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Resumo
INTRODUÇÃO
Talvez um dos maiores desafios do matemático hoje é interpretar e resolver situações – problemas, é pensando nesse contexto que o presente trabalho aqui elaborado, além de alavancar percepções pessoais percebidas durante toda nossa formação acadêmica, abordará um tema muito notório e perceptivo nos matemáticos em tempos atuais, o desinteresse pelos cálculos, fomentada pela enxurrada tecnológica que inunda os saberes e interesses dos matemáticos da atual geração, deixando seus dias curtos e sobrecarregados de atividades cotidianas tecnológicas.
Não que a tecnologia seja de todo uma má influência na formação dessa geração, entendemos que nossos matemáticos devem se manter atualizados, até para que se encaixem em um mundo totalmente informatizado globalmente e assim seguindo o fluxo e a ordem natural da evolução dos dias em questão.
Mas vale salientar a importância do contato com situações – problema e o hábito por fazer cálculos diariamente, até para que não se percam no desinteresse cultural e assim promovendo o início de uma extinção de um ato tão espetacular e rico em formação de conhecimentos e saberes sobre o mundo, que é a matemática ou hábito de fazer cálculos. Em meus estágios percebi de maneira observadora que os matemáticos gostam e precisam ser desafiados e motivados, quase que diariamente, nesse ponto que entra nosso projeto como uma Feira de Gincana Matemática, [FEIGIM] promovendo uma disputa saudável entre os matemáticos envolvidos no público alvo do nosso projeto matemático.
REFERENCIAL TEÓRICO
A resolução de situações-problema é um componente essencial do bacharelado em matemática, pois estimula o desenvolvimento do raciocínio lógico, da criatividade e da capacidade de análise dos matemáticos. Diversos estudos têm abordado como essas práticas podem ser incorporadas ao processo de aprendizagem, favorecendo uma aprendizagem mais significativa e engajante.
As práticas de resolução de problemas na matemática revelam que essa prática é essencial para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e a promoção de uma aprendizagem significativa. Ao integrar abordagens construtivistas e metodologias ativas, a resolução de problemas permite que os matemáticos adquiram competências matemáticas de forma dinâmica e contextualizada. As pesquisas destacam, também, a importância do papel mediador do matemático e a utilização de tecnologias como ferramentas complementares para enriquecer a aprendizagem.
Em primeiro momento, o tema escolhido [PRÁTICAS DE RESOLUÇÃO DE SITUAÇÃO-PROBLEMA] para o nosso projeto é o mesmo motivo que nos fez optar por cursar um bacharelado em Matemática, o amor e o fascínio pelos cálculos e a paixão por situações-problemas.
Sou da geração antes dos anos 2000, geração essa que passava as tardes nas bibliotecas públicas lendo, pesquisando, resolvendo situações problemas por meio de cálculos básicos usando as 04 operações.
Tenho 52 anos e minha geração é muito distinta da geração atual, mas tenho total convicção que o hábito pelo cálculo matemático sempre me abriu e ainda abre portas para o conhecimento e para a vida.
O tema escolhido e pesquisado vai além da matemática, a presença de situações – problema na vida adulta já são hábitos corriqueiros, rotina e vamos levar a matemática em toda sua plenitude a ser comentada nos corredores da vida, fomentando uma disputa matemática entre os matemáticos, buscar e cativar cada matemático participante do projeto sua melhor versão de matemático, promover o incentivo pelos cálculos, seja ela em livros, revistas e jornais, deixando de lado um pouco as tecnologias, jogos e redes sociais. A falta de motivação e o acesso a leituras digitais estão de certa forma criando um distanciamento da matemática, o caderno e livros de matemática dos jovens, e nosso projeto tem como foco principal estreitar essa relação e com muita perspectiva, motivação e otimismo prospectar futuros amantes pela matemática, despertar no matemático o interesse pelo cálculo, folhar e sentir o papel entre os dedos, sentir o cheiro do impresso, como um bom amante de matemática faz a cada novo problema resolvido.
A grande importância e os benefícios que o hábito de resolver problemas matemáticos proporciona para a evolução do ser humano já é uma boa justificativa para o desenvolvimento desse projeto, mas vale salientar que o hábito pela matemática deve começar bem cedo, lá no início do bacharelado em matemática. Nos questionamos como estimular os cálculos de quem ainda não sabe calcular? Sim, existem muitas formas de matemática, além de praticar a resolução de cálculos, também temos a leitura que estimula o matemático a pensar e desenvolver a sua imaginação usando o mundo da matemática.
Esse hábito só tem que crescer, evoluir nos anos seguintes, aprender a interpretar e resolver situações problemas e dominar a matemática. Já nos anos finais do bacharelado em matemática, nosso público alvo em questão atribuído ao projeto desenvolvido, não somente estimular o interesse pela matemática, como levar a matemática para além do bacharelado, mas de onde surgiu a ideia de uma gincana matemática? No semestre passado, fomos convidados a participar como jurado em uma feira de iniciação à ciência, a FEICIC (Feira de Iniciação à Ciência), durante as avaliações ficamos surpresos pelo empenho e motivação dos matemáticos em apresentar seus projetos, a desenvoltura e ambição por vencer a competição, que tinha como premiação medalhas e troféus.
Percebemos o interesse pelo assunto e atividade proposta pelos organizadores, e a competitividade entre eles, foi em momentos como esse que notamos que os matemáticos disparam um gatilho de vontade de aprender quando são estimulados e desafiados. Então por que não usar isso na matemática? Planejar uma feira matemática, que ao invés de temas científicos, usa desafio de cálculos e interpretação de situações-problema.
Estimular e desafiar os matemáticos a resolver problemas, buscar uma história que os faça querer compreender e de forma resumida expor as pessoas a sua versão da matemática, ser avaliado e premiado por isso, despertando em si e nos participantes da feira a vontade e a paixão de resolver cálculos.
Durante os períodos de observação e em observância vivenciada em apresentações dos em trabalhos em grupo ou individual, um fator problemático que constatamos e percebemos é a falta de capacidade de interpretação de texto e a dificuldade de resolver problemas matemáticos em público, ou até mesmo na faculdade, assim também como a falta de entrosamento interpessoal com outros colegas existindo muita individualidade.
Nosso projeto [feira matemática] de certa forma foi pensada e elaborada justamente para chegar a uma metodologia onde envolvem questões relacionadas a esse fator negativo, uma vez que o projeto envolve trabalho e planejamento em grupo, calçados aprofundados em determinado assunto a ser discutido e planejado em uma ação conjunta na interpretação de situações – problemas ou tema escolhido por ambos participantes e uma interpretação formalizada e consentida por todos, pois na hora da apresentação será avaliada todos os aspectos referentes a problematização aqui citada, principalmente participação de todos e domínio do assunto em questão.
No futuro que os espera, vida profissional sempre haverá trabalhos em coletivo, então devemos incentivar a viver em sociedade desde cedo, mostrar a importância e a força que tem uma união entre pessoas engajadas em um só objetivo.
Não chegamos neste mundo sozinhos, sempre é bom contar com a ajuda de alguém, somos seres humanos incompletos e diferentes, onde um supre a diferença que falta no outro e juntos podemos ir muito mais além. E a grande importância de se interpretar não somente situações – problemas, mas interpretar quando somos ouvintes em uma palestra ou até mesmo em uma peça de teatro, um e-mail recebido de um colega de trabalho ou do chefe, a interpretação estará presente em nossas vidas para sempre, por isso a importância de ter um hábito regular de resolver problemas matemáticos, e o grande objetivo desse projeto nada mais é dar um pontapé inicial de incentivo da resolução de cálculos e trabalho em grupo.
Para contar com o bom andamento do projeto, sempre é necessário o engajamento de muitas pessoas, cada um exercendo seu papel fundamental para que o evento tenha o resultado esperado, assim motiva-se prospectar futuros eventos semelhantes que possam sempre contribuir para um novo observar, um evento dessa magnitude envolverá uma grande equipe, pessoal da manutenção para montagem da feira e alguns itens tecnológicos como computadores para o planejamento da avaliação e criação dos acessos com qr code. Bacharéis em matemática farão a parte informativa e a parte de logística para que o evento tenha um fluxo organizado, avaliadores convidados terão um tempo reservado para apreciar de forma técnica as apresentações de cada grupo para assim chegar um parecer.
Recursos tecnológicos:
Perrenoud (1999) classifica as funções de avaliação entre muitas lógicas, as quais regulam a aprendizagem, o trabalho, as relações de autoridade e cooperação em matemática. Ele afirma ainda:
Avaliar é, cedo ou tarde, criar hierarquias de excelência em função das quais se decidirão a progressão no curso seguido, a seleção no início do secundário, a orientação para diversos tipos de estudo, a certificação antes da entrada no mercado de trabalho, e frequentemente futura contratação. Avaliar é também, privilegiar um modo de estar em aula e no mundo, valorizar formas e normas de excelência, definir um aluno modelo, aplicado e dócil para uns, imaginativo e autônomo para outros.(Perrenoud, 1999, P.9)
METODOLOGIA
Campo das práticas de estudo de pesquisas possibilitam a compreensão do mundo ao nosso redor, desde coisas simples do dia a dia até assuntos mais complexos. Eles são usados nas mais diversas áreas do conhecimento, como ciências, história, geografia, matemática, entre outras mais. Alguns exemplos de textos do campo das práticas de estudo de pesquisa os livros didáticos, os artigos científicos, notas de divulgação científica, relatos de experiências, os verbetes, as enciclopédias, quadros gráficos, tabelas, infográficos, diagramas e etc. para que possamos entender mais sobre esses textos, é importante identificar e conhecer suas características e estruturas, elas costumam ser organizadas de forma clara e objetiva com informações precisas e confiáveis, utilizando uma linguagem mais formal. Mas devemos atentar ao buscar estas informações em fontes seguras e confiáveis.
A BNCC (Base Nacional Curricular Comum) especialmente na área de matemática e suas tecnologias no componente curricular matemática no bacharelado e no campo de atuação jornalística-midiático para conhecer e compreender a proposta pedagógica do ensino e aprendizagem do cálculo matemático utilizando-se de uma metodologia qualitativa do caráter documental e bibliográfico. O avanço da tecnologia implicou em mudanças significativas em relação ao modo de nos informar e cabe ao professor essa mediação das fontes de cálculos e alunos, orientar onde pesquisar mas sempre sob supervisão, seja ela do profissional de educação ou dos pais responsáveis.
Considerando as leis normativas estabelecidas pela Lei de Diretrizes e bases (LDB) de 1996, e pelos parâmetros curriculares nacionais (PCN) entende-se a importância conferida à matemática enquanto instrumento indispensável para o acesso e aquisição dos mais diferentes conhecimentos, pertencente aos mais diversos campos do saber humano. Há por isso um argumento de ordem legal e outro de ordem conceitual a indicarem a importância da matemática no sistema escolar. Portanto eles se convertem, também, em pilares de formação docente.
De acordo com os parâmetros curriculares nacionais:
Ao se caracterizar a matemática como uma prática sociocultural, exigindo esforço por parte do discente, não se deve compreender que fazer cálculos é um ato desvinculado do prazer. Estabelecer essa dicotomia é se deixar levar por uma perspectiva muito divisionista que estabelece uma cisão entre o trabalho e o prazer. Urgentemente carecemos superar essa visão, à medida que, no prazer da matemática, ou seja na ampliação do campo possível. (Brasil, 1996, p 53).
O ato de resolver problemas proporciona a descoberta da matemática, um mundo totalmente novo e fascinante. Entretanto, a sua apresentação à criança deve ser feita de forma atrativa, estabelecendo uma visão prazerosa sobre a mesma, de modo que se torne um hábito contínuo.
A matemática desenvolve a capacidade intelectual do indivíduo devendo fazer parte de seu cotidiano e desenvolve a criatividade e a sua relação com o meio externo.
Para Koch (1997), o processamento textual deve ser visto como uma atividade tanto de caráter linguístico, como de caráter sócio cognitivo.
Para seu processamento, contribuem três grandes sistemas de conhecimento e podem ser divididas em três tipos: estratégias cognitivas, sócio interativas e racionais. Segundo a mesma, uma boa situação – problema seria aquela em que o leitor consegue perceber que além da significação explícita, existe a significação implícita que está ligada a intencionalidade do emissor. Assim defende a ideia de que o problema apresenta uma multiplicidade de interpretação ou de leituras, não sendo possível atribuir apenas uma interpretação como única e verdadeira.
A criança que faz parte do universo da matemática é ativa e está sempre pronta a desenvolver novas habilidades, ao contrário daqueles que não possuem contato com esse universo matemático, pois esta se prende dentro de si mesma com medo de tudo que a cerca. A matemática é como um andar, só pode ser denominada depois de um longo processo de crescimento e aprendizado (Bacha, 1975, p. 39)
Matemática não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de uma situação – problema. É a partir dela, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos as outras informações significativas para cada um reconhecer nele o tipo de cálculo que será necessário e, dono da própria vontade entregar-se a esta resolução, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista.
Percebe-se um grande desinteresse pela matemática na geração atual e para minimizar o problema de falta de alunos conscientes da importância da matemática e não apenas a codificação desta, muitos educadores apregoam a necessidade de constituição do hábito de fazer cálculos.
A matemática seria o ponto para o processo educacional eficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo. Por isso o professor deve tornar o ato do cálculo algo prazeroso e que desenvolva em cada estudante de modo particular uma direção de busca pessoal em seus interesses pela matemática, mas sempre sendo mediado e orientado.
O importante, segundo Kleiman (2000) é ter em mente que qualquer texto, oral ou escrito tem uma intencionalidade. Visa informar, persuadir, influenciar o interlocutor e somente o fará na medida em que o leitor possa interagir com ele, confrontando os objetivos e intenções do autor com as suas próprias.
Freire (1996, p.96) contribui afirmando que:
O bom professor é o que consegue, enquanto fala de trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento. Sua aula é assim, um Desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, Surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.
Entende –se que a compreensão de cada abordagem metodológica permite ao professor orientar suas estratégias de ensinar e potencializá-las de acordo com as características de seus estudantes.
Piaget (2013) afirma que ensinar é provocar a aprendizagem. Portanto, o ato de ensinar está intimamente relacionado com o ato de aprender. Isso aponta para um compromisso de quem ensina com quem aprende.
Por isso a atitude dos professores em geral comprometidos, deve ser de estarem em constante
Para um trabalho como o que estamos propondo aconteça, é preciso que os professores estejam abertos e dispostos a aprender junto com seus alunos.
É claro que não podem perder de vista o lugar de poder que ocupam e a diferença que fazem em sala de aula.
Demo (1996, p. 274) diz que:
Não poderá mais apresentar-se apenas como mediador da transmissão do conhecimento, pela razão central de que, se for assim, não aparece o sujeito histórico capaz de se emancipar. Um professor-objeto – que copia conhecimento alheio e, de forma copiada, repassa para frente – tende a moldar alunos-objeto, cuja a função será apenas absorver e reproduzir. Além de não se constituir o passo primeiro da emancipação, que é a formação da consciência crítica.
Cada aluno tem sua particularidade e tempo de aprendizagem, assim como na matemática, tentar generalizar ou estender o aprendizado com toda a classe, é um equívoco do professor delimita o processo natural que cada um possui, suas culturas e costumes trazidos de casa também interferem nas buscas seleção de tema no qual passará a ter interesse em desenvolver o hábito de fazer cálculos, mas sim é importante desenvolver trabalhos em grupo, assim fazendo uma junção de cultural entre alunos de diferentes classes sociais e familiares. Nesse processo é desenvolvido pontos como a criatividade comunicação, imaginação senso crítico e capacidade cognitiva, sendo portanto, fundamental principalmente na infância e adolescência. Matemática antes de mais nada, é estímulo.
A educação pressupõe dois parceiros fundamentais e que, necessariamente, devem interagir: o professor e o aluno. No trabalho de formação do estudante, consideram-se sempre as bases teóricas que fundamentam a atitude docente.
Entre elas, podemos considerar a noção de matemática que, segundo Wittgenstein (1999) pode ser definido como um conjunto de práticas sociais, das quais o cálculo é parte integrante e necessária, sendo utilizada para atingir algum fim específico. Ou seja, o conceito de matemática está relacionados aos usos dos cálculos em um determinado contexto social, envolvendo consequentemente, também a prática da interpretação.
O que tem a ver a expressão da regra – digamos o indicador de direção – com minhas ações? Que espécie de ligação existe aí? Ora, talvez esta: fui treinado para reagir de uma determinada maneira a este signo e agora reajo assim. […] alguém somente se orienta por um indicador de direção na medida em que haja um uso constante, um hábito (Wittgenstein, 1999, p. 92).
Na busca da matemática prazerosa fica evidenciada a oposição entre ela e o cálculo obrigatório, ou aquela realizada visando apenas avaliação. Definida por uma pedagogia que se coloca como um novo paradigma no ensino, caracterizado pela valorização da subjetividade e a iniciativa pessoal, além da preservação da história pessoal de vida, o trabalho com a matemática na escola tem preocupado em colocar a criança em contato direto, sempre que possível, sem mediações com os objetos de cálculos. Salas de leitura, horários especiais, a revitalização das bibliotecas, e a atividades de incentivo têm proporcionado uma relação menos ansiosa e mais produtiva com os cálculos, nos espaços privados e públicos.
Todas essas iniciativas, visando a educação, ou seja voltadas para o incentivo ao consumo, têm conseguido melhorar o desempenho e a competência em matemática, principalmente nos cálculos.
A autora continua: a escola mesmo que realize um trabalho competente de formação, não conseguirá consolidar o aluno sem o respaldo da sociedade que a sustenta. A família, embora se posicione a favor, não faz cálculos diariamente e interfere negativamente no trabalho de formação do aluno, ao privilegiar formas de lazer que, pensa ela, trazem maior prazer que a matemática. Na verdade, somos todos responsáveis pelos cálculos como somos responsáveis pelo país.
Mediante a tais conclusões, faz-se necessário que o professor esteja consciente da necessidade de formar alunos capazes de ler o mundo nos seus variados contextos, e de participarem criticamente do processo de transformação social. Assim não somente o professor de Matemática, mas todos devem ser também um professor de cálculos. É a forma como ele se relaciona com os alunos, que vai o relacionamento dos mesmos com o conteúdo, principalmente com a matemática no momento da aprendizagem. Bem como, na interação onde os sujeitos se constituem como tais, autênticos matemáticos.
Finalizando, (Hebeche, 2002, p. 194) faz a seguinte contribuição:
Tem-se aí a noção de que apreender o sentido do que é dito envolve algo mental ou anímico (etwas Seelishes), algo que ocorre ou está guardado na memória de alguém e que pode, a qualquer momento, tornar-se manifesto pela linguagem. O que ocorre na mente é distinto da sua expressão linguística. A linguagem é como um porta-voz daquilo a que antecipadamente já se tem acesso na mente. A consciência observa o que está dentro de si e, depois, o expressa pela linguagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É com uma imensa alegria, humildade e satisfação que encerramos esse ciclo de estudos onde posso afirmar com toda convicção que mudou a minha vida e meu modo de enxergar o mundo, iniciamos esse projeto e sonho de ser uma matemática de maneira tardia mas não menos intensa, com 52 anos, com alguns receios por questões preconceituosas, que logo no início foi superado, enfrentamos uma pandemia assustadora que nos fez aprender sobre metodologias novas de modelos de matemática, superamos.
A cada momento uma novidade, novas atividades e aprendizados, então veio novas vivências e junto com elas desafios ainda maiores, descréditos e frustrações por parte de pessoas que deveriam te ajudar [colegas de profissão] a superar!
Planejar uma vida na matemática, é sensacional! Passar todo seu aprendizado e experiência de vida para aqueles que serão o futuro da próximas gerações, aqueles que levarão para a vida seu legado e ensinamentos, assim como tenho hoje comigo toda bagagem de aprendizado passado por meus inesquecíveis professores da minha fase de licenciatura. Lembro-me de cada um deles e dou todo o crédito pela profissional que me tornei, ainda mantemos contato graças às redes sociais, e posso afirmar que sentem orgulho das escolhas que fiz, esse sentimento eu quero quando no futuro encontrar um ser humano que contribui para sua formação. Foram anos de muita dedicação, ética de estudos e chego a essa formação realizada e com uma certeza, farei o meu melhor nessa profissão que eu escolhi.
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