. O docente pode incentivar seus alunos a criarem suas próprias histórias, num ambiente preparado e estimulador, e também a interpretarem histórias da literatura brasileira, criando cenários e vestimentas de acordo com o enredo. Vale ressaltar que a criança chega à escola sabendo se expressar devido suas brincadeiras rotineiras, e é de extrema importância o professor não ignorar isto, ou seja, cabe  a ele saber utilizar este lúdico a favor da sua prática pedagógica.

O teatro permite a socialização, auxilia no vocabulário do aluno, o trabalho em grupo, melhora na memorização, improvisação, ajuda as crianças tímidas a se desinibirem de acordo com o seu tempo, estimula a imaginação, criatividade, melhora na escrita devido ao incentivo à leitura, e permite o aluno a ter boa expressão corporal, etc, são vários os benefícios. Mas para que essas qualidades se façam presentes na vida dos alunos, é necessário que a escola trabalhe e desenvolva esses conceitos sempre, pois entendemos que fazer encenações somente em datas comemorativas não é possível adquirir todo aprendizado necessário que tal linguagem aborda (Teberosky; Coll, 1999).

RECURSOS AUDIOVISUAIS

Significa: “Diz-se dos sistemas, meios ou veículos de comunicação, ou de mensagens, que atingem o indivíduo através da vista e da audição, ou da imagem e do som”(Aurélio, 1993, p.55).

Essa nova modalidade do século XXI permite o profissional da educação enriquecer sua aula por meio de vários materiais, podendo ser apresentado de forma verbal ou não verbal, sendo eles: cartazes, retroprojeção, músicas, fotografias, filmes, exposições, dentre outros. O aluno com essas aulas aprenderá que poderá buscar mais conhecimento sobre o que está estudando em vários outros recursos, não somente em um livro didático.

Os recursos audiovisuais podem ser ferramentas úteis, desde que o educador se permita sair da sua zona de conforto, como quadro e giz, e seja criativo para mudar, inserindo essa tecnologia em suas aulas e as tornando mais dinâmicas, proporcionando então interação entre professor e aluno, e desenvolvendo nele atenção, compreensão, motivação e direção do pensamento (Ferreira; Junior, 1975).

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com essa pesquisa de revisão de literatura concluímos que a arte sempre esteve presente na história da humanidade, desde os homens primitivos que por necessidade da comunicação desenhavam nas paredes da caverna,até nos dias atuais.

Com o decorrer dos séculos, a arte foi se transformando e passando por várias fases e estilos artísticos. Vindo da Europa, ela ganhou aos poucos, espaço em nosso país, e além da arte já existir fora do âmbito escolar, consequentemente passou a fazer parte do contexto escolar através de diversas linguagens, como Artes Visuais, Dança, Música, Teatro e Recursos Audiovisuais. Por conta disso, os educadores que não tinham experiência nesta área, tiveram que se habilitar para poder oferecer aos alunos um conteúdo mais qualitativo.

No Brasil, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9394/96, vimos que a Arte no início era integrada na escola como Educação Artística, ou seja, uma atividade, pois não era vista com tanta importância. Somente mais tarde, ocorreram mudanças na Lei, fazendo com que a antiga educação artística se tornasse obrigatória na educação básica de ensino, sendo reconhecida, portanto como uma disciplina, fazendo parte então do currículo escolar, e tendo que ser mais tarde trabalhada com os três eixos norteadores: a produção (quando o aluno tem espaço para criar, executando na prática o conhecimento), a fruição (quando ele aprecia seu próprio trabalho artístico, e também contempla as obras de seus colegas e de outros artistas), e a reflexão (é o momento em que o educando absorve de fato o conhecimento por meio da contextualização do tema abordado).

Sabemos que a escola e grande porcentagem de professores somente ensinam seus alunos a desenharem e pintarem num simples papel, e percebe-se que alguns ainda não estão preparados para aplicar tal conhecimento, desvalorizando então esta disciplina.

Assim como as outras áreas do conhecimento (Português, Matemática, História, Geografia, etc.), a Arte também deveria ser vista com a mesma importância das demais, pois ajuda a desenvolver no educando a identidade, autonomia, criticidade, desenvoltura, dentre outros; características estas que auxiliam de fato na formação e desenvolvimento do aluno. Além disso, existem conteúdos específicos da disciplina que precisam ser trabalhados na escola.

Ressaltamos por fim, que a escola deve entender de fato que é necessário levar para dentro toda cultura artística que existe fora do âmbito escolar, sendo inserido através dos três níveis da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), ensinando desde sua origem, suas técnicas, conceitos, etc.; possibilitando o aluno absorver tal conhecimento e até se tornar mais criativo, expressivo e autônomo em seus feitos com a arte, proporcionando-o posteriormente desenvolver-se de forma motora, cognitiva e afetiva. Sendo assim, a escola permitirá ao educando adquirir novos olhares, auxiliando numa melhor qualidade no ensino-aprendizagem em todos os aspectos.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte/Secretaria da Educação Fundamental.- Brasília: MEC/SEF, 1°-4°s. v.6, e.2, 1997, 130p.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte/Secretaria da Educação Fundamental.- Brasília: MEC/SEF, 5°-8°s. v.7, e.3, 1998a, 116p.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a educação infantil: Conhecimento de mundo/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.- Brasília: MEC/SEF. v.3. 1998b, 269p.

BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil: propostas para a formação integral da criança. – São Paulo: Peirópolis, 2003, e.2, 204p.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva: artigo a artigo. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 1998c. 220p.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário Aurélio: da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, 3.ed. 577p.

FERREIRA, Oscar Manuel de Castro; JUNIOR, Plínio Dias da Silva. Recursos audiovisuais para o ensino.2.ed. São Paulo/SP. EPU, 1975, 134p.

MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998, 197p.

ROSA, Nereide Schilaro Santa; SCALÉA, Neuza Schilaro. Arte-Educação para professores: teorias e práticas na visitação escolar. – Rio de Janeiro: Pinakotheke, 2006. 117p.

TEBEROSKY, Ana; COLL César. Conteúdos essenciais para o ensino fundamental: Aprendendo Arte. São Paulo: África, e.1, 1999, 256p.ZAGONEL, Bernadete. Arte na educação escolar. Curitiba: Ibpex, 2008, 143p. 

Silva, Aleximone Fernandes Bondade . A Importância do Ensino de Arte na Escola e sua Relação com Outras Áreas do Conhecimento.International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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