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Resumo
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o avanço da tecnologia tem remodelado diversos setores da sociedade, incluindo a educação. O surgimento de novas ferramentas digitais e metodologias inovadoras tem permitido uma abordagem mais personalizada e eficiente do ensino, impulsionando mudanças significativas na forma como o conhecimento é transmitido e assimilado. Nesse contexto, a aprendizagem adaptativa tem ganhado destaque como uma estratégia promissora para potencializar o desempenho dos alunos, ajustando-se às suas necessidades individuais e promovendo um ensino mais dinâmico e inclusivo.
A aprendizagem adaptativa consiste na utilização de plataformas digitais que empregam algoritmos avançados para personalizar o ensino de acordo com o ritmo, estilo de aprendizagem e dificuldades específicas de cada aluno. Essas ferramentas tecnológicas analisam constantemente o desempenho do estudante, ajustando o conteúdo e os desafios apresentados com base nos dados coletados. Esse modelo de ensino contrasta com o método tradicional, no qual todos os alunos seguem um mesmo cronograma e são submetidos às mesmas atividades, independentemente de suas particularidades individuais.
Dentre as principais vantagens da aprendizagem adaptativa, destaca-se a possibilidade de um ensino mais personalizado, permitindo que cada estudante tenha um percurso de aprendizagem adequado às suas habilidades e dificuldades. Ademais, esse modelo favorece o engajamento dos alunos, pois proporciona desafios na medida certa, evitando tanto a frustração quanto a desmotivação causada por conteúdos inadequados ao seu nível de conhecimento. Além disso, ao oferecer feedbacks constantes e relatórios detalhados sobre o desempenho dos estudantes, essas plataformas possibilitam aos professores um acompanhamento mais preciso e eficaz do progresso de cada aluno.
No entanto, apesar dos inúmeros benefícios, a implementação das plataformas de aprendizagem adaptativa também apresenta desafios. Questões relacionadas à privacidade dos dados, acessibilidade e a formação dos professores para a utilização dessas tecnologias são aspectos que exigem atenção. Para que essa abordagem seja eficaz, é essencial que haja um planejamento adequado por parte das instituições de ensino e que os docentes recebam capacitação para utilizar essas ferramentas de maneira eficiente e alinhada às necessidades pedagógicas.
Além disso, um fator relevante a ser considerado é a integração da aprendizagem adaptativa com a inteligência artificial (IA). O uso de IA permite uma personalização ainda mais sofisticada do ensino, uma vez que os algoritmos podem analisar padrões de aprendizagem e prever dificuldades futuras, oferecendo sugestões precisas para o aprimoramento do desempenho dos alunos. No entanto, esse avanço também levanta questionamentos éticos, como a segurança dos dados coletados e a necessidade de garantir que a tecnologia esteja acessível a todos os estudantes, independentemente de sua realidade socioeconômica.
Diante desse cenário, este estudo tem como objetivo analisar a relevância das plataformas de aprendizagem adaptativa no contexto educacional contemporâneo, discutindo seus benefícios, desafios e impactos no processo de ensino-aprendizagem. Para isso, foi adotada uma abordagem qualitativa e exploratória, baseada em uma revisão bibliográfica de artigos acadêmicos recentes e materiais teóricos disponíveis em bases de dados científicas. A pesquisa foi conduzida por meio do Google Acadêmico, utilizando as palavras-chave “aprendizagem adaptativa”, “plataformas” e “educação” para garantir um recorte adequado ao tema investigado. Dessa forma, espera-se contribuir para a compreensão do impacto dessas tecnologias na educação e para a reflexão sobre as estratégias necessárias para sua implementação eficaz.
METODOLOGIA
Este estudo adotou uma abordagem qualitativa e exploratória, baseada na revisão bibliográfica de artigos acadêmicos e materiais teóricos disponíveis em bases de dados científicas. A pesquisa foi conduzida por meio do Google Acadêmico, uma plataforma amplamente utilizada para a busca de publicações acadêmicas e científicas, permitindo acesso a uma vasta gama de estudos relacionados ao tema da integralização de ferramentas digitais na educação.
Para a seleção do material teórico, foram utilizadas as palavras-chave “aprendizagem adaptativa”, “plataformas” e “educação”, a fim de garantir um recorte adequado e relevante à temática investigada. A busca foi realizada considerando publicações recentes (a partir de 2021), priorizando estudos que abordam o uso de plataformas educacionais, aplicativos, no contexto da aprendizagem adaptativa, considerando também a implementação do uso das inteligências artificiais neste contexto.
Os critérios de inclusão adotados na pesquisa envolveram artigos e publicações acadêmicas que discutissem o impacto das plataformas de aprendizagem adaptativa, seu papel no ensino específico, bem como as oportunidades levantadas com base no desempenho dos alunos mediante a esse cenário. Bem como, artigos que tratam do uso das plataformas de aprendizagem adaptativa num contexto de uso de inteligências artificiais para potencializar os resultados. Estudos que apresentavam dados desatualizados ou cuja abordagem não estivesse diretamente relacionada ao escopo da pesquisa foram descartados.
De acordo com Sachete, et al. (2024), a aprendizagem adaptativa é uma abordagem de ensino que leva em conta as dificuldades e o ritmo individual de cada estudante, partindo do princípio de que o conteúdo educacional deve se ajustar às necessidades específicas de cada aluno. Para que isso seja possível, os algoritmos presentes nas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) precisam ser modificados, uma vez que, à medida que o usuário interage com a plataforma, o sistema se atualiza em tempo real, oferecendo um direcionamento personalizado.
Ainda para Sachete, et al. (2024), levando em consideração que cada pessoa aprende de maneira única e no seu próprio tempo, e destacando que o objetivo é adaptar as TDICs para apoiar esse processo, os autores identificaram na literatura publicada entre 2016 e 2023 os indicadores mais comuns utilizados para orientar a aprendizagem adaptativa em ambientes virtuais de aprendizagem. A revisão dos trabalhos encontrados revelou que há um grande potencial para implementar adaptações na aprendizagem dentro de ambientes virtuais. No entanto, o indicador mais frequentemente utilizado para guiar a aprendizagem adaptativa se resume aos acertos e erros nas questões. Contudo, a aprendizagem não deve ser limitada a uma métrica tão simplista, que ignore os aspectos sociais e emocionais que influenciam diretamente o processo cognitivo. Isso ressalta a urgência de buscar e integrar um conjunto de novas métricas que possibilitem uma adaptação da aprendizagem mais holística, considerando também fatores mais humanizados.
Adicionalmente, Silva e Voelzke (2021), ao utilizarem a plataforma Khan Academy no processo de ensino de matemática, constataram resultados que podem gerar implicações importantes, mostrando-se promissor na área da educação, onde os desempenhos dos alunos foram animadores. Os autores observaram uma evolução significativa, com um aumento geral de 66% nas turmas que participaram do projeto, e de 88% em comparação com a turma de controle, quando analisadas as provas anteriores dos mesmos alunos. Isso demonstra que a metodologia adaptativa é uma tendência que veio para permanecer, especialmente por ter se mostrado eficaz com a nova geração de alunos, cada vez mais conectados e tecnológicos. Os professores envolvidos também destacaram a praticidade das plataformas e como elas auxiliam na identificação das dificuldades dos alunos. Ao receberem relatórios detalhados sobre as dificuldades de cada aluno, os educadores conseguem planejar suas aulas de maneira mais assertiva, atendendo às necessidades específicas de cada estudante ou turma.
Com isso, Silva e Voelzke (2021) consideram que essa abordagem contribui para o entendimento e aplicação de plataformas adaptativas no ensino da Matemática, colocando o aluno como protagonista na construção do seu conhecimento, com o professor atuando como mediador entre o saber e o aprendizado. Essa abordagem torna o estudo da Matemática mais envolvente e motivador, solidificando as bases do conhecimento matemático dos alunos, estimulando sua criatividade e desafiando-os a ultrapassar seus próprios limites. Ao mesmo tempo, favorece o desenvolvimento de raciocínio lógico, senso crítico e habilidades analíticas, preparando-os para os desafios da vida.
A aprendizagem adaptativa, salientam Silva e Voelzke (2021), não só se destaca pelos resultados positivos, mas também pelo sucesso em tornar o processo de aprendizagem mais prazeroso e atraente por meio do uso de tecnologias. Considerando a relevância do tema, é possível afirmar que ainda há muito a ser explorado no campo da pesquisa nesta área, o que a torna um campo fértil para novos estudos. Contudo, a plataforma se apresenta como uma ferramenta de apoio valiosa no processo de ensino e aprendizagem. O impacto real dessa ferramenta depende do trabalho e da postura do professor, que desempenha um papel necessário nesse processo. Conclui-se, ainda, que a formação contínua dos professores é essencial para a aplicação eficaz dessa metodologia, promovendo melhores resultados no desempenho dos alunos e facilitando a adaptação dos educadores ao uso de tecnologias no ensino, tornando o processo mais agradável para todos os envolvidos.
Já para Rosa e Guimarães (2022), as necessidades individuais e coletivas se complementam, uma vez que as ferramentas de aprendizagem adaptativas oferecem espaços colaborativos e integrados. A otimização do uso do tempo é outro recurso potencializado pela plataforma, unindo flexibilidade com disciplina, o comprometimento dos alunos e sua participação no progresso de seu aprendizado e desempenho, o que permite a implementação de consequências para suas escolhas que podem ser trabalhadas pelos professores em funções de tutoria.
O desenvolvimento do potencial de cada aluno, ainda de acordo com Rosa e Guimarães (2022), pode ser identificado e orientado pelo professor, que atua como protagonista do engajamento, utilizando os recursos disponíveis para criar conteúdos, avaliar o desempenho em tempo real e facilitar a criação de conteúdos sequenciais de maneira lógica e coerente. Com base no ritmo e nas necessidades individuais, uma combinação de métodos determina uma proposta de ensino adaptativo, que promove padrões de relevância e eficiência na capacitação, como: pensamento crítico, colaboração, criatividade e comunicação.
A tecnologia, conforme Rosa e Guimarães (2022), oferece uma gama de intervenções voltadas para atender aos padrões de inovação e qualidade na prática educacional, proporcionando uma interpretação mais precisa e ampla dos dados. Observa-se uma tendência no desenvolvimento de testes personalizados com itens que geram informações sobre os alunos, permitindo a definição de escalas de competências, metas, indicadores, comparações e análise estatística. Pode-se notar o impacto potencial das tecnologias usadas nas plataformas de aprendizagem adaptativa discutidas neste estudo comparativo, incluindo: a evolução da relação ensino-aprendizagem; o acesso ao ambiente escolar a qualquer momento e em qualquer lugar; o respeito aos métodos, conteúdos e perfis que agregam valor ao conhecimento adquirido; a diversidade na criação e gestão; a escalabilidade em ambientes sociais dinâmicos; e o foco e comprometimento com os princípios essenciais de preparar cidadãos para o futuro.
Rosa e Guimarães (2022) enfatizam que embora essas plataformas pareçam ter sido projetadas para otimizar o processo de ensino e adaptar-se às necessidades dos alunos, elas ainda não são uma realidade em todas as escolas da rede pública, mas exigem escalabilidade para diferentes ambientes. Assim, conclui-se que, além de medir as habilidades dos alunos, essas plataformas também fornecem dados valiosos, como indicadores contextuais que relacionam o desempenho dos alunos com suas características, gênero e diferentes grupos socioeconômicos.
Para Ferreira e Gonçalves (2024), os resultados alcançados pela Jovens Gênios (mais uma plataforma de aprendizagem adaptativa), mostram um aumento significativo no engajamento dos alunos, juntamente com uma melhora considerável na proficiência em diversas matérias. A plataforma demonstra que o uso de tecnologias, como a inteligência artificial, aliado a estratégias de gamificação, pode revolucionar o processo de ensino. Ao proporcionar uma experiência de aprendizado adaptativa e personalizada, a Jovens Gênios atende às necessidades individuais de cada aluno, oferecendo desafios ajustados às suas habilidades e ritmos de aprendizagem. Esse modelo não só facilita o avanço acadêmico, mas também fomenta o desenvolvimento de competências essenciais para o século XXI, como autonomia, pensamento crítico e resolução de problemas.
Além disso, Ferreira e Gonçalves (2024) afirmam que o impacto positivo da plataforma é evidente na criação de um ambiente educacional mais inclusivo e acessível. Ao permitir que cada aluno aprenda no seu próprio ritmo, a Jovens Gênios promove a equidade no processo de ensino, diminuindo barreiras de aprendizado e garantindo que todos tenham acesso a recursos ajustados às suas necessidades. A gamificação desempenha um papel essencial nesse processo, ao envolver os estudantes de forma inovadora e motivadora. Os elementos lúdicos estimulam a continuidade do aprendizado e tornam a experiência mais prazerosa, enquanto a inteligência artificial ajusta as trilhas pedagógicas em tempo real, assegurando maior eficiência no desenvolvimento das habilidades.
Por fim, ainda Ferreira e Gonçalves (2024) concluem que a aprendizagem adaptativa, como exemplificado pela metodologia da Jovens Gênios, representa uma inovação significativa na educação moderna. Ao integrar IA e gamificação de maneira estratégica, a plataforma oferece uma solução eficaz para melhorar a qualidade do ensino, gerando resultados educacionais expressivos em diversos contextos, tanto em escolas públicas quanto privadas. Essa abordagem tem o potencial de democratizar o acesso ao aprendizado de qualidade, diminuindo desigualdades educacionais e atendendo às exigências de uma sociedade globalizada.
Ainda pensando na aprendizagem adaptativa, agora no contexto da integração com o uso das inteligências artificiais, Machado, et al. (2024), apresentam a plataforma Homero, que é uma iniciativa de Ensino a Distância (EaD), criada no contexto do projeto RESIDÊNCIA EM TIC 10, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e pela Softex, dentro do Programa MCTI FUTURO. Seu propósito é incentivar a aprendizagem adaptativa, utilizando recursos que facilitam a interação pedagógica e a mediação do processo educativo, ajustando-se às necessidades específicas dos alunos.
Ainda para Machado, et al. (2024), a plataforma personaliza a apresentação dos conteúdos, considerando o ritmo de aprendizado, os conhecimentos prévios, o desempenho nas avaliações e o nível de engajamento dos estudantes. O sistema Homero adota a aprendizagem adaptativa, um conceito que surge dos avanços em inteligência artificial (IA). A tutoria inteligente, baseada em estudos de IA, permite que sistemas se ajustem ao processo de aprendizagem, proporcionando uma experiência educacional mais eficiente e aprimorada.
Adicionalmente, Júnior, et al. (2023), exploram também a promissora integração da aprendizagem adaptativa com a IA na educação, abordando seus potenciais vantagens, desafios e o papel essencial dos educadores nesse cenário. Os autores discutem como a IA pode personalizar a experiência de aprendizado, ajustando os conteúdos e as abordagens pedagógicas às necessidades específicas de cada aluno. Os autores também salientam que essa integração enfrenta desafios éticos, como a privacidade dos dados dos alunos e a necessidade de garantir equidade e acessibilidade universal na educação.
Júnior, et al. (2023) destacam ainda, a importância da interpretabilidade dos algoritmos e da colaboração entre educadores e desenvolvedores para uma integração eficaz. A união da aprendizagem adaptativa com a IA representa um avanço significativo no cenário educacional, promovendo uma educação mais personalizada e eficiente. Apesar dos desafios, como a ética na coleta de dados e a equidade no acesso, a perspectiva é otimista. O papel do educador é fundamental, exigindo formação contínua e colaboração ativa com a IA. O futuro aponta para uma IA mais especializada, personalização aprimorada e ambientes imersivos de aprendizado.
Ou seja, Júnior, et al. (2023) salientam que olhando para o futuro, vislumbramos uma IA cada vez mais especializada, uma personalização ainda mais refinada e ambientes de aprendizagem interativos e imersivos. Este é um futuro onde a educação será genuinamente centrada no aluno, preparando-o para enfrentar os desafios de um mundo em constante evolução. A convergência entre aprendizagem adaptativa e inteligência artificial está, sem dúvida, na vanguarda da evolução educacional, prometendo revolucionar a forma como aprendemos e ensinamos. Ao longo deste artigo, destacamos que a IA, com sua capacidade de análise avançada e adaptação dinâmica, tem o potencial de personalizar o ensino, proporcionando uma educação altamente adaptada às características e ritmos de aprendizagem de cada aluno.
No entanto, Júnior, et al. (2023) ponderam que a implementação bem-sucedida dessa integração enfrenta desafios éticos e práticos. A ética na coleta e uso de dados dos alunos é uma preocupação fundamental. Garantir a privacidade e segurança dos dados, enquanto se utiliza a IA de forma eficaz, é um equilíbrio delicado que precisa ser alcançado. Além disso, a equidade na educação é essencial; é crucial que a IA na educação seja acessível a todos os alunos, independentemente de suas circunstâncias. O papel do educador nesse processo de transformação não pode ser subestimado. Os educadores são a ponte entre a tecnologia e os alunos, interpretando os insights complexos gerados pela IA e transformando-os em estratégias de ensino eficazes. Seu papel é insubstituível nesse contexto. Educadores capacitados são essenciais para traduzir os insights da IA em estratégias pedagogicamente eficazes. Sua colaboração com desenvolvedores de tecnologia é fundamental para alinhar as soluções de IA com as reais necessidades da sala de aula.
Por fim, Júnior, et al. (2023) enfatizam que à medida que vislumbramos o futuro, antecipamos uma IA mais especializada e uma personalização ainda mais refinada. A IA está se tornando cada vez mais adaptada às nuances educacionais, prevendo um futuro em que os ambientes de aprendizagem serão interativos e imersivos. Estamos à beira de uma educação dinâmica e personalizada, moldada pela fusão da IA e da AA, preparando os alunos para um mundo em constante mudança. Em última análise, essa integração está pavimentando o caminho para uma educação mais eficaz, inclusiva e envolvente. Estamos testemunhando uma revolução educacional que, quando guiada por princípios éticos e colaboração eficaz, promete elevar a qualidade do ensino e, consequentemente, o futuro da sociedade como um todo. A integração da AA com a IA está moldando um futuro educacional vibrante, onde a aprendizagem se torna mais personalizada, eficiente e envolvente. Apesar dos desafios, essa jornada promete capacitar alunos e educadores, tornando a educação mais acessível e eficaz do que nunca, e preparando a próxima geração para conquistar um mundo em constante transformação (JÚNIOR, et al. 2023).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos a partir da análise das plataformas de aprendizagem adaptativa evidenciam impactos significativos no desempenho dos alunos, confirmando a eficácia dessas ferramentas tecnológicas no ambiente educacional. Os dados apresentados por Silva e Voelzke (2021) indicam que o uso da plataforma Khan Academy gerou um aumento substancial no desempenho dos alunos em matemática, com uma evolução geral de 66% e um crescimento de 88% em comparação com a turma de controle. Esses números corroboram a ideia de que a adaptação do ensino ao ritmo individual de cada estudante pode gerar melhorias significativas na aprendizagem.
O estudo de Sachete et al. (2024) reforça essa perspectiva ao destacar que a principal abordagem utilizada nas plataformas adaptativas é baseada no desempenho do aluno em questões de avaliação. Entretanto, os autores alertam que a métrica baseada apenas em acertos e erros é limitada, pois não considera aspectos sociais e emocionais que influenciam o aprendizado. Isso indica a necessidade de um aprimoramento nas ferramentas de aprendizagem adaptativa, visando um modelo mais holístico e humanizado.
No que diz respeito à relação entre aprendizagem adaptativa e inteligência artificial (IA), Machado et al. (2024) ressaltam que a plataforma Homero utiliza IA para personalizar a apresentação de conteúdos, ajustando-se às necessidades específicas de cada estudante. A utilização de IA possibilita um monitoramento contínuo do desempenho acadêmico, permitindo ajustes dinâmicos que potencializam o processo de aprendizagem. Da mesma forma, Ferreira e Gonçalves (2024) demonstram que a plataforma Jovens Gênios, ao combinar IA e gamificação, melhora o engajamento dos alunos e promove uma experiência educacional mais inclusiva.
Outro ponto relevante é a contribuição das plataformas adaptativas na personalização do ensino. Rosa e Guimarães (2022) destacam que essas ferramentas permitem uma gestão mais eficiente do tempo, favorecendo a aprendizagem individual e colaborativa. Os professores podem utilizar os dados gerados pelas plataformas para compreender melhor as dificuldades dos alunos e elaborar estratégias pedagógicas mais eficazes. Além disso, os ambientes de aprendizagem adaptativa oferecem espaços dinâmicos que incentivam a criatividade, a autonomia e o pensamento crítico, preparando os estudantes para os desafios do futuro.
Apesar dos benefícios evidentes, alguns desafios precisam ser considerados na implementação das plataformas adaptativas. Júnior et al. (2023) apontam que a privacidade dos dados dos alunos é uma preocupação fundamental, pois a coleta massiva de informações pode gerar questionamentos éticos sobre segurança e acessibilidade. Além disso, a dependência excessiva da IA na educação pode reduzir a interação humana e afetar o papel do professor como mediador do conhecimento. Dessa forma, é essencial que a implementação das tecnologias educacionais seja acompanhada de um planejamento adequado e de formação docente contínua para garantir um uso equilibrado e benéfico.
A análise dos impactos das plataformas de aprendizagem adaptativa demonstra que sua implementação no ambiente educacional oferece ganhos expressivos para o aprendizado dos alunos. No entanto, sua eficácia está diretamente relacionada ao modo como são integradas ao ensino, exigindo o envolvimento ativo dos professores e a adoção de abordagens que considerem tanto as capacidades técnicas da IA quanto as necessidades pedagógicas dos estudantes. Assim, é imprescindível que as políticas educacionais priorizem não apenas a adoção dessas tecnologias, mas também a capacitação dos educadores e o desenvolvimento de estratégias que assegurem um uso ético e acessível. Dessa maneira, será possível promover um ambiente de ensino mais inclusivo, dinâmico e alinhado às demandas da educação do século XXI.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As plataformas de aprendizagem adaptativa representam um avanço significativo na educação, possibilitando um ensino mais personalizado e eficiente. Ao longo deste estudo, foi possível observar que a integração dessas tecnologias no ambiente educacional impacta positivamente o desempenho dos alunos, promovendo um aprendizado dinâmico e ajustado às necessidades individuais. Os resultados apresentados por diversos autores confirmam que a personalização do ensino, proporcionada por essas plataformas, eleva o engajamento estudantil e contribui para a construção de uma educação mais inclusiva e acessível.
A análise dos estudos demonstra que a aprendizagem adaptativa, quando aliada à inteligência artificial, tem o potencial de transformar a educação. A personalização do ensino, ajustando-se ao ritmo e ao nível de conhecimento dos alunos, permite um desenvolvimento mais eficiente das competências acadêmicas. Além disso, ferramentas como a Khan Academy e a Jovens Gênios mostraram que o uso de gamificação e inteligência artificial aprimora o processo de ensino, tornando-o mais atrativo e motivador. No entanto, é necessário um planejamento pedagógico criterioso para garantir que essas tecnologias sejam implementadas de maneira eficaz, respeitando a diversidade dos estudantes e potencializando sua aprendizagem.
Embora os benefícios das plataformas adaptativas sejam amplamente reconhecidos, desafios significativos ainda precisam ser superados. Questões éticas, como a privacidade dos dados e a equidade no acesso às tecnologias, devem ser constantemente debatidas para garantir que a implementação dessas ferramentas não acentue desigualdades educacionais. Além disso, é essencial que os professores sejam capacitados para utilizar essas plataformas de forma eficiente, pois seu papel continua sendo indispensável na mediação do conhecimento e na interpretação dos insights gerados pelas inteligências artificiais.
Outro ponto crucial é a necessidade de ampliar a pesquisa na área, buscando métricas mais completas para avaliar o desempenho dos alunos. Atualmente, grande parte das plataformas baseia-se exclusivamente na análise de acertos e erros, ignorando aspectos socioemocionais que influenciam diretamente a aprendizagem. Assim, há um grande campo a ser explorado para tornar essas tecnologias ainda mais eficazes e alinhadas às demandas educacionais contemporâneas.
Diante do exposto, conclui-se que as plataformas de aprendizagem adaptativa, em conjunto com a inteligência artificial, representam um caminho promissor para o futuro da educação. No entanto, sua implementação deve ser realizada de maneira equilibrada, considerando tanto os avanços tecnológicos quanto os desafios éticos e pedagógicos. Para que esses recursos sejam verdadeiramente eficazes, é fundamental que haja investimento contínuo em capacitação docente, desenvolvimento de políticas públicas inclusivas e aprimoramento das metodologias de ensino. Dessa forma, será possível garantir que a tecnologia atue como uma aliada na construção de uma educação mais democrática, inovadora e acessível a todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SILVA, A. M. M.; Voelzke, M. R. Aprendizagem Adaptativa o Uso da Plataforma Khan Academy no Ensino de Matemática. Fórum de Metodologias Ativas, v. 3, n. 1, p. 1-488, 2021. Disponível: https://publicacoescesu.cps.sp.gov.br/fma/article/view/10. Acesso em: 21/03/2025.
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