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Resumo
INTRODUÇÃO
Em um século tão diferente do passado, busca-se conhecer e analisar o uso das tecnologias digitais na infância e a implicação no desenvolvimento emocional, tendo em vista que na sociedade as tecnologias digitais estão cada vez mais presentes, em tablets, celulares, computadores, videogames, entre outros.
Durante a infância, os cérebros das crianças passam por um período de extrema plasticidade e adaptabilidade, o que constitui um momento crítico para o aprendizado e o desenvolvimento. Através da exploração natural e da descoberta do mundo ao seu redor, as crianças têm a oportunidade de formar novas conexões entre os neurônios e fortalecer as conexões existentes.
Essas novas conexões neurais são essenciais para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais e sociais. Por exemplo, quando uma criança aprende uma nova habilidade, como amarrar os sapatos, essas novas conexões neurais são formadas à medida que ela pratica e aprimora essa habilidade. Da mesma forma, quando uma criança experimenta diferentes interações sociais ou situações emocionais, seu cérebro está constantemente se adaptando e aprendendo com essas experiências (Pereira & Da Silva,2022).
Portanto, é fundamental que as crianças tenham a oportunidade de explorar e descobrir seu próprio mundo de maneira natural e adequada à sua idade. Isso significa proporcionar um ambiente rico em estímulos e oportunidades de aprendizado, onde elas possam experimentar, cometer erros e aprender com eles. Ao fazer isso, estamos fornecendo às crianças as bases sólidas necessárias para um desenvolvimento cerebral saudável e um futuro promissor (Souza, 2023).
A era digital transformou a vida das crianças, proporcionando acesso à informação e oportunidades de aprendizado. No entanto, a exposição excessiva à tecnologia pode ter efeitos negativos no desenvolvimento emocional das crianças. Sendo assim, a questão norteadora é: qual é o impacto da exposição excessiva à tecnologia na infância e como isso influencia o desenvolvimento emocional e a aprendizagem das crianças na educação infantil?
O objetivo geral deste trabalho é analisar o impacto da exposição excessiva à tecnologia na educação infantil e suas implicações para a aprendizagem e o desenvolvimento emocional das crianças. Já os objetivos específicos são: descrever o contexto da exposição à tecnologia na infância; investigar as implicações da exposição excessiva à tecnologia para o desenvolvimento emocional das crianças; propor medidas de prevenção e intervenção para minimizar os impactos negativos da tecnologia na infância.
O USO DE TECNOLOGIA NA INFÂNCIA
Na regulação emocional podemos verificar vários impactos como o distúrbio de sono pois com a luz azul das telas interfere na produção de melatonina, afetando o sono e a capacidade de regular emoções, além disso o uso excessivo de dispositivos digitais pode levar à falta de atenção, hiperatividade e impulsividade e ainda a comparação social online pode contribuir para sentimentos de inadequação e baixa autoestima (Souza, 2023).
Já nas habilidades sociais os impactos causados são muitos como a dificuldade de comunicação interpessoal, pois a interação virtual pode dificultar o desenvolvimento de habilidades sociais como empatia e comunicação não verbal, além disso o tempo excessivo em frente às telas pode reduzir o tempo dedicado à interação social real e a exposição a conteúdos violentos, muitas vezes sem regras, pode aumentar a agressividade e a impulsividade (Santos & Barros, 2018).
É recomendado que sejam estabelecidos limites de tempo para o uso de dispositivos digitais, especialmente antes de dormir, o incentivo a atividades como brincadeiras ao ar livre, leitura e interação social real também faz muita diferença na infância, além disso é necessário que os país limite o seu próprio tempo de tela e demonstre o uso responsável da tecnologia. Enquanto a tecnologia oferece uma série de benefícios, como acesso a informações, entretenimento e comunicação, também tem despertado preocupações crescentes sobre os potenciais impactos negativos, especialmente quando há uma exposição excessiva desde a infância (Pereira, 2022).
A infância é um período crucial para o desenvolvimento emocional das crianças, onde elas iniciam vínculos afetivos e desenvolvem habilidades sociais essenciais para suas vidas futuras. No entanto, a exposição excessiva à tecnologia pode interferir nesse processo de desenvolvimento, levantando questões sobre suas implicações para o bem-estar emocional e psicossocial das crianças (Santos & Barros, 2018).
É necessário o uso de muito diálogo com as crianças sobre os seus sentimentos e experiências online, pois isso pode ajudar as crianças a desenvolver habilidades para lidar com frustração e ansiedade, além disso é necessário frisar que quando existe sofrimento emocional, os pais devem procurar ajuda de um psicólogo ou outro profissional de saúde mental (Anjos & Francisco, 2021).
O aumento do uso excessivo de dispositivos móveis, como telefones celulares e tablets, entre crianças com idade escolar é uma tendência preocupante que tem sido observada nos últimos anos. Essa faixa etária, compreendendo crianças com até 15 anos, está cada vez mais propensa a passar seu tempo livre imersa nesses dispositivos eletrônicos. No entanto, essa dependência tecnológica pode acarretar uma série de problemas em diversas áreas do desenvolvimento infantil (Nascimento et al., 2020).
Na área acadêmica, por exemplo, o uso excessivo de dispositivos móveis pode levar a uma diminuição do tempo dedicado a atividades de estudo e aprendizado, resultando em queda no desempenho escolar. Além disso, a exposição prolongada a telas pode prejudicar a capacidade de concentração e atenção das crianças, afetando negativamente seu rendimento acadêmico.
Do ponto de vista psicológico, o uso excessivo de dispositivos móveis pode contribuir para o desenvolvimento de problemas como ansiedade, depressão e baixa autoestima, especialmente quando as crianças se envolvem em comportamentos como cyberbullying ou comparações constantes nas redes sociais. A falta de interação social face a face também pode impactar negativamente o desenvolvimento emocional e social das crianças, prejudicando sua capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis e desenvolver habilidades de comunicação interpessoal (Nascimento et al., 2020).
Além disso, o uso excessivo de dispositivos móveis pode afetar negativamente o desenvolvimento motor das crianças, já que passar longos períodos de tempo em frente a telas pode reduzir a prática de atividades físicas e ao ar livre, essenciais para o desenvolvimento saudável dos músculos, coordenação motora e habilidades motoras.
Diante desses impactos potenciais, é crucial que os pais, educadores e profissionais de saúde estejam atentos ao uso de dispositivos móveis pelas crianças e adotem medidas para promover um equilíbrio saudável entre o tempo de tela e outras atividades importantes para o desenvolvimento infantil, como brincadeiras ao ar livre, interações sociais face a face e tempo dedicado ao estudo e à aprendizagem (Câmara, 2020).
Durante a pandemia da COVID – 19, o aumento significativo no uso de smartphones e outras tecnologias foi uma resposta natural às medidas de quarentena e ao aumento do tempo passado em casa. Tanto os pais quanto os filhos viram um aumento no uso desses dispositivos, seja para atividades como jogos, aulas online ou simplesmente para passar o tempo, o que inclui o uso de mídias sociais. No entanto, é importante reconhecer que o uso excessivo da tecnologia durante esse período pode ter impactos negativos na saúde mental das crianças, juntamente com outros fatores desencadeados pela pandemia (Pereira, 2022).
O isolamento social, a incerteza em relação ao futuro, a interrupção das rotinas diárias e a falta de contato físico com amigos e familiares podem contribuir para o aumento do estresse e da ansiedade nas crianças. O uso excessivo da tecnologia, embora possa proporcionar distração e entretenimento temporário, também pode levar a problemas como dependência tecnológica, isolamento social, falta de sono adequado e diminuição do engajamento em atividades saudáveis, como exercícios físicos e interações sociais significativas (Nascimento et al., 2020).
Além disso, o acesso constante a notícias e informações relacionadas à pandemia através de dispositivos eletrônicos pode aumentar a preocupação e a ansiedade das crianças em relação à situação atual, especialmente se não houver supervisão adequada dos pais para filtrar e explicar essas informações de maneira adequada à idade da criança.
Portanto, é essencial que os pais monitorem de perto o tempo de tela de seus filhos e incentivem uma variedade de atividades saudáveis, como tempo ao ar livre, exercícios físicos, leitura e interações sociais significativas, mesmo que virtualmente. Além disso, é importante criar limites claros para o uso da tecnologia e promover hábitos saudáveis de sono para garantir o bem-estar emocional e mental das crianças durante esse período desafiador (Souza, 2023).
Desde tão pequenas a criança tem acesso a algum tipo de aparelho eletrônico, seja ele um celular, tablet ou até mesmo o computador. Pois a tecnologia se faz cada vez mais presente e necessária na vida das pessoas. Na maioria das vezes uma criança domina melhor em um celular do que seus próprios pais, pois a permanência com o celular na mão permite a sua exploração no aparelho, e permite assim o conhecimento de tudo que nele possui ( Madigan, 2019).
A criança não aprende nada que não seja importante para sua vida, inúmeros educadores, psicólogos e pais ainda acham correta a proibição do uso tecnológico na vida das crianças, pois com certeza é mais fácil proibir do que ensinar a usá-las de forma saudável. Usar informações e aplicativos que os aparelhos eletrônicos oferecem, é essencial na maioria das vezes (Pereira, 2022).
De um modo geral, a tecnologia tem feito parte da vida de todas as crianças bem antes de serem alfabetizadas, elas já dominam muitas tecnologias. E o mundo novo da tecnologia tem atraído o público infantil para um melhor aprendizado, pois as cores e sons de alguns jogos faz com que a criança fique curiosa e aproveite tudo que a tecnologia, a internet e seus jogos educativos proporcionam (Mendonça, 2022).
A formação dos psicólogos, entre outros deve estimular, portanto, ações de compartilhamento, colaboração, reflexão e análise crítica do uso das tecnologias educacionais, para que os educadores possam, de fato, criar ambientes de aprendizagem estimulantes e significativos para as crianças (Souza, 2023).
O aumento no tempo que as crianças passam utilizando dispositivos digitais é uma tendência preocupante que está diretamente relacionada ao desenvolvimento e à disponibilidade de novas tecnologias portáteis, como smartphones e tablets digitais. Esses dispositivos oferecem acesso instantâneo a uma ampla variedade de conteúdos e atividades, desde jogos de entretenimento até aplicativos educacionais (Mendonça, 2022).
Com o avanço rápido da tecnologia, os jogos de mídia, pacotes de aprendizagem e aplicativos educacionais específicos para crianças pequenas têm se multiplicado, proporcionando uma gama ainda maior de opções de entretenimento e aprendizado digital. Como resultado, o tempo que as crianças passam utilizando dispositivos móveis tem aumentado consideravelmente, e os usuários-alvo desses dispositivos estão se tornando cada vez mais jovens (Câmara, 2020).
Essa tendência levanta preocupações sobre os potenciais impactos negativos do uso excessivo de dispositivos digitais na infância, incluindo questões relacionadas à saúde física, mental e emocional das crianças. O uso prolongado de telas pode levar a problemas como sedentarismo, distúrbios do sono, dificuldades de concentração e atenção, além de afetar negativamente o desenvolvimento das habilidades sociais e emocionais (Madigan, 2019).
Portanto, é essencial que os pais e responsáveis estejam atentos ao tempo que as crianças passam utilizando dispositivos digitais e estabeleçam limites adequados de uso. Além disso, é importante incentivar uma variedade de atividades offline, como brincadeiras ao ar livre, leitura de livros físicos e interações sociais face a face, para promover um desenvolvimento saudável e equilibrado das crianças.
IMPACTO DO USO EXCESSIVO DA TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A internet oferece uma ampla gama de benefícios e oportunidades, especialmente no campo da educação. A aprendizagem online, em particular, revolucionou a forma como os jovens têm acesso ao conhecimento e oportunidades educacionais. Com a rápida evolução das demandas sociais e educacionais, a produção de recursos educacionais se tornou crucial, e as tecnologias informatizadas desempenham um papel fundamental nesse processo (Silva, 2019).
Recursos educacionais baseados na internet, como mídia, telemática, hipermídia, multimídia, teleinformática e uma variedade de serviços online, têm sido utilizados estrategicamente para enriquecer o processo de ensino e aprendizagem. Softwares educacionais, softwares de produtividade e uma vasta gama de serviços online são agora aliados valiosos no ensino ativo, facilitando a construção de aprendizagens mais significativas (Santos & Barros, 2018).
Por meio dessas ferramentas, os alunos têm acesso a uma variedade de conteúdos educacionais, exercícios práticos, simulações, tutoriais interativos e muito mais, tudo disponível a qualquer hora e em qualquer lugar. Além disso, a aprendizagem online permite que os alunos avancem em seu próprio ritmo, adaptando o processo de aprendizagem às suas necessidades individuais e estilos de aprendizagem (Souza, 2023).
Portanto, a internet oferece um vasto mundo de possibilidades educacionais, ampliando o acesso ao conhecimento e oferecendo novas formas de engajamento e interação no processo de aprendizagem. Com o uso estratégico dessas tecnologias, podemos promover uma educação mais inclusiva, dinâmica e eficaz para as gerações futuras (Nascimento et al., 2020).
Os aspectos negativos relacionados ao uso excessivo da tecnologia são variados e abrangentes. O uso prolongado de dispositivos eletrônicos, como smartphones e computadores, pode levar a problemas de saúde física, como dor no pescoço, ombros e costas devido à má postura, além de problemas oculares, como fadiga ocular e visão embaçada (Souza, 2023).
O tempo excessivo gasto em atividades sedentárias, como assistir televisão ou jogar videogames, está associado a um maior risco de obesidade, especialmente em crianças e adolescentes. O uso exagerado pode ter efeitos negativos na saúde mental, incluindo aumento do estresse, ansiedade, depressão e isolamento social. O vício em tecnologia também pode levar a problemas de saúde mental, como dependência de internet e dificuldade em controlar o uso de dispositivos eletrônicos (Santos & Barros, 2018).
O uso excessivo da tecnologia pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, especialmente em crianças e adolescentes, que podem passar menos tempo interagindo pessoalmente com amigos e familiares e mais tempo em frente a telas (Pereira, 2022).
Passos (2021), afirmam que, dentre os resultados obtidos, vale destacar: dificuldade de linguagem, fraco desenvolvimento cognitivo, dificuldades emocionais e comportamentais e interações prejudiciais entre filhos e responsáveis, impedindo a formação de laços familiares fortes. Além disso, a obesidade e a síndrome metabólica, uma vez estabelecida, pode durar a vida toda (Barreto et al., 2023).
O constante acesso a dispositivos eletrônicos pode levar à distração e redução da produtividade, especialmente no ambiente de trabalho ou estudo, onde a multitarefa pode interferir na capacidade de concentração e desempenho (Souza, 2023).
O uso da tecnologia também apresenta riscos de segurança e privacidade, incluindo a exposição a conteúdos inapropriados, cyberbullying, roubo de identidade e violações de dados pessoais (Silva, 2019).
Enquanto a tecnologia oferece inúmeras vantagens e benefícios, é importante reconhecer e mitigar os aspectos negativos associados ao seu uso excessivo, promovendo um equilíbrio saudável no uso de dispositivos eletrônicos e adotando práticas seguras e responsáveis ao utilizar a tecnologia (Fink et al., 2019).
A tecnologia tem um enorme impacto no desenvolvimento da criança, apresentando benefícios e desafios. Por outro lado, ferramentas tecnológicas como tablets, smartphones e computadores podem ser ferramentas educacionais poderosas Souza et al. (2024).
Lin et al. (2019), relatam que o uso prolongado de telas prejudica a necessidade de rotina, causando diversas efeitos, especialmente, em crianças que são facilmente seduzidas pelas telas e estão em fase de neuroplasticidade, um período considerado importante, mas crítico, para o desenvolvimento cognitivo.
Isso se deve ao uso prolongado de tecnologias como smartphones e tablets, o que leva menos tempo de socialização com o meio ambiente e com as pessoas ao seu redor, pois os jovens precisam ter oportunidades para explorar o mundo real com sentidos. Portanto, é importante a ajuda dos pais para limitar o tempo de exposição ao mundo virtual (Madigan et al, 2019).
METODOLOGIA
Foi utilizado o método de pesquisa descritiva afim de avaliar e analisar o impacto da exposição excessiva à tecnologia na infância e a sua implicação para o desenvolvimento emocional.
Para preparação deste trabalho seguiu como metodologia a pesquisa bibliográfica, na modalidade de revisão narrativa, uma vez que ela possibilita o acesso de artigos publicados a respeito do tema proposto pela pesquisa e atende, por conseguinte, ao objetivo delineado.
Destaca-se o modelo teórico utilizado na pesquisa, tanto com fontes bibliográficas. Para Marconi e Lakatos (2021, p. 61), as principais fontes bibliográficas são “[…]obras de referência, teses, e dissertações, periódicos científicos, anais de encontros científicos e periódicos de indexação e resumo”. Assim, buscou-se o embasamento teórico para caracterização de pesquisa científica, com referenciamento de estudos já publicados.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa porque é mais participativa e, portanto, menos controlável, pode direcionar o rumo da pesquisa. Na visão de Gil (2019, p. 64) “Busca-se entender um fenômeno em profundidade e ao invés de estatísticas, regras e hipóteses, trabalham com descrições, comparações, interpretações e pressupostos”.
Segundo Gil (2019), essas vantagens da pesquisa bibliográfica têm uma contrapartida que pode comprometer em muito a qualidade da pesquisa. Muitas vezes, as fontes secundárias apresentam dados coletados ou processados de forma equivocada. Portanto, um trabalho fundamentado nessas fontes tenderá a reproduzir ou mesmo a ampliar esses erros. Para reduzir essa possibilidade, convém aos pesquisadores garantirem as condições em que os dados foram obtidos, analisar em profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências ou contradições e utilizar fontes diversas, cotejando-as cuidadosamente.
A coleta de artigos foi pesquisada na base de dados online no Google Acadêmico e Scientific Eletronic Library Online (Scielo). Após selecionar um quantitativo de material que fosse suficiente para subsidiar a pesquisa, então se procedeu à leitura para identificar citações mais específicas ao estudo a ser realizado.
A tecnologia apresenta-se como uma ferramenta positiva, uma das preocupações é a forma como a exposição excessiva tem prejudicado o desenvolvimento emocional. Einstein há muitos anos já afirmava: “Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapassara interatividade humana. O mundo terá uma grande geração de idiotas”.
Quando utilizada e interpretada de maneira errada pelas pessoas, a tecnologia se torna uma vilã, porque torna distante as relações humanas de afetividade, amizade e diálogo crítico e reflexivo, criando seres humanos que passam o tempo todo buscando informações e conversando com a sociedade pelas redes sociais e internet destruindo a interatividade humana (Silva, 2019).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao longo deste trabalho, foi possível perceber que o impacto da tecnologia na vida das crianças é significativo e abrangente na educação infantil. A tecnologia tem o potencial de transformar o processo de ensino e aprendizagem, proporcionando novas oportunidades e melhorias para essas crianças. A incorporação de dispositivos tecnológicos e o acesso à Internet permite o uso de recursos online, promovendo interatividade. Isso possibilita uma aprendizagem mais personalizada e adaptada (Santos & Barros, 2018).
Além disso, a tecnologia supera barreiras geográficas e socioeconômicas, permitindo o acesso ao conhecimento de forma ampla e democratizada. No entanto, é importante destacar os desafios e preocupações relacionados ao uso excessivo da tecnologia. A segurança e privacidade dos dados das crianças também devem ser cuidadosamente protegidas.
Apesar dos desafios, estudos e pesquisas têm demonstrado o impacto positivo da tecnologia. Há evidências de melhorias no desempenho acadêmico, aumento do engajamento de alunos e preparação para um mercado de trabalho cada vez mais tecnológico. Em suma, o impacto da tecnologia é inegável. Ela abre caminhos para uma aprendizagem mais dinâmica, inclusiva e personalizada. No entanto, é fundamental que seu uso seja feito de maneira planejada e equilibrada, visando maximizar os benefícios e enfrentar os desafios para garantir uma educação de qualidade e adaptada às demandas da sociedade atual (De Barros, 2021).
É verdade que o aumento do uso tecnológico durante a pandemia trouxe consigo tanto impactos positivos quanto negativos, dependendo do modo como os dispositivos foram utilizados. Embora os smartphones tenham sido uma ferramenta valiosa para ajudar as pessoas a se conectarem e se sentirem menos isoladas durante o confinamento, também é importante reconhecer os possíveis efeitos adversos que o uso excessivo desses dispositivos pode ter sobre a saúde mental.
Estudos, como o de De Barros et al. (2021), destacam que o uso excessivo de smartphones pode estar associado a uma série de problemas de saúde mental, incluindo depressão, ansiedade, distúrbios do sono e comprometimento cognitivo. O constante acesso a conteúdos digitais, juntamente com a exposição prolongada às telas, pode contribuir para um aumento do estresse, da sobrecarga cognitiva e da dificuldade em desconectar-se do mundo digital, prejudicando assim o bem-estar emocional e psicológico das pessoas.
Portanto, é fundamental adotar uma abordagem equilibrada no uso da tecnologia, reconhecendo os benefícios que ela pode trazer, ao mesmo tempo em que se estabelecem limites saudáveis para o tempo de tela e se promovem atividades offline que favoreçam o bem-estar emocional e o equilíbrio mental. Ao fazer isso, podemos maximizar os aspectos positivos da tecnologia enquanto mitigamos os possíveis impactos negativos sobre a saúde mental e o bem-estar geral das pessoas.
É evidente que o excesso de tecnologia pode acarretar uma série de transtornos e doenças, afetando não apenas a saúde física, mas também a saúde mental das pessoas. O uso excessivo de dispositivos tecnológicos, como smartphones, tablets e computadores, pode contribuir para o desenvolvimento de uma variedade de problemas, incluindo obesidade, déficit de atenção, transtorno bipolar, psicose, ansiedade e até mesmo comportamentos agressivos. Além disso, a chamada “demência digital”, caracterizada pela perda de habilidades cognitivas devido ao uso excessivo de tecnologia, é uma preocupação crescente (Souza et al., 2023).
Em particular, o uso excessivo da internet tem sido associado a uma série de psicopatologias, embora ainda existam lacunas na literatura sobre o assunto. Termos como dependência de internet, uso abusivo de internet, uso patológico de internet e dependência virtual são usados para descrever esse fenômeno, como observado por Tumelero et al., (2018). A dependência excessiva da internet pode levar a uma série de consequências negativas, incluindo isolamento social, deterioração das habilidades interpessoais, dificuldades de concentração e desempenho acadêmico comprometido.
Portanto, é fundamental reconhecer os potenciais riscos associados ao uso excessivo de tecnologia e implementar estratégias para promover um equilíbrio saudável no uso desses dispositivos. Isso inclui estabelecer limites adequados para o tempo de tela, praticar o uso consciente da tecnologia e buscar alternativas saudáveis de entretenimento e interação social que não dependam exclusivamente do mundo digital. Ao fazê-lo, podemos ajudar a proteger nossa saúde física e mental em um mundo cada vez mais tecnológico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tecnologia pode ser uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento das crianças, mas é importante garantir um uso equilibrado e responsável. Ao limitar o tempo de tela, promover atividades offline e dialogar com as crianças sobre seus sentimentos, podemos proteger o desenvolvimento emocional delas e ajudá-las a construir uma relação saudável com a tecnologia.
O desenvolvimento emocional na infância é um processo complexo e multifacetado que é influenciado por diversos fatores. As primeiras experiências da criança com seus pais, cuidadores e outros membros da família são cruciais para a formação de sua base emocional.
Em conclusão, o impacto da exposição excessiva à tecnologia na infância tem implicações significativas para o desenvolvimento emocional das crianças. Embora a tecnologia ofereça inúmeras oportunidades e benefícios, o uso excessivo e inadequado de dispositivos digitais pode levar a uma série de problemas emocionais e psicológicos.
O aumento do tempo de tela está associado a uma série de desafios, incluindo sedentarismo, distúrbios do sono, problemas de atenção e concentração, dificuldades de interação social e impactos negativos na saúde mental das crianças. Além disso, o acesso constante a conteúdos digitais pode expor as crianças a experiências inadequadas ou prejudiciais, afetando sua percepção do mundo e seu desenvolvimento emocional.
É essencial que os pais, cuidadores e educadores estejam cientes dos efeitos potenciais do uso excessivo de tecnologia e estabeleçam limites adequados para o tempo de tela das crianças. Promover uma abordagem equilibrada e saudável ao uso da tecnologia, incentivando atividades offline, interações sociais significativas e tempo ao ar livre, pode ajudar a mitigar os impactos negativos na saúde emocional das crianças.
Portanto, o tempo de uso excessivo de aparelhos tem uma relação muito negativa com desenvolvimento da linguagem expressiva das crianças. Além disso, se houver supervisão dos pais durante o uso, nesse sentido, o uso de dispositivos eletrônicos pode ser benéfico, contribuindo para o desenvolvimento de competências mental, social e motor.
Além disso, é importante fornecer orientação e apoio às crianças no uso responsável da tecnologia, ensinando habilidades de autorregulação e promovendo uma consciência crítica em relação ao conteúdo online. Ao adotar uma abordagem proativa para gerenciar o tempo de tela e promover um equilíbrio saudável entre o mundo digital e o mundo real, podemos ajudar as crianças a desenvolver habilidades emocionais e sociais essenciais para o seu bem-estar e sucesso a longo prazo.
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