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Resumo
INTRODUÇÃO
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) têm revolucionado diversos setores da sociedade, e a educação não é exceção. A implementação dessas tecnologias tem proporcionado novas oportunidades de ensino e aprendizado, promovendo a inclusão digital, personalização do aprendizado, e ampliando o acesso ao conhecimento.
A introdução das TICs na educação começou a se consolidar nas décadas de 1980 e 1990, com o uso de computadores pessoais e a popularização da Internet. As escolas começaram a incorporar laboratórios de informática, e a pesquisa acadêmica ganhou novas ferramentas digitais.
Nos anos 2000, o aumento do acesso à Internet de banda larga e a disseminação dos computadores tornaram as TICs mais presentes nas salas de aula. Surgiram as primeiras plataformas de e-learning, possibilitando a educação à distância e o aprendizado online. Ferramentas como o Moodle e o Blackboard começaram a ser utilizadas amplamente para a gestão do aprendizado.
Na década de 2010, o desenvolvimento de dispositivos móveis, aplicativos educacionais e recursos interativos transformou ainda mais o cenário educacional. Tecnologias emergentes, como realidade aumentada (AR), realidade virtual (VR) e inteligência artificial (IA), começaram a ser utilizadas para criar experiências de aprendizado mais imersivas e personalizadas.
As TICs têm desempenhado um papel crucial na promoção da inclusão e acessibilidade na educação. Tecnologias assistivas, como leitores de tela e softwares de reconhecimento de voz, permitem que estudantes com deficiências participem plenamente do processo educativo.
Com o uso das TICs, é possível adaptar o conteúdo educacional às necessidades individuais dos estudantes. Ferramentas de análise de dados permitem que educadores identifiquem as dificuldades específicas de cada aluno e ajustem o ensino para atender a essas necessidades, promovendo um aprendizado mais eficaz.
As TICs facilitam a comunicação e a colaboração entre estudantes e professores. Plataformas como Google Classroom, Microsoft Teams e Zoom permitem a realização de aulas e reuniões online, projetos colaborativos e a troca instantânea de informações, independentemente da localização geográfica dos participantes.
O uso constante de TICs no ambiente escolar ajuda a desenvolver competências digitais essenciais para o século XXI. Os estudantes aprendem a utilizar diversas ferramentas tecnológicas, preparar apresentações, realizar pesquisas online, e desenvolver habilidades de programação e análise de dados.
A Internet e as bibliotecas digitais proporcionam acesso a uma vasta quantidade de informações e recursos educacionais. Estudantes e professores podem acessar materiais didáticos, artigos acadêmicos, vídeos educativos e cursos online de qualquer lugar e a qualquer momento.
Apesar dos inúmeros benefícios, a integração das TICs na educação também enfrenta desafios. A desigualdade no acesso à tecnologia ainda é uma barreira significativa em muitas regiões, o que pode agravar a exclusão digital. Além disso, a formação contínua de professores para o uso eficaz das TICs e a garantia de segurança e privacidade dos dados dos alunos são questões cruciais que precisam ser abordadas.
O futuro das TICs na educação é promissor, com o potencial de transformar ainda mais a maneira como ensinamos e aprendemos. Inovações contínuas em IA, realidade virtual e aumentada, e a expansão da conectividade de alta velocidade podem levar a novas formas de aprendizado interativo e imersivo. A educação personalizada e adaptativa, alimentada por dados e análises avançadas, pode tornar o aprendizado mais eficaz e acessível para todos.
Assim, cada vez mais o dispositivo móvel se destaca ao ser utilizado no mundo, ou seja, na nova sala de aula. Os telefones móveis e os tablets serão cada vez mais as plataformas para que os alunos possam aprender, interagir e experimentar com os conhecimentos adquiridos. Softwares e plataformas para celular devem transformar a cidade, o mundo numa grande sala de aula. A tecnologia, de uma maneira geral, propicia o surgimento de novas percepções e noções, em que o seu desenvolvimento transforma o modo em que se compreende o tempo e o espaço. (MENEZES, 2003)
Menezes (2003) ainda destaca que ao visualizar o espaço e o tempo, relacionados ao ensino e especialmente a educação a distância, que adotou essa nova lógica baseada nas tecnologias de informação, encontra-se em processo de redimensionamento, esse processo ou criação de espaços físicos surge para atender uma nova lógica de utilização de tempo e do espaço. Ou seja, a materialidade dos lugares passa por alterações significativas, possibilitando as mais variadas localizações de estudos no plano espacial e temporal.
Este artigo traz um breve histórico e evolução das TICs e os seus impactos na educação, que acontece desde os primórdios com a invenção da roda que talvez seja um dos principais desenvolvimentos tecnológicos, que possibilitou ao homem encurtar distâncias, transportar mercadorias e entrar em contato com outros povos primitivos.
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS TICS E OS SEUS IMPACTOS NA EDUCAÇÃO
A necessidade do homem em se comunicar, através de simples gestos, símbolos até os dias de hoje, fez com que ele fosse em busca de avanços tecnológicos ligados à informação e comunicação, e o impacto foi uma revolução tecnológica, que causou grandes mudanças na sociedade e principalmente na educação. Para Sousa (1997, p. 2):
As tecnologias de informação e comunicação surgem como conjunto de conhecimentos refletidos quer em equipamentos e programas quer na sua criação e utilização a nível pessoal, institucional e empresarial.
Até o século XIX, utilizamos pombos correios, para trocar informações, o que com o advento da tecnologia veio para transformar e aperfeiçoar vários tipos de invenções como os: telégrafos, telefones, máquina de escrever (papel, canetas) e passou a ser utilizado os correios, prestando serviços na entrega de correspondências, como as cartas, que foram ao longo do tempo sendo substituídas por computadores, fax, email etc. transformando o modo de agir e o comportamento do homem.
A comunicação é, e sempre foi, uma necessidade, é algo presente na vida do ser humano, desde os primórdios da sociedade quando o homem sentiu a necessidade de comunicar-se, fosse para alertar sobre alguma coisa ou expressar sua cultura. Para tal, ao longo da sua evolução, utilizou vários meios, desde o simples gesto, símbolos à escrita. E é a escrita que marca o início da história.
A invenção da técnica de imprimir ilustrações, símbolos, de escrever, promoveu a possibilidade de tornar a informação acessível a um número cada vez mais crescente de pessoas, alterando assim o modo de viver e de pensar de uma sociedade. A Figura I.1 mostra um exemplo de pintura rupestre.
No século XIX surgiram alguns nomes que se destacaram por conta de seus inventos maravilhosos na área da informação, como no caso da invenção do telégrafo elétrico. Nesse mesmo século, o cientista alemão Joseph Faber, inventor e astrônomo alemão, deu forma a um dos primeiros mecanismos capazes de reproduzir sons, entrando para a história tecnológica, uma versão elementar da internet, mas um grande advento da modernidade para a época. Até a metade da década de 1830 ele já havia desenvolvido o que conhecemos hoje como “Código Morse”, uma série de pontos e traços que os operadores de telégrafo utilizavam em suas estações. O código era enviado para outras regiões do país, e depois ao mundo, onde ele seria então “traduzido” em palavras.
Considerado o século XX como o advento da Era da Informação, é a partir da 2ª Guerra Mundial, que está começou a fluir com a velocidade de um piscar de olhos. O que resultou do aperfeiçoamento de vários mecanismos e de uma vasta produção industrial visando ganhar os mercados industriais de todo o mundo. Esse século ficou registrado na história como a Era dos avanços industriais e tecnológicos.
Ano após ano, o homem foi se aprimorando e seus inventos também foram acompanhando essa modernidade, chegando o homem até a pisar na lua, em uma das mais ousadas invenções que o homem poderia inventar, o foguete para lançá-lo à lua, em uma viagem espacial inovadora que trouxe para o cenário tecnológico o advento da televisão que transmitia em tempo real essa nova aventura originada pela tecnologia, passando pelos meios de comunicação de massa (televisão, rádio, jornal, telefone) e até mais recentemente, o surgimento da grande rede de comunicação de dados que é a Internet, o ser humano convive e lida constantemente com um crescimento exponencial de informação.
Assim, no final dos anos 1940, anunciaram uma nova era dos computadores, enormes máquinas calculadoras que ocupavam grandes prédios e em termos de custo, bastante onerosos. Desde esse momento até os dias de hoje, várias mudanças ocorreram, a título de exemplo, podemos hoje carregar um computador em nosso bolso (telefones móveis).
Em 1960, algumas escolas norte-americanas tornaram-se pioneiras na utilização escolar da informática, ao munirem-se de computadores. A primeira utilidade que se encontrou nestas máquinas foi a de transmitir conhecimento (função tradicional do docente). Nestes tempos, também se fortaleceu a ideia de utilizar o computador como meio de ensino. Então, uma das preocupações passou pela criação de software educativo e de programas que combinasse a dimensão lúdica e o cumprimento de objetivos; procuravam-se formas de interações abertas.
A década de 1980 foi de grande importância para as tecnologias de informação e comunicação. Alguns dos fatores que contribuíram para isto foram a diminuição do tamanho dos computadores, o aumento da sua potência, o aparecimento da linguagem LOGO (linguagem de programação para uso escolar concebida por Seymour Papert) e os apoios institucionais no que diz respeito à informatização do ensino. A elaboração de programas de informática foi, de igual modo, decisiva para a prática educativa; porque devido à sua multifuncionalidade, podiam ser utilizados por estudantes de diferentes níveis, em várias disciplinas, e em atividades burocráticas.
A palavra tecnologia tem origem grega (do grego techne — “técnica, arte, ofício” e logia — “estudo”), em sua forma mais geral está associada a como fazer algo e com que tipo de material. Assim, envolve, de forma articulada, conhecimentos de natureza técnica e científica, bem como as ferramentas, processos e bens em geral, criados ou desenvolvidos a partir desses conhecimentos.
Até bem pouco tempo os artefatos tecnológicos utilizados em sala de aula eram exclusivamente os livros didáticos, mapas, mimeógrafo, giz, lousa e a voz, dentre outros. A partir da década de 1990, a televisão, aparelhos de som, vídeo, DVD, etc. passaram a fazer parte do novo contexto do uso da tecnologia na educação, justificando uma nova maneira de estimular a aprendizagem, com a internet se tornando mais popularizada em seguida.
AINDA SOBRE AS TICS: UM OLHAR CRÍTICO
No cenário contemporâneo deparamo-nos no nosso dia a dia com o avanço e expansão de novos instrumentos tecnológicos de informação e comunicação, que causam impacto nas atividades nas áreas econômicas, políticas e sociais, alterando as relações com as questões referentes ao trabalho e ao lazer.
Toda uma cadeia de interesses entra em movimento a partir do momento que o indivíduo passa a consumir mais, com isso aumenta a linha de produção, surgindo mais oferta de empregos para o trabalhador que for qualificado. Há uma rotatividade de emprego e de mão de obra, seguindo a lógica do modelo de política e economia neoliberal, que acaba por exigir uma educação entregue a preparar a mão de obra para sustentar esse mercado numa sociedade globalizada e excludente. Para Alonso (2008, p. 478):
Carregar o fenômeno da globalização e seus reflexos nos vários âmbitos da vida humana é importante, à medida que, por meio de uma série de reconstruções de nosso cotidiano, podemos entender como foi alterada nossa percepção sobre o mundo. Tempo, espaço e trabalho são afetados pelas dinâmicas que reconfiguram nossas relações, nossa maneira de ser/estar no mundo. Embora seja um processo marcadamente econômico, há nisso uma lógica que impõe outros modos de organização da vida, que se espraia pelo social, cultural, político-educacional, demandando rearranjos e criações humanas que nos possibilitem interagir com o novo, compreender o desconhecido […].
A partir desse novo cenário da economia global, a educação é impulsionada a mudar. Surge uma nova visão educacional, onde a tecnologia passa a fazer parte do cotidiano escolar, pois os alunos sentem-se atraídos a usarem as ferramentas tecnológicas com a facilidade em obter informações e notícias do mundo através de um simples toque na tela de um celular, não restando mais espaço para uma Pedagogia Tradicional, onde o conhecimento fica centrado na figura do professor. Por este motivo, os professores necessitam fazer cursos de qualificação e capacitação de forma que sintam segurança para utilizarem as ferramentas tecnológicas em sua prática pedagógica, desenvolvendo nos alunos o interesse em aprender e construir novos conhecimentos.
O papel do professor e da escola é facilitar a entrada do aluno na sociedade do conhecimento. Despertar nos alunos a vontade de aprender a aprender, de se tornar um ser humano mais criativo, crítico, participativo e de novas ideias. Segundo Kenski (2010, p. 66):
O que se propõe para a educação de cada cidadão dessa nova sociedade-e, portanto, de todos, cada aluno e cada professor – é não apenas formar o consumidor e usuário, mas criar condições para garantir o surgimento de produtores e desenvolvedores de tecnologias. Mais ainda, que não aprendam apenas a usar e produzir, mas também a interagir e participar socialmente e, desse modo, integrar-se em novas comunidades e criar significados para a educação num espaço muito mais alargado.
Entretanto, a realidade pode ser outra. Nem todas as escolas apresentam condições adequadas em suas instalações para receber todas as tecnologias nas salas de aula, pois pode faltar estrutura mínima, como por exemplo, uma tomada, e caso tenha a tomada, pode acontecer da capacidade elétrica não ser suficiente para colocar todos os equipamentos eletroeletrônicos ligados ao mesmo tempo.
Há ainda os desafios para conseguir-se agendar a ida da turma ao laboratório, nem sempre encontra dia e hora disponíveis, e mais, o laboratório não comporta o número de alunos de uma turma, ou seja, a quantidade de computadores é menor que a quantidade de alunos, com isso, a turma é dividida, com uma quantidade de alunos fica na sala de aula, com o professor regente, e a outra vai para o laboratório, onde nem sempre há um professor capacitado para desenvolver o trabalho com os alunos nesse espaço. De fato, a prática educativa que deve ser direcionada para a aprendizagem do aluno, e no seu desenvolvimento, inclusive, o de aprender a selecionar a informação pertinente ao trabalho desenvolvido, no meio de tantas informações que o acesso a internet possibilita, pode ficar prejudicado.
Muitos são os desafios que encontramos dentro da escola, na utilização das TICs. O professor precisa encontrar maneiras de ajudar a implementar o uso delas, pois a tecnologia pode contribuir com a aprendizagem e com o conhecimento dos alunos de uma forma bem eficaz, principalmente, se for desenvolvido o trabalho de conscientização, o de ser crítico, criativo, e mais, o da colaboração, interação, autonomia, oferecendo a possibilidade ao aluno de ser o construtor de novas tecnologias. Para lidar com a complexidade do uso das TICs, o professor e o aluno devem se integrar às novas tecnologias no seu dia a dia, unindo o humano e o tecnológico na prática pedagógica.
A partir da construção do Projeto Político Pedagógico que deverá ser construído de forma democrática, a escola pode apresentar propostas e se instrumentalizar para criar alternativas e estabelecer diretrizes metodológicas para a implementação e para o uso das TICs. Neste ambiente, começaram a surgir discussões pedagógicas sobre a necessidade de introduzir o computador, as suas finalidades e as formas de utilizá-lo na educação. Nascia a visão do computador como um instrumento facilitador da aprendizagem.
Nos fins da década de 1990, a grande polêmica rodeava a integração curricular das novas tecnologias; a responsabilidade dos governos deslocou-se para os profissionais de educação. A informática continuou a crescer, surgindo a tecnologia multimídia (programas que incluem diferentes meios, como, por exemplo, texto, som, animação e vídeo) e o hipertexto (texto que permite aceder a outras fontes através de palavras ou expressões ativadas que o próprio texto contém), que se transformou rapidamente em hipermídia (sistema de leitura e escrita não linear num espaço virtual). A multimídia era passiva, só permitindo que o aluno iniciasse e terminasse a sessão, agora é possível um elevado grau de interação, pois cabe ao utilizador determinar qual o caminho a seguir na pesquisa. Por outro lado, ainda nos anos 90 do século passado, as redes alteraram as formas de comunicação e organização.
A escola deixou de ser uma instituição isolada da sociedade, o que conduziu a uma perspectiva mais globalizante do trabalho educativo, o desenvolvimento da tecnologia influenciou a educação, pois a informática foi entrando pouco a pouco, nas diversas áreas do ensino.
SOBRE AS TICS NA EDUCAÇÃO BÁSICA E SUPERIOR
Partindo do princípio de que as TICs estão presentes em nosso cotidiano, entende-se que não há fronteiras para o conhecimento construído no mundo. É imprescindível que a educação esteja junto com a tecnologia e que atenda às exigências da nova sociedade, na construção do conhecimento através da mudança de prática dos docentes na utilização da tecnologia em sala de aula, favorecendo o desenvolvimento de novas competências e habilidades.
Na busca de abordar os aspectos institucionais acerca dos sistemas que disponibilizam a educação a distância, Belloni (2008, p. 91) afirma fazer-se necessário constatar que:
Uma das grandes dificuldades da EaD tem a ver com sua posição de baixo prestígio no campo da educação. Tendo sido considerada por longo tempo como uma solução paliativa, emergencial ou marginal com relação aos sistemas convencionais, a EaD é geralmente vista pelo público em geral e pelos atores no campo da educação – mesmo por aqueles que nela atuam – como uma segunda oportunidade para os que não tiveram acesso ou abandonaram o ensino regular.
A moderna estrutura de oferta de ensino superior propiciou, no estado do Rio de Janeiro, em 2000, a elaboração de um consórcio de universidades, com um princípio básico de manter a qualidade dos cursos oferecidos, visando a cooperação institucional e intercâmbio científico.
Através de documento gerado por uma comissão formada por dois membros de cada universidade juntamente com a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, fundamentando o Consórcio CEDERJ, pioneiro no estado do Rio de Janeiro ao interiorizar cursos de educação superior a distância e gratuitos, contribuindo para a formação de profissionais mantendo-os em seus municípios.
No ano de 2002, o CEDERJ foi incorporado à Fundação Centro de Ciências de Educação Superior a Distância do Rio de Janeiro/CECIERJ. Em primeira instância, o CEDERJ foi projetado para promover a democratização do acesso ao ensino superior público de qualidade com oferta nos cursos de Graduação em Matemática, Física, Biologia, Química, Pedagogia e Tecnologia em Ciências da Computação, posteriormente, houve a disponibilidade de vagas nos cursos de Administração, História e Turismo, mas nos últimos anos aumentou o número de cursos com Administração Pública, Geografia e Letras.
Os cursos oferecidos têm o mesmo caráter acadêmico dos cursos que são oferecidos pelas instituições de ensino na modalidade presencial pelas universidades consorciadas. Os certificados de conclusão não sofrem distinção afirmando se é ou não a distância. O consórcio oferece a oportunidade de estudar em universidades federais, que oferecem qualidade nos seus cursos e visa inequivocamente “à formação de indivíduos competentes e autônomos, atuantes segundo princípios éticos, construtores de uma sociedade democrática e solidária”.
Em 2007, o Programa Um Computador Por Aluno (PROUCA) foi lançado e tem como objetivo ser um projeto Educacional utilizando tecnologia, inclusão digital e adensamento da cadeia produtiva comercial no Brasil. No mesmo ano foram selecionadas 05 escolas, em cinco estados, como experimentos iniciais, em São Paulo/SP, Porto Alegre/RS, Palmas -TO, Piraí – RJ e Brasília – DF.
Embora o governo federal, estadual e municipal tenham implementado uma política de inclusão digital para atender os alunos e a comunidade, a capacitar os professores e funcionários, com intenção de preparar para a inserção no mercado de trabalho, a inclusão ainda está longe, pois as escolas que possuem um laboratório de informática ainda é um número bem pequeno e quando tem um laboratório, não tem um professor qualificado para ajudar os alunos a desenvolverem as competências e os conhecimentos sobre as TICs de forma que possam utilizá-las de forma crítica, ética, acessando as informações, construindo novos conhecimentos de maneira que eles possam participar na transformação política e social da sociedade, construindo sua cidadania.
AS CONTRIBUIÇÕES DOS PCNS E AS TICS
Tal qual a educação no Brasil, a informática educativa também recebeu influência da educação de outras culturas. Na década de 1980, liderado por Seymour Papert, chegou ao nosso país o movimento que se denominou de Filosofia e Linguagem LOGO. Por meio desse movimento Papert divulgou ideias que defendiam que o computador é um instrumento que catalisa conceitos complexos, permitindo assim que o aluno trabalhe estes conceitos de maneira simples e lúdica. A partir desse entendimento desenvolveu-se uma linguagem de programação para crianças.
Dentre os inúmeros movimentos que surgiram na informática educativa, um deles se destacava por defender o ensino do computador como instrumento, ou seja, focava-se no ensino e aprendizado da computação. Sob essa perspectiva, uma vez o contexto social necessitava de profissionais com conhecimentos de informática, era preciso que as instituições de ensino formal se preocupam em ensinar esse instrumento (focando-se no equipamento e no uso dos softwares de mercado – processadores de texto, planilhas eletrônicas, navegadores, celulares etc.)
Além de o computador ser utilizado para ensinar sobre computação, é também utilizado para ensinar praticamente qualquer coisa do assunto. No ensino de informática o computador é usado como objeto de estudo, em que o aluno o utiliza para adquirir conceitos teórico-práticos sobre informática, como princípios de funcionamento do computador, softwares disponíveis, noções de programação e implicações sociais do computador na sociedade.
Magela coloca que a concepção que construímos sobre Informática na Educação provém de uma ampla e abrangente abordagem sobre aprendizagem, filosofia do conhecimento, domínio da tecnologia computacional e prática pedagógica, que não só abandona a ideia de blocos de construção justapostos, como não trata de entidade fundamental alguma – nenhuma constante, lei ou equação fundamental.
O universo de estudos da Informática na Educação é como uma rede dinâmica de temas ou especialidades inter-relacionados para propiciar a unificação de conhecimentos. A consistência das inter-relações entre os temas em estudo determina a estrutura da rede toda, uma vez que:
Os diversos temas se articulam mutuamente e abrem-se para muitos outros, aqui apenas tangenciados numa teia que não se fecha, que não se completa, que não poderia completar-se: a própria ideia de complemento ou fechamento não parece compatível com a concepção de conhecimento que se intenta semear (Machado, 1995, p. 21).
Ao admitir o conhecimento como um processo de natureza interdisciplinar “que pressupõe flexibilidade, plasticidade, interatividade, adaptação, cooperação, parcerias e apoio mútuo” (Moraes, 1966: 14), coloca-se a utilização pedagógica do computador na confluência de diversas teorias – teorias “transitórias” e coerentes com a visão epistemológica de rede. Dessa forma, abrem-se as possibilidades de profunda alteração na pedagogia tradicional – o que não significa sua negação, mas um redimensionamento e uma dinamização alicerçados no procedimento de questionar, de admitir a provisoriedade do conhecimento, na abertura ao diálogo e na integração de novas ideias.
A Lei n° 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira abre caminhos para as inovações. Não obriga nem garante, mas facilita as práticas inovadoras dos educadores mais preocupados com o alto nível de descolamento entre os currículos e a realidade dos alunos, os problemas de nosso país, do mundo e da própria existência. Inúmeros experimentos de inovações no ensino básico vêm sendo feitos em todo o país e em todos os níveis de ensino.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As Tecnologias de Informação e Comunicação têm um impacto profundo e duradouro na educação, proporcionando novas oportunidades e abordagens para o ensino e o aprendizado. Embora os desafios ainda existam, a contínua evolução e integração dessas tecnologias prometem transformar a educação de maneiras que beneficiem estudantes e professores em todo o mundo. As TICs não apenas ampliam o acesso ao conhecimento, mas também capacitam os indivíduos com as habilidades necessárias para prosperar na era digital.
O rápido desenvolvimento tecnológico e as mudanças de paradigmas ocorridas nas organizações sociais, econômicas e culturais nas últimas décadas, estão definindo o padrão de quais serão as tendências no futuro próximo. Essas mudanças foram impulsionadas e incentivadas por avanço nas pesquisas e pelo desenvolvimento de tecnologias de informação e comunicação (TICs) e ainda pelas inter-relações de mercado internacional globalizadas.
É inquestionável que o advento da Internet tenha possibilitado a ampliação e a rapidez no acesso à informação (SILVA, 2004). Com a Internet surgiram novas estratégias de difusão de informação (E-mail, Fóruns de discussão, Websites pessoais, chats, redes sociais entre outros Sistemas de informações para as Web), logo novas maneiras de relação e comunicação pessoal e profissional e novas formas de ensino e aprendizagem.
A tecnologia antes vista como algo que tirava o sujeito do convívio social e do contato coletivo, torna-se cada vez mais “customizadora”, assim os ambientes tornam-se individualizados, mas não individualistas. Os dispositivos, os aplicativos e suas interfaces podem ser cada vez mais customizados e personalizados. Os ambientes ganham fotos, perfis e “avatares” criando uma atmosfera mais humanizada, representando um ponto muito positivo para a pedagogia centrada no aluno (TOTTI et al, 2011, p.2).
No Brasil, assim como em qualquer outra parte do mundo, as tecnologias e principalmente as denominadas móveis, começaram sem pedir licença a invadir as salas de aula, levadas pela necessidade de comunicação e pela oferta por cursos à distância, mediada pela internet.
A utilização de dispositivos móveis (Personal Digital Assistant (PDAs), os Pocket PCs, Tablet PCs e a nova geração de telefones celulares – os smartphones) juntamente com a internet na aprendizagem tem facilitado muito a vida acadêmica, pois as pessoas podem aprender a qualquer hora e a qualquer momento, de acordo com seu tempo e necessidade, tendo nas “mãos” um vasto volume de informações.
A conectividade, hoje, é vista como algo que não só conecta redes de informações, mas também pessoas, unidas em uma vida digital. A telefonia móvel, cada vez mais avançada, é o nosso principal meio de comunicação com o mundo à nossa volta. Através do telefone móvel, conseguimos, além de nos comunicar estando ligados por redes sociais, também podemos acessar uma série de informações pessoais, profissionais, econômicas, culturais e educacionais de acordo com a necessidade.
A evolução das tecnologias da informação na educação tem sido marcada por avanços significativos e desafios contínuos. A integração tecnológica oferece vastas oportunidades para a modernização e democratização da educação, embora exija esforços contínuos na capacitação docente e na infraestrutura. A história revela que, apesar das barreiras, à adoção crescente de tecnologias tem potencializado o aprendizado e expandido o acesso à educação de qualidade.
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