Autor
Resumo
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objeto analisar o método dedutivo e indutivo, pontuando suas semelhanças e diferenças.
O método dedutivo é uma sequência lógica que inicia com uma avaliação do conhecimento geral e avança para um conhecimento específico. Assim, fundamenta-se em princípios validados e inquestionáveis, possibilitando chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, apenas por meio de sua lógica.
Ele era empregado desde a antiguidade. O pensador grego Aristóteles auxiliou na sua definição através da chamada lógica aristotélica, que se baseia na doutrina do silogismo.
O silogismo é a base do método dedutivo, uma estrutura lógica que, a partir de duas proposições iniciais, origina uma terceira, logicamente conectada a elas, denominada conclusão.
Por seu turno, o raciocínio indutivo se opõe completamente ao dedutivo. Começa do particular para o geral. A finalidade do método em discussão é alcançar conclusões mais amplas, em relação ao conteúdo das premissas que serviram de base para o raciocínio.
Francis Bacon, um Filósofo inglês (1561-1626), foi o responsável pela elaboração da filosofia moderna e desenvolvimento do método indutivo no século XVII.
A indução pode ser classificada em três categorias: vulgar, formal e científica.
Com isso, delimitado a temática e sua conceituação numa análise exauriente, serão abordadas as peculiaridades de ambos os métodos, perscrutando quanto às eventuais semelhanças, diferenças e, se algum deles, possui maior em nível de certeza em relação ao outro.
MÉTODO DEDUTIVO
O método dedutivo pode ser definido como uma sequência lógica que começa com uma análise do geral e avança para um conhecimento específico. Portanto, baseia-se em “princípios reconhecidos como autênticos e inquestionáveis, permitindo chegar a conclusões de forma puramente formal, ou seja, apenas através de sua lógica”. (Gil, 2008, p. 9).
Na antiguidade, o método dedutivo já era empregado. O pensador grego Aristóteles auxiliou na sua definição através da chamada lógica aristotélica, que se baseia na doutrina do silogismo. Isso se deve ao fato de que, desde Aristóteles, foram identificadas condições indispensáveis para proposições verdadeiras, resultando, finalmente, em conclusões verdadeiras. (Menezes, s.d.a, p. 1).
Como o nome indica, este método consiste em deduzir fatos para, a partir disso, chegar a uma conclusão. No entanto, não pense que isso reduz ou restringe a metodologia empregada: o método dedutivo requer a elaboração de um quadro analítico previamente definido, com categorias empregadas para justificar hipóteses a partir de uma entrevista examinada, por exemplo. Ou seja, sabe quando você registra informações sobre um tema acadêmico no seu caderno usando diversas cores? Pode ser que tenha aplicado um critério na seleção das cores. Portanto, ao examinar o resumo registrado no caderno, as cores funcionam como guias para identificar conceitos e códigos. A cor azul pode simbolizar o tema A, enquanto a cor rosa, o tema B. (Garcia, 2021, p. 2).
Este tipo de ação pode ser classificado como um método dedutivo, no qual se inferiu que uma cor específica se adequava melhor a uma categoria do que a outra. No entanto, há espaço para a criação de novas categorias com base na análise, caso o pesquisador perceba essa necessidade. Em outras palavras, a análise dedutiva começa com generalizações sobre um tema. Depois disso, as informações começam a ser examinadas detalhadamente, tornando o conhecimento geral mais específico conforme o pesquisador se aprofunda nos argumentos e fatos investigados. (Garcia, 2021, p. 2).
Este procedimento é comumente empregado para verificar hipóteses pré-existentes, conhecidas como axiomas, com o objetivo de validar teorias, conhecidas como teoremas. Assim, também é conhecido como método hipotético-dedutivo. (Menezes, s.d.a, p. 1).
O silogismo é a base do método dedutivo, “uma estrutura lógica que, partindo de duas proposições chamadas premissas, deriva uma terceira, logicamente relacionada a elas, conhecida como conclusão.” (Gil, 2008, p. 9).
Destarte, o dedutivismo é uma sequência de raciocínio que inicia pela análise do geral para o particular, culminando em uma conclusão final. Portanto, é definido como um raciocínio descendente (Lakatos; Marconi, 2003).
Segundo Henriques e Medeiros (2017), tanto a matemática quanto a filosofia utilizam o método dedutivo, pois sua principal função é confirmar o que já está implícito no antecedente. Assim, a validade da conclusão está intrinsecamente ligada à validade das premissas. Em outras palavras, se as premissas forem corretas, a conclusão também será. Não é possível ser distinto.
De acordo com Menezes (s.d.a, p.2):
Vale observar que o método dedutivo é utilizado na Filosofia, nas leis científicas e na educação. Nós utilizamos esse tipo de raciocínio na resolução de problemas, por exemplo, de física e matemática. Quando o professor demostra um problema na lousa, ele está utilizando o método dedutivo. Isso porque ele parte de uma proposição universal, e através do raciocínio lógico, chega numa conclusão válida.Exemplo:Para compreender melhor a aplicação desse método, vamos analisar o exemplo abaixo:
Premissa 1: Os suspeitos do crime estavam na sala entre as 13 e 14 horas;
Premissa 2: João não estava na sala entre as 13 e 14 horas;
Conclusão: Logo, João não é um dos suspeitos do crime.
Assim, nesta forma de lógica, a conclusão é obtida a partir das premissas. Assim, o método dedutivo é categorizado como “limitado ou restrito”, pois não adiciona informação nova à conclusão, uma vez que esta surge do que já estava implícito nas premissas. (Menezes, s.d.a, p. 2).
Num outro exemplo, argumenta Garcia (2021, p. 2):
Um exemplo clássico, e que você possivelmente conhece, é a frase: “todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal.” O raciocínio por trás da expressão parte do seguinte ciclo:
formulação de um problema (‘’todos os homens são mortais. Sócrates é um homem’’);
formulação de uma hipótese;
verificação da hipótese (observação, experimentação);
obtenção de uma teoria (‘’portanto, Sócrates é mortal.’’).
Todas as informações da teoria formulada já estavam, mesmo que apenas implicitamente, nas premissas. Por isso, é dito que o método dedutivo parte de generalizações. Assim, se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão também será. Dessa maneira, pode-se dizer também que o método dedutivo não produz conhecimentos novos, já que é sempre formulado a partir de ideias já existentes. O ponto é que a metodologia funciona de forma analítica, que observa as informações para chegar a um resultado. (Garcia, 2021, p. 2).
Enfim, esse argumento é feito do maior para o menor, ou seja, de uma premissa geral em direção a outra, particular ou singular. As conclusões encontradas nesse método já estavam nas premissas analisadas anteriormente e, portanto, ele não produz conhecimentos novos. (Menezes, s.d.a, p. 3).
MÉTODO INDUTIVO
O raciocínio indutivo é exatamente o oposto do dedutivo. Inicia-se do específico para o geral. A finalidade é conseguir conclusões mais abrangentes das premissas que serviram como alicerce do raciocínio.
Dito de outra forma, a “indução é um processo cognitivo que, a partir de informações específicas, devidamente confirmadas, deduz-se uma verdade geral ou universal”. (Lakatos; Marconi, 2003, p. 86).
Ao contrário da metodologia mencionada anteriormente, o método indutivo não requer a criação prévia de categorias, partindo de dados específicos para os gerais. Em outras palavras, é semelhante a examinar uma entrevista conduzida para a elaboração de um estudo e escolher trechos pertinentes ao problema de pesquisa previamente estabelecido. É necessário que o método de análise utilizado seja realizado através de uma supervisão sistemática e siga normas, o que melhora sua qualidade e segurança. Assim, o cientista pode elaborar várias teorias e suposições que indiquem uma verdade. Este esforço para confirmar uma verdade é realizado através da colaboração do método empírico, que inclui observação e experimentação. Por essa razão, a metodologia também é comumente referida como intuitiva, pois busca antecipar o futuro e formular suposições com base em experiências passadas. (Garcia, 2021, p. 3).
A indução pode ser classificada em três categorias: vulgar, formal e científica. A primeira refere-se à inclinação humana para generalizar características comuns, com base em observações superficiais de certos acontecimentos. De acordo com os mesmos autores, frequentemente a conclusão obtida através deste tipo de indução é incorreta. Existe também a indução formal, em que a conclusão surge de uma verdadeira listagem de todos os acontecimentos de uma série completa, garantindo que nada novo seja adicionado à listagem anterior. Em última análise, a indução científica é aquela desenvolvida por Galileu e posteriormente aprimorada por Bacon. Em termos gerais, permite que, após a análise minuciosa de alguns casos sob diversas circunstâncias e perspectivas, se estabeleça uma validade para todos os componentes presentes em uma mesma categoria. É necessário, portanto, repetir o experimento várias vezes, pois uma amostra insuficiente poderia resultar em um resultado enganoso ou enganoso. (Medeiros & Henriques, p. 2017).
Francis Bacon, um Filósofo inglês (1561-1626), foi o responsável pela elaboração da filosofia moderna e desenvolvimento do método indutivo no século XVII. Juntamente com o conceito de Empirismo, Bacon propôs um método de investigação. Pesquisa fundamentada na observação de fenômenos naturais. De acordo com ele, essa abordagem estaria estruturada em quatro fases (Menezes, s.d.b, p. 2):
Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 87), na indução, três fases devem ser cumpridas:
Um caso típico de aplicação do método indutivo em estudos científicos pode ser visto nos estudos conduzidos com base em uma amostra da população. Através da análise dos dados recolhidos, são obtidos resultados que se estendem a toda a população da mesma espécie (Zanella, 2013).
Menezes exemplifica (s.d.b, p.1):
Como exemplo, podemos pensar nas observações de um cientista que analisa a temperatura de ebulição da água. Primeiramente, ele observa que o ponto de ebulição da água é 100 °C. Para ter certeza, o cientista realiza essa experiência diversas vezes. Ao chegar na mesma conclusão, ele determina que o ponto de ebulição da água sempre será de 100 °C. Assim, podemos notar que a conclusão obtida pelo cientista foi alcançada pela observação, ou seja, a indução. Elas, portanto, são baseadas na observação sistemática dos fatos. Embora o método indutivo seja muito utilizado na ciência, alguns estudiosos consideram essa abordagem falha. Isso porque através de um levantamento particular, encontram-se determinadas conclusões prováveis que não passam de suposições. Assim, o método indutivo sugere a verdade, mas não a garante.
Garcia (2021, p. 3) ilustra também para facilitar a compreensão:
Para ajudar você na compreensão do conceito, a seguinte frase pode ser útil: “tenho visto muitos cisnes e eles eram todos brancos. Portanto, todos os cisnes são brancos.’’ Diferentemente do exemplo trazido na metodologia dedutivo, este parte da conclusão de que todos os cisnes são brancos, para formular uma teoria, ou de um caso particular para o geral. Veja, a seguir:
observação e/ou experimentação (‘’tenho visto muitos cisnes e eles eram todos brancos.’’);
formulação de hipóteses explicativas;
definição de teorias (‘’todos os cisnes são brancos.’’).
No entanto, como mencionado, a abordagem indutiva se baseia em intuições e busca formular hipóteses, que nem sempre se confirmam como verdadeiras. Por exemplo, já temos conhecimento de que também existem cisnes negros. Significa que, mesmo que todas as premissas sejam verdadeiras, a conclusão não precisa necessariamente ser um fato concreto. (Garcia, 2021, p. 3).
De acordo com Gil (2008, p. 11), a relevância do método indutivo para a formação das ciências sociais é indiscutível, pois “permitiu que os pesquisadores da sociedade deixassem de lado a abordagem especulativa e se inclinasse a adotar a observação como um método essencial para alcançar o saber científico”.
MÉTODO DEDUTIVO X MÉTODO INDUTIVO
Depois de uma análise sucinta de cada um dos métodos discutidos neste estudo, pode-se dizer que a principal semelhança entre eles reside no propósito de, através dos raciocínios e premissas utilizados, obter um conhecimento científico de confiança ou, em outras palavras, chegar a uma conclusão que pode ser vista como verdadeira (Fornellos, 2021).
Como pôde observar, embora a forma de estudo e até a pronúncia sejam parecidas, o método indutivo e o dedutivo apresentam várias diferenças que, se mal interpretadas, podem comprometer todo o seu raciocínio durante uma investigação. O raciocínio dedutivo se baseia em verdades gerais e conclusões já estabelecidas, enquanto o raciocínio indutivo se baseia em observações e suposições, utilizando dados para chegar a uma conclusão. No entanto, em comum, ambos os conceitos não geram novos conhecimentos e partem de uma suposição. Os conceitos geralmente funcionam de maneira diferente, mesmo que haja algumas similaridades entre eles. No entanto, ao misturar os dois ao realizar uma pesquisa ou artigo científico, pode comprometer todo o seu trabalho, pois a aplicação será feita de maneira incorreta. (Garcia, 2021, p. 4).
No método dedutivo, é indiscutível que, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão também será. Em contrapartida, o resultado alcançado através da indução é percebido por muitos simplesmente como uma probabilidade. (Fornellos, 2021)
Conforme Marconi e Lakatos (2003), cada argumento citado tem objetivos distintos. O objetivo do dedutivo é esclarecer o conteúdo das premissas. O método indutivo, por outro lado, visa expandir a abrangência dos conhecimentos.
Em relação às críticas, como mencionado anteriormente, o argumento principal contra o método dedutivo é o de que ele não gera ou conhece nada de novo. De acordo com Gil (2008, p. 10), uma das críticas ao método dedutivo reside no fato de ser um raciocínio “essencialmente tautológico”, isto é, permite concluir de maneiras distintas sobre a mesma questão.
Contudo, não faltam também críticas ao método indutivo. Popper é um dos principais críticos deste tipo de raciocínio, argumentando que, para alcançar o geral a partir do particular, seria necessário observar fenômenos isolados de maneira infinita. Portanto, devido à restrição do número de eventos observados, nunca seria possível realizar uma generalização. (GIL, 2008).
Em suma, o método indutivo parte de observações enquanto o dedutivo da teoria. (Menezes s.d.b, p.2-3):
Método indutivo: Para chegar a uma conclusão, esse tipo de raciocínio parte do específico para o geral. Assim, de uma premissa particular há uma generalização até chegar no universal. Note que ele pode criar conhecimentos novos.Exemplo:
Todo gato é mortal.
Todo cão é mortal.
Todo pássaro é mortal.
Todo peixe é mortal.
Logo, todo animal é mortal.
Método Dedutivo: Para chegar numa conclusão, esse tipo de método argumentativo parte do geral para o específico. Ou seja, a partir de premissas universais ele chega no particular. Diferente do método indutivo, esse não cria conceitos novos.
Exemplo:
Todos os animais são mortais.
Peixe é um animal.
Logo, o peixe é mortal.
Portanto, tanto o método dedutivo como o indutivo são vistos como instrumentos fundamentais na estruturação lógica dos pensamentos que orientam várias pesquisas científicas, auxiliando de diversas formas na elaboração de estudos científicos relevantes.
REVISÃO DA LITERATURA
O assunto teve como paradigma a consulta de várias fontes bibliográficas contidas no tópico de Referências, não descartando outras da mesma relevância e importância no cenário acadêmico.
O presente tema é bastante explorado e possui satisfatório material para pesquisa e, não obstante a isso, de forma natural e gradativa poderão surgir novas linhas de pensamentos pelos estudiosos e pesquisadores da área.
Mesmo com uma diversidade de pesquisas e estudos, a análise em epígrafe almejou dentro de um processo de cautela e parcimônia, respeitando sobremaneira o material de qualidade disponibilizado para consulta, abordar a temática e traçar uma linha de compreensão norteando a matéria em exame.
METODOLOGIA
A pesquisa em questão tem característica de ser um estudo de natureza descritiva e de abordagem qualitativa. Pesquisas deste tipo buscam descrever as características de uma determinada população, explicar um fenômeno e até mesmo, estabelecer uma relação ou associação entre as variáveis existentes (Gil, 2008).
A natureza descritiva teve o condão de externar as variáveis dos métodos dedutivo e indutivo e no confronto de ambos disseminar sobre a existência de maior em nível de certeza em relação de um ao outro.
Conforme o Blog do UNASP (2019, p. 03):
A pesquisa descritiva tem como característica principal, fazer uma análise minuciosa e descritiva do objeto de estudo. Ou seja, a finalidade dela é analisar os dados coletados sem que haja a interferência do pesquisador.Sendo assim, a maioria das pesquisas descritivas são de temas já conhecidas. No entanto, a pesquisa é feita para recolher novas amostras, dados e detalhar os resultados para se conseguir uma visão mais estatística.Então, se comparada à pesquisa exploratória, dá-se por ser um tema conhecido, estudado, porém estará proporcionando uma nova visão e aprofundamento do assunto.
Já a técnica de pesquisa deste estudo é de abordagem qualitativa em virtude de colimar a observância, significados, descobertas sobre o tema, sem preocupar-se com critérios aritméticos. Os pesquisadores que adotam uma abordagem qualitativa se opõem ao pressuposto de que defendem um único modelo de pesquisa para todas as ciências, visto que as ciências sociais possuem suas especificidades, o que pressupõe uma metodologia própria. Pesquisas deste tipo buscam compreender a explicação de algum fenômeno, isto é, existem aspectos subjetivos e controvérsias que não se coadunam com a quantificação (Coelho, 2019).
Nos dizeres de Denzin; Lincoln (2006, p. 37):
[…] a pesquisa qualitativa é infinitamente criativa e interpretativa. A tarefa do pesquisador não se resume a deixar o campo levando pilhas de materiais empíricos e então redigir facilmente suas descobertas. As interpretações qualitativas são construídas.
Para o desenvolvimento dos procedimentos técnicos foi realizada uma série de pesquisas bibliográficas, ou seja, pesquisas que foram embasadas em fontes científicas previamente aprovadas, como é o caso de: artigos de periódicos, artigos científicos de eventos, monografias, dissertações de mestrado, teses de doutorado, livros, relatórios técnicos, entre outros. Ou seja, o instrumento de coleta de dados para este estudo foi a coleta bibliográfica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo visou examinar os métodos dedutivo e indutivo, destacando suas similaridades e discrepâncias.
A dedução é um procedimento lógico que inicia com uma análise do saber geral e progride para um saber específico. Destarte, baseia-se em princípios firmes e imutáveis, permitindo chegar a conclusões de forma estritamente formal, ou seja, apenas através de sua lógica.
O alicerce do método dedutivo é o silogismo, uma estrutura lógica que, a partir de duas premissas iniciais, gera uma terceira, conhecida como conclusão.
Este procedimento é comumente empregado para validar hipóteses já existentes, também conhecidas como axiomas, com o objetivo de validar teorias, também conhecidas como teoremas. Também é conhecido como método hipotético-dedutivo.
Portanto, o método dedutivo é um processo lógico que inicia com a análise do geral para o particular, culminando com uma conclusão.
De outra banda, a lógica indutiva é completamente diferente da dedutiva. Começa do particular para o geral. O propósito do método em discussão é alcançar conclusões mais amplas, baseadas no conteúdo das premissas que deram origem ao raciocínio.
Bacon (1561-1626), um filósofo britânico, teve um papel fundamental na formação da filosofia moderna e no progresso do método indutivo durante o século XVII.
A indução pode ser classificada em três categorias: vulgar (tendência humana de generalizar características comuns, baseada em observações superficiais de eventos específicos, podendo estar equivocada), formal (a conclusão surge de uma lista autêntica de todos os eventos de uma série completa, garantindo que nenhuma novidade seja adicionada à lista já existente) e científica (depois de examinar detalhadamente alguns casos sob várias circunstâncias e pontos de vista, estabelece-se uma validade para todos os elementos contidos em uma mesma categoria, ou seja, é imprescindível realizar o experimento diversas vezes, já que uma amostra insuficiente poderia levar a um resultado falso ou enganoso).
A principal semelhança entre eles reside no propósito de, através dos raciocínios e premissas utilizados, obter um conhecimento científico confiável ou, em outras palavras, alcançar uma conclusão que pode ser considerada verdadeira.
No pensamento dedutivo, é indiscutível que, se as premissas forem corretas, a conclusão também será. Contudo, muitos interpretam o resultado alcançado através da indução simplesmente como uma probabilidade.
Em relação às críticas, a principal é que o método dedutivo não introduz nenhuma inovação ou descoberta, sendo um raciocínio essencialmente tautológico, que permite diferentes interpretações sobre um mesmo tema.
Em relação às censuras ao método indutivo, elas se fundamentam na ideia de que, para alcançar o geral a partir do particular, seria necessário observar fenômenos isolados repetidamente. Portanto, devido ao limite de eventos documentados, uma generalização nunca seria viável.
Em síntese, a abordagem indutiva se fundamenta em observações, enquanto a abordagem dedutiva se fundamenta na teoria.
Por conseguinte, apesar de suas especificidades, tanto o método dedutivo quanto o indutivo são vistos como instrumentos cruciais na estruturação lógica das ideias que orientam diversas pesquisas científicas, contribuindo de diversas formas para a elaboração de estudos científicos relevantes.
Os dois procedimentos podem ser empregados em estudos e publicações científicas. É importante ressaltar que nenhum é superior ao outro, o que pode ocorrer é que, dependendo do enfoque de um trabalho específico, um pode ser mais viável do que o outro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLOG DO UNASP. Pesquisa científica: a diferença entre exploratória, descritiva e explicativa. 2019. Disponível em: https://unasp.br/blog/pesquisa-cientifica-diferencas/. Acesso em: 15 de março de 2025.
COELHO, Beatriz. Um guia completo sobre todos tipos de pesquisa: abordagem, natureza, objetivos e procedimentos. 2019. Disponível em: https://blog.mettzer.com/tipos-de-pesquisa/ Acesso em 15 de março de 2025.
DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
FORNELLOS, Ana Clara. Os métodos dedutivo e indutivo: uma análise comparativa. 29/12/2021. Disponível em: https://relacoesexteriores.com.br/metodos-dedutivo-indutivo-comparacao/ Acesso em: 11 de dezembro de 2024.
GARCIA, Marta. Veja como os métodos indutivo e dedutivo são usados em artigos científicos. [2021]. Disponível em: https://inglesinstrumentalonline.com.br/blog/indutivo-e-dedutivo/. Acesso em: 16 de março de 2025.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo – SP: Atlas, 2008.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. – São Paulo: Atlas, 2008.
HENRIQUES, Antonio; MEDEIROS, João Bosco Medeiros. Metodologia científica na pesquisa jurídica. 9. ed., rev. e reform. – São Paulo: Atlas, 2017.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2003.
MENEZES, Pedro. Método Dedutivo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https:// www.todamateria.com.br/metodo-dedutivo/. Acesso em: 12 de dezembro de 2024.
MENEZES, Pedro. Método Indutivo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https:// www.todamateria.com.br/metodo-indutivo/. Acesso em: 12 de dezembro de 2024.
ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de pesquisa. 2. ed. reimp. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2013.
Área do Conhecimento
Submeta seu artigo e amplie o impacto de suas pesquisas com visibilidade internacional e reconhecimento acadêmico garantidos.