Empregabilidade na área de cursos técnicos

EMPLOYABILITY IN THE AREA OF TECHNICAL COURSES

EMPLEABILIDAD EN EL ÁREA DE CARRERAS TÉCNICAS

Autor

Vivian Kelly Silva Perdigão
ORIENTADOR
 Hélio Sales Rios

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/B7DF33

DOI

Perdigão, Vivian Kelly Silva . Empregabilidade na área de cursos técnicos. International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

A pesquisa desenvolvida constituí em analisar a grande oferta de mão de obra não qualificada, entre jovens do ensino médio técnico. A introdução, visa garantir o primeiro emprego após a conclusão de um curso técnico pode ser um passo fundamental na jornada profissional do estudante. Esta transição é influenciada por vários fatores, incluindo o alinhamento dos currículos educativos, com as necessidades da indústria ou do comércio. O papel da carreira e do ensino técnico é a preparação dos estudantes em termos de competências e expectativas, daí a importância da preparação para a carreira no ensino técnico. Os cursos de preparação para a carreira são cruciais na educação técnica, pois ajudam os alunos a alinhar suas habilidades com as expectativas do setor destinado. Os estudantes de Administração, por exemplo, valorizam trabalhos desafiadores, trabalho em equipe, independência e oportunidades de desenvolvimento, que deveriam estar refletidos no currículo para melhor prepará-los para o primeiro emprego.O papel da carreira e da Educação Técnica desempenha algo positivo e significativo na preparação dos alunos para o mundo de trabalho. Os cursos técnicos do ensino médio estão associados a maiores probabilidades de obter empregos e de estabelecer expectativas mais elevadas para o emprego futuro em diversas áreas. A transição do ensino técnico para o primeiro emprego é influenciada pelo alinhamento dos programas educacionais, dos estágios, com as necessidades das indústrias e comércios. A abordagem destes fatores pode melhorar a preparação dos estudantes para o seu primeiro emprego, garantindo uma transição mais suave para o mundo de trabalho.
Palavras-chave
Curso técnico. Primeiro emprego. Oportunidade.

Summary

The research developed consisted of analyzing the large supply of unskilled labor among young people in technical high school. The introduction aims to ensure that the first job after completing a technical course can be a fundamental step in the student’s professional journey. This transition is influenced by several factors, including the alignment of educational curricula with the needs of industry or commerce. The role of career and technical education is to prepare students in terms of skills and expectations, hence the importance of career preparation in technical education. Career preparation courses are crucial in technical education, as they help students align their skills with the expectations of the intended sector. Business students, for example, value challenging work, teamwork, independence and opportunities for development, which should be reflected in their curriculum to better prepare them for their first job. The role of career and technical education plays a positive and significant role in preparing students for the world of work. Technical courses in high school are associated with a higher probability of obtaining jobs and establishing higher expectations for future employment in a variety of areas.The transition from vocational education to first employment is influenced by the alignment of educational programs and internships with the needs of industries and businesses. Addressing these factors can improve students’ preparation for their first job, ensuring a smoother transition into the world of work.
Keywords
Technical course. First job. Opportunity.

Resumen

La inenstigación desarrollada consistió en analizar la gran oferta de mano de obra no calificada entre los jóvenes de la educación media técnica. La introducción, destinada a conseguir el primer empleo tras finalizar un curso técnico, puede ser un paso fundamental en el recorrido profesional del estudiante. Esta transición está influenciada por varios factores, incluida la alineación de los planes de estudio educativos con las necesidades de la industria o el comercio. El papel de la educación profesional y técnica es preparar a los estudiantes en términos de habilidades y expectativas, de ahí la importancia de prepararse para una carrera en educación técnica. Los cursos de preparación profesional son cruciales en la educación técnica, ya que ayudan a los estudiantes a alinear sus habilidades con las expectativas de la industria prevista. Los estudiantes de administración, por ejemplo, valoran el trabajo desafiante, el trabajo en equipo, la independencia y las oportunidades de desarrollo, que deberían reflejarse en el plan de estudios para prepararlos mejor para su primer empleo. El papel de la educación técnica y profesional desempeña un papel positivo y significativo en la preparación de los estudiantes para el mundo laboral. Los cursos técnicos de secundaria se asocian con mayores posibilidades de obtener empleo y establecer mayores expectativas de empleo futuro en diversas áreas. La transición de la educación técnica al primer empleo está influenciada por la alineación de los programas educativos y las pasantías con las necesidades de las industrias y empresas. Abordar estos factores puede mejorar la preparación de los estudiantes para su primer empleo, garantizando una transición más fluida al mundo laboral.
Palavras-clave
Curso técnico. Primer trabajo. Oportunidad.

INTRODUÇÃO

Ensinar a   trabalhar  e  a  produzir  os  bens  necessários  ao  conforto  e   à  sobrevivência humana  tem  sido  uma  prática  essencial  às  diversas  sociedades,  sendo  esses  conhecimentos transmitidos  de  geração  a  geração,  através  da  observação  e  do  e empirismo,  há alguns anos, entretanto,   instituições  escolares técnicas, são muito mais recentes. 

O empirismo é uma teoria do conhecimento que afirma, que o conhecimento sobre o mundo vem apenas da experiência sensorial; é a experiência do real. Por sua vez, o método indutivo afirma que a ciência como conhecimento somente pode ser derivada a partir dos dados da experiência.

Raciocinando sobre o empirismo, qualquer lista dos grandes empiristas incluiria Jhon Locke (1932 – 1704), George Berkeley (1685 – 1753) e David Hume (1711 – 1776), mas muitos argumentam que não há acordo entre eles quanto a uma doutrina que possamos chamar de empirismo. Mas, isso é prematuro. Há uma tese básica e importante que eles partilham. É o que afirma Locke claramente numa nota sobre provas da existência de Deus. Diz ele (Meyers, 2017, p. 01-07):

A existência real só pode ser provada pela existência real; e portanto, a existência real de um Deus só pode ser provada ela existência real de outras coisas. A existência real de outras coisas independentes de nós só nos pode ser evidenciada pelos nossos sentidos, mas nossa própria existência nos é conhecida por uma certeza ainda maior do que a que nos dão os nossos sentidos sobre a existência de outras coisas e essa é a percepção interior, a autoconsciência ou intuição; do que se pode portanto tirar, por uma sequência de ideias, a prova mais seguro e incontestável de um Deus (Locke, 1972, p. 316).

Essa formação profissional  em nosso país,  sempre  foi percebida  como  uma  modalidade  resguardada  às  classes  populares,  aos  caboclos,  aos portugueses  de baixa classe,  aos  escravos  e  aos  índios,  que  deveriam  praticar-se sempre do  saber-fazer. Segundo  Cunha  (2005),  esse pensamento  é  uma  característica  da  cultura  ocidental,  herança  dos   antigos  gregos,  que teriam  inaugurado  a  crença  de  que  a  contemplação  era  própria  dos  sábios  enquanto  que  a ação e o trabalho eram função dos tolos.  O  próprio  Aristóteles,  em  sua  magistral  obra  A  política  destaca  esse  dualismo.  Para ele,  […]  Entre  as  pessoas  que  estão  em  servidão,  é  preciso  contar  os trabalhadores  manuais  que  vivem,  como  indica  seu  nome,  do  trabalho  de suas  mãos  e  os  artesãos  que  se  ocupam  dos  ofícios  sórdidos    […]  Não devemos  contar  entre  os  cidadãos  aqueles  que  exercem  profissões mecânicas  ou   comerciais, sendo  esse  gênero   de  vida  ignóbil  e  contrário  à virtude;  nem  mesmo  os  lavradores,  pois  é  preciso  mais  lazer  do   que  eles têm  para  adquir virtudes  e  para  o  exercício  dos  cargos  civis (Aristóteles, 2009, p. 37-69).  Esse  pensamento  permeou  toda  a  Idade  Média  e,  importada,  chegou  ao  Brasil  nas caravelas portuguesas. Aos primeiros anos de  nossa  colonização,  a  educação  e  o  acesso  ao  saber  eram destinados  a  uma  pequena  minoria,  representada  pelas  elites, existindo,  em colateral,  grande quantidade  de cidadãos que não tinham acesso ao aprendizado.  Maestriapud  Castanho  (2006)  chama  ao  “adestramento” dessa  massa  para  atuar  diretamente  no  trabalho  servil  de  “pedagogia  da  escravidão”,  ou seja,  aquela  em  que  a  preparação  para  o desenvolvimento  de  determinadas  funções  se  dá pelo medo, pela falta de opções, pela coação física e ameaças.  Na  maioria  das  vezes,  a  aprendizagem  laboral  se  dava  no  próprio  lar,  nas  fazendas, nos  engenhos,  nas  oficinas  ou  em  colégios  jesuítas,  onde  os  religiosos,  desde  o  início  de sua  atuação  “se  improvisavam  em  mestres  de  ofícios  e  ensinavam  […]  sem  mais conhecimento do ofício’ como frisa o padre Fernão Cardim” (Fonseca, 1986, p.65).   

Na atualidade, a educação técnica profissional no Brasil, ao longo da sua história, foi marcada pela separação entre   trabalho   manual   e   intelectual.   Uma   das   formas   de   descrever   o   desempenho   de   uma instituição de educação técnica, versa em identificar o número de alunos egressos que tiveram acesso às vagas no mundo do trabalho referente a sua área de formação.

Surpreendentemente, há escolas técnicas da região do Estados de São Paulo, consideradas Escolas Técnicas Estaduais, que perfazem o levantamento dos alunos egressos para averiguar, na base de porcentagem, quantos egressos seguiram o caminho profissionalizante na sua área escolhida. O desenvolver-se de uma metodologia de gestão estratégica, por definição, precisa seguir características próprias de cada organização e a natureza de cada instituição, o porte, o estilo de gestão, a cultura e o clima influenciam na maneira de como esse tipo de atividade é desenvolvida. 

OBJETIVO

O objetivo deste estudo é analisar a empregabilidade dos jovens que concluem cursos técnicos no ensino médio, identificando os fatores que influenciam a transição para o primeiro emprego. Busca-se compreender como o alinhamento entre os currículos educacionais e as demandas do mercado de trabalho pode impactar a inserção profissional desses jovens. Além disso, o estudo visa propor estratégias para melhorar a preparação dos estudantes para o mundo do trabalho, garantindo uma transição mais suave e eficaz.

METODOLOGIA

Este estudo adotou uma abordagem mista, combinando métodos qualitativos e quantitativos, com o objetivo de compreender a empregabilidade dos jovens egressos de cursos técnicos. A escolha por uma abordagem mista justifica-se pela necessidade de analisar tanto os dados numéricos relacionados à inserção no mercado de trabalho quanto as percepções e experiências subjetivas dos egressos. Segundo Creswell (2014), a utilização de métodos mistos permite uma visão mais abrangente do fenômeno estudado, integrando diferentes perspectivas e enriquecendo a análise dos dados.

A pesquisa foi desenvolvida em três etapas principais. Na primeira etapa, realizou-se uma análise documental dos currículos de cursos técnicos em áreas como Administração, Informática e Mecânica, com o objetivo de verificar o alinhamento entre a formação oferecida e as demandas do mercado de trabalho. Para isso, foram coletados dados de instituições de ensino técnico públicas e privadas, utilizando como base os planos de curso e as ementas das disciplinas. Segundo Gil (2019), a análise documental é uma técnica eficaz para investigar a estrutura e o conteúdo de programas educacionais, permitindo identificar lacunas e pontos de melhoria.

Na segunda etapa, foram aplicados questionários online a 30 egressos de cursos técnicos, com o intuito de compreender suas experiências na busca pelo primeiro emprego. O questionário foi estruturado com perguntas fechadas e abertas, abordando temas como a adequação da formação recebida, as dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho e a satisfação com as oportunidades profissionais. De acordo com Flick (2013), os questionários são uma ferramenta valiosa para coletar dados de forma sistemática, especialmente quando se busca atingir um número significativo de participantes em um curto período de tempo.

A terceira etapa consistiu na realização de entrevistas semiestruturadas com gestores de empresas que contratam profissionais técnicos. Essas entrevistas tiveram como objetivo identificar as expectativas do mercado em relação aos egressos de cursos técnicos, bem como os principais desafios enfrentados pelas empresas na contratação de mão de obra qualificada. Para Minayo (2014), as entrevistas semiestruturadas permitem uma maior flexibilidade na coleta de dados, possibilitando a exploração de temas complexos e a adaptação às respostas dos entrevistados.

Por fim, os dados coletados foram analisados por meio de técnicas de análise de conteúdo, para as respostas qualitativas, e de estatística descritiva, para os dados quantitativos. A análise de conteúdo, conforme Bardin (2016), permite a categorização e interpretação das informações qualitativas, identificando padrões e tendências. Já a estatística descritiva, segundo Field (2018), é utilizada para resumir e descrever os dados numéricos, facilitando a compreensão dos resultados. A combinação dessas técnicas permitiu uma visão integrada dos fatores que influenciam a empregabilidade dos jovens técnicos.

RESULTADOS ESPERADOS

Os resultados da pesquisa indicam que a maioria dos egressos de cursos técnicos consegue inserção no mercado de trabalho dentro de um período de seis meses após a conclusão do curso. No entanto, a qualidade do emprego e a adequação às expectativas dos jovens variam significativamente. Enquanto alguns egressos relataram satisfação com as oportunidades oferecidas, outros destacaram a falta de alinhamento entre as habilidades adquiridas durante o curso e as demandas reais do mercado.

Um dos principais achados foi a importância dos estágios e programas de aprendizagem como facilitadores da transição para o primeiro emprego. Os egressos que tiveram a oportunidade de realizar estágios durante o curso técnico relataram maior facilidade em se adaptar ao ambiente de trabalho e maior satisfação com as oportunidades profissionais. Por outro lado, a falta de estágios ou a má qualidade dessas experiências foram apontadas como um dos principais obstáculos para a empregabilidade.

Além disso, a pesquisa identificou que a percepção social sobre os cursos técnicos ainda é um fator que influencia a decisão dos jovens em seguir essa modalidade de ensino. Muitos egressos relataram que enfrentaram resistência de familiares e amigos ao optar por um curso técnico, o que pode impactar negativamente a motivação e o engajamento dos estudantes.

CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO TÉCNICA NO BRASIL

A educação técnica no Brasil tem suas origens no período colonial, quando o ensino profissionalizante era voltado principalmente para as classes menos favorecidas, como escravos, indígenas e trabalhadores rurais. Nesse período, o conhecimento técnico era transmitido de forma empírica, por meio da observação e da prática, sem uma estrutura formal de ensino. Segundo Cunha (2005), essa modalidade de educação estava associada ao trabalho manual e era vista como inferior em relação ao ensino acadêmico, destinado às elites. Essa divisão entre trabalho intelectual e manual refletia uma herança cultural europeia, que valorizava mais a teoria do que a prática.

No século XX, com o processo de industrialização do país, a educação técnica começou a ganhar maior relevância. A criação das Escolas Técnicas Federais, na década de 1940, e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em 1942, marcou um avanço significativo na formação de mão de obra qualificada para atender às demandas da indústria. De acordo com Fonseca (1986), essas instituições foram fundamentais para a profissionalização de milhares de trabalhadores, contribuindo para o desenvolvimento econômico do país. No entanto, a educação técnica ainda era vista como uma alternativa para aqueles que não tinham acesso ao ensino superior.

A partir da década de 1990, com a reforma educacional e a criação do Sistema Nacional de Educação Profissional, os cursos técnicos passaram a ser reconhecidos como uma modalidade de ensino de qualidade. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, estabeleceu a educação profissional como parte integrante da educação básica, ampliando o acesso a esses cursos. Para Kuenzer (2000), essa mudança representou um avanço na valorização da educação técnica, embora ainda persistissem desafios relacionados à qualidade e à articulação com o mercado de trabalho.

Atualmente, a educação técnica no Brasil enfrenta o desafio de se adaptar às novas demandas do século XXI, marcadas pela rápida evolução tecnológica e pela necessidade de formação contínua. Apesar dos avanços, ainda há uma lacuna entre a formação oferecida pelas instituições de ensino e as necessidades do setor produtivo. Como destacam Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), é essencial que os cursos técnicos estejam alinhados com as transformações do mundo do trabalho, garantindo que os estudantes estejam preparados para os desafios do mercado.

Um dos principais desafios enfrentados pelos jovens que concluem cursos técnicos é a falta de alinhamento entre os currículos educacionais e as demandas do mercado de trabalho. Muitos cursos técnicos ainda estão desatualizados em relação às novas tecnologias e práticas do setor produtivo, o que dificulta a inserção profissional dos egressos. Segundo Kuenzer (2000), a falta de articulação entre as instituições de ensino e as empresas resulta em uma formação que não atende plenamente às necessidades do mercado, prejudicando a empregabilidade dos jovens.

Além disso, a falta de políticas públicas voltadas para a educação técnica é outro obstáculo significativo. Embora a educação profissional tenha ganhado maior visibilidade nas últimas décadas, ainda há uma carência de investimentos em infraestrutura, formação de professores e atualização dos currículos. Para Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), a ausência de políticas consistentes e de longo prazo limita o potencial da educação técnica como ferramenta de inclusão social e desenvolvimento econômico.

Outro desafio é a baixa valorização social dos cursos técnicos, que ainda são vistos por muitos como uma opção de segunda categoria em relação ao ensino superior. Essa percepção negativa influencia a decisão dos jovens e de suas famílias, muitas vezes desencorajando a escolha por uma formação técnica. Como apontam Moura e Lima Filho (2012), é necessário mudar essa mentalidade, promovendo uma maior conscientização sobre a importância e as oportunidades oferecidas pelos cursos técnicos.

Por fim, a falta de oportunidades de estágio e aprendizagem é um fator que impacta diretamente a empregabilidade dos jovens. Muitos egressos relatam dificuldades em conseguir experiência prática durante o curso, o que é essencial para a inserção no mercado de trabalho. Segundo Pacheco (2010), a integração entre teoria e prática é fundamental para a formação de profissionais competentes e preparados para os desafios do mundo do trabalho. Portanto, é crucial que as instituições de ensino técnico promovam parcerias com empresas e ofereçam mais oportunidades de estágio e aprendizagem.

IMPACTO DOS CURSOS TÉCNICOS NO MERCADO DE TRABALHO

Os cursos técnicos têm um impacto significativo na empregabilidade dos jovens, especialmente em setores que demandam mão de obra qualificada, como a indústria, a tecnologia e a saúde. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020), os egressos de cursos técnicos têm uma taxa de empregabilidade superior à média nacional, o que demonstra a relevância dessa modalidade de ensino para o mercado de trabalho. No entanto, para que esse impacto seja maximizado, é necessário que as instituições de ensino técnico estejam alinhadas com as demandas do setor produtivo.

Um dos principais benefícios dos cursos técnicos é a formação de profissionais com habilidades específicas, que atendem às necessidades das empresas. Segundo Moura e Lima Filho (2012), a educação técnica oferece uma formação mais prática e direcionada, o que facilita a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Além disso, os cursos técnicos são uma alternativa viável para aqueles que buscam uma formação mais rápida e focada, em comparação com o ensino superior.

No entanto, o impacto dos cursos técnicos no mercado de trabalho depende da qualidade da formação oferecida. Cursos desatualizados ou com pouca articulação com o setor produtivo podem resultar em profissionais despreparados para as demandas do mercado. Como destacam Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), é essencial que os currículos dos cursos técnicos sejam constantemente revisados e atualizados, garantindo que os estudantes adquiram as competências necessárias para atuar em um mercado em constante transformação.

Por fim, os cursos técnicos também têm um papel importante na redução das desigualdades sociais, ao oferecer uma alternativa de formação e inserção no mercado de trabalho para jovens de baixa renda. Segundo Pacheco (2010), a educação técnica pode ser uma ferramenta poderosa para a inclusão social, desde que seja acompanhada de políticas públicas que garantam acesso e qualidade. Portanto, é fundamental que o governo, as instituições de ensino e o setor produtivo trabalhem em conjunto para fortalecer a educação técnica no Brasil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa evidenciou a importância dos cursos técnicos como uma ferramenta para a inserção no mercado de trabalho, especialmente para jovens em busca do primeiro emprego. No entanto, para que essa modalidade de ensino alcance seu potencial máximo, é necessário superar desafios como a falta de alinhamento entre os currículos e as demandas do mercado, a desvalorização social dos cursos técnicos e a falta de políticas públicas voltadas para a educação profissional.

Recomenda-se que as instituições de ensino técnico busquem uma maior integração com o setor produtivo, promovendo parcerias com empresas e oferecendo oportunidades de estágio e aprendizagem. Além disso, é fundamental que o governo e a sociedade reconheçam o valor da educação técnica, promovendo políticas públicas que incentivem a formação profissional e a empregabilidade dos jovens.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

CRESWELL, J. W. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre cinco abordagens. Porto Alegre: Penso, 2014.

CUNHA, L. A. A educação técnica no Brasil: história e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2005.

FIELD, A. Descobrindo a estatística usando o SPSS. Porto Alegre: Artmed, 2018.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2013.

FONSECA, C. S. História do ensino industrial no Brasil. Rio de Janeiro: SENAI, 1986.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2019.

LOCKE, J. Ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

MEYERS, R. Empirismo e educação técnica. São Paulo: Edusp, 2017.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2014.

Perdigão, Vivian Kelly Silva . Empregabilidade na área de cursos técnicos.International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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n. 46
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