A Teoria das inteligências múltiplas e sua aplicabilidade no ensino/aprendizagem de Educação Física Escolar.

THE THEORY OF MULTIPLE INTELLIGENCES AND ITS APPLICABILITY IN TEACHING/LEARNING SCHOOL PHYSICAL EDUCATION

LA TEORÍA DE LAS INTELIGENCIAS MÚLTIPLES Y SU APLICABILIDAD EN LA ENSEÑANZA/APRENDIZAJE DE LA EDUCACIÓN FÍSICA ESCOLAR

Autor

Teresa Neumann de Sousa
ORIENTADOR
Prof. Dr. Rafael Ferreira de Souza

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/93A4E9

DOI

Sousa, Teresa Neumann de . A Teoria das inteligências múltiplas e sua aplicabilidade no ensino/aprendizagem de Educação Física Escolar.. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

No ano de 1979, o pesquisador Howard Gardner, se juntou ao grupo de estudiosos para verificar a potencialidade do ser humano, principalmente de alunos nas séries iniciais. No decorrer do ano de 1970, as habilidades eram distribuídas em duas partes no cérebro: direito e esquerda. Em 1983, foi publicada a obra de Gardner – Frames of Mind (Estruturas da mente), surgindo assim, a Teoria das Inteligências Múltiplas (TIM) , demonstrando que havia ao menos, sete tipos de inteligências. Assim, este artigo objetiva uma reflexão a respeito desses tipos de inteligências e sua aplicabilidade na Educação Física para alunos dos Anos Iniciais, de escola pública, relacionados com os conceitos e a teorização dessas inteligências; demonstrando ao professor o repertório de técnicas e estratégias para o ensino da disciplina da Educação Física.
Palavras-chave
inteligências múltiplas; ensino/aprendizagem; educação física.

Summary

In 1979, researcher Howard Gardner joined a group of scholars to investigate the potential of human beings, especially students in the early grades. During the 1970s, abilities were distributed in two parts of the brain: right and left. In 1983, Gardner’s work – Frames of Mind – was published, thus creating the Theory of Multiple Intelligences (TIM), demonstrating that there were at least seven types of intelligence. Thus, this article aims to reflect on these types of intelligence and their applicability in Physical Education for students in the Early Years of public schools, related to the concepts and theorization of these intelligences; demonstrating to the teacher the repertoire of techniques and strategies for teaching the subject of Physical Education.
Keywords
multiple intelligence;. teaching/learning; physical education.

Resumen

En 1979, el investigador Howard Gardner se unió al grupo de académicos para verificar el potencial de los seres humanos, especialmente de los estudiantes de los primeros grados. Durante la década de 1970, las capacidades estaban distribuídas en dos partes del cerebro: derecha e izquierda. En 1983 se publicó la obra de Gardner – Frames of Mind -, creando así la Teoría de las Inteligencias Múltiples (TIM), demostrando que existían al menos siete tipos de inteligencia. Así, este artículo pretende reflexionar sobre estos tipos de inteligencias y su aplicabilidad en la Educación Física para alumnos de Educación Infantil de escuelas públicas, relacionado con los conceptos y teorización de estas inteligencias; demostrar al docente el repertorio de técnicas y estrategias para la enseñanza de la asignatura de Educación Física.
Palavras-clave
inteligencias múltiples; enseñanza/aprendizaje; educación física.

INTRODUÇÃO

O sistema de ensino propõe alguns conteúdos básicos comuns da disciplina de Educação Física, como é o caso dos esportes, dos jogos e brincadeiras, as lutas, a ginástica, a dança e o conhecimento sobre o corpo, enunciados, fundamentais à modalidade regular. A consequência dessa proposta comum está na dificuldade apresentada pela única possibilidade de demonstrar conhecimento e suas limitações. Observando esta situação, questiona-se: Como ficam os outros processos de interpretar as regras de um esporte proposto, por exemplo? Há uma única forma de interpretação e ou análise destas regras? A dificuldade em aprender tal disciplina ocasiona intensos sentimentos de aprovação ou de rejeição nos alunos e ainda complementa que alguns alunos, devido a um passado de resultados negativos e insucessos na mesma, não acreditam em sua capacidade. O ensino da disciplina de Educação Física na maioria das vezes baseia-se na tradicional aula expositiva, com reprodução do conteúdo que o professor julga necessário para a aprendizagem do aluno. O mesmo realiza a cópia do conteúdo no caderno, a parte teórica da disciplina – tentando resolver o exercício, o pouco ou quase nada do uso dos aparelhos ou objetos na quadra de esportes. 

Essa prática tradicional do ensino pode revelar a concepção de que é possível aprender Educação Física através da transmissão de conhecimento. E mais ainda, a resolução de problemas se reduz a procedimentos determinados pelo professor. Porém, deve-se ressaltar que para a existência do ensino com boa qualidade, devem-se adotar estratégias metodológicas diferenciadas e que sejam atrativas para possibilitar uma melhoria da aprendizagem dos educandos. Contudo, o aluno consegue associar os conteúdos práticos ao seu cotidiano, o mesmo perceberá que tudo é Educação Física, ele compreenderá que as pessoas não podem ter receio sobre a mesma.

Os esforços podem acontecer no raciocínio lógico e não apenas a repetição exaustiva de exercício padrão; estimular o pensamento independente e não apenas a capacidade mnemônica; desenvolver a criatividade e não apenas transmitir conhecimentos prontos e acabados. 

Com isso, o intuito do trabalho foi analisar as inteligências múltiplas e sua aplicabilidade na Educação Física Escolar. É necessário que o professor encontre práticas pedagógicas que estimulem o aprendizado dos alunos, reconsidere as outras recursos, elaboração e casos práticos.

ORIGEM DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

No ano de 1979, o pesquisador Howard Gardner, se juntou ao grupo de estudiosos na intenção de descobrir a potencialidade do ser humano, principalmente de alunos nas séries iniciais. No decorrer do ano de 1970, as habilidades eram distribuídas em duas partes no cérebro: direita e esquerda. Já em 1983, foi publicada a obra de Gardner – Frames of Mind (Estruturas da mente), surgindo assim, As Inteligências Múltiplas (TIM), demonstrando que havia sete tipos de inteligências. Após esta primeira publicação, surgiram outros estudos sobre avaliação e a medida da inteligência – QI – Quociente de Inteligência. Este Quociente muito assustou a educação, pois se acreditava na existência de uma única inteligência genérica verificada através de testes. Esse processo de medida de inteligência teve como consequência, o desmerecimento e limitação de talentos e habilidades de muitos alunos.

Esse processo de medida de inteligência teve como consequência, o desmerecimento e limitação de talentos e habilidades de muitos alunos. 

Para Gardner (1995):

[…]a teoria das inteligências múltiplas diverge dos pontos de vista tradicionais. Numa visão tradicional, a inteligência é definida operacionalmente como a capacidade de responder a itens em testes de inteligência. A inferência a partir dos resultados de testes, de alguma capacidade subjacente, é apoiada por técnicas estatísticas que comparam respostas de sujeitos em diferentes idades; a aparente correlação desses resultados de testes através das idades e através de diferentes testes corrobora a noção de que a faculdade geral da inteligência, g, não muda muito com a idade ou com treinamento ou experiência. Ela é um atributo ou faculdade inata do indivíduo.

A teoria das inteligências múltiplas, por outro lado, pluraliza o   conceito tradicional. Uma inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite à pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar a rota adequada para esse objetivo. A criação de um produto cultural é crucial nessa função, na medida em que captura e transmite o conhecimento ou expressa as opiniões ou os sentimentos da pessoa. Os problemas a serem resolvidos variam desde teorias científicas até composições musicais para campanhas políticas de sucesso. (1995, p.21)

Howard Gardner (1995), diz que as inteligências múltiplas apresentam diferentes pontos de vista. Na visão tradicional, a inteligência é caracterizada como a capacidade em dar respostas a testes de inteligência.  A inferência das respostas aos testes, é apoiada por técnicas estatísticas, que fazem comparação das respostas de indivíduos de faixa etária diferentes. Dessa forma, a inteligência não se modifica muito com o avanço da idade ou da experiência.

As inteligências múltiplas modificam o conceito tradicional, pois elas resolvem situações ou criam produtos que são necessários em um espaço cultural; proporcionando ao indivíduo, alcançar um objetivo, localizar o caminho adequado para este objetivo. Também permite expressar opiniões, sentimentos.

INTELIGÊNCIAS COMBINADAS

Com exceção de pessoas consideradas anormais, as inteligências funcionam de forma combinadas. Gardner ressalta e discute as sete inteligências; uma fusão de várias inteligências (Gardner, 1995, p. 22). São elas: a Inteligência Linguística, a Inteligência Lógico-matemática, a Inteligência Espacial, a Inteligência Corporal-cinestésica, a Inteligência Musical, a Inteligência Interpessoal e a Inteligência Intrapessoal.

Mais adiante, Howard Gardner revisou e expandiu sua teoria com mais dois tipos. O primeiro tipo foi a oitava inteligência ao seu elenco original das sete inteligências: a Inteligência Naturalista, que inclui a capacidade de discriminar ou classificar diferentes espécies de fauna e flora ou formações naturais como montanhas ou pedras.

A primeira é a Inteligência Linguística, que permite usar as palavras efetivamente, de forma oral ou escrita, capacitando o indivíduo a aprender noções dos códigos linguísticos, guardá-los na memória e aplicá-los. Este tipo de inteligência permite também a manipulação da sintaxe, da estrutura linguística, as dimensões pragmáticas, da retórica, da explicação, da mnemônica (Armstrong, 2001, p.14).

A segunda Inteligência Lógico-matemática, demonstra a capacidade em usar os números em situações lógicas, afirmações e proposições. Além da: categorização, classificação, inferência, generalização, cálculo e hipóteses (Armstrong, 2001, p.14).

A terceira, Inteligência Espacial está ligada à precisão do mundo visu-espacial, das percepções. Este tipo de inteligência apresenta tópicos de sensibilidade quanto à cor, linha, forma.

Para Brennand e Vasconcelos (2005, p.31), proporcionam aos indivíduos a execução de modificar situações em determinado espaço, sob várias dimensões. De acordo com Gardner(1995, p. 26), essa inteligência proporciona a solução de situações, através do sistema notacional de mapas, ou através da visualização de um objeto. Durante a evolução, o hemisfério esquerdo apresenta o processamento linguístico, nos indivíduos destros. Já o hemisfério direito apresenta o processamento espacial (2001, p. 26).

Quarta inteligência Corporal-cinestésica: o corpo expressa ideias e sentimentos (por exemplo, ator, mímico, atleta ou dançarino), bem como na destreza no uso das mãos para produzir ou transformar coisas (Armstrong, 2001, p.14).

Para Brennand e Vasconcelos, trata-se de uma competência responsável pelo controle dos movimentos corporais, criando representações possíveis de serem executadas pelo corpo, em espaços e situações diversas (2005, p.31).

As capacidades físicas que esta inteligência inclui são específicas, como a flexão, o equilíbrio, a coordenação, a rapidez, a força, a destreza, além de capacidades própio-ceptivas, táteis e hápticas (Armstrong, 2001, p.14).

A capacidade corporal-cinestésica proporciona critérios de uma inteligência que apresenta uma sequência mímica, como movimentar uma bola de tênis. A capacidade de usar o corpo para expressar a emoção (como na dança) é uma evidência do conhecimento cognitivo.

A Inteligência Musical é a quinta inteligência, que tem a ação de perceber, caracterizar, definir e expressar formas musicais. A sensibilidade ao ritmo, tom, melodia e timbre são desenvolvidas de forma global (intuitivo) ou detalhada (analítica, técnica) ou ambas.

Esse tipo de inteligência proporciona ao indivíduo a capacidade de aprender e interpretar sons, ritmos, ou até mesmo reconstruir novas melodias (Brennand e Vasconcelos, 2005).

De acordo com Gardner, o canto emitido pelos pássaros proporciona um vínculo com outras espécies. Evidências de várias culturas apoiam a noção de que a música é uma constituição universal. Na criação musical (composição), a inteligência musical desenvolve-se numa interação com o ambiente, modificando as emoções do indivíduo que escuta e compõe a música (Brennand e Vasconcelos, 2005, p.31).

Sexta Inteligência Interpessoal: ela envolve a percepção do humor, da intenção e da motivação de outros indivíduos. Nesta inteligência estão incluídas as expressões faciais, a voz, os gestos e a discriminação de diferentes sinais interpessoais, de maneira pragmática. (Armstrong, 2001, p. 14)

Gardner (1995, p. 27) trata a inteligência interpessoal como aquela que demonstra distinções entre os indivíduos, principalmente no estado de ânimo, temperamento, motivação e intenção. Em situações mais desenvolvidas, o indivíduo poderá perceber intenções e desejos que outros escondem.  São situações sofisticadas que podem ocorrer com líderes religiosos ou políticos, professores, terapeutas e pais.

A inteligência interpessoal é muito valorizada nas relações sociais, pois interage com outros indivíduos de forma cooperativa, valorizando a organização grupal, a liderança. A inteligência acontece desde as relações maternais, quanto no ambiente escolar e entre amigos. A sétima inteligência é a Intrapessoal, que apresenta autoconhecimento e capacidade de agir de forma adaptada; a inteligência pressupõe uma imagem do próprio indivíduo (próprias forças e limitações); consciência do humor variável, intenções, motivações, gostos, desejos. Um indivíduo com autodisciplina, autocompreensão, auto entendimento. O indivíduo com este tipo de inteligência tem um modelo viável de si próprio. Pois essa inteligência é a mais restrita, que requer evidências da linguagem, da música, de formas expressivas da inteligência, oferecendo ao indivíduo a percepção do funcionamento (Gardner, 2001, p. 28).

O indivíduo que possui esta inteligência, nota, em seus comportamentos, a vontade de conhecer a si mesmo, refletindo sobre seus erros e acertos, e a possibilidade de aprender com eles, modificando o comportamento em benefício  de outros indivíduos, com os quais convive. Assim, indivíduos acometidos por autismo ou esquizofrenia podem possuir a inteligência intrapessoal prejudicada (Brennand e Vasconcelos, 2005).

A oitava Inteligência é a Naturalista, que reconhece e classifica as inúmeras espécies relacionadas à fauna e à flora. Ela abrange também o reconhecimento de outros fenômenos naturais (como a formação de nuvens, formação de montanhas). Além disso, há reconhecimento e a diferenciação dos seres vivos e não vivos.

Brennand e Vasconcelos afirmam que o potencial desse tipo de inteligência apresenta comportamentos criativos, associados a saberes vindos do cotidiano e do senso comum. Todos esses comportamentos estão relacionados com a sociedade ou ambiente natural do indivíduo. De acordo com as autoras, o potencial naturalista é valorizado culturalmente, tanto no senso comum, quanto na esfera da ciência. O indivíduo que vive em espaços rurais, possui conhecimento transmitido pelas relações do cotidiano, agindo com criatividade junto à natureza. 

O DNA, decodificado por um cientista, apresenta informações que repercutem na natureza, principalmente na maneira como o senso comum acontece na agricultura, caso que ocorre na fabricação de alimentos transgênicos.

Tanto o cientista quanto o indivíduo que habita o meio rural, desenvolvem inteligência naturalista lidando com as relações humanas (Brennand e Vasconcelos, 2005, p.32).

APLICABILIDADE DAS INTELIGÊNCIAS NA ESCOLA

Algumas lesões ocorridas no cérebro do indivíduo, podem prejudicar determinados tipos de inteligência e, consequentemente, restringir algumas capacidades. Um indivíduo que tem dificuldade para falar, ler, escrever, interpretar símbolos, relacioná-los entre si, apresenta uma inteligência linguística danificada, no entanto, este mesmo indivíduo poderá cantar melodias fantásticas, efetuar cálculos, dançar ritmicamente, refletir sobre sentimentos, relacionar-se com outros indivíduos, sensibilizar-se à natureza, aos animais, apresentando outras inteligências bem desenvolvidas.

Fato que pode ocorrer na escola pública. Nela, as inteligências múltiplas contribui para o ensino/aprendizagem, em que o professor privilegiará as características e peculiaridades de cada aluno, frente a um conteúdo, na intenção de reconhecer um perfil pedagógico, estabelecendo um método de ensino mais eficaz. A maior contribuição das Inteligências Múltiplas à educação é tentar conscientizar  professor do repertório de técnicas e estratégias que podem ser utilizadas na escola, para além daquelas linguísticas e lógicas.

Assim, uma professora da disciplina de Ciências que dialoga ritmado (musical), escreve no quadro ilustrando pontos (espacial), gesticula de forma dramática (corporal cinestésica), pausa os momentos para proporcionar aos alunos reflexão dos fatos (intrapessoal), questiona aos alunos, convidando os à interação (interpessoal), esta professora utiliza os  princípios das inteligências múltiplas.

Algumas atividades propostas equilibram o nível de exposição dos alunos, estimulando e permitindo a participação, atendendo os interesses e necessidade de cada aluno, priorizando os cinco sentidos do ser humano.

Observando as três atividades abaixo, percebe-se que, na primeira atividade – identificação de um ser vivo do não vivo; identificar seres vivos no cotidiano infantil, descrever eventos em que estes seres estejam presentes em lugares diferentes, por exemplo. Utilizar atividades como memorização de palavras, gincanas científicas, estimulando a identificação e a importância dos seres vivos no Planeta. Quanto à atividade Lógico Matemática, expor solução de situações-problemas, para identificação e quantificação de personagens em uma história narrada. Mapas construídos em PVC, poderão ser espaços para encaixe de local, em que foi criado a história.

Na inteligência espacial, criar abecedário colorido – exposição do abecedário, com ilustrações coloridas; codificação por cores: – quebra-cabeças de cores primárias; noção ou representação mental de espaço – com retomada de elementos linguísticos. 

Na Inteligência Corporal Cinestésica as atividades táteis, os alunos identificam através do toque, da mímica, com movimentos criativos, com vocábulos através da música. Na Inteligência Musical ocorre a aprendizagem melódica e rítmica – através do playback das canções, os alunos entoam por si mesmos.

Na atividade de cooperação, os alunos participam nos grupos de jogos e brincadeiras. Na atividade Interpessoal, há a participação da família ou da comunidade, montando uma árvore genealógica como exemplo. Os alunos aprendem a interagir, compartilhando os materiais aos alunos aprendem a interagir, compartilhando os materiais propostos, desenhando, colorindo ou recortando as figuras.

Nas atividades individualizadas, o aluno deverá escolher um tema para desenvolver no jogo.  Na Inteligência Naturalista pode-se trabalhar identificação de alimentos ou animais, representações em cartões, compondo temas de jogos temáticos.

Uma simples modificação no ambiente escolar ou na realização de atividades proporciona um clima mais propício à participação, à atenção e à confiança dos alunos. Por exemplo, a disposição das mesas e cadeiras em sala de aula, com formato de círculo ou semicírculo, contribui para a atenção dos alunos, favorecendo o desenvolvimento de estratégias de ensino. Esta mudança de ambientação ou a diversificação de exercícios enfatizando as inteligências específicas é necessária, pois os alunos têm inclinações diferentes, necessitando de estratégias específicas que serão bem-sucedidas. A segunda atividade utiliza o jogo do Bingo dos órgãos do ser humano, que envolvem símbolos descritores, como a atenção e a audição (reconhecimento das partes do corpo humano e denominação).

Material necessário: papel A4, com tracejos feitos pelo professor ou a ser tracejadas pelos alunos participantes, contendo nomes e símbolos do corpo humano, já aprendido na disciplina. O objetivo deste jogo é reconhecer os símbolos sorteados, verificando a presença ou não destes símbolos na cartela, de modo a completá-la para concluir o jogo. O professor deverá induzir os alunos, quanto ao significado dos símbolos.

O professor pronuncia nove símbolos de forma aleatória. A cada símbolo pronunciado, o aluno terá marcado no quadro o desenho representado. Caso a escolha das primeiras pedras não surgir, o professor continuará a pronunciar os símbolos. Neste jogo, não há perdedores, para não existir frustração entre os participantes. Deve-se levá-lo a cabo até as crianças completarem totalmente a cartela.

As Inteligências ativadas nesta atividade foram a Espacial (pictórica), Linguística, Intrapessoal (escolhas próprias), Naturalista (identificação de alguns alimentos na língua materna).

A terceira atividade – Jogo oral-auditivo, que recebe o nome de Telefone sem fio. Os indivíduos devem se assentar em círculo, o organizador do jogo falará uma palavra, a qual deverá ser sussurrada ao próximo indivíduo do círculo, sucessivamente. O último indivíduo do círculo deverá dizer a palavra em voz alta, e todos verificarão que a palavra final foi distorcida da palavra dita originalmente.

A modificação do jogo poderá ocorrer, se trocar a palavra por uma frase.  Assim as inteligências: Linguística, Interpessoal, Corporal-cinestésica são ativadas.

A essência da teoria é considerar as diferenças entre os indivíduos, as múltiplas variações na forma de aprender, na forma de serem avaliadas. Cada tipo de inteligência se apresenta em seu momento, e pode surgir na infância e pode declinar rápido ou de forma gradual, de acordo com o envelhecimento do indivíduo.

Para Gardner (Armstrong, 2001, p. VI),

[…]a essência da teoria é respeitar as muitas diferenças entre as pessoas, as múltiplas variações em suas maneiras de aprender, os vários modos pelos quais elas podem ser avaliadas, e o número quase infinito de maneiras pelas quais elas podem deixar uma marca no mundo.  Acredita-se que as atividades baseadas em uma ou em outra inteligência tenham seu próprio percurso de desenvolvimento, ou seja, cada inteligência tem seu momento de surgir na infância inicial, seu momento de pico durante a vida e seu próprio padrão de declínio rápido ou gradual conforme a pessoa envelhece (Armstrong, 2001, p. 19).

MÉTODOS DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Neste estudo, será realizado o procedimento de pesquisa indireta, a qual fará uso da observação e análise de documentos, livros, artigos e estudos escolhidos como referência teórica.

Com o método da observação, estudar-se-á como ocorre a disciplina de Educação Física nas séries iniciais; será utilizado também, o método descritivo, o qual tem como característica observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos, sem manipulá-los, procurando descobrir, com precisão, a frequência que ocorre a aprendizagem do aluno, e se há relação com outros fatores. O ensino nas Séries Iniciais deverá propiciar a todos os cidadãos, os conhecimentos e oportunidades de desenvolvimento de capacidades necessárias para se orientarem, compreendendo o que se passa à sua volta, tomando posição e intervindo na sua realidade. A pesquisa é bibliográfica, com o levantamento e revisão de documentos e obras publicadas, que direcionaram o trabalho científico.

As Inteligências Múltiplas apresentam suporte teórico necessário para se redimensionar o fazer pedagógico na sua relação com os meios de comunicação. Se a escola pretende formar cidadãos, que deixe de ser objeto, para tornar-se agente histórico, precisa considerar as necessidades deste ser com um todo. Deixar de privilegiar somente a inteligência linguística/verbal e ou lógico-matemática, para atingir todas as outras capacidades inerentes ao ser humano, estabelecendo uma comunicação de mão dupla, falando ao aluno através dos meios de comunicação possível e ouvindo-o como forma de descobrir as capacidades mais privilegiadas. Gardner (2001) nos diz que, a ciência precisa ser entendida como um elemento da Cultura, abordando os conhecimentos científicos e tecnológicos desenvolvem-se em grande escala na nossa sociedade, resultante do trabalho do homem, do seu esforço criador, e não de um momento mágico, no qual o homem cria teorias e leis.

Através desse estudo, foi possível constatar que a inteligência ainda não apresenta uma definição conclusiva. Muitos autores procuraram simplificar a inteligência, resumindo-a um resultado obtido através de avaliações que apenas verificam as capacidades linguísticas e matemáticas. Gardner (2001) sugere que para compreender a inteligência, é necessário levar em consideração vários aspectos (cultura, potencialidades e dificuldades), e que deveriam ser realizados testes variados, como as características de cada indivíduo. Enfatizando que as pessoas são diferentes, contudo, ao invés de rejeitar e classificar essa questão, valorizar as diferenças individuais das pessoas. Na Educação Física escolar, essa teoria auxiliaria na questão de melhorar a avaliação dentro da escola, além de ser uma disciplina que tem o privilégio de trabalhar de modo mais livre (sem restringir os educandos a permanecerem sentados numa carteira), pode desenvolver atividades, jogos que proporcionam diferentes capacidades, inteligências de cada pessoa.

Entender esses conceitos é importante não apenas para serem aplicados numa determina disciplina, mas devem ser um modelo adotado por toda uma escola (interdisciplinaridade). Proporcionar desde a infância, vivências significativas e estimulantes deve ser o lema da Educação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho tentou discutir os conceitos e a aplicabilidade das Inteligências Múltiplas, apresentando suas e contribuições às aulas de Educação Física escolar. Neste trabalho também foi enfatizado às diferentes visões apresentadas pela Inteligência que teve ao longo dos tempos, até os estudos atuais como o psicólogo, Howard Gardner.

Esse autor que pesquisou as Inteligências Múltiplas, defende a ideia que toda a inteligência não deve ser avaliada apenas por um simples teste, onde apenas as capacidades consideradas acadêmicas, são avaliadas (linguística e lógico-matemática). Gardner crê que a inteligência humana atinge uma multiplicidade de capacidades, que os testes dos psicometristas não conseguem avaliar.

As Inteligências Múltiplas, relacionadas na área da Educação Física escolar, pode trazer contribuições significativas, evoluindo as metodologias aplicadas nas aulas, enfatizando o ensino no aluno, considerando suas especificidades.

Dessa forma, compreender e unir os oito tipos de inteligências na Educação Física contribuirá para as demais inteligências que lhes serão úteis para circunstância de vida. Como por exemplo, o pensamento lógico e a vivência de momentos de investigação, de observação, reflexão, criação, distinção de valores, julgamento, convivência, cooperação, decisão e ação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRENNAND, E. G. G.; VASCONCELOS, G. C. O Conceito de potencial múltiplo da inteligência de Howard Gardner para pensar dispositivos pedagógicos multimidiáticos. Ciências & Cognição; Ano 02 Vol. 05, 2005, p.19-35. Disponível em <www.cienciasecognicao.org>. Acesso em: 05 de outubro de 2024.

GARDNER, H. Estruturas da Mente – A teoria das inteligências múltiplas. 1ª ed., Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

GARDNER, H.; KORNHABER, M. L.; WAKE, W. K. Inteligência: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Artmed, 1998.

GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.

KRASHEN, S. Principles and Practice in Second Language Acquisition. New York: Pergamon Press, 1982.

MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais (1ª a 4ª série): matemática. Secretaria de Educação. Educação Fundamental. Brasília: MEC/ SEF,1997.

PERRENOUD, P. A Prática Reflexiva no Ofício de Professor: profissionalização e razão pedagógica. Trad. Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.

PRAHBU, N. S. There is no Best Method – Why? TESOL Quarterly 24/2, 1990, 161-176.

Sousa, Teresa Neumann de . A Teoria das inteligências múltiplas e sua aplicabilidade no ensino/aprendizagem de Educação Física Escolar..International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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