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Resumo
INTRODUÇÃO
A enfermagem, como profissão essencial na área da saúde, em especial nas unidades de emergência, onde a rapidez e precisão são cruciais para realizar os atendimentos assistenciais, é profundamente influenciada por diversas teorias administrativas que moldam sua prática de gestão em seu cotidiano. As teorias administrativas, que incluem abordagem são a Teoria Clássica, Teoria científica, Teoria das Relações humanas, e outros autores clássicos. Essas, por sua vez, oferecem estrutura e princípios que ajudam a otimizar a organização e eficiência dos serviços (Bertochi; Moser, 2020).
E essas teorias destacam a importância da liderança, comunicação eficaz e trabalho em equipe, pois são elementos fundamentais para garantir a qualidade no atendimento ao paciente. Ao integrar essas teorias na prática diária, os profissionais da enfermagem não apenas melhoram a gestão da equipe, mas também contribuem para tornar o trabalho mais colaborativo centrado no paciente (Souza, 2023).
Este artigo tem como objetivo conhecer e analisar a influência das teorias administrativas na prática de gestão dos enfermeiros nas unidades de emergência. A pesquisa se justifica pela crescente necessidade de eficiência na gestão e pela escassez de estudos sobre aplicação dessas teorias na enfermagem. O artigo discute o papel do enfermeiro gestor e os desafios enfrentados na aplicação das teorias administrativas, com objetivo de promover melhorias na gestão emergencial e na qualidade do cuidado.
METODOLOGIA
Este estudo adota uma abordagem qualitativa exploratória, com base em revisão bibliográfica. Foram selecionados 29 artigos publicados entre 2005 a 2025 nas bases de dados, Scielo, Lilacs e Google Acadêmico, foram excluídas monografias, dissertações e teses, por ser impraticável analisá-las sistematicamente, bem como artigos de reflexão. Utilizaram-se as seguintes palavras chaves: Teorias administrativas, Gerenciamento de enfermagem, Urgência e Emergência e Competências gerenciais. Os artigos foram analisados com o objetivo de conhecer e identificar como as teorias administrativas influenciam a prática de gestão na enfermagem de emergência. A pesquisa focou na aplicação das teorias de Fayol, Taylor, Mayo e outros autores, além de discutir os impactos dessas teorias na prática de enfermagem e nas condições de trabalho dos enfermeiros gestores.
REFERENCIAL TEÓRICO
O ENFERMEIRO NO PROCESSO DE GERENCIAMENTO NA EMERGÊNCIA
O trabalho do enfermeiro abrange dois processos principais: o cuidado e a administração. O cuidado refere-se ao atendimento às necessidades das pessoas, enquanto a administração envolve a gestão de recursos e a coordenação da equipe para assegurar a eficácia do cuidado (Ferracioli, 2020).
O gerenciamento de enfermagem envolve a atuação do enfermeiro visando oferecer o cuidado de qualidade ao paciente. Isso só acontece por meio de ações interdisciplinares que garantem a organização e o funcionamento da unidade, atendendo às necessidades físicas, emocionais e sociais (De Souza, 2022).
Assim, o gerenciamento envolve a organização da assistência e o planejamento das tarefas, permitindo que a equipe, sob a supervisão do enfermeiro, executar o trabalho de forma eficiente, visando atender as necessidades dos pacientes (Bugs, 2017).
Nesse contexto, o gerenciamento de enfermagem envolve a articulação, gerenciamento e assistência. Ao atuar no aspecto gerencial, o enfermeiro implementa ações voltadas para os processos de trabalho, como a gestão de recursos humanos, visando criar condições adequadas na prestação do cuidado. Assim, na esfera assistencial, o enfermeiro concentra sua intervenção nas necessidades relacionadas ao cuidado em saúde (Dias, 2021).
A gestão é um processo que abrange o planejamento, a organização, a coordenação e o controle dos serviços e das práticas dos profissionais de enfermagem, visando alcançar os objetivos institucionais e proporcionar um cuidado alinhado à missão, visão e valores da organização. Esse processo inclui o enfermeiro nos serviços emergenciais cabe a ele a supervisão da equipe, a otimização de recursos e processos, além de assegurar a manutenção e a qualidade da assistência prestada (Bervig, 2020).
O entendimento dos aspectos conceituais serve como base para os processos de trabalho na enfermagem, bem como para a organização e gestão dos serviços de saúde.
INFLUÊNCIA DAS TEORIAS ADMINISTRATIVA NA ENFERMAGEM
A Revolução Industrial impactou na vida cotidiana da população, que promoveu em um crescimento das cidades urbanas no Brasil. E os operários e trabalhadores enfrentavam condições desumanas, sendo vulnerável a diversas doenças. Nessa época, gerou a necessidade de repensar e começar a planejar o início do tratamento nos hospitais. Durante séculos, as instituições religiosas estiveram à frente da administração de hospitais, orfanatos e casas de caridade.
No entanto, uma mudança significativa ocorreu, a assistência foi transferida gradualmente para a classe médica, que passou a assumir não apenas as decisões, mas as práticas clínicas e administrativas, gerando uma nova lógica baseada no saber técnico-científico (Giovanini, 2005).
Nesse contexto, a assistência foram se consolidando nos hospitais, baseado na prática assistencial sistematizada. Estruturado por meio de cartas, regulamentos e transmissão oral do saber, que contribuíram para o surgimento das técnicas de enfermagem. Com tempo, essas práticas foram gradualmente alicerçadas nos fundamentos teóricos por Florence Nightingale (Almeida; Silva; Teixeira, 2022).
Florence Nightingale, nascida em 1820 em Florença, Itália, foi criada em um ambiente aristocrático religioso. Em suas viagens pela Europa, observou o trabalho desenvolvido pelas Irmãs de Caridade de São Vicente de Paula, em Paris. Ela registrava em seu diário todas as práticas assistenciais e administrativas. Também apontou as condições precárias do trabalho das enfermeiras e a necessidade de reorganizar seu processo de trabalho (Padilha; Mancia, 2005).
Assim, a Enfermagem Moderna foi consolidada na Inglaterra por Florence, especialmente após a sua participação na Guerra da Crimeia, em 1854. Ao lado de 38 mulheres, organizou um hospital militar em condições precárias, onde conseguiu reduzir a mortalidade de 40% para 2%, através de medidas de higiene e controle de infecção (Almeida; Silva; Teixeira, 2022).
A necessidade de administrar os hospitais durante a guerra, destacou Florence Nightingale, que organizou a infraestrutura hospitalar e implementou uma abordagem interventiva na enfermagem. Ela introduziu cuidados diretos e indiretos, com planejamento de espaços, controle e observação, supervisão rigorosa e análise de dados e estatísticas, além de estruturar a hierarquia e aplicar disciplina na profissão (Formiga; Germano, 2010).
A enfermagem abrange tanto o cuidado direto aos pacientes quanto a gestão, gerando uma dicotomia entre a prática administrativa e assistencial. Isso, remete a uma reflexão no processo decisório na enfermagem centralizada na hierarquia (Spagnol; Ferraz, 2006).
Os hospitais desenvolveram as práticas de enfermagem ao longo do tempo, sendo fortemente influenciadas pelas teorias administrativas de Frederick Taylor, Fayol e Max Weber, aplicadas são gerenciamento de saúde, pessoas, organizações e recursos materiais (Silva, 2023).
A abordagem da administração científica foi introduzida por Frederick Taylor, ele tinha como objetivo aumentar a produção por meio da eficiência e produtividade nas organizações. Uma das inovações mais significativas foi a separação entre aqueles que planejavam as tarefas e aqueles que a realizavam. Com isso, Taylor conseguiu otimizar a execução das atividades e sugeriu métodos para racionalizar e disciplinar o conhecimento (Bertochi, 2020).
Na enfermagem, a aplicação de princípios organizacionais é visível na divisão das tarefas entre enfermeiros, técnicos e auxiliares. Isso visa atender as necessidades dos pacientes, auxiliar na cura, melhorar a qualidade do cuidado e os resultados assistenciais, além de reduzir o tempo de hospitalização (Silva, 2023).
A doutrina administrativa de Fayol, ainda relevante nas organizações de saúde do século XXI, enfatiza a gestão focada na organização e nos princípios administrativos. Essa abordagem visa o desenvolvimento econômico e o aumento da produtividade, destacando a divisão do trabalho, a especialização dos funcionários e a padronização das atividades, além de estabelecer regras e regulamentos que definem direitos e deveres dos cargos (Ribeiro: Meneghini, 2023).
O princípio na enfermagem se traduz na divisão de responsabilidade entre enfermeiro e técnicos de enfermagem. Os enfermeiros, detêm o conhecimento técnico-científico, são responsáveis pelo planejamento e organização dos processos, enquanto o técnico tem o papel de menor grau nessa estrutura executa as tarefas (Bervig, 2020).
Dentro desse contexto, podemos destacar a teoria de Max Weber, que enfatiza características organizacionais centrada na racionalidade e na eficiência das hierarquias. Essa abordagem é fundamentada nas especializações funcionais e na divisão do trabalho, aspecto que também é observado em outras teorias, como as de Taylor e Fayol. Essa teoria prioriza a importância de regras e normas em relação aos direitos e deveres dos colaboradores (Ribeiro: Meneghini, 2023).
A estrutura, planejamento e organização da enfermagem nos serviços de saúde baseiam-se na teoria administrativa científica. As instituições buscam eficiência e melhores resultados assistenciais, envolvendo profissionais especializados, com a equipe definida pelo tipo e complexidade da assistência. No entanto, o excesso de burocracia pode impactar a eficácia das ações dos profissionais (Silva, 2023).
A enfermeira gerencia a equipe com base nas abordagens taylorista, fayolista e burocrática. Sempre priorizando o cumprimento de normas e rotinas em vez de atender as necessidades dos pacientes. Isso tem gerado desagrado e desmotivação entre os profissionais da enfermagem. O poder de decisão é sempre do enfermeiro, enfatizando a hierarquia e desconsiderando as relações interpessoais na organização (Bertochi; Moser, 2020).
Os princípios da administração contribuem para organização de suas atividades, fortalecendo o cuidado centrado ao paciente e conservando a autonomia do enfermeiro. Ações gerências, baseadas nas teorias, envolvem hierarquia, burocracia e especialização, visando a inovação de um modelo assistencial de referência.
Na administração, uma das principais contribuições teórico-metodológicas é a oferta de ferramentas que auxiliam na compreensão de processos e interações psicossociais, além da criação e disseminação de novos modelos organizacionais que respondem às demandas na atualidade.
A história do gerenciamento da enfermagem no Brasil destaca o papel do enfermeiro no planejamento, organização e coordenação do cuidado, contribuem para execução de assistência, promovem inovações e melhoram a qualidade assistencial (Fernandes, 2021).
A trajetória de gerenciamento estimula a reflexão, para desenvolvimento profissional e melhoria contínua da gestão em enfermagem, ao identificar problemas e orientar para mudanças eficazes.
ANÁLISE E DISCUSSÕES
APLICAÇÃO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS NA ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA
A palavra gerenciamento diz ações voltadas à direção, organização das atividades dentro de uma organização. Na enfermagem, esse conceito está diretamente relacionado com as atividades da profissão, sendo aperfeiçoado ao longo do tempo. Assim, esses profissionais têm buscado constantemente estratégias mais eficazes para adaptar modelo de gestão às demandas contemporâneas promovendo que esta prática administrativa, não prejudique a qualidade do cuidado.
A teoria da administração é essencial para estruturar e organizar os serviços de saúde, especialmente na emergência, devido à sua complexidade e dinamismo. Este artigo analisa a importância de conhecer as teorias administrativas e sua aplicabilidade na gestão de enfermagem em ambientes emergência.
As teorias administrativas de Taylor, Fayol e Weber, originadas na Revolução Industrial, formaram a base da administração moderna ao focar em eficiência, hierarquia e padronização (Chiavenato, 2020). Posteriormente, foram adaptadas ao setor de saúde: Taylor contribuiu com a padronização das rotinas, Fayol com a coordenação de equipes e Weber com a burocracia que garante segurança nos procedimentos (George; Jones, 2023).
Na emergência, a teoria de Taylor se reflete na padronização dos atendimentos e na divisão de tarefas entre a equipe. Para um paciente que chega com dor torácica, há um protocolo definido: o recepcionista coleta os dados, o enfermeiro faz a triagem e encaminha para sala de emergência, o médico realiza exames específicos rapidamente. Todos esses processos otimiza o tempo, reduz falhas e aumenta a eficiência do atendimento, exatamente como Taylor propunha ao organizar o trabalho de forma científica (Bolzan, 2020).
A abordagem contribui para a gestão de processos, mas apresenta limitações na enfermagem. Seu foco na eficiência e padronização pode comprometer a flexibilidade necessária para situações imprevistas. Além disso, desconsidera as necessidades humanas, prejudicando o cuidado emocional. A divisão rígida de tarefas dificulta a colaboração entre equipes, essencial em emergências, e sua abordagem mecanicista pode desmotivar os profissionais, impactando a qualidade do atendimento (Bertochi; Moser, 2020).
Segundo Chiavenato (2020), a Teoria Clássica de Fayol, com suas cinco funções, planejamento, organização, comando, coordenação e controle, ainda é fundamental na gestão de enfermagem. Podemos ver o enfermeiro coordenador da emergência, aplicando os princípios ao planejar a escala, organizar os recursos disponíveis, comandar os profissionais, coordenar o fluxo de pacientes e controlar os resultados por meio de indicadores de desempenho, a taxa de satisfação dos pacientes (Rabelo, 2020).
Para Chiavenato (2020), a aplicação desses princípios ajuda a garantir a eficiência dos processos organizacionais hospitalares, demonstrando a constante relevância da teoria na gestão de enfermagem contemporânea.
A abordagem de Fayol pode dificultar o trabalho dos profissionais devido a estrutura muito rígida e hierárquica. Além disso, o excesso de foco na organização formal e na autoridade pode reduzir a autonomia dos profissionais de enfermagem e limitar a comunicação horizontal entre as equipes, prejudicando a agilidade e a integração necessárias ao atendimento (Bertochi; Moser, 2020).
A Teoria da Burocracia, desenvolvida por Max Weber, propõe uma estrutura organizacional baseada em regras e procedimentos rígidos, hierarquia clara e divisão de trabalho (Silva, 2023).
Em uma situação ao receber um paciente em estado grave, os profissionais seguem um fluxo padronizado de triagem, registro, atendimento e encaminhamento, garantindo agilidade, segurança e uniformidade nas ações. Essa organização baseada em regras reduz erros, facilita a supervisão e assegura que todos os pacientes sejam atendidos de forma justa e eficiente, independentemente do profissional responsável (Degasperi, 2020).
Embora a abordagem contribua para organização e segurança nos serviços de saúde, mas apresenta limitações quando aplicado na enfermagem. Sua estrutura rígida e hierárquica dificulta a agilidade nas decisões e a flexibilidade dos profissionais, prejudicando a adaptação a situações imprevistas. Além disso, a ênfase em regras e protocolos pode gerar lentidão nos processos e reduzir a comunicação entre as equipes, comprometendo a eficiência no atendimento (Bervig, 2020).
Vários autores apoiam a teoria de Weber. Chiavenato (2022) ressaltam que regras e normas asseguram a qualidade da assistência. George e Jones (2023) afirmam que a estrutura burocrática facilita a supervisão das equipes de enfermagem. Robbins e Judge (2022) enfatizam o equilíbrio entre rigidez e flexibilidade em emergências. Daft (2023) refere que a burocracia melhora a gestão de recursos e processos, enquanto Mintzberg (2021) reconhece sua importância para a eficiência, apesar das limitações.
A Teoria das Relações Humanas, de Elton Mayo, destaca a importância dos aspectos psicológicos e sociais no trabalho. Na enfermagem, ela reforça a necessidade de um ambiente que valorize a comunicação, e o suporte emocional, promovendo motivação, bem-estar e melhor qualidade no atendimento. Segundo George e Jones (2023), esses fatores aumentam a produtividade e para (De Freitas Lopes, 2020), ajudam a reduzir o estresse e o burnout nas equipes de saúde na emergência.
Nesse sentido, uma enfermeira responsável percebe que a equipe está sob forte pressão, o que tem causado estresse e queda no desempenho. Aplicando os princípios da Teoria das Relações Humanas, ela promove reuniões semanais para ouvir sugestões, incentiva a comunicação aberta entre os membros da equipe e reconhece o esforço de cada profissional. Como resultado, o clima organizacional melhora, a motivação aumenta e o atendimento aos pacientes torna-se mais eficiente e humanizado (Souza, 2023).
Apesar de valorizar aspectos emocionais, motivacionais e interpessoais, essa teoria apresenta restrições quando aplicada à enfermagem de emergência. O foco excessivo nas relações pessoais pode deixar de lado a necessidade de estrutura, agilidade e tomada de decisões rápidas, características essenciais em ambientes emergenciais. Além disso, essa abordagem pode não oferecer mecanismos eficazes para lidar com alta demanda, sobrecarga de trabalho e situações críticas, onde a eficiência operacional e a organização rígida também são fundamentais para garantir a qualidade e a segurança no atendimento (De Freitas Lopes, 2020).
Do ponto de vista, abordagem Contingencial que afirma que não existe uma única forma “melhor” de gerenciar ou organizar uma empresa. Em vez disso, o estilo de gestão mais eficaz depende das variáveis e condições específicas da situação (Chiavenato, 2022).
Em um plantão noturno com múltiplas vítimas e poucos recursos, o enfermeiro adapta sua conduta priorizando casos graves, assumindo funções assistenciais, redistribuindo tarefas conforme a equipe e mantendo comunicação eficaz (Martins, 2021).
Dessa forma, destaca a importância da adaptação às condições específicas do ambiente, especialmente em contextos dinâmicos como a emergência. No entanto, sua aplicação pode ser prejudicada por fatores como falta de tempo para análise, recursos escassos, pressão emocional, resistência à mudança e necessidade de liderança experiente para decisões eficazes (Cardoso, 2022).
Os autores concordam que, apesar de útil, essas abordagens devem ser adaptadas às demandas dinâmicas e ao ambiente em constante mudança da enfermagem. No entanto, é importante que os gestores de enfermagem adaptem esses princípios para promover um ambiente de trabalho mais dinâmico e responsivo às necessidades emergentes (Marques; Huston, 2023).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gestão de enfermagem nos serviços de emergência exige uma atuação rápida, eficiente e fundamentada, o que torna essencial a aplicação de teorias administrativas que orientem e otimizem os processos de trabalho. Ao longo do estudo, observou-se que cada teoria administrativa oferece elementos valiosos que podem ser adaptados à complexidade e ao dinamismo do ambiente em emergência.
A teoria científica e a teoria clássica fornecem fundamentos sólidos para a organização, padronização e eficiência dos processos, enquanto a teoria das relações humanas destaca a importância da motivação, liderança e comunicação dentro da equipe de enfermagem. Por outro lado, a teoria burocrática, embora estruturada, pode gerar rigidez e desmotivação se não for adaptada à realidade do trabalho em saúde. Já a teoria contingencial se apresenta como uma alternativa flexível e realista, ao reconhecer que não existe um único modelo de gestão, é necessário adequar as decisões ao contexto específico.
Nesse sentido, é necessário que a enfermagem na emergência deva combinar diferentes enfoques teóricos, aplicando-os de forma crítica e adaptativa. É fundamental que os enfermeiros gestores desenvolvam competências para integrar essas teorias, promovendo um ambiente de trabalho seguro, colaborativo e centrado no paciente. Adaptar os princípios clássicos aos desafios contemporâneos é, portanto, um passo essencial para o avanço na qualidade do cuidado e na eficiência do sistema de saúde.
Por fim, sugere-se que futuras pesquisas explorem mais profundamente a intersecção entre teoria administrativa e prática de enfermagem, contribuindo para a construção de um modelo de gestão mais eficaz e humanizado nas emergências.
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