Os impactos econômicos dos tratados internacionais de comércio: uma abordagem comparativa em países em desenvolvimento

THE ECONOMIC IMPACTS OF INTERNATIONAL TRADE TREATIES: A COMPARATIVE APPROACH IN DEVELOPING COUNTRIES

LOS IMPACTOS ECONÓMICOS DE LOS TRATADOS INTERNACIONALES DE COMERCIO: UN ENFOQUE COMPARATIVO EN PAÍSES EN DESARROLLO

Autor

Viviana Todero Martinelli Cerqueira

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/A9BC70

DOI

Cerqueira, Viviana Todero Martinelli . Os impactos econômicos dos tratados internacionais de comércio: uma abordagem comparativa em países em desenvolvimento. International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este artigo examina os impactos econômicos, sociais e ambientais dos tratados internacionais de comércio, com abordagem nos desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento. A análise destacou os benefícios, como a expansão do comércio, o aumento dos investimentos estrangeiros e a transferência de tecnologia, contrastando-os com as dificuldades relacionadas à perda de autonomia estatal, às desigualdades econômicas e aos impactos ambientais. O estudo aborda também as metodologias empregadas na literatura, incluindo modelos de gravidade e estudos de caso, e identifica lacunas, como as investigações de pesquisas sobre sustentabilidade. Propõe-se um modelo de governança que promova o equilíbrio entre os interesses econômicos e as demandas sociais, garantindo maior equidade nos acordos comerciais. A inclusão de cláusulas que consideram especificidades locais e o fortalecimento da cooperação internacional emergem como essenciais para a construção de um sistema mais justo e sustentável.
Palavras-chave
Palavras-chave: Tratados internacionais. Comércio global. Sustentabilidade. Desigualdades. Soberania estatal.

Summary

This article examines the economic, social and environmental impacts of international trade treaties, focusing on the challenges faced by developing countries. The analysis highlighted the benefits, such as the expansion of trade, increased foreign investment and technology transfer, contrasting them with the difficulties related to the loss of state autonomy, economic inequalities and environmental impacts. The study also addresses the methodologies used in the literature, including gravity models and case studies, and identifies gaps, such as research investigations on sustainability. A governance model is proposed that promotes balance between economic interests and social demands, ensuring greater equity in commercial agreements. The inclusion of clauses that consider local specificities and the strengthening of international cooperation emerge as essential for building a fairer and more sustainable system.
Keywords
Keywords: International treaties. Global trade. Sustainability. Inequalities. State sovereignty.

Resumen

Este artículo examina los impactos económicos, sociales y ambientales de los tratados de comercio internacional, centrándose en los desafíos que enfrentan los países en desarrollo. El análisis destacó los beneficios, como la expansión del comercio, el aumento de la inversión extranjera y la transferencia de tecnología, contrastándolos con las dificultades relacionadas con la pérdida de autonomía estatal, las desigualdades económicas y los impactos ambientales. El estudio también aborda las metodologías utilizadas en la literatura, incluidos modelos de gravedad y estudios de casos, e identifica lagunas, como investigaciones sobre sostenibilidad. Se propone un modelo de gobernanza que promueva el equilibrio entre los intereses económicos y las demandas sociales, asegurando una mayor equidad en los acuerdos comerciales. La inclusión de cláusulas que consideren las especificidades locales y el fortalecimiento de la cooperación internacional emergen como esenciales para construir un sistema más justo y sostenible.
Palavras-clave
Palabras clave: Tratados internacionales. Comercio global. Sostenibilidad. Desigualdades. Soberanía de los Estados.

INTRODUÇÃO

O comércio internacional, fundamentado em tratados e acordos multilaterais, constitui um dos pilares centrais das relações econômicas contemporâneas. Esses instrumentos jurídicos visam, essencialmente, promover a integração de mercados globais, através da redução de barreiras tarifárias e não tarifárias, facilitando o fluxo de bens, serviços e investimentos entre os países signatários. Essa dinâmica reflete não apenas um esforço coletivo em favor da ampliação das trocas econômicas, mas também um movimento de uniformização de regras que transcendem as fronteiras nacionais, conforme aponta Husek (2023).

Historicamente, os acordos comerciais evoluíram de simples tratados bilaterais para configurações mais complexas, como blocos econômicos regionais e acordos multilaterais. Essa trajetória está diretamente associada ao avanço das teorias do comércio internacional, dentre as quais se destacam a teoria das vantagens comparativas e as abordagens contemporâneas que ressaltam os ganhos de economias de escala e da diversificação do comércio, como observam Floriani e Santos (2019). Tal evolução não apenas evidencia o papel estratégico desses tratados na economia global, mas também revela uma complexidade crescente de sua regulação.

Os impactos tratados são amplamente evidenciados nos dados mais recentes. Em 2022, o comércio internacional alcançou a marca de 32 trilhões de dólares, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior, segundo a Organização Mundial do Comércio. Esse crescimento reflete a expansão de acordos comerciais que fortalecem economias emergentes, especialmente na América Latina e no Sudeste Asiático. Esses números ressaltam a importância dos tratados como estratégicos do crescimento econômico global e da atração de investimentos diretos estrangeiros, reforçando sua relevância estratégica.

No entanto, a implementação desses acordos não é isenta de controvérsias. Em muitos casos, os países em desenvolvimento enfrentaram dificuldades significativas, como a perda de autonomia regulatória e a ampliação das desigualdades econômicas e sociais. Moura e Praxedes (2021) destacam que os impostos desafios por esses tratados incluem a necessidade de adaptação legislativa, muitas vezes condicionada por normas que favorecem os interesses das economias mais desenvolvidas, comprometendo a equidade nas relações comerciais.

Os tratados internacionais de comércio também levantam questões relacionadas à sustentabilidade. A ampliação do comércio, embora impulsione o crescimento econômico, pode acarretar custos ambientais e sociais importantes. Conforme Portocarrero e Araújo (2018), é essencial que esses tratados integrem cláusulas que promovam o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental, de forma a garantir a sustentabilidade das relações comerciais no longo prazo.

Outra dimensão relevante refere-se à governança tributária global e à mitigação de práticas abusivas, como a evasão fiscal. Junior (2018) enfatiza que os negócios internacionais podem, ao mesmo tempo, fomentar a transparência e ampliar os desafios para os países em desenvolvimento, especialmente no que tange à tributação de operações comerciais transnacionais. Esses aspectos demonstram uma complexidade inerente à aplicação dos tratados e à necessidade de um equilíbrio entre os interesses das nações envolvidas.

Ainda que os tratados representem um avanço significativo na promoção do comércio e do investimento, eles também impõem desafios estruturais às economias menos desenvolvidas. A revisão da literatura evidencia a necessidade de maior atenção às disparidades econômicas, sociais e ambientais geradas pela aplicação desses instrumentos. Rojas (2020) destaca que a redução dessas disparidades é um passo essencial para alcançar uma economia global mais inclusiva e equitativa.

Nesse contexto, surge a seguinte questão: como os países em desenvolvimento podem equilibrar os benefícios econômicos dos tratados internacionais de comércio com os desafios impostos por sua implementação, garantindo a sustentabilidade econômica, social e ambiental no longo prazo?

O objetivo deste estudo consiste em analisar de forma crítica os impactos econômicos, sociais e ambientais dos tratados internacionais de comércio em países em desenvolvimento, investigando as implicações para a soberania estatal, a governança tributária global e a distribuição equitativa dos benefícios. Buscar identificar os desafios enfrentados por essas nações na implementação de tais tratados e propor soluções que promovam um equilíbrio entre os interesses econômicos e as demandas de sustentabilidade.

A metodologia empregada neste estudo caracteriza-se como uma pesquisa de natureza qualitativa, com abordagem exploratória e descritiva, voltada à realização de uma análise crítica e sistemática sobre o tema em questão. Para tanto, foram consultadas bases de dados acadêmicos e institucionais, como Scopus, Web of Science, e Google Scholar, utilizando estratégias de busca com palavras-chave específicas, incluindo combinações booleanas como “tratados internacionais de comércio AND países em desenvolvimento AND sustentabilidade” e “impactos econômicos OR sociais AND acordos multilaterais”.

Os critérios de inclusão consistem na seleção de publicações acadêmicas, legislações pertinentes, relatórios institucionais e artigos que abordam diretamente os tratados internacionais de comércio e seus efeitos em países em desenvolvimento. Os critérios de exclusão contemplaram materiais desatualizados, fontes não verificadas ou que apresentam uma abordagem superficial do tema. A coleta de dados foi realizada por meio de revisão bibliográfica e documental, abrangendo artigos científicos, dissertações, livros, legislações e análises correlatas.

Os dados coletados foram submetidos a um processo rigoroso de análise de conteúdo, buscando identificar padrões, divergências e lacunas na literatura existente. A interpretação dos dados fundamentada em teorias jurídicas e econômicas relevantes, com ênfase nos aspectos críticos das relações entre soberania estatal e governança global. Essa abordagem permitiu a formulação de proposições que foram apresentadas para o debate acadêmico e para o aprimoramento de políticas públicas relacionadas ao comércio internacional.

INTRODUÇÃO À TEORIA DOS ACORDOS COMERCIAIS

 

Os acordos comerciais consistem em instrumentos jurídicos celebrados entre nações ou blocos econômicos com o propósito de regular e facilitar o fluxo de bens, serviços e investimentos entre os signatários. Esses instrumentos visam reduzir ou eliminar barreiras tarifárias e não tarifárias, harmonizar regulamentações e estabelecer condições mais avançadas ao comércio internacional. Além disso, os acordos comerciais objetivos fomentam o crescimento econômico, estimulam a cooperação econômica entre os países e promovem a integração dos mercados globais (Husek, 2023).

Historicamente, os acordos comerciais remontam aos tratados bilaterais celebrados no início da era moderna, que buscavam garantir a segurança e a previsibilidade nas negociações comerciais. Com o advento da Revolução Industrial, essas negociações ganharam maior complexidade, refletindo as novas dinâmicas do comércio internacional. No século XX, a formação de blocos econômicos, como a União Europeia, e a instituição de acordos multilaterais, como o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio(GATT), estabeleceram os alicerces para o sistema de comércio internacional que conhecemos hoje. Esses marcos históricos representam a evolução de um sistema que transcendeu as relações bilaterais e consolidou estruturas mais amplas e integradas (Moura & Praxedes, 2021).

Os acordos comerciais podem ser classificados em diversas categorias, dependendo de seu alcance e profundidade. Entre os principais tipos destacam-se os acordos de livre comércio, que eliminam tarifas entre os signatários, mas permitem políticas comerciais independentes com terceiros; as uniões aduaneiras, que além de remover tarifas internacionais, estabelecem tarifas externas comuns; e os mercados comuns, que acrescentam a livre circulação de pessoas e capitais. Blocos como o ALCA, ainda que não tenham sido concluídos, e a União Europeia ilustram a variedade e a complexidade desses arranjos. Outras formas de acordos incluem os tratados de cooperação econômica e os acordos de comércio preferencial(Tavares, 2020).

As teorias do comércio internacional fornecem o embasamento conceitual para compreender os benefícios e custos associados a esses acordos. A teoria das vantagens comparativas, de David Ricardo, fundamenta a ideia de que os países devem se especializar na produção de bens nos quais possuam maior eficiência relativa, maximizando os ganhos para todas as partes envolvidas. Por outro lado, a nova teoria do comércio internacional enfatiza aspectos como economias de escala, diversificação produtiva e inovação tecnológica, elementos fundamentais para explicar os impactos positivos dos acordos comerciais em contextos contemporâneos. Essas teorias, em conjunto, oferecem uma estrutura analítica para avaliar os efeitos dos acordos no âmbito econômico, social e político(Junior, 2018).

BENEFÍCIOS DOS ACORDOS COMERCIAIS

 

Os acordos comerciais desempenham um papel fundamental na ampliação do volume e da diversidade do comércio internacional. Por meio da redução de barreiras tarifárias e não tarifárias, esses instrumentos jurídicos promovem uma integração econômica entre as nações, possibilitando o acesso a mercados mais amplos e diversificados. Essa abertura comercial estimula as exportações e importações, criando oportunidades para o fortalecimento de cadeias produtivas globais e a expansão do comércio de bens e serviços em escala internacional(Husek, 2023).

Além disso, os acordos comerciais atuam como investidores de investimento estrangeiro direto, especialmente nos países em desenvolvimento. Ao proporcionar um ambiente de maior estabilidade jurídica e previsibilidade para as relações comerciais, esses instrumentos atraem investidores estrangeiros interessados ​​em aproveitar vantagens competitivas oferecidas por tais mercados. A presença de investimentos externos contribui para o desenvolvimento de infraestruturas, a geração de empregos e o fortalecimento das economias locais(Moura & Praxedes, 2021).

Outro benefício significativo dos acordos comerciais é a facilitação da transferência de tecnologia e know-how entre os países signatários. A entrada de empresas estrangeiras em mercados emergentes estimula a disseminação de inovações tecnológicas, técnicas de produção avançadas e boas práticas empresariais. Esse intercâmbio não apenas melhora a competitividade das economias menos desenvolvidas, mas também promove o desenvolvimento de capacidades tecnológicas internas(Rojas, 2020).

O impacto dos acordos comerciais no crescimento econômico dos países em desenvolvimento também é amplamente reconhecido. Evidências empíricas demonstram que uma maior integração econômica gerada por tais acordos resulta em taxas de crescimento mais elevadas, ao estimular a produtividade, a competitividade e a eficiência dos mercados internos. Esse crescimento econômico sustentável pode ser distribuído em diversas regiões, especialmente em blocos econômicos que promovem a cooperação entre os países membros(Barros, 2018).

Outros benefícios decorrentes dos acordos comerciais incluem a criação de empregos, a redução da pobreza, a estabilidade macroeconômica e a integração regional. A ampliação das atividades comerciais e dos investimentos estrangeiros gera novas oportunidades de trabalho e contribui para melhorar os índices de desenvolvimento humano. Além disso, a integração regional fortalece as relações entre os países signatários, promovendo uma cooperação mais sólida e coesa, que favorece a estabilidade econômica e política no âmbito global(Portocarrero & Araújo, 2018).

DESAFIOS E CUSTOS DOS ACORDOS COMERCIAIS

 

Os desafios e custos associados aos acordos comerciais são extremamente reconhecidos, especialmente no que tange à soberania nacional e à capacidade dos países em formularem suas próprias políticas econômicas. A assinatura de tratados comerciais, ao impor normas e obrigações multilaterais, frequentemente restringe a autonomia legislativa dos Estados signatários, limitando sua flexibilidade para implementar medidas econômicas e sociais que atendam às demandas específicas de suas leis(Moura & Praxedes, 2021).

Outro aspecto crítico é o aumento das desigualdades entre os países e dentro de suas fronteiras. As economias mais desenvolvidas tendem a obter maior vantagem dos acordos comerciais devido à sua competitividade estrutural, enquanto os países em desenvolvimento enfrentam dificuldades para competir em igualdade de condições. Internamente, os setores mais vulneráveis ​​podem sofrer com a intensificação da concorrência, levando ao agravamento das disparidades sociais e econômicas(Rojas, 2020).

Os impactos ambientais decorrentes dos acordos comerciais também representam uma preocupação significativa. A busca por maior produtividade e competitividade pode resultar em práticas insustentáveis, como a exploração excessiva de recursos naturais e o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Portocarrero e Araújo(2018) destacam a necessidade de incluir cláusulas ambientais robustas nos tratados para mitigar os danos ao meio ambiente e promover um desenvolvimento econômico sustentável.

As questões sociais associadas aos acordos comerciais merecem atenção especial, uma vez que a liberalização econômica pode impactar as qualidades dos direitos trabalhistas, as condições de trabalho e a proteção social. A ausência de mecanismos de regulação pode levar à precarização das relações de trabalho e à diminuição dos padrões de proteção social, afetando principalmente os trabalhadores de setores mais vulneráveis ​​(Barros, 2018).

Por fim, a vulnerabilidade dos países em desenvolvimento a choques externos e crises econômicas é exacerbada após a adesão a acordos comerciais. A maior dependência dos mercados externos e a volatilidade das condições globais podem comprometer a estabilidade económica e social dessas nações. Junior (2018) observa que, embora os tratados possam oferecer benefícios econômicos, é essencial adotar estratégias para minimizar os riscos associados à sua implementação.

IMPACTOS DOS ACORDOS COMERCIAIS EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO

 

Uma revisão sistemática da literatura sobre os impactos econômicos dos tratados internacionais de comércio revela um panorama amplo e diversificado de estudos empíricos, que abordam o tema sob diferentes enfoques e contextos. Esses trabalhos exploram as múltiplas facetas das relações comerciais internacionais, destacando os benefícios econômicos, os desafios estruturais e as implicações sociais e ambientais decorrentes da implementação de acordos comerciais em países em desenvolvimento (Moura & Praxedes, 2021).

Os principais resultados apresentados na literatura indicam que os acordos comerciais contribuíram significativamente para a ampliação do comércio internacional e o fortalecimento das economias emergentes. Contudo, há divergências relevantes quanto aos impactos de sua aplicação, especialmente no que diz respeito à distribuição dos benefícios entre os países signatários. Enquanto algumas análises apontam para um crescimento econômico robusto e uma maior integração regional, outras evidenciam o aumento das desigualdades sociais, a precarização das condições laborais e os efeitos ambientais negativos associados a essas iniciativas(Portocarrero & Araújo, 2018).

As metodologias utilizadas nesses estudos incluem modelos de gravidade, que analisam os fluxos comerciais entre os países signatários com base em variáveis econômicas, geográficas e institucionais. Também se destacam os painéis de dados, que permitem a avaliação dos impactos ao longo do tempo, e os estudos de caso, que oferecem uma perspectiva específica sobre experiências de implementação de tratados comerciais. Essas abordagens metodológicas, embora variadas, refletem os esforços para capturar a complexidade das especificidades e para oferecer uma compreensão abrangente sobre o tema(Tavares, 2020).

Apesar do progresso significativo na compreensão dos efeitos dos tratados comerciais, a literatura apresenta lacunas que demandam maior investigação. Dentre elas, destacam-se as insuficiências de estudos que abordem os impactos no longo prazo desses acordos sobre questões ambientais, sociais e de governança global. Além disso, observa-se a necessidade de análises mais integradas que considerem as interações entre os tratados comerciais e as políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável. Futuros estudos poderiam explorar essas áreas, ampliando o escopo das análises e contribuindo para um entendimento mais profundo e equilibrado das dinâmicas do comércio internacional(Junior, 2018).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Os tratados internacionais de comércio desempenham papel central na configuração das relações econômicas globais, promovendo a integração entre mercados e a facilitação do comércio de bens e serviços. Contudo, a complexidade inerente a esses instrumentos impõe desafios aos Estados signatários, especialmente aos países em desenvolvimento. A partir da análise realizada, constatou-se que a implementação desses acordos pode resultar em benefícios expressivos, mas também suscita desequilíbrios que afetam a soberania estatal e a equidade na distribuição dos ganhos econômicos.

A expansão do comércio e a atração de investimentos estrangeiros fornecidos pelos tratados são acompanhadas de impactos sociais, ambientais e econômicos que excluem a adoção de medidas mitigadoras. A ausência de regulação adequada em algumas áreas pode comprometer direitos fundamentais e a proteção de setores estratégicos. Nesse contexto, torna-se necessário o fortalecimento de mecanismos que garantam maior equilíbrio entre os interesses das nações construídas e os países emergentes, de modo a garantir que os benefícios sejam amplamente compartilhados.

A análise jurídica e econômica desses acordos destaca a necessidade de os países signatários investirem em estratégias de adaptação que preservem sua autonomia regulatória e atendam às demandas locais. Essas estratégias devem contemplar a elaboração de políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável e a redução das desigualdades. Além disso, é essencial que os tratados incorporem cláusulas que considerem especificidades de cada nação, com vistas a proteger os direitos sociais e ambientais diante da intensificação das relações comerciais.

A formulação de futuros tratados e a revisão de acordos já existentes deverão buscar maior alinhamento com os objetivos de desenvolvimento sustentável, promovendo uma abordagem que integre os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Somente por meio de uma análise crítica e de um diálogo construtivo entre as partes envolvidas será possível construir um sistema de comércio internacional mais justo, equilibrado e alinhado às necessidades contemporâneas. Essa perspectiva aponta para a importância de um esforço conjunto na reformulação das dinâmicas comerciais globais, a fim de garantir que os tratados internacionais sejam instrumentos de inclusão e progresso para todas as nações envolvidas.

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Cerqueira, Viviana Todero Martinelli . Os impactos econômicos dos tratados internacionais de comércio: uma abordagem comparativa em países em desenvolvimento.International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

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Acesso em: 2024-09-03.

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