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Resumo
INTRODUÇÃO
No processo da vida humana a avaliação faz parte em praticamente toda atividade que se realize, seja ela na vida social, profissional ou educacional. No que se refere à área de educação, ocorre a avaliação sistemática através de diversos propósitos, sendo esta, serve para assegurar e comprovar o que realmente foi aprendido, o que é chamado de resultado sendo ofertado oportunidade e igualdade para todos que compõem o processo avaliativo.
O presente artigo científico possibilita a obtenção de análises e observações de dados sobre a avaliação escolar no processo de ensino-aprendizagem. A discussão que será empreendida no estudo proposto vincula sua análise à abordagem no campo da educação por considerar uma proposta de uma educação, onde os professores precisam compreender a avaliação como parte imprescindível da instituição escolar.
A avaliação não é neutra, há intencionalidades epistemológicas, teóricas e pedagógicas que subsidiam a inserção deste processo no âmbito escolar. A partir desta visão, tendo a avaliação como um processo repleto de intencionalidade, o professor, como mediador, deve atribuir significado ao andamento do conceito em questão (Vasconcellos, 2013).
Este processo de avaliação engloba uma reflexão da qualidade do trabalho escolar, do professor e do aluno, verificando como estes estão se desenvolvendo. Em alguns casos em que os professores transmitem determinado conteúdo e espera que os alunos compreendam, e com a aplicação da avaliação, veem que o resultado não foi o esperado, existe uma tendência para responsabilizar os alunos pelo fracasso dos resultados. Na realidade, é necessário se dizer que dentro da educação não se deveria aprovar ou reprovar o aluno, mas promover, sempre, o seu desenvolvimento como pessoa.
No campo educativo, em todos os níveis escolares, a avaliação está presente como participante fundamental dos processos de ensino e aprendizagem. Quando dizemos processos de ensino e de aprendizagem compreendemos que esses são duas faces de uma mesma moeda, mas com suas especificidades. Enquanto o ensino é considerado em termos como a facilitação da aprendizagem que se justifica pelo fato de que, por meio dele, se pode alcançar uma aprendizagem mais efetiva do que, na ausência de qualquer ensinamento.
Compreendendo o papel do educador como mediador deste processo e construtor de significados para ele, o objetivo do presente estudo consiste em suscitar o debate em torno da importância do processo avaliativo no meio escolar. Para tanto, consideramos necessário contemplar seu contexto sócio-histórico, bem como dialogar com a prática pedagógica na construção epistemológica da aprendizagem significativa.
Na atualidade, tem-se muito discutido sobre a avaliação no contexto escolar. E o seu significado pode ser definido por vários conceitos, pelo fato de ser na educação um dos aspectos mais problemáticos da prática pedagógica. E o papel da verificação no âmbito escolar como avaliação é poder analisá-la como ferramenta de diagnóstico da aprendizagem do educando, onde na realidade a prova e a média escolar é que definem a vida escolar do aluno.
Apesar de ser a avaliação uma prática social ampla, pela própria capacidade que o ser humano tem de observar, refletir e julgar, na escola sua dimensão não tem sido muito clara. Ela vem sendo utilizada ao longo das décadas como atribuição de notas, visando à promoção ou reprovação do aluno, ou seja, classificando ou selecionando os mesmos pelo simples fato de obterem uma nota no processo de seus estudos.
Neste sentido, a avaliação cujos aspectos legais devem nortear o processo educacional através do regimento escolar, porém são tidas como instrumentos obrigatórios. Hoje a avaliação, conforme define Luckesi (1996, p. 33), “é como um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão”. Ou seja, ela implica um juízo valorativo que expressa qualidade do objeto, obrigando, consequentemente, a um posicionamento efetivo sobre ele.
Durante a pesquisa obtive interesse em observar algumas conceituações a respeito do tema proposto, e com a valorosa contribuição de Luckesi (1996) e outros teóricos conseguiu-se obter uma clara problemática diante da avaliação da aprendizagem e que vai de encontro com os respectivos pensamentos apontados durante a leitura do assunto.
A avaliação no contexto educativo, quer se dirija ao sistema em seu conjunto quer a qualquer de seus componentes, corresponde a uma finalidade que, na maioria das vezes, implica tomar uma série de decisões relativas ao objeto avaliado. A principal finalidade em grande parte é determinar os tipos de informações para analisar critérios como pontos norteadores.
E nesta sociedade que reina a obtenção de títulos e status é muito importante e acaba tomando o lugar de muitas outras coisas necessárias para o desenvolvimento do caráter de pessoas, hoje pais, professores e alunos talvez se preocupem mais com o avanço dos níveis escolares e se desapegam na parte onde se questiona como esse aluno conseguiu chegar a seu objetivo. Com efeito, tem sido utilizada de forma equivocada pelos professores em que estes dão o resultado de acordo com o desempenho de seus alunos.
A avaliação é um processo abrangente, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências e dificuldades a fim de possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos que impedem a aprendizagem dos alunos.
A metodologia adotada para a realização da presente escrita, foi à pesquisa de cunho bibliográfica, tendo sido realizadas diversas consultas em publicações e obras de autores renomados, e que muito contribuíram com o presente tema. Este artigo caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa e caráter teórico. Para Gil (2002, p.17), a pesquisa científica requer uma cuidadosa utilização de técnicas, métodos e procedimentos científicos. Sendo assim, neste estudo, foram utilizados livros, textos e artigos científicos que envolvem a temática da avaliação como parte integrante e indissociável do processo de ensino-aprendizagem.
A pesquisa bibliográfica apresenta-se como uma das principais formas de aquisição de conhecimento, e justamente por essa razão, apresenta-se como uma ferramenta de extrema importância para a educação na atualidade, bem como para a transmissão de valores.
O processo de produção de conhecimento, pode ocorrer em diferentes espaços como em centros de pesquisas, fundações públicas ou privadas convêm destacar que este artigo tratará especificamente do conhecimento que é produzido nas universidades, e se embasa naquilo que vai de encontro aos objetivos que a pesquisa de cunho bibliográfico apresenta.
Essa ferramenta educacional se mostra como extremamente importante, o que justifica o lócus de seu uso de maneira cada vez mais intensa, haja vista que, ela possibilita um amplo alcance de informações, além de permitir a utilização de dados dispersos em inúmeras publicações, auxiliando também na construção, ou na melhor definição do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo proposto.
O que possibilita que ela conquiste a densidade que se faz necessária para que sirva de instrumento de pesquisa futura para outros estudos, a pesquisa bibliográfica oferece ao pesquisador, uma visão muito mais abrangente sobre o tema escolhido, o que representa uma vantagem absoluta, em prol da criação de estudos cada vez mais enriquecedores e que façam a diferença a um público maior de pessoas.
Uma ferramenta que tem um nível de importância extremamente acentuada e que por essa razão, vem sendo cada vez mais estimulada no ensino superior, o que se justifica completamente, principalmente pelos diversos benefícios que ela apresenta, um grande lócus a ser explorado pelos idealizadores.
Os motivos pelos quais seria levado a ler tal estudo, isto é, a razão de se pesquisar avaliação escolar, é a de poder analisar e examinar as diversas concepções de avaliação, os métodos utilizados no processo de aprendizagem escolar, e verificar alternativas para uma avaliação eficiente que seja coerente aos alunos do ponto de vista qualitativo. Na visão de Luckesi (1997), concebem-se os passos para uma boa avaliação: “Saber o nível atual de desempenho do aluno (diagnóstico); comparar informações com aquilo que é necessário ensinar (qualificação); Tomar decisões que possibilitem atingir os resultados esperados.”.
Neste sentido, pode-se conhecer o verdadeiro sentido da avaliação dentro da sala de aula, sendo que o aluno pode se autoavaliar a partir de seus erros, com isso, através do seu autoconhecimento busca a realização de novos caminhos para uma aprendizagem satisfatória. Segundo Luckesi (2005), “A avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino-aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho”.
Com efeito, procura-se examinar e compreender a importância da avaliação inserida no contexto escolar dentro do processo de aprendizagem dos alunos, visto que, ela implica um juízo valorativo que expressa qualidade do objeto, obrigando, consequentemente, a um posicionamento efetivo sobre ele no resultado do processo. No entanto, nem sempre o professor tem definido as reais finalidades que quer alcançar com seus alunos e a avaliação necessita da elaboração dos objetivos propostos para que consiga criar critérios eficientes e qualitativos para uma avaliação que possa fazer o aluno crescer enquanto educando, e, sobretudo, na vida em sociedade.
O conceito de avaliação é muito abrangente no contexto educacional, no entanto pode-se estabelecer delimitações com relação às ideias no seu processo, analisando esta etapa do aprendizado no ambiente escolar. Nesse sentido, faz-se necessário redimensionar a prática de avaliação no contexto escolar, com efeito, refletir sobre sua própria evolução enquanto seres humanos na construção e interação do conhecimento.
Entender e esclarecer que a prova não pode decidir a aprovação ou reprovação do aluno através simplesmente de um número que representa uma nota, mas analisar outras formas de avaliação como aspecto qualitativo, por exemplo: trabalhos em grupos, participação satisfatória, seminários, debates, atividades diversas, observação e organização do caderno e esclarecer que a média pode ser obtida no final do bimestre não mostra quantidade, mas sim qualidade de uma diversidade de aprendizagem que o aluno adquiriu no decorrer do processo de ensino-aprendizagem.
O ato de avaliar não pode ser entendido como um momento final do processo em que se verifica o que o aluno alcançou. A questão não está, portanto, em tentar uniformizar o comportamento do aluno, mas em criar condições de aprendizagem que permitam a ele, qualquer que seja seu nível, evoluir na construção de seu conhecimento. Ao desenvolver o tema em questão em torno do conceito de notas que expliquem o rendimento do aluno e que justifiquem a aprovação e reprovação Luckesi (1996, p. 26): “[…], porém o conceito, avaliação é formulado a partir da conduta de atribuir um valor ou qualidade a alguma coisa, ato ou curso de ação, que por si implica um posicionamento positivo ou negativo em relação ao objeto, ato ou curso de ação avaliado […].”
Nessa perspectiva busco respostas à seguinte questão de pesquisa: De que forma o professor se utiliza da prova para avaliar seu aluno? E quais seriam as alternativas mais eficientes para o professor utilizar em que possa colaborar para um sistema de avaliação mais justo que não exclua o aluno do processo de ensino-aprendizagem? É importante que o inclua como um ser crítico, ativo e participante nos diversos momentos de transformação da sociedade.
Para que a avaliação caracterize o processo de democratização e da melhoria da qualidade da aprendizagem do educando, é preciso modificar a sua utilização e transformá-la de classificatória para diagnóstica, tendo como finalidade o uso da avaliação de qualidade mostrando que ela deve ser um processo para auxiliar no desenvolvimento cognitivo do aluno e não apenas classificatório.
Na avaliação da aprendizagem, o termo “avaliar” indica dar valor a algo, diante disso, Luckesi (1996, p. 76) cita: “[…], porém o conceito, ‘avaliação’ é formulado a partir das determinações da conduta de ‘atribuir um valor ou qualidade a alguma coisa, ato, ou curso de ação…’ que, por si, implica um posicionamento positivo ou negativo em relação ao objeto, ato ou curso de ação avaliado […]”. Na escola, muitas vezes o termo ‘avaliação’ é usado ou confundido com o que chamam de ‘prova’, usado para aprovar ou reprovar o aluno e até mesmo para ameaçar e intimidá-lo como forma de punição.
Com efeito, a aprendizagem do aluno acaba ficando comprometida pela inadequação da avaliação no contexto escolar. Desta forma o aluno vê o professor um juiz, e vê a si, como réu, devedor de matéria cobrado fiscalizado. A confiança professor – aluno ajuda diminuir os medos, esta relação deve existir confiança, acreditar que o professor está ali para contribuir para o desenvolvimento dos alunos.
Na avaliação inclusiva, democrática e amorosa não há exclusão, mas sim diagnóstico e construção. Não há submissão, mas sim liberdade. Não há medo, mas sim espontaneidade e busca. Não há chegada definitiva, mas sim travessia permanente em busca do melhor. Sempre! (Luckesi, 1996).
O educador tem uma função a desempenhar que está ali para ensiná-lo e não para julgá-lo. A avaliação deveria ser um processo para avaliar a aprendizagem de um trabalho, e servir de base para novos projetos desenvolvidos na interação entre professor e aluno. É o que se tenta examinar para uma compreensão melhor e mais eficiente no que se refere à importância da avaliação no contexto escolar, como sendo um fator de crescimento pessoal.
A avaliação dá a possibilidade ao aluno de ser transformador de sua própria realidade, no processo de desenvolvimento integral dele próprio está a sua formação profissional, pessoal, ou seja, um ser em relação com o mundo em que vive. Para isso, é necessário que, por parte dos professores, haja a colaboração para que isso aconteça. Pode-se ressaltar que a avaliação leva ao crescimento, quanto ela tem a possibilidade de o aluno saber discernir com autonomia suas atitudes e ações de forma coerente sabendo julgar a si mesmo e assumir suas responsabilidades frente à vida.
DESENVOLVIMENTO
No processo de ensino é necessário que o educador tenha capacidade e possa estabelecer metas e procedimentos para que desenvolva a avaliação dos educandos. Porém, é imprescindível que o professor saiba conhecer os níveis de conhecimentos de cada aluno e poder construir um diagnóstico prévio com informações referente a esses níveis de conhecimentos que os educandos já possuem para poder estabelecer os devidos objetivos e procedimentos de ensino principalmente em cima das dificuldades encontradas e elaborar várias formas de avaliação, além da tradicional verificação da aprendizagem, como trabalhos individuais e coletivos; atividades de classe e casa; participações orais nas aulas expositivas; seminários; debates e discussões; disciplina, etc.
E através da avaliação qualitativa, o aluno vai conseguir ver seus avanços e dificuldades e com o auxílio do professor poderá superá-los, investigando seus significados e observando diferentes pontos de vista. “O erro não é fonte para castigo, mas suporte para o crescimento”. (Luckesi, 1996: 58) e entender que a dúvida e o erro podem ser o começo da conquista da sabedoria.
Segundo Sant’Anna (1995, p. 27), “há professores radicais em suas opiniões, só eles sabem, o aluno é imbecil, cuja presença só serve para garantir o miserável salário detentor do poder”. A escola deve sempre oferecer meios e condições para que o aluno possa atingir seus objetivos, conhecimentos e novas ideias, produzindo resultados favoráveis, principalmente ao seu crescimento enquanto ser humano. A aprendizagem e o desenvolvimento são processos que ocorrem simultaneamente.
O erro então deve ser visto não como fonte de condenação, mas sim como fonte de virtude, uma vez que pode possibilitar o êxito e a eficiência. Para Piaget, a avaliação no aluno é feita cotidianamente, o erro não deve ser considerado uma punição, mas levar a pensar em busca de um resultado satisfatório. Quando ocorre um erro, devemos buscar a construção do conhecimento, para que haja a possibilidade de evolução. Deve-se valorizar e trabalhar seu raciocínio e associações que o levam a determinadas conclusões, desta forma construiremos avaliação para uma educação de qualidade.
No entanto, de acordo com o pensamento de Luckesi (1996), é oportuno transferir uma prática avaliativa autoritária e conservadora em uma prática diagnóstica. Pois o conceito de educação que se mostra é de que o professor deixa de ser um transmissor de conhecimento, para ser um companheiro, um guia sempre ao lado do educando, mostrando, incentivando e construindo juntos os conhecimentos nesta longa jornada que é a educação.
Para Perrenoud (1999, p.151) “Toda avaliação formativa baseia-se na aposta bastante otimista de que o aluno quer aprender e deseja ajuda para isso, isto é, que está pronto para revelar suas dúvidas, suas lacunas, suas dificuldades de compreensão da tarefa.”.
Diante disso, o educador deve promover métodos de avaliação baseados na qualidade de uma avaliação formativa, além de estar preocupado com o lado emocional do aluno, e não somente com seu desenvolvimento cognitivo, senão poderá levar a sofrer sérias consequências como, por exemplo, o fracasso escolar.
Embora haja diversas formas avaliativas, contudo procura-se a melhor forma de contribuir com o desempenho dos alunos. Enfatiza Hoffmann (1993), que “geralmente os professores se utilizam da avaliação para verificar o rendimento dos alunos, classificando-os como bons, ruins, aprovados e reprovados”. Na avaliação com função simplesmente classificatória, todos os instrumentos são utilizados para aprovar ou reprovar o aluno, revelando um lado ruim da escola, a exclusão.
Uma avaliação clara e coerente com os objetivos educacionais e com a proposta político-pedagógica da instituição escolar é uma das formas de buscar um ensino de qualidade. O professor que trabalha com um processo de avaliação apoiado em uma base teórica bem estruturada e definida realizará um trabalho coerente e eficaz com o processo de ensino e aprendizagem.
Historicamente, a função docente foi associada ao controle, à fiscalização, ao disciplinamento, à medida, à verificação, a ponto que para muitos professores sua principal tarefa passou a ser transmitir os conteúdos e logo constatar o quanto os alunos assimilaram, indicando claramente, através de notas, conceitos ou menções, quais são os “aptos” e os “inaptos”, ou seja, aquele que merecem ou não prosseguir nos estudos, por “não terem condições” ou por “não saberem aproveitar as iguais oportunidades dadas a todos”. Seu papel fica mais para juiz distributivo (dar prêmio ou castigo) do que pedagogo (humanizar, ajudar a aprender).” (Vasconcellos, 2013, p. 51)
Embora estes exames sejam necessários para situações de classificação e democracia, ainda há um longo caminho a ser percorrido se queremos orientar a aprendizagem e ressignificar as práticas pedagógicas, uma vez que os recursos classificatórios não abrangem a complexidade da formação humana. Nas palavras de Vasconcellos (2013, p. 59) que diz: “Intuímos que não dá para mudar tudo de uma vez; intuímos também que não dá para continuar como está… Que fazer?”, percebemos que algo necessita ser revigorado ao ponto de que nossos paradigmas sobre a avaliação sejam fragmentados e que vejamos sob perspectivas mais transformadoras.
O método da avaliação formativa (também chamada por Vasconcellos (2013) como educativa) traz à luz a construção do conhecimento que o estudante desenvolve ao longo do processo pedagógico, tendo o docente como mediador, intervindo com o objetivo de contemplar as defasagens de ensino. Desta forma, a avaliação formativa une-se à formação docente a fim de trazer informações que aperfeiçoem o processo de ensino-aprendizagem do educando, assim como do educador. Logo, é uma forma de acompanhamento do educando através do desenvolvimento das atividades escolares, de modo que possam ser reformuladas para garantir as intenções pedagógicas propostas.
A avaliação diagnóstica, por sua vez, tem como proposta identificar a aprendizagem dos educandos e realizar os ajustes necessários na metodologia de ensino, visando o melhor desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Neste método, é importante destacar a relação entre o educador e o educando, pois tem como proposta o acolhimento, a compreensão das dificuldades apresentadas no âmbito diário, bem como o conhecimento prévio do aluno. Esse diagnóstico proporciona ao docente um olhar atento ao discente, possibilitando uma autoanálise de sua prática pedagógica com a finalidade de desenvolver métodos que proporcionem o desenvolvimento da turma.
O profissional da educação deve entender que a avaliação não é apenas o cumprimento de uma exigência burocrática, mas um processo de construção de conhecimento; ou seja, por meio da avaliação o professor pode analisar se os objetivos educacionais foram atingidos ou não, e repensar sua prática para que esses objetivos possam ser alcançados. É preciso acabar com a ideia de que a nota é um produto apenas do aluno. Ela é um resultado e parte do processo de ambos. Avaliação é diagnóstico que pode ser registrado em forma de nota, mas nota não é avaliação, e pode ser considerada como um registro da experiência da aprendizagem do aluno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa do projeto pode ser efetivada em qualquer escola de ensino fundamental da educação básica. Uma vez que vivenciar no cotidiano escolar coloca-nos frente a inúmeras situações que necessita de estudos e pesquisas para que possa através de conhecimento mais aprofundado intervir no meio em que atua auxiliando de maneira significativa no processo de ensino e aprendizagem.
A análise dos dados será obtida através de observações na própria sala de aula verificando os diversos momentos e os vários tipos de avaliação que o professor faz na sala de aula. No entanto, é necessário descrever os procedimentos para obter os resultados e objetivos deste projeto de pesquisa.
Compreendemos a avaliação como método de construção e não de classificação. A partir dessa perspectiva, contemplamos este instrumento como uma prática pedagógica relacionada à aprendizagem. Dentre as diferentes questões que envolvem a avaliação, abordamos os seguintes conceitos: formativa, diagnóstica, mediadora e somativa.
Assim, a avaliação tem sido vista e utilizada como o fim da educação. Avalia-se para saber se deve promover ou excluir o aluno. Se o aluno obtiver o resultado esperado pelo professor (ou seja, notas acima da média), então se promove o aluno; caso contrário, ele será condenado a repetir a série, pois não obteve o resultado desejado e, por isso, será castigado com uma reprovação. Esse tipo de avaliação, ao invés de auxiliar o processo de ensino-aprendizagem, serve somente para classificar os alunos em aptos e inaptos; reduzindo, assim, a avaliação a uma prova. Desta forma, Luckesi (2005) chama de “pedagogia do exame”: as atenções de pais, alunos, professores e sociedade estão voltadas para as provas (e a consequente promoção dos alunos), e não para o desenvolvimento do educando.
A avaliação tem que ser entendida de uma maneira muito mais ampla, pois é a parte mais importante de todo o processo de ensino-aprendizagem, visto que avaliar é mediar esse processo, oferecer recuperação imediata, promover cada ser humano, acompanhar cada aluno em seus progressos. A avaliação do processo de ensino e aprendizagem deve ser norteada por critérios previamente estabelecidos. Se avaliar é também planejar e estabelecer objetivos, é de fundamental importância que os critérios da avaliação que condicionam seus resultados estejam sempre subordinados à finalidade e aos objetivos previamente estabelecidos para qualquer prática, seja educativa, social, política ou cultural. E deve estar a serviço das individualizações da aprendizagem proporcionando a reflexão transformada em ação que estimula a produzir novas ideias.
O grande desafio para construir novos caminhos é uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e autonomizado no processo ensino e aprendizagem. Desta forma, formaremos cidadãos conscientes, críticos, criativos, solidários e autônomos. Não podemos mais pensar a avaliação como um instrumento de autoritarismo e classificação, que decide sobre a aprovação ou reprovação do aluno. Devemos romper com padrões estabelecidos pela própria história de uma sociedade elitista e desigual. Neste sentido, mudar a prática avaliativa significa mudar toda nossa prática educativa.
A avaliação como meio de medição não atinge os objetivos de uma aprendizagem significativa, logo, não proporciona ao educando a autonomia de enxergar o mundo de sua maneira. Medir e classificar a partir de resultados dificulta o processo de aprendizagem, pois não traz uma reflexão significativa sobre o que se aprende e a relação com o cotidiano de vida. O professor como detentor único do conhecimento também não auxiliará neste processo, pelo contrário, vai torná-lo falho. Dará uma falsa impressão de que seu saber é único e inquestionável, não tendo a opção sequer de cometer equívocos nesses processos.
Desta forma, compreendemos o processo de avaliação como um processo profundo e de constante reflexão, pois a partir dele o professor reinventa sua prática e o aluno se compreende como indivíduo crítico-reflexivo no contexto em que vive. De uma forma geral, não há um método único e correto, porém, há diferentes formas de contemplar a aprendizagem. Eis a riqueza deste processo cheio de singularidades que faz ambas as partes, professores e alunos, compartilharem conhecimentos e experiências com objetivos de crescimento e evolução de suas aprendizagens. É preciso que o professor tenha um olhar atento à sua realidade, conheça seus alunos e, a partir disso, construa a sua prática pedagógica, tendo a avaliação como auxiliar neste processo.
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