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Resumo
INTRODUÇÃO
Tem-se uma urgência na transformação da sociedade para a superação das injustiças ambientais, da desigualdade social e da exploração da natureza e da humanidade. Vive-se em uma cultura de risco, cujos efeitos, muitas vezes imperceptíveis, impactam não apenas aqueles que os causam, mas também outras pessoas, espécies e futuras gerações. A crise ambiental atual, sem precedentes, resulta dos enormes poderes humanos, cujas consequências inesperadas demandam novas ferramentas éticas, uma vez que as antigas não se mostram suficientes. Faz-se necessário que a educação ambiental radicalize seu compromisso com a mudança de valores, comportamentos e atitudes, promovendo a diversidade e o respeito ao meio ambiente de forma contínua e inclusiva (Mello, 2007).
Neste contexto, o ambiente escolar tem se destacado como um espaço privilegiado para a implementação de ações voltadas à conscientização ecológica. A educação ambiental, ao integrar questões de preservação e sustentabilidade no currículo escolar, tem o poder de formar cidadãos mais críticos e engajados com o meio ambiente. As campanhas de conscientização ecológica nesse contexto têm se mostrado eficazes para promover práticas sustentáveis, impactando tanto os estudantes quanto a comunidade ao seu redor. Tais ações não apenas educam, mas também incentivam mudanças de comportamento, formando atitudes responsáveis em relação aos recursos naturais (Tavares; Carmo, 2020).
Essas campanhas, ao serem implementadas de maneira contínua e estruturada, podem influenciar profundamente a maneira como as futuras gerações percebem e lidam com os desafios ambientais. O papel da escola, ao servir como mediadora entre o conhecimento acadêmico e a realidade cotidiana, é fundamental para garantir que os estudantes se tornem agentes multiplicadores de práticas que respeitem e preservem o meio ambiente. A integração de temas ecológicos nas atividades escolares se mostra como um recurso pedagógico indispensável para a formação de uma consciência ecológica sólida desde a infância (Da Costa et al., 2024).
Neste trabalho, o foco será na análise de como as campanhas de conscientização ecológica podem ser efetivamente implementadas no ambiente escolar, destacando suas contribuições na formação de hábitos sustentáveis entre os alunos e a comunidade escolar. O problema de pesquisa é: como as campanhas de conscientização ecológica podem ser estruturadas nas escolas para promover práticas sustentáveis tanto entre os estudantes quanto no entorno escolar? A partir deste questionamento, será discutida a viabilidade e as formas de aplicação dessas campanhas no contexto educacional.
As hipóteses deste trabalho são as seguintes: (1) A implementação de campanhas de conscientização ecológica no ambiente escolar promove uma mudança de comportamento em relação ao consumo e descarte de resíduos. (2) A participação ativa dos alunos em projetos ecológicos dentro da escola fortalece a consciência ambiental de toda a comunidade escolar. (3) A abordagem pedagógica inovadora, com a utilização de metodologias ativas, potencializa o aprendizado e engajamento dos estudantes nas questões ambientais.
A relevância deste estudo reside no seu potencial para influenciar diretamente a formação de hábitos sustentáveis nos alunos e, consequentemente, na sociedade. Ao abordar a educação ambiental no contexto escolar, este trabalho visa destacar a importância das ações pedagógicas voltadas para a conscientização ecológica, fundamentais para a preservação do meio ambiente. A contribuição da pesquisa é de grande importância tanto para a comunidade acadêmica, ao agregar novas práticas pedagógicas, quanto para a sociedade, ao promover atitudes conscientes em relação ao consumo e à preservação do meio ambiente (Júnior et al., 2024).
O objetivo geral deste trabalho é descrever como as campanhas de conscientização ecológica no ambiente escolar podem ser implementadas como modelo educativo para promover práticas sustentáveis entre estudantes e a comunidade. Especificamente, busca-se caracterizar as campanhas de conscientização ecológica no contexto escolar, definir os métodos pedagógicos mais eficazes para a implementação dessas campanhas, e exemplificar as práticas sustentáveis que podem ser adotadas pelos alunos e pela comunidade escolar.
METODOLOGIA
A metodologia deste estudo adota uma abordagem qualitativa, com caráter descritivo e exploratório, estruturada por meio de uma revisão de literatura (Alexandre et al., 2021). O objetivo principal é reunir e analisar informações relevantes sobre as campanhas de conscientização ecológica no ambiente escolar, com ênfase no impacto dessas ações como modelo educativo para promover práticas sustentáveis. Para garantir a qualidade da seleção das fontes, foram estabelecidos critérios rigorosos. Inicialmente, foram definidos termos-chave, como “educação ambiental”, “conscientização ecológica”, “práticas sustentáveis” e “ambiente escolar”, que são compatíveis com o foco do estudo.
A seleção das fontes seguiu critérios de inclusão que priorizaram artigos científicos publicados nos últimos cinco anos, em periódicos renomados, de acesso gratuito ou institucional, além de livros acadêmicos e dissertações de programas de pós-graduação reconhecidos. Foram excluídos artigos duplicados, revisões narrativas e fontes que não abordavam diretamente a questão central da pesquisa (Alexandre et al., 2021).
As buscas foram realizadas em bases de dados acadêmicas de renome, como os periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Scholar. As palavras-chave previamente definidas orientaram a identificação de estudos pertinentes ao tema, assegurando uma amostra representativa e atualizada dos principais trabalhos acadêmicos sobre o assunto. Esse processo garantiu a relevância e a qualidade dos dados analisados, contribuindo para a profundidade da revisão bibliográfica (Alexandre et al., 2021).
O papel da escola na educação ambiental tem se tornado cada vez mais importante, principalmente em um contexto onde a conscientização sobre as questões ecológicas é muito importante para a formação de cidadãos responsáveis. As instituições de ensino, em suas diversas modalidades, são chamadas a incorporar práticas que não apenas transmitam conhecimento, mas que também promovam mudanças nas atitudes dos alunos, com foco na preservação ambiental. A escola, portanto, surge como um espaço fundamental para a construção de um futuro mais sustentável, atuando como um agente de transformação social (De Angelis; Baptista, 2020).
A escola não é o único caminho para a resolução de questões socioambientais, entretanto nesse espaço há condições e potencial de produção de novos conhecimentos, de modo cooperativo e transformador, para intervir nas causas dos problemas e não apenas na resolução dos seus efeitos (Colagrande; Farias, 2021, p. 4). […] O mundo há muito reconheceu a necessidade de aproveitar o poder da Educação para enfrentar os desafios do desenvolvimento sustentável, mas ainda não há informações sistemáticas suficientes sobre a posição dos países na abordagem das mudanças climáticas, biodiversidade e meio ambiente de forma mais geral nos sistemas educacionais. Para progredir, devemos entender onde estão as lacunas (Unesco, 2021, p. 4, tradução nossa).
A educação ambiental nas escolas não se limita a um conteúdo isolado, mas deve ser transversal, permeando todas as áreas do conhecimento. Este caráter transversal permite que os estudantes compreendam a complexidade das questões ambientais, integrando-as ao seu cotidiano. Além disso, ao adotar a educação ambiental como prática pedagógica, a escola fortalece a ideia de que todos têm um papel na preservação do meio ambiente e que suas ações individuais podem gerar impactos coletivos (Da Silva; Antich, 2020).
De acordo com Da Costa et al. (2024), a participação ativa dos estudantes na implementação de ações ambientais dentro da escola é um dos fatores que mais contribuem para a efetividade da educação ambiental. Atividades como a criação de hortas escolares, reciclagem e projetos de conscientização sobre o uso sustentável dos recursos naturais, ao envolver diretamente os alunos, transformam o conhecimento adquirido em práticas reais.
A integração da educação ambiental ao currículo escolar não é um processo simples e exige um esforço contínuo de atualização pedagógica. Para tanto, é indispensável que os educadores recebam formação específica, que os capacite para trabalhar de forma efetiva a sustentabilidade de maneira contextualizada e crítica. Em escolas públicas e privadas, a formação de professores e gestores escolares é um passo crucial para garantir que a educação ambiental seja abordada de maneira aprofundada (Tavares; Carmo, 2020).
Além de promover a conscientização entre os alunos, a escola também deve atuar em parceria com a comunidade, buscando envolver pais, responsáveis e outros membros da sociedade em ações educativas. A ideia de educação ambiental não deve ser restrita aos muros da escola, mas precisa se expandir para a comunidade, criando um ambiente de aprendizado coletivo e compartilhado sobre as questões ambientais (De Angelis, 2023).
Em um cenário de crescente crise ambiental, a escola assume uma responsabilidade fundamental em orientar os alunos sobre a importância de preservar o meio ambiente e os recursos naturais. Nesse sentido, a educação ambiental nas escolas deve ir além da simples transmissão de informações sobre ecologia, abrangendo questões como justiça ambiental, mudanças climáticas e a necessidade de mudanças nos padrões de consumo (SOARES, 2023).
Para garantir a eficácia das práticas educativas, a escola deve também contar com um planejamento estratégico que inclua ações que fomentem o desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, a gestão escolar é importante ao incorporar a sustentabilidade em suas práticas administrativas, como a gestão de resíduos, o uso racional de energia e água e a promoção de espaços verdes dentro da instituição (Da Silva; Antich, 2020).
A educação ambiental deve ser uma constante, sendo abordada em diferentes momentos e de formas variadas ao longo da vida escolar do aluno. Em sua fase inicial, a educação infantil pode ser um momento propício para introduzir conceitos de sustentabilidade, como o cuidado com a natureza e o respeito aos seres vivos, de maneira lúdica e acessível (De Angelis; Baptista, 2020).
A participação dos alunos nas atividades de educação ambiental também estimula o desenvolvimento de habilidades e competências que são importantes para a formação de um cidadão crítico e atuante. Os alunos aprendem a observar, analisar e discutir questões sociais e ambientais que afetam o seu dia a dia, o que os motiva a tomar decisões mais conscientes sobre seus comportamentos (Junior et al., 2024).
No entanto, para que a educação ambiental seja efetiva, é necessário que a escola enfrente diversos desafios, como a escassez de recursos e a falta de infraestrutura para implementar projetos educativos. Esses problemas exigem que as escolas busquem parcerias com organizações ambientais e outras instituições de ensino, além de promover ações de sensibilização e formação contínua dos professores (Barreto; ZanetI, 2020).
Embora a educação ambiental seja um tema presente no currículo escolar, é necessário que se busquem estratégias mais eficazes para que ela se torne uma prática contínua e integrada ao cotidiano escolar. De acordo com Da Costa et al. (2024), a eficácia dessas estratégias depende da capacidade de envolver os alunos de forma ativa, criando situações de aprendizagem que levem à transformação de atitudes e comportamentos em relação ao meio ambiente.
A escola também é muito importante na formação de uma nova geração de líderes ambientais, que poderão continuar o trabalho de conscientização e preservação. As ações realizadas dentro do ambiente escolar podem inspirar os alunos a se tornarem multiplicadores das ideias e práticas aprendidas, influenciando suas famílias e comunidades (De Oliveira; De Sousa Melo; Da Paz Pinheiro, 2022).
É importante ressaltar que a educação ambiental não deve ser encarada como um conteúdo isolado ou como uma atividade extracurricular, mas sim como um eixo transversal do currículo escolar. Dessa forma, os temas relacionados ao meio ambiente devem ser abordados em todas as disciplinas, de forma contextualizada, com o objetivo de promover uma reflexão crítica sobre a sustentabilidade (Mello, 2007).
Além disso, a educação ambiental na escola deve buscar a construção de valores e atitudes que favoreçam o desenvolvimento de um comportamento ambientalmente responsável. Ao incentivar os alunos a se tornarem agentes de transformação, a escola contribui para a criação de uma sociedade mais justa, igualitária e sustentável (Gomes et al., 2024).
Em suma, a educação ambiental nas escolas é uma ferramenta muito importante para promover mudanças na sociedade, principalmente ao atuar como agente de transformação, a escola contribui para a formação de cidadãos conscientes, capazes de tomar decisões informadas sobre os impactos de suas ações no meio ambiente. O envolvimento da comunidade escolar é fundamental para o sucesso dessas práticas, que devem ser constantemente avaliadas e aprimoradas para garantir sua eficácia (Barbosa; De Oliveira, 2020).
As campanhas ecológicas no ambiente escolar são estruturadas de maneira a envolver ativamente os alunos e a comunidade escolar, promovendo práticas que incentivam a preservação dos recursos naturais e o engajamento com questões ambientais. Elas têm como característica principal o foco em mudanças de comportamento, buscando sensibilizar os participantes para a importância da sustentabilidade em suas ações diárias (Da Costa et al., 2024).
Os objetivos das campanhas ecológicas vão além da mera disseminação de informações. Elas têm como propósito principal instigar uma reflexão crítica sobre os problemas ambientais locais e globais, como o desperdício de recursos, a poluição e a perda da biodiversidade. Para isso, é necessário que as campanhas adotem uma abordagem educativa e participativa, onde os alunos não apenas aprendam sobre o meio ambiente, mas também se tornem agentes ativos na transformação de sua realidade (Júnior et al., 2024).
Essas campanhas podem abordar diferentes temas relacionados à sustentabilidade, como o uso consciente da água, a redução de resíduos e o incentivo à reciclagem. A escolha dos temas deve ser alinhada à realidade do local e às necessidades da comunidade escolar, garantindo que as ações sejam efetivas e tragam resultados concretos. Além disso, as campanhas precisam ser interativas e estimulantes, com atividades práticas que motivem os estudantes a aplicar os conhecimentos adquiridos de forma tangível (Soares, 2023).
Entre as características das campanhas ecológicas de sucesso, destaca-se o envolvimento de toda a comunidade escolar. Quando alunos, professores, funcionários e pais participam ativamente, a campanha ganha força e gera um impacto maior. Além disso, é fundamental que a campanha seja planejada de forma estruturada, com cronograma, metas claras e uma avaliação constante de seus resultados. O apoio da gestão escolar também é crucial para garantir a execução das ações propostas (Barreto; Zaneti, 2020).
Um exemplo de campanha bem-sucedida é o projeto “Escola Sustentável”, que tem como objetivo promover o consumo consciente entre os alunos e a redução de resíduos nas escolas. A campanha envolve atividades como a coleta seletiva de lixo, a realização de palestras sobre sustentabilidade e a criação de hortas escolares. As ações são desenvolvidas ao longo do ano, com o acompanhamento dos resultados, incentivando os estudantes a se engajarem com o tema de maneira contínua (De Angelis, 2023; Ferreira; Pereira; Fiore, 2024).
Outra campanha de sucesso foi a “Semana do Meio Ambiente”, realizada em várias escolas públicas, que incluiu atividades como plantio de árvores, competições de redação sobre o meio ambiente e exposições sobre práticas sustentáveis. Essa iniciativa resultou em um aumento na conscientização dos alunos sobre o impacto de suas ações no meio ambiente. O sucesso da campanha pode ser atribuído à sua capacidade de envolver diferentes públicos e à utilização de diversas formas de comunicação (Mello, 2007).
Campanhas educativas bem estruturadas podem também integrar práticas pedagógicas inovadoras, como a utilização de metodologias ativas, que incentivam o aprendizado por meio da experiência prática. Um exemplo disso é o uso de projetos interdisciplinares, que abordam temas ambientais a partir de diversas áreas do conhecimento, como ciências, geografia, história e até literatura. Esses projetos permitem que os alunos compreendam a complexidade das questões ambientais de forma holística (Sousa et al., 2024).
Uma das maiores vantagens das campanhas ecológicas no ambiente escolar é o seu potencial de impactar não apenas os alunos, mas também suas famílias. Quando os estudantes adotam práticas sustentáveis, tendem a influenciar suas casas, criando um efeito multiplicador. Isso demonstra que a educação ambiental nas escolas pode ser um catalisador para mudanças que extrapolam o ambiente escolar, afetando a comunidade de maneira ampla e duradoura (Gomes et al., 2024).
O uso de mídias sociais e outras ferramentas digitais tem se mostrado eficaz na amplificação dos impactos das campanhas ecológicas. Com a crescente digitalização da educação, muitas escolas têm utilizado plataformas online para divulgar suas ações e engajar a comunidade escolar. Isso amplia o alcance das campanhas, permitindo que os alunos compartilhem suas iniciativas e tragam mais pessoas para participar das atividades (Da Silva; Antich, 2020).
Além disso, é importante que as campanhas de conscientização ecológica sejam contínuas e não restritas a datas comemorativas, como o Dia da Terra ou o Dia Mundial do Meio Ambiente. A inserção dessas ações no cotidiano escolar é fundamental para a manutenção da conscientização e da prática de hábitos sustentáveis ao longo do ano. Assim, a campanha deixa de ser um evento isolado, transformando-se em uma parte integrante da rotina da escola (Barbosa; De Oliveira, 2020).
Outro ponto fundamental para o sucesso das campanhas ecológicas é a avaliação de seus resultados. A medição do impacto das ações é necessária para verificar se os objetivos propostos foram atingidos e para ajustar as estratégias quando necessário. Isso pode ser feito por meio de pesquisas com os alunos, observação do comportamento dos estudantes e análise dos resultados práticos das atividades realizadas, como a redução do consumo de água ou a quantidade de resíduos reciclados (Da Costa et al., 2024).
Em muitos casos, as campanhas ecológicas também têm como objetivo sensibilizar os alunos sobre a relação entre as ações locais e os impactos globais. A promoção de atividades que abordam a sustentabilidade de maneira global, como debates sobre mudanças climáticas ou projetos de reflorestamento, ajudam os alunos a compreender que as pequenas atitudes podem ter grandes repercussões. Isso contribui para o desenvolvimento de uma consciência crítica e responsável em relação ao meio ambiente (De Angelis, 2023).
As campanhas ecológicas no ambiente escolar não só promovem mudanças ambientais, mas também contribuem para o desenvolvimento de valores como a responsabilidade social e a ética ambiental. Ao participarem ativamente dessas campanhas, os alunos aprendem sobre a importância de se comprometer com causas sociais e ambientais, tornando-se cidadãos mais conscientes e comprometidos com a sustentabilidade (Junior et al., 2024).
Em resumo, as campanhas ecológicas no ambiente escolar são uma importante ferramenta pedagógica que contribui para a conscientização ambiental dos alunos e da comunidade escolar. Ao serem bem planejadas e executadas, essas campanhas podem gerar impactos duradouros, transformando atitudes e comportamentos em relação ao meio ambiente. A integração de diversas metodologias pedagógicas e o uso de mídias digitais, aliados ao apoio da gestão escolar e da comunidade, são essenciais para o sucesso dessas iniciativas (Soares, 2023).
As campanhas escolares de educação ambiental são importantes no desenvolvimento de valores e atitudes voltados para a sustentabilidade entre os alunos. Ao proporcionar experiências práticas, essas iniciativas incentivam os estudantes a refletirem sobre suas ações e suas consequências no meio ambiente, promovendo mudanças de comportamento. O envolvimento direto com a natureza e a análise crítica das questões ambientais contribuem para a formação de cidadãos mais conscientes, capazes de adotar hábitos que respeitem o planeta (Da Silva; Sousa, 2023).
Essas campanhas visam não só à conscientização ambiental, mas também à formação de uma ética voltada para a sustentabilidade. Ao abordar temas como o uso responsável dos recursos naturais e a importância da preservação ambiental, elas incentivam os alunos a refletirem sobre suas responsabilidades individuais e coletivas. O impacto desse tipo de aprendizado vai além da sala de aula, influenciando o comportamento dos estudantes dentro e fora do ambiente escolar (Gomes et al., 2024).
Além disso, as campanhas de educação ambiental nas escolas promovem a integração de diferentes disciplinas, criando um ambiente interdisciplinar onde os alunos podem perceber a relação entre as ciências, a geografia, a história e a ética. Por exemplo, ao estudar o ciclo da água, os alunos compreendem a importância desse recurso, não só para o ser humano, mas para todos os seres vivos, incentivando uma abordagem sistêmica das questões ambientais (Junior; Barbosa, 2023).
A inserção de práticas sustentáveis no cotidiano escolar também favorece a vivência de valores como solidariedade e responsabilidade social. Os alunos aprendem a importância de se unir para resolver problemas ambientais coletivos, como a redução de resíduos e a conservação de espaços verdes. Essa experiência fortalece o entendimento de que as ações individuais podem influenciar a coletividade, promovendo uma cultura de cooperação e engajamento em prol da sustentabilidade (Soares, 2024).
Entretanto, a implementação dessas campanhas enfrenta problemas, especialmente no que se refere à falta de recursos. Muitas escolas, especialmente em regiões com menos investimentos, têm dificuldade em oferecer materiais adequados para a realização de atividades práticas e educativas. A escassez de recursos financeiros pode limitar a capacidade da escola de realizar projetos de educação ambiental de forma eficiente, prejudicando a implementação de atividades que exigem equipamentos e infraestrutura (Mello, 2023).
Além da questão financeira, a falta de formação de professores e de apoio institucional também representa uma barreira para o sucesso das campanhas. Em muitos casos, os educadores não possuem a capacitação necessária para abordar questões ambientais de forma interdisciplinar e dinâmica, o que compromete a qualidade do ensino. A capacitação contínua dos professores é importante para garantir que as campanhas sejam bem estruturadas e possam atender aos objetivos pedagógicos propostos (Almeida et al., 2024).
Outro obstáculo importante à implementação das campanhas escolares de educação ambiental é o engajamento da comunidade escolar, incluindo pais e responsáveis. A colaboração da família e da comunidade é crucial para que as iniciativas alcancem maior efetividade e continuem além do período escolar. Sem o apoio da comunidade, é difícil sustentar as práticas sustentáveis no longo prazo, uma vez que a escola sozinha não consegue criar uma mudança duradoura na cultura ambiental dos alunos (Barreto; Zaneti, 2020).
O engajamento da comunidade escolar pode ser um desafio, especialmente em contextos onde as questões ambientais não são vistas como prioridade. Em algumas localidades, a conscientização sobre a importância da preservação ambiental ainda é limitada, e a participação ativa de pais e alunos nas campanhas pode ser reduzida. A mobilização da comunidade exige um trabalho contínuo de sensibilização, que deve envolver não só os alunos, mas também a gestão escolar e as famílias (De Angelis, 2023).
Além disso, a falta de apoio governamental e de políticas públicas voltadas para a educação ambiental pode dificultar a implementação de campanhas eficazes. Muitas vezes, a ausência de legislação específica que incentive a sustentabilidade nas escolas impede que as iniciativas avancem de forma ampla. Isso revela a necessidade de maior integração entre as políticas educacionais e ambientais, para garantir que as campanhas de educação ambiental recebam o apoio institucional necessário (Sousa et al., 2024).
Uma estratégia para superar esses obstáculos é a criação de parcerias com organizações não governamentais (ONGs) e empresas que possam fornecer recursos, materiais didáticos e apoio técnico para as campanhas. Muitas ONGs desenvolvem programas de educação ambiental voltados para a comunidade escolar, oferecendo suporte na execução de projetos e garantindo maior alcance às ações (Da Costa et al., 2024).
Embora as dificuldades sejam consideráveis, é importante destacar que as campanhas escolares de educação ambiental têm o poder de gerar mudanças duradouras na forma como os alunos percebem e interagem com o meio ambiente. O impacto dessas campanhas não se limita à educação formal, mas também influencia o comportamento das famílias e da comunidade, criando uma rede de conscientização que pode se expandir e alcançar outras esferas da sociedade (Gomes et al., 2024).
A chave para superar as barreiras à implementação das campanhas escolares de educação ambiental está na criação de um ambiente colaborativo, onde todos os envolvidos – escola, alunos, pais e comunidade – possam contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento de uma cultura de sustentabilidade. A partir de uma ação conjunta, é possível minimizar as dificuldades e maximizar os benefícios dessas campanhas (Soares, 2023).
Os resultados mais evidentes das campanhas podem ser observados a longo prazo, quando os alunos se tornam adultos mais responsáveis e conscientes de suas ações. A educação ambiental nas escolas, quando bem implementada, tem o poder de transformar a sociedade, gerando uma rede de cidadãos mais engajados e comprometidos com a preservação ambiental. O desafio, portanto, está em encontrar formas de superar as barreiras financeiras e institucionais para que essas campanhas alcancem o maior número de estudantes possível (Junior et al., 2024).
Em síntese, as campanhas de educação ambiental nas escolas trazem resultados positivos para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis, mas enfrentam obstáculos que precisam ser superados por meio de esforços colaborativos e investimentos adequados. Ao desenvolver valores e atitudes sustentáveis, essas campanhas contribuem para a construção de um futuro mais equilibrado e justo, no qual as gerações futuras possam viver de forma harmônica com o meio ambiente (Mello, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O artigo discutiu a importância das campanhas escolares de educação ambiental como uma ferramenta fundamental na formação de atitudes sustentáveis entre os estudantes. Destacou-se que, por meio dessas campanhas, é possível promover a conscientização sobre questões ambientais, como o descarte adequado de resíduos e a preservação dos recursos naturais, estimulando comportamentos responsáveis desde a infância. Além disso, a pesquisa mostrou que essas iniciativas têm um impacto positivo não só nos alunos, mas também na comunidade escolar como um todo, criando um ambiente mais colaborativo e engajado com a sustentabilidade.
A importância das campanhas ecológicas no ambiente escolar foi reforçada, uma vez que elas contribuem para a construção de uma cultura ambientalmente consciente, que pode influenciar a sociedade em geral. Contudo, foi identificado que, para que essas campanhas sejam ainda mais eficazes, é necessário superar problemas como a falta de recursos e a escassez de engajamento por parte de alguns membros da comunidade escolar. Para enfrentar essas dificuldades, uma das sugestões apresentadas é a formação de parcerias com ONGs e com a comunidade local, a fim de viabilizar recursos e ampliar o alcance das campanhas, tornando-as mais inclusivas e impactantes.
A proposta é ampliar e fortalecer as campanhas ecológicas nas escolas, com a colaboração de diferentes atores sociais. Parcerias com ONGs podem trazer expertise e recursos financeiros, enquanto a comunidade local pode atuar diretamente na implementação das campanhas, aumentando o engajamento e a continuidade das ações. Essa integração entre escola, comunidade e organizações externas pode tornar as iniciativas mais sustentáveis, fortalecendo o compromisso com a educação ambiental e promovendo uma mudança real e duradoura nas atitudes e comportamentos em relação ao meio ambiente.
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