Autor
Resumo
INTRODUÇÃO
É importante se pensar que atualmente as mudanças em todos os ramos se apresentam grande, atingindo a área educacional, sendo que o aluno não aprende mais da mesma maneira como era antigamente, onde somente o professor ministrava as aulas e o educando ficava escutando. A atualidade mostra que o educando aprende de forma diferente, além de haver a diversidade cada dia mais presente, devendo o educador se reorganizar em prol de atingir os objetivos com seus alunos.
Essa nova realidade acontece tanto de forma presencial como online, uma vez que as pessoas aprendem e as condições necessárias para a aprendizagem precisam ser repensadas, momento em que o professor se fará mediador, acontecendo também no ensino superior. Com tanta informação disponível, se faz importante encontrar uma ponte motivadora para que o aluno desperte ao aprender, saindo da condição de passividade, de espectador, desenvolvendo habilidades e competências, permitindo que professores e profissionais da educação contribuam para produzir uma aprendizagem significativa, construindo o conhecimento.
Essa nova maneira de proporcionar o aprendizado conhecida como instrução em pares adentra nas metodologias ativas, procurando unir os pares para que juntos busquem o aprender dentro da proposta. As metodologias ativas visam romper a concepção tradicionalista composta da tríade professor – aluno – conhecimento, gerando espaço para novas dinâmicas de aprendizagem, sendo que professor e aluno se integram e se apresentam atuantes nesse processo, abrindo uma nova forma de aprender a aprender, aprendendo a conviver, a ser e a fazer. Mas, como utilizar essa metodologia ativa em aulas presenciais e online?
Dentro da proposta do presente trabalho procura-se proporcionar uma nova maneira de aprendizado, sempre buscando desenvolver habilidades e competências, seja presencialmente ou online. Por meio de pesquisa bibliográfica buscando as considerações de alguns autores sobre o tema, objetiva-se possibilitar a interação entre os educandos, permitindo o aprender a aprender, a conviver, a ser e a fazer, seja de maneira presencial ou mesmo online, oferecendo aos mesmos o protagonismo dentro do processo de aprendizagem, permitindo ainda que se motivem significativamente e continuamente.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A educação não se apresenta como o resultado de um depósito de conhecimento, mas uma troca valorizando a participação coletiva, a reflexão, a criticidade, reconhecendo o contexto, sendo necessário inovar dentro do processo ensino-aprendizagem. Logo, é importante que o professor procure novas maneiras de alcançar o aprendizado, despertando a autonomia, liberdade, bem como a solução de problemas, devendo estruturar seus métodos de ensino aprendizagem.
Apresenta-se dentro dessa realidade a aprendizagem ativa, configurando uma estratégia de ensino muito eficaz, independentemente do tema, tendo em vista que com os métodos ativos, os educandos conseguem assimilar e compreender melhor o conteúdo trabalhado, aproveitando as aulas de forma mais prazerosa e envolvente.
Este estudo se justifica pelo fato de que as metodologias tradicionais por si só já não atendem de forma eficaz os nossos educandos, e, portanto, se faz necessário ressaltar os benefícios que as metodologias ativas de ensino podem trazer não só para quem aprende como para quem ensina. Sendo assim, essas práticas pedagógicas mostram-se bastante eficazes para o processo de ensino e aprendizagem, visto que tornam possível ampliar o desempenho e o engajamento escolar. No entanto, como qualquer abordagem inovadora, o método ainda apresenta inúmeros desafios para diretores, educadores e demais envolvidos na gestão pedagógica. Enquanto fundamentação teórica, este dialoga com o pensamento de Freire quando o mesmo afirma que: Aprendemos desde que nascemos a partir de situações concretas, que pouco a pouco conseguimos ampliar e generalizar (processo indutivo), e aprendemos também a partir de ideias ou teorias para testá-las depois no concreto(processo dedutivo),”[…] não apenas nos para nos adaptarmos à realidade, mas, sobretudo, para transformar, para nela intervir, recriando-a” (Freire, 1996, p. 28).
Então, na utilização das metodologias ativas, o aluno aprende a aprender, a ser, a conviver e a fazer, acontecendo o mesmo como o docente que por sua vez, se ressignificar se fazendo mediador do processo de aprendizagem.
Conforme César et al. (2017) ressalta que a utilização de novas metodologias motiva os alunos a obter seu próprio processo de aprendizagem, conseguindo favorecer a busca de informações na resolução de problemas do dia a dia além de possibilitar mudanças no modo de agir e pensar, sempre pensando na interação de espaços com interesses, potencialidades e habilidades diversas.
As metodologias ativas surgiram na década de 1980 como alternativa a uma tradição de aprendizagem passiva, onde a apresentação oral dos conteúdos, por parte do professor, se constituía como única estratégia didática. Contrariamente ao ensino tradicional, as metodologias ativas procuram um ambiente de aprendizagem onde o aluno é estimulado a assumir uma postura ativa e responsável em seu processo de aprender, buscando a autonomia, a autorregulação e a aprendizagem significativa. Estas metodologias envolvem métodos e técnicas que estimulam a interação aluno-professor, aluno-aluno e aluno-materiais/recursos didáticos e apostam, quase sempre, na aprendizagem em ambiente colaborativo, levando o aluno a responsabilizar-se pela construção do seu conhecimento (Mota; Rosa, 2018, p. 261).
O aluno passa a ser protagonista de seu aprendizado, geralmente partindo de problemáticas a serem resolvidas ou temáticas a serem exploradas, havendo a interação com o professor e com demais alunos, produzindo-se conhecimento e não somente reproduzindo-os.
É preciso saber utilizar a tecnologia em prol dos objetivos a serem alcançados, não somente utilizar sem coerência, significado, somente para entreter os alunos.
[…] o grande potencial de aprendizagem que é desperdiçado em nossas escolas, diária e sistematicamente, em nome de ideias educacionais obsoletas. […] É uma tragédia ver, a cada dia, milhares de alunos sendo convencidos de que são incapazes e pouco inteligentes simplesmente porque não conseguem se adaptar a um sistema equivocado (Blikstein, 2010, p. 3).
Assim, a escola tradicional precisa oferecer espaço ao ensino onde o aluno se sinta ativo, aprendendo na prática.
O ambiente digital surge como uma nova perspectiva no contexto escolar, abrindo espaço para uma maior interação humana mediada pelos gêneros eletrônicos, através da interdisciplinaridade. A linguagem universal e compartilhada no mundo inteiro, transforma o aprendizado do aluno, inserindo-o como sujeito social no contexto educacional e na tecnologia simultaneamente (Dias; Cavalcante, 2016, p. 163).
O uso de tecnologias digitais dentro da metodologia ativa poderá ser positivo desde que haja comprometimento, planejamento, organização do currículo visando influenciar e intervir, caracterizando-se uma proposta além das técnicas. Acredita-se que os alunos serão avaliados de acordo com o envolvimento e desempenho no desenrolar das atividades propostas. Pois, “[…] o problema é levar a escola a contribuir para uma nova forma de humanidade, onde a tecnologia esteja fortemente presente e faça parte do cotidiano, sem que isso signifique submissão” (Ponte, 2004, p. 16). Essa metodologia ativa adentra no ensino superior, seja ele presencial ou online, permitindo que os educandos se sintam construtores da sua aprendizagem.
No ambiente educacional inovador proposto pelas Metodologias Ativas, o aluno é estimulado a ser um explorador autônomo, que não apenas absorve o que é ensinado, mas transforma e adapta o conhecimento ao seu próprio contexto, desenvolvendo uma capacidade crítica e reflexiva essencial para a cidadania ativa (Singer; Moscovici, 2008 apud Marques et al., 2021, p.722).
Assim, a instrução em pares contribui para facilitar o uso do diálogo, dos questionamentos, mesmo sendo em turmas com grande número de alunos, colaborando na criticidade dos mesmos, assegurando estudo, diálogo, a busca de informações sobre o tema em questão, possibilitando que se sintam protagonistas da aprendizagem, oportunizando uma nova maneira de aprender, ensinando-os a conviver, a ser e a fazer dentro dessa nova proposta. Logo, segundo Mazur (2015) os feedbacks que surgem são relevantes ao contexto, sempre permitindo ajustes ou modificações quando se fizer pertinente (Mazur, 2015).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A revisão da literatura ressalta que, a instrução em pares se encontra cada vez mais presentes nas escolas, mas, sua implementação ainda enfrenta desafios significativos, como a falta de formação dos professores, a resistência à mudança e as limitações de recursos. No entanto, quando aplicadas de forma adequada, essas tecnologias têm o potencial de transformar a experiência educacional dos educandos, proporcionando-lhes um acesso mais equitativo ao currículo e, consequentemente, melhores resultados de aprendizagem.
Os estudos analisados apontam que a utilização da instrução em pares é um fator essencial para o sucesso de práticas inclusivas, uma vez que elas permitem personalizar o ensino e facilitar a participação ativa dos alunos em atividades que, de outra forma, poderiam ser inacessíveis, permite a participação ativa, estimula a colaboratividade e ainda, coopera no pensamento coletivo, sempre fornecendo feedbacks em pares, atendendo as especificidades de cada disciplina e níveis de aprendizagens e de ensino também.
Pos, “um dos modelos mais interessantes de ensinar hoje é o de concentrar no ambiente virtual o que é informação básica e deixar para a sala de aula as atividades mais criativas e supervisionadas” (Ferreira & Moreira, 2017, p. 5). Porém, por meio de recursos digitais se torna possível desenvolver aulas online tão atrativas quanto sendo presenciais, haja vista que a mesma propicia fóruns de discussão, salas de chat ou de vídeo visando a interação entre os educandos. Pois, por meio de aulas virtuais, o professor pode lançar questionamentos desafiadores, compartilhando ideias e opiniões, desenvolvendo habilidades de comunicação e pensamento crítico.
Em busca na Biblioteca Digital Brasileira de teses e dissertações, usando como palavras-chave “instrução em pares”, “educação” e “competências e habilidades”, aplicando o filtro temporal de publicações dos últimos dez anos, foram encontrados diversos trabalhos, entre artigos, teses e dissertações, selecionando alguns trabalhos que se referiam diretamente à temática desta proposta.
A partir dessa seleção, realizamos a revisão de literatura analisando os dados a respeito dos principais pontos e achados dos três trabalhos por meio das etapas da Análise de Conteúdo, considerando as seguintes categorias de análise planejadas (Dias; Cavalcanti, 2011): 1) desafios acerca da utilização da instrução em pares; 2) potencialidades da utilização da IP no contexto educacional.
Assim, ao utilizar a metodologia ativa por meio da instrução em pares segundo pode-se contribuir para que os alunos tenham maior envolvimento, comprometimento, valorização, autonomia, entre outros. Ou seja, se apresenta uma nova maneira de aprender fazendo, seja em qualquer segmento e ainda recebendo o feedback, pois o monitoramento realizado pelo computador se caracteriza mais exato e efetivo, todavia, é essencial aprender a conviver dentro dos pares (Marin et al., 2010).
Os trabalhos selecionados revelam um panorama das práticas pedagógicas colaborativas, explorando o uso da instrução em pares na educação básica, suas limitações e os fatores que influenciam sua implementação, visando o apoio a aprendizagem dos educandos, proporcionando acesso ao currículo escolar de forma personalizada e adequada às suas necessidades. Assim, por meio da instrução em pares, sendo uma metodologia ativa, haverá uma melhor organização das estruturas do pensamento, trabalhando algumas habilidades como: percepção, análise, estratégia, decisão, planificação e comunicação, conseguindo então diminuir as barreiras dentro da aquisição do conhecimento (Aquino Fgf, et al., 2015).
Logo, a relevância do professor aceitar se disponibilizar a trabalhar com a IP, assegurando maior diálogo e a procura por respostas diante dos desafios (Nascimento; Oliveira, 2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando o contexto, percebeu-se o ensino tradicional envolvendo metodologias tradicionais precisa acompanhar as mudanças que acontecem dentro da esfera educacional, uma vez que os educandos já não são mais seres passivos, pois se encontram dentro dessa transformação que por sua vez, adentra no uso de novas estratégias, aprendendo a aprender, a conviver, a ser e a fazer.
Assim, cabe ao professor procurar novas maneiras de propiciar o ensino, inserindo as aulas de instrução aos pares, permitindo que se sintam mais motivados e busquem o aprendizado, sabendo buscar respostas, havendo o feedback e exercendo o respeito e empatia.
Percebe-se que a metodologia de instrução em pares pode ser realizada de forma presencial ou online, fazendo-se atraente, despertando interesse de educandos e professores, propiciando maior interação entre os acadêmicos, principalmente os pares, aprendendo a exercitar seu poder de argumentação e liderança, garantindo a assertividade e eficácia no processo de ensino-aprendizagem.
Portanto, a nova dinâmica possibilita a exploração do conteúdo de ensino, ensinando os alunos a dialogar e questionar, seja de forma individual ou coletiva, sendo que previamente devem ter o contato com o conteúdo do material trabalhado nas aulas, realizando a primeira leitura de maneira interpretativa e crítica.
Os desafios são muitos, principalmente no tocante ao professor e aluno, na mudança de estratégias de ensino, que por sua vez precisa de prática e aceitação a novas responsabilidades e inovações necessárias, repercutindo uma nova forma de pensar, dialogar, o saber dedicar-se e a cooperação entre os envolvidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AQUINO, F.G. F., et al. Ausubel: aprendizagem significativa e avaliação. Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo. v. 5, n. 8, 2015.
BLIKSTEIN, P. O mito do mau aluno e porque o Brasil pode ser o líder mundial de uma
revolução educacional. 25 jul. 2010. Disponível em:
<http://www.blikstein.com/paulo/documents/books/BliksteinBrasil_pode_ser_lider_mundial_
em_educacao.pdf>. Com acesso em : 17 dejaneiro de 2025.
BUTCHART, S.; Handfield, T.; Restall, G. Using Peer Instruction to Teach
Philosophy, Logic, and Critical Thinking. Teaching Philosophy, v. 32, n. 1, p. 1–40, 2009.
CÉSAR, C. P. H. A. R. et al. Active teaching methodologies in health area: Comparison
between the oral and written speeches of college students. Bioscience Journal, v. 33, n. 1, p.
219-224, jan./fev. 2017.
COLÉGIO TEUTÔNIA. 2017. Disponível em: <http://www.colegioteutonia.com.br>. Acesso em: 19 de janeiro de 2025.
DIAS, G. A; CAVALCANTI, R. de. A. As tecnologias da informação e suas implicações para
a educação escolar: uma conexão em sala de aula. Revista de Pesquisa Interdisciplinar, v.
1, ed. especial, 2016.
FERREIRA, E. D., Moreira, F. K. Metodologias ativas de aprendizagem: relatos de experiências no uso do peer instruction. 2017. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/bitstream
/handle/123456789/181135/102_00146.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 14 de janeiro de 2025.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1996.
MARIN, J. S.; Lima, E. F. G.; Paviotti, A. B.; Matsuyama, D. T.; Silva, L. K. D.;
Gonzalez, C.; Druzian, S.; Ilias, M. Aspectos das fortalezas e fragilidades no uso das
metodologias ativas de aprendizagem. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 34, n. 1,
MARQUES, H. R., Campos, A. C., Andrade, D. M., & Zambalde, A. L. Inovação no ensino: uma revisão sistemática das metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Innovation in teaching: a systematic review of active teaching-learning methodologies. Avaliação (Campinas), v. 26, n. 3, 2021. Disponível em https://doi.org/10.1590/S1414-40772021000300005. Acesso em: 12 de janeiro de 2025.
MAZUR, E. Peer instruction: a revolução da aprendizagem ativa. Porto Alegre: Penso,
2015.
MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. 2015. Disponível em https://moran.eca.usp.br/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acesso em: 12 de janeiro de 2025.
MOTA, A. R.; ROSA, C. T. W. da. Ensaio sobre metodologias ativas: reflexões e
propostas. 2018. Disponível em: http://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/8161/4811. Acesso em: 15 de janeiro de 2025.
NASCIMENTO, C. B. C.; Oliveira, A. L. de. A. Metodologia
ativa de instrução pelos colegas associada à videoanálise de experimentos de cinemática como
introdução ao ensino de funções. Rev. Bras. Ensino Fís. São Paulo, v. 42, 2020.
PONTE, J. P. Tecnologias de informação e comunicação na formação dos professores:
que desafios? 2004. Disponível em: http//: www.campus-oei.org/revista/rie2403.htm. Acesso em: 15 de fevereiro de 2025.
Área do Conhecimento
Submeta seu artigo e amplie o impacto de suas pesquisas com visibilidade internacional e reconhecimento acadêmico garantidos.