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Resumo
INTRODUÇÃO
No cenário corporativo contemporâneo, compreender os fatores que promovem o bem-estar dos colaboradores tornou-se essencial para o sucesso organizacional. Entre esses fatores, destacam-se o comprometimento organizacional e a felicidade no trabalho, que, embora distintos, apresentam inter-relações significativas.
O comprometimento organizacional refere-se ao vínculo psicológico entre o indivíduo e a organização, influenciando diretamente comportamentos como desempenho e retenção. Por sua vez, a felicidade no trabalho está associada ao bem-estar subjetivo do colaborador, impactando sua motivação e produtividade.
O trabalho visa analisar a relação entre o comprometimento organizacional e a felicidade no trabalho, identificando como esses construtos interagem e influenciam o ambiente organizacional. Tem por objetivos específicos investigar os fatores que contribuem para o comprometimento organizacional, examinar os elementos que promovem a felicidade no ambiente de trabalho, identificar a correlação entre o comprometimento organizacional e a felicidade no trabalho.
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa e descritiva. Foram analisados artigos científicos, livros e dissertações que abordam os temas de comprometimento organizacional e felicidade no trabalho. As fontes foram selecionadas com base em sua relevância, atualidade e contribuição para o entendimento dos constructos em questão.
A literatura aponta que o comprometimento organizacional pode ser dividido em três dimensões: afetiva, normativa e de continuidade. A dimensão afetiva refere-se ao vínculo emocional do colaborador com a organização; a normativa relaciona-se ao senso de obrigação em permanecer; e a de continuidade está ligada aos custos percebidos de deixar a organização.
Por outro lado, a felicidade no trabalho é influenciada por fatores como reconhecimento, ambiente organizacional, relações interpessoais e oportunidades de crescimento. Estudos demonstram que colaboradores que percebem apoio e valorização tendem a apresentar maior comprometimento e satisfação no trabalho.
A inter-relação entre esses constructos sugere que ambientes que promovem a felicidade dos colaboradores também fortalecem o comprometimento organizacional, resultando em benefícios mútuos para empregados e empregadores.
A análise da literatura evidencia uma relação positiva entre comprometimento organizacional e felicidade no trabalho. Colaboradores que se sentem felizes e realizados em seu ambiente de trabalho tendem a desenvolver um vínculo mais forte com a organização, refletindo em maior engajamento, produtividade e retenção. Assim, estratégias organizacionais que visem promover o bem-estar dos colaboradores não apenas melhoram a qualidade de vida no trabalho, mas também fortalecem o comprometimento organizacional, contribuindo para o sucesso sustentável da organização.
JUSTIFICATIVA
No cenário atual das organizações, a busca por estratégias que promovam o bem-estar e a satisfação dos colaboradores tornou-se essencial para alcançar altos níveis de desempenho e competitividade. Nesse contexto, os constructos de comprometimento organizacional e felicidade no trabalho têm sido amplamente estudados devido à sua influência significativa no comportamento e nos resultados dos funcionários.
O comprometimento organizacional refere-se ao vínculo psicológico entre o colaborador e a organização, manifestando-se em três dimensões: afetiva, normativa e de continuidade. A dimensão afetiva, em particular, está relacionada ao envolvimento emocional e à identificação do indivíduo com os valores e objetivos da organização.
Estudos indicam que colaboradores com alto comprometimento afetivo demonstram maior disposição para contribuir com o sucesso organizacional e menor propensão ao turnover.
Por outro lado, a felicidade no trabalho é compreendida como o estado de bem-estar subjetivo do colaborador, influenciado por fatores como ambiente organizacional, reconhecimento, relações interpessoais e oportunidades de crescimento. Pesquisas apontam que funcionários felizes são mais produtivos, criativos e engajados, além de apresentarem menor índice de absenteísmo.
A inter-relação entre comprometimento organizacional e felicidade no trabalho é evidenciada em estudos que demonstram que ambientes que promovem a satisfação dos colaboradores tendem a fortalecer o vínculo afetivo destes com a organização. Por exemplo, um estudo realizado com funcionários de uma rede de hotelaria no Rio Grande do Sul revelou que altos níveis de bem-estar subjetivo estão associados a um maior comprometimento organizacional, especialmente na dimensão afetiva.
Além disso, a qualidade de vida no trabalho (QVT) desempenha um papel mediador nessa relação. Pesquisas indicam que ações voltadas para a melhoria da QVT influenciam positivamente o comprometimento organizacional, o que, por sua vez, impacta na intenção dos colaboradores de permanecer na organização.
Diante disso, torna-se evidente a importância de investigar a relação entre comprometimento organizacional e felicidade no trabalho, visando fornecer subsídios para o desenvolvimento de políticas e práticas organizacionais que promovam o bem-estar dos colaboradores e, consequentemente, o sucesso sustentável das organizações.
REFERENCIAL TEÓRICO
COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL
O comprometimento organizacional é um constructo multidimensional que descreve o vínculo psicológico entre o colaborador e a organização. Meyer e Allen (1991) propuseram um modelo tridimensional, composto por:
Segundo os autores, “empregados com um forte comprometimento afetivo permanecem na organização porque assim o querem; aqueles cuja ligação está baseada no comprometimento instrumental continuam empregados porque precisam; empregados com alto grau de comprometimento normativo sentem que eles devem permanecer na organização” (Meyer & Allen, 1991).No contexto brasileiro, Bastos (1993) destaca que o comprometimento afetivo está associado à lealdade, desejo de contribuir e orgulho em permanecer na organização.
FELICIDADE NO TRABALHO
A felicidade no trabalho é entendida como o bem-estar subjetivo do colaborador, influenciado por fatores como reconhecimento, ambiente organizacional, relações interpessoais e oportunidades de crescimento. Segundo Paschoal, Torres e Porto (2010), “o uso do termo felicidade oferece vantagens, pois envolve elementos filosóficos e conceituais que normalmente não são considerados nos estudos sobre o tema, trazendo uma conotação positiva”.
A Teoria dos Eventos Afetivos (Affective Events Theory – AET) sugere que eventos no ambiente de trabalho influenciam as emoções dos colaboradores, afetando sua satisfação e comprometimento. Essa teoria destaca a importância de experiências positivas no ambiente de trabalho para o bem-estar dos funcionários (Weiss & Cropanzano, 1996).
Além disso, a Psicologia Positiva, representada por autores como Seligman (2002), enfatiza que a felicidade no trabalho está relacionada ao uso das forças pessoais, engajamento e sentido no que se faz.
INTER-RELAÇÃO ENTRE COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL E FELICIDADE NO TRABALHO
A literatura aponta uma relação positiva entre comprometimento organizacional e felicidade no trabalho. Ambientes que promovem o bem-estar dos colaboradores tendem a fortalecer o comprometimento afetivo, resultando em maior produtividade e retenção de talentos. Segundo Sender e Fleck (2017), “a felicidade no trabalho pode ser considerada um estado psicológico positivo do indivíduo, que influencia seu comportamento e que pode levar a consequências positivas para as organizações”.
Além disso, práticas organizacionais que valorizam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional contribuem para o aumento do bem-estar e do comprometimento dos colaboradores. A promoção de um ambiente de trabalho saudável e equilibrado é essencial para o desenvolvimento de vínculos afetivos e normativos com a organização (Paschoal, Torres & Porto, 2010).
METODOLOGIA
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa e exploratória. A pesquisa bibliográfica visa analisar e interpretar a produção científica existente sobre os temas de interesse, permitindo a identificação de conceitos, teorias e lacunas no conhecimento.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A revisão da literatura foi conduzida em duas etapas:
Além disso, foram consultadas bases de dados como SciELO, BVS e periódicos nacionais relevantes para o contexto brasileiro, como a Revista de Administração Contemporânea (RAC) e a Revista Brasileira de Gestão de Negócios (RBGN).
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
ANÁLISE DOS DADOS
Os dados coletados foram analisados por meio de leitura crítica e interpretativa, buscando identificar:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na pesquisa bibliográfica realizada, é possível concluir que existe uma relação significativa entre o comprometimento organizacional e a felicidade no trabalho. Estudos indicam que colaboradores que percebem um ambiente de trabalho positivo e que se sentem valorizados tendem a demonstrar maior comprometimento com a organização. Esse comprometimento, por sua vez, está associado a níveis mais elevados de bem-estar e satisfação no ambiente laboral.
A literatura destaca que a qualidade de vida no trabalho, incluindo fatores como reconhecimento, oportunidades de desenvolvimento e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, influencia diretamente na intenção dos colaboradores de permanecer na organização.
Além disso, práticas organizacionais que promovem um clima organizacional positivo contribuem para a felicidade dos funcionários, o que pode resultar em maior produtividade e engajamento.
Contudo, é importante reconhecer que a busca pela felicidade no trabalho deve ser abordada de maneira autêntica e não como uma imposição organizacional. A pressão para ser feliz no ambiente de trabalho pode gerar efeitos contrários, levando à insatisfação e ao desengajamento. Portanto, as organizações devem adotar estratégias que respeitem as individualidades dos colaboradores, promovendo um ambiente que favoreça o bem-estar de forma genuína.
Em suma, o comprometimento organizacional e a felicidade no trabalho são interdependentes e influenciam-se mutuamente. Investir em práticas que promovam o bem-estar dos colaboradores não apenas fortalece o vínculo entre o indivíduo e a organização, mas também contribui para o sucesso organizacional como um todo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, A. V. B. Comprometimento organizacional: um estudo empírico com servidores públicos. Revista de Administração Pública, v. 27, n. 1, p. 95–112, 1993.
MEYER, J. P.; ALLEN, N. J. Three-component model of organizational commitment. Human Resource Management Review, v. 1, n. 1, p. 61–89, 1991. PASCHOAL, T.; TAMAYO, A. Construção e validação da Escala de Bem-Estar no Trabalho. Avaliação Psicológica, v. 7, n. 1, p. 11–22, 2008. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712008000100004. Acesso em: 17 abr. 2025.Enap – Revista do Serviço Público+2Pepsic+2ResearchGate+2
SENDER, G.; FLECK, D. As organizações e a felicidade no trabalho: uma perspectiva integrada. Revista de Administração Contemporânea, v. 21, n. 6, p. 764–787, nov./dez. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rac/a/6JdnL4Q67mtS98pTgCnRR5g/. Acesso em: 17 abr. 2025.Portal de Periódicos+1IFRN+1
SELIGMAN, M. E. P. Felicidade autêntica: usando a nova psicologia positiva para a realização permanente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.IFRN+1Portal de Periódicos+1
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