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Resumo
INTRODUÇÃO
A escola é responsável por transmitir a educação para os alunos, através da conscientização do uso racional das matérias-primas, pois todo desperdício de alimentos na escola pública impacta no dinheiro público e está ligado com a sustentabilidade, já que implica na diminuição de perdas alimentares, integrando o tripé sustentável (Saath; Fachinello, 2018).
A educação ambiental, quando aplicada ao contexto escolar, pode incentivar práticas que minimizem o desperdício e promovem hábitos alimentares saudáveis. Essa integração não apenas educa os alunos sobre a importância de preservar os recursos naturais, mas também os prepara para adotar comportamentos que beneficiarão a sociedade como um todo. A conscientização sobre a alimentação saudável e a redução do desperdício são, portanto, passos essenciais para formar indivíduos mais responsáveis e comprometidos com a sustentabilidade. (Santos et al., 2020).
A interseção entre a educação ambiental e a valorização da alimentação saudável nas escolas emerge como uma questão fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade mais consciente e saudável (Alves et al., 2020). A crescente preocupação com as questões ambientais e de saúde tem revelado a necessidade de integrar práticas que não apenas preservem o meio ambiente, mas também promovam um estilo de vida equilibrado entre os jovens. Nesse contexto, a escola se apresenta como um cenário ideal para abordar essas questões de forma abrangente e eficaz, pois é um ambiente de aprendizagem onde hábitos e comportamentos são moldados (Santos et al., 2020).
A educação ambiental nas escolas visa conscientizar os alunos sobre a importância da preservação dos recursos naturais e a responsabilidade individual e coletiva na proteção do meio ambiente. Essa abordagem educacional busca envolver os estudantes em práticas sustentáveis que podem ser aplicadas tanto em suas vidas pessoais quanto na comunidade. Simultaneamente, a valorização da alimentação saudável se configura como uma extensão natural dessa abordagem, uma vez que as escolhas alimentares adequadas têm um impacto significativo tanto na saúde dos indivíduos quanto na sustentabilidade do planeta. (Alves; Oliveira, 2020).
As escolas, como espaços privilegiados de formação e desenvolvimento de cidadãos conscientes, têm a responsabilidade de incorporar práticas que promovam tanto a saúde dos alunos quanto a sustentabilidade ambiental. A implementação de programas que integrem educação ambiental e alimentação saudável pode proporcionar aos estudantes não apenas o conhecimento necessário para fazer escolhas alimentares adequadas, mas também a compreensão das consequências dessas escolhas para o planeta. Esse enfoque educativo é vital para formar uma geração mais consciente e responsável em relação ao consumo de alimentos e seus impactos (Barros et al., 2023).
Além disso, iniciativas que promovem a alimentação saudável nas escolas podem contribuir para a transformação de hábitos alimentares entre crianças e adolescentes, que, frequentemente, são influenciados por práticas culturais e sociais. Ao envolver os alunos em atividades que estimulem o cultivo de alimentos, a educação nutricional e a conscientização sobre a origem dos produtos que consomem, as escolas podem fomentar um ambiente propício à mudança de comportamento. Essa integração entre educação ambiental e alimentação saudável pode, portanto, ser uma ferramenta poderosa para a formação de indivíduos mais conscientes e comprometidos com a saúde e o meio ambiente (Silva, 2018).
Perante à problemática exposta, o presente artigo teve como objetivo geral analisar como a integração entre a educação ambiental e a valorização da alimentação saudável nas escolas pode promover a redução do impacto ambiental e a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis entre os alunos. Especificamente: investigar o Papel da Educação Ambiental na conscientização sobre alimentação saudável; examinar de que maneira a educação ambiental pode ser utilizada para educar os alunos sobre a importância de escolhas alimentares sustentáveis e saudáveis. O presente estudo se justifica pela crescente necessidade de promover a conscientização sobre a relação entre a alimentação saudável e a sustentabilidade ambiental, especialmente no contexto escolar.
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL: ABORDAGENS CONCEITUAIS
A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) como estratégia vinculada à produção de informações e ações educativas que servem como subsídios para contribuir na promoção de práticas alimentares saudáveis e a saúde dos indivíduos, com possibilidades de ampliação do poder de escolha e decisão a respeito da alimentação. A alimentação selecionada se torna parte do corpo humano, a partir dos nutrientes que formam combinações necessárias para manter a saúde e bem-estar (Santos et al., 2020).
Para muitas crianças e adolescentes a palavra saúde não está associada a hábitos alimentares saudáveis, e a prática da EAN ainda se restringe a imposições a velhos hábitos alimentares. A escola exerce influência na formação cognitiva e humana, por isso se torna um lugar ideal para incentivar ações em EAN para a promoção da alimentação saudável e da saúde, de forma que contribua para a formação de hábitos alimentares de crianças e adolescentes (Alves; Oliveira, 2020).
Logo, o papel da escola na adoção de hábitos saudáveis deve ser estimulado, em conjunto com a gestão escolar, o nutricionista e demais profissionais da educação com o apoio das políticas públicas. Dentre essas, destaca-se o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), cujo objetivo é fornecer uma alimentação escolar saudável durante o período de permanência do aluno na escola, contemplando também ações de EAN (Saath; Fachinello, 2018).
Dessa forma, a alimentação escolar está instituída nas escolas públicas do Brasil pelo PNAE, criado em meados da década de 1950 com a finalidade de garantir aos alunos a oferta no mínimo de uma refeição diária, durante o seu período de permanência na escola e atualmente propõe-se a suprir parcialmente, no mínimo de 30 a 70% das necessidades nutricionais dos escolares (Santos et al., 2020).
O PNAE também surge como uma possibilidade para o redimensionamento das ações desenvolvidas na escola, podendo ter um papel estratégico para mudanças das práticas alimentares dos escolares, ele tornou-se uma importante estratégia para melhorar a segurança alimentar e nutricional dos alunos através da promoção do direito humano à alimentação adequada (Santos et al., 2020).
Na escola é de extrema importância às interações e atuação do nutricionista e os profissionais da educação, para elucidar a prática da alimentação saudável, a partir do PNAE, com vistas a suprir as necessidades nutricionais diárias, e formação de hábitos alimentares saudáveis, de acordo com a realidade social vivenciada. Segundo o Ministério da Educação, o PNAE também contribui para o crescimento, o desenvolvimento biopsicossocial e a aprendizagem dos alunos (Alves et al., 2020).
Durante muito tempo, o foco da alimentação escolar era combater a evasão escolar. Os governantes entendiam que os alunos frequentavam a escola para comer. Hoje, há um entendimento que a alimentação escolar é um instrumento educativo, que além de contribuir para aprendizagem e o rendimento escolar, exerce papel determinante na formação de hábitos alimentares e garantia do direito humano à alimentação adequada, contribuindo para a promoção da segurança alimentar e nutricional e da saúde (Oliveira; Pereira, 2018).
O cardápio da alimentação escolar é um instrumento que relaciona os alimentos destinados a suprir as necessidades nutricionais dos escolares, diferenciando os alimentos por preparação, número de per capita, calorias, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais. As exigências do cardápio do PNAE têm como meta suprir 30% das necessidades diárias quando é ofertada uma refeição, e 70% das necessidades diárias para a oferta de três refeições, no caso de escola que funciona em tempo integral. A oferta de uma alimentação adequada e saudável contribui para a garantia da segurança alimentar dos escolares com acesso de forma igualitária (Alves; Oliveira, 2020).
Segundo a Resolução nº 465, de 25 de agosto de 2010, é responsabilidade do nutricionista, planejar o cardápio da alimentação escolar de acordo com a cultura alimentar regional, e com a tendência natural agrícola da região, observando desde a compra dos alimentos, produção, finalização até a distribuição da alimentação, para atender as necessidades nutricionais dos alunos e contribuir na formação de hábitos alimentares saudáveis (Saath; Fachinello, 2018).
A atuação do nutricionista é de suma importância para execução do PNAE, além de elaborar os cardápios tem como função capacitar os funcionários no preparo dos alimentos e nas Boas Práticas de Manipulação de alimentos (Nunes et al., 2020). O preparo dos alimentos é de responsabilidade das merendeiras, e compreende três aspectos fundamentais: o microbiológico que estabelece às condições higiênico-sanitárias e as normas de qualidade no preparo do alimento; o nutricional, atendendo as necessidades diárias dos escolares; o sensorial, avaliado pelas características organolépticas como sabor, odor, textura e cor, sendo importante a combinação coerente dos alimentos seguindo as técnicas de preparo (Martinelli; Cavalli, 2019).
A produção das refeições é feita na Unidade de Alimentação e Nutrição, setor da empresa destinado a desenvolver atividades relacionadas à alimentação e nutrição. Nas escolas este se refere à Unidade de Alimentação e Nutrição Escolar, onde se prepara a alimentação escolar, com infraestrutura e práticas de manipulação adequadas, calculadas a partir de fichas técnicas de preparo (Dallacosta et al., 2023).
Uma das orientações PNAE é a promoção da EAN na escola, que tem como objetivo motivar a adoção voluntária de práticas alimentares saudáveis que contribua para a aprendizagem, a boa saúde e qualidade de vida do aluno (Martinelli; Cavalli, 2019). O Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas traz o conceito de EAN como “um campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional, que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis”, e se insere no contexto do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e da garantia da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) (Santos et al., 2020).
O papel da EAN é auxiliar o indivíduo para as práticas alimentares saudáveis, e para garantia do DHAA, o qual apresenta duas medidas inseparáveis que é o direito de estar livre da fome e o direito a uma alimentação adequada, que está intimamente relacionado a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), que foi instituída através da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) – Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006 (Martinelli; Cavalli, 2019).
A Portaria nº 1.010/2006 que institui as diretrizes para a promoção da alimentação saudável nas escolas conduz à prática de bons hábitos alimentares. As diretrizes desta vinculam ações em prol da EAN, incentivando à produção de hortas escolares levando ao consumo de frutas e hortaliças, implantação de boas práticas de manipulação na preparação de alimentos no ambiente escolar, diminuindo os alimentos com alto teor de sódio, açúcares e gorduras (Santos et al., 2020).
Mais do que um instrumento para a promoção da EAN, este guia adentra na estratégia global de promoção da saúde e do enfrentamento do excesso de peso, em que as práticas educativas estão associadas à forma de transmissão das informações, que sejam de interesse público no processo de mudança das práticas alimentares (Alves; Oliveira, 2020).
O ambiente escolar estabelece um espaço privilegiado de ações educativas sobre alimentação e nutrição e consequentemente influencia de forma positiva na formação de hábitos alimentares saudáveis, promovendo independência para as escolhas mais saudáveis. O PNAE não pode se delimitar ao simples abastecimento de refeições para suprir as necessidades nutricionais dos escolares, ele tem como competência promover a saúde e a construção de hábitos alimentares saudáveis, por ações de EAN que integra a prática curricular (Santos et al., 2020).
A Resolução de nº 26, de 17 de junho de 2013 do PNAE dispõe as ações em EAN na escola: a oferta de alimentos variados e saudáveis; cursos e palestras direcionados às merendeiras; aos professores; aos nutricionistas e todos envolvidos com a alimentação escolar na escola; as hortas pedagógicas; oficinas culinárias e todas as atividades que possam envolver o aluno no contexto de práticas alimentares saudáveis (Martinelli; Cavalli, 2019).
Uma alimentação escolar adequada e equilibrada busca complementar as necessidades de nutrientes que o organismo precisa para ter uma boa condição de saúde. Para isso, o cardápio fornecido aos alunos matriculados em escolas públicas de todo Brasil deve conter um conjunto de alimentos diversos, e são servidos diariamente nas principais refeições (Oliveira; Pereira, 2018). O planejamento dos cardápios é essencial, e deve adequar-se a determinados aspectos técnicos como: escolha dos alimentos, composição química, a compatibilidade entre os ingredientes, as recomendações nutricionais do PNAE, e o custo médio per capto da refeição (Santos et al., 2020).
O gestor e os profissionais de ensino da escola têm autonomia para integrar políticas públicas dentro do espaço educacional, cabe a eles juntamente com o nutricionista articular a pedagogia a ser adotada no ensino a saúde e qualidade de vida na escola (Nunes et al., 2020). E nesse contexto, a prática da EAN deve fazer uso de temas e recursos educacionais problematizadores e ativos que incentivem o diálogo e a compreensão, promovendo ações educativas, por meio de estratégias de intervenções nutricionais. Nesse caso, o nutricionista deve estar apto a desempenhar um papel estratégico no planejamento das ações em EAN, com o apoio dos demais profissionais (gestores, professores e merendeiras) (Cancelier et al., 2020).
As ações de EAN geram impacto positivo na prevenção do excesso de peso, da obesidade e na evasão escolar, uma vez que os escolares passam por mudanças de comportamento alimentar constantemente, permitindo a formulação de ações/atividades de acordo com a realidade de cada local (Alves; Oliveira, 2020).
Por fim, a EAN voltada à promoção de hábitos alimentares saudáveis compreende uma estratégia fundamental de implementação e ações que incorporam o tema da alimentação e nutrição no contexto escolar. É também no ambiente escolar que a criança e o adolescente começam a observar questões relativas ao meio ambiente, e o próprio cuidado com o corpo, sendo um local de intensas descobertas (Barros et al., 2023).
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: METODOLOGIAS ATIVAS PARA TRANSFORMAR A PRÁTICA ESCOLAR
A educação ambiental tem ganhado destaque nas escolas como uma forma de conscientizar os alunos sobre a importância da preservação do meio ambiente e da saúde. Dentro desse contexto, a alimentação saudável é um tema fundamental, pois está diretamente relacionado à saúde das crianças e à sustentabilidade do planeta. Para ensinar sobre esses tópicos de maneira efetiva, as metodologias ativas se mostram extremamente eficazes, pois incentivam a participação e o engajamento dos alunos. (Barros et al., 2023).
As metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em projetos, permitem que os alunos se tornem protagonistas do seu aprendizado. Ao desenvolver um projeto sobre alimentação saudável, os estudantes podem pesquisar, planejar e executar ações que promovam hábitos alimentares mais saudáveis dentro da escola e na comunidade. Essa abordagem prática não só facilita a assimilação do conteúdo, mas também promove a interdisciplinaridade, envolvendo áreas como ciências, matemática e educação física. (Santos et al., 2022).
Uma das estratégias que pode ser utilizada é a criação de hortas escolares. Por meio do cultivo de hortaliças, os alunos aprendem sobre o ciclo de vida das plantas, a importância da agricultura sustentável e os benefícios de consumir alimentos frescos e naturais. Além disso, essa prática estimula o trabalho em equipe e a responsabilidade, uma vez que os alunos precisam cuidar da horta coletivamente. (Martinelli; Cavalli, 2019).
Outra atividade que pode ser implementada é a realização de oficinas de culinária saudável. Essas oficinas não apenas ensinam receitas que utilizam ingredientes saudáveis, mas também promovem a discussão sobre a origem dos alimentos e a importância de uma alimentação equilibrada. Os alunos podem aprender sobre nutrição, discutir os benefícios de cada alimento e até mesmo criar seus próprios pratos, desenvolvendo habilidades culinárias e de planejamento alimentar. (Alves; Oliveira, 2020).
Os debates e rodas de conversa são metodologias que podem complementar as atividades práticas. Nesses espaços, os alunos têm a oportunidade de compartilhar suas experiências e opiniões sobre alimentação saudável e suas práticas em casa (Martinelli; Cavalli, 2019). Essa troca de saberes é fundamental para que os estudantes compreendam a importância do assunto e se sintam motivados a mudar hábitos que possam ser prejudiciais à saúde (Santos et al., 2020).
As campanhas de conscientização são outra ferramenta poderosa. Os alunos podem criar cartazes, vídeos ou apresentações para informar a comunidade escolar sobre a importância de uma alimentação saudável e suas consequências para a saúde. Essa prática não só reforça o aprendizado, mas também envolve a comunidade, promovendo um ambiente de diálogo e troca de conhecimentos. (Barros et al., 2023).
Para integrar ainda mais a teoria à prática, a visita a feiras livres ou a mercados locais pode ser uma excelente experiência. Os alunos têm a chance de conhecer os produtores e aprender sobre a importância do consumo local e da agricultura sustentável. Essas visitas proporcionam um contato direto com os alimentos, além de despertar o interesse pela alimentação saudável (Santos et al., 2020).
A inclusão de jogos e dinâmicas também é uma forma de ensinar sobre alimentação saudável de maneira lúdica e divertida. Jogos educativos que abordem temas como a pirâmide alimentar, a origem dos alimentos e os benefícios de uma dieta equilibrada podem ser implementados em sala de aula, tornando o aprendizado mais interativo e atrativo para os alunos. (Schu et al., 2021).
Além disso, a utilização de tecnologia pode ser um grande aliado. (Martinelli; Cavalli, 2019). Aplicativos e plataformas online que ensinam sobre nutrição e alimentação saudável podem ser incorporados às aulas. Os alunos podem explorar essas ferramentas e, posteriormente, discutir em grupo o que aprenderam, conectando o conhecimento teórico com a prática (Santos et al., 2020).
É essencial que as atividades propostas sejam avaliadas, tanto em termos de aprendizado quanto de engajamento. Questionários, reflexões em grupo e relatórios de atividades podem ser utilizados para medir a efetividade das práticas pedagógicas. Essa avaliação contínua permite ajustes nas metodologias, garantindo que os objetivos educacionais sejam alcançados (Barros et al., 2023).
A formação dos educadores é um ponto crucial para a implementação de práticas pedagógicas eficazes em educação ambiental e alimentação saudável. Professores bem preparados e motivados têm mais facilidade em integrar essas temáticas ao currículo escolar. Portanto, é importante investir na formação continuada e em recursos que auxiliem os docentes a desenvolverem essas práticas. (Santos et al., 2022).
Nas ideias de Barros et al., (2023), as metodologias ativas são fundamentais para ensinar sobre educação ambiental e alimentação saudável de maneira engajadora e eficaz. Através de projetos práticos, debates, oficinas e atividades lúdicas, os alunos se tornam agentes de mudança, capazes de influenciar suas comunidades e promover hábitos saudáveis. Essas experiências não só contribuem para o aprendizado, mas também para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis.
A interdisciplinaridade deve ser um princípio norteador das práticas pedagógicas. Conectar a educação ambiental com outras disciplinas torna o aprendizado mais rico e significativo. (Martinelli; Cavalli, 2019). Por exemplo, ao trabalhar a alimentação saudável nas aulas de ciências, os alunos podem estudar a biologia das plantas e o ciclo dos alimentos, enquanto nas aulas de história podem discutir a evolução das práticas alimentares ao longo do tempo. (Alves; Oliveira, 2020).
A colaboração entre escola e comunidade também é fundamental. Parcerias com organizações locais que promovem a alimentação saudável podem enriquecer as atividades escolares e proporcionar experiências práticas aos alunos. Essa colaboração fortalece a rede de apoio e amplia o impacto das ações educativas. (Santos et al., 2022).
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura. A busca por estudos relevantes foi realizada em bases de dados acadêmicas reconhecidas, como a Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e o Google Acadêmico no período entre 2018 a 2024. Essas plataformas foram escolhidas devido à sua ampla cobertura de literatura científica. A estratégia de busca incluiu a utilização de descritores específicos, como: alimentação saudável; educação alimentar e nutricional; escolas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As políticas públicas em alimentação e nutrição no Brasil para a promoção da saúde instituiu ações educativas em prol de novos hábitos alimentares e da saúde. O PNAE tem como meta abraçar todo território nacional com suas tendências teórico-metodológicas, como a EAN, sendo um programa não somente assistencialista para muitas crianças e adolescentes, mas também promotor do direito humano à alimentação adequada.
Diante do exposto, é possível evidenciar que as intervenções educativas com alimentação escolar, apresentam a descrição metodológica que fornece elementos suficientes para a reprodução e implementação de estudos no cenário escolar para promoção de novos estilos de vida, na mudança alimentar e promoção à saúde. A importância da EAN como instrumento educativo para crianças e adolescentes no ambiente escolar requer mais iniciativa e ação de políticas públicas para contribuir na mudança de velhos hábitos alimentares, aumentando o poder de escolha correta de determinados alimentos importantes.
Dessa forma, se faz necessário modificar esse cenário no contexto escolar, inserindo alimentação escolar como um elemento pedagógico, podendo abrir possibilidades de novas abordagens de EAN à comunidade estudantil. Espera-se que as informações analisadas possam subsidiar novos estudos em prol da promoção da alimentação escolar saudável.
Assim, o padrão de consumo alimentar do adolescente e da criança, se caracteriza pelo aumento da densidade energética, com maior consumo de açúcares, gorduras, sódio e redução do consumo de frutas, cereais, verduras e legumes. E o desenvolvimento desses hábitos alimentares inadequados nessa fase perfazendo pela fase adulta são fatores de riscos importantes para o aparecimento de doenças relacionadas à alimentação e suas consequências, com destaque a obesidade e suas associações.
Nesse sentido, a educação nutricional apresenta papel importante na mudança desses hábitos alimentares inadequados, principalmente no que se refere à prevenção e o controle de patologias com causa de origem alimentar. No entanto, a eficácia dos programas de educação nutricional tem sido questionada, visto que, as estratégias tradicionalmente utilizadas não resultam em mudanças efetivas no comportamento alimentar, principalmente na fase da adolescência onde os fatores relacionados a essa faixa etária muitas vezes não são considerados nas ações de educativas nutricionais.
A educação nutricional no ambiente escolar é muito importante na formação de hábitos alimentares saudáveis entre os estudantes, especialmente quando associada a metodologias interativas e participativas. Estratégias como a aprendizagem baseada em projetos e atividades práticas, incluindo hortas escolares, podem fortalecer o conhecimento e incentivar escolhas alimentares mais equilibradas. Além disso, a tecnologia, por meio de aplicativos e plataformas digitais, pode ser uma aliada na conscientização dos adolescentes sobre nutrição, desde que integrada de forma eficiente ao currículo escolar.
O contexto social e cultural também influencia diretamente as preferências alimentares dos alunos, tornando fundamental compreender como esses fatores impactam a aceitação e a implementação de programas de alimentação escolar. Diante disso, futuras pesquisas poderiam aprofundar a análise da eficácia dessas abordagens e explorar a interação entre pais, escolas e comunidades na promoção de hábitos alimentares saudáveis.
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