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Resumo
INTRODUÇÃO
No cenário contemporâneo da educação, o ensino de língua portuguesa assume um papel fundamental na formação dos indivíduos, refletindo a crescente demanda por habilidades linguísticas e interculturais em um mundo cada vez mais globalizado e interconectado. A proficiência em português transcende a mera competência comunicativa, abrangendo a capacidade de interação em contextos multiculturais, o uso crítico de ferramentas tecnológicas e a preparação para os desafios do século XXI. Nesse contexto, a integração de tecnologia e inovação no ensino de português emerge como uma abordagem transformadora, capaz de dinamizar e enriquecer o processo de aprendizagem, alinhando-se às expectativas e necessidades dos alunos da era digital.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ao estabelecer diretrizes para o ensino de língua portuguesa, reforça a importância da incorporação de tecnologias digitais como parte integrante do processo educativo. Essa orientação reflete uma visão de educação que valoriza a inclusão, a diversidade cultural e o desenvolvimento integral dos estudantes, preparando-os não apenas para o mercado de trabalho, mas também para a participação ativa e crítica na sociedade. A BNCC, portanto, reconhece que a tecnologia não é um mero recurso auxiliar, mas um elemento central para a construção de uma educação mais acessível, personalizada e alinhada com as demandas do mundo atual.
Diante desse panorama, este estudo tem como objetivo analisar a relação entre tecnologia, inovação e o ensino de língua portuguesa, com foco nas diretrizes propostas pela BNCC. Ao investigar os benefícios, desafios e oportunidades decorrentes da integração de tecnologias digitais no ensino de português, busca-se contribuir para uma reflexão crítica sobre as práticas pedagógicas vigentes e para a proposição de estratégias que promovam uma educação de qualidade, inclusiva e alinhada com as necessidades dos estudantes. A relevância deste estudo reside no fato de que a tecnologia e a inovação têm se tornado pilares centrais no contexto educacional, exigindo uma revisão constante das metodologias e dos recursos utilizados em sala de aula.
Este trabalho visa fornecer conhecimento para educadores, gestores e demais profissionais da área da educação, ao destacar as potencialidades e os obstáculos associados ao uso de tecnologias no ensino de português. Ao propor uma análise crítica das práticas atuais, espera-se fomentar o desenvolvimento de políticas e abordagens pedagógicas mais eficientes, que considerem as particularidades dos alunos e os desafios impostos pela realidade educacional brasileira. Em última instância, este estudo busca promover uma reflexão aprofundada sobre o papel da tecnologia e da inovação na educação, com vistas a aprimorar continuamente o processo de ensino e aprendizagem.
Metodologicamente, este estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa e descritiva, baseada em revisão de literatura. Por meio dessa abordagem, busca-se explorar e analisar criticamente o conhecimento já produzido sobre o tema, identificando tendências, lacunas e perspectivas relevantes no contexto do ensino de língua inglesa e do uso de tecnologias digitais, conforme previsto na BNCC.
DESENVOLVIMENTO
O ENSINO DE PORTUGUÊS E SEUS DESAFIOS
Na versão atualizada da LDB (BRASIL, 1996), houve a determinação do ensino do português a partir da quinta série do ensino fundamental, que correspondia ao atual sexto ano; com a “possibilidade” de “escolha” pela língua portuguesa moderna pela comunidade escolar:
Art. 26; §5º Na parte diversificada do currículo será incluída, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua portuguesa moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição (Brasil, 1996).
A finalidade da inserção de uma língua portuguesa moderna no currículo, no caso a língua portuguesa, era poder inserir o aluno no mundo social. O ensino de Português assume um papel central na educação contemporânea, dada sua relevância como língua franca global. Em um mundo marcado pela globalização e pela interdependência cultural e econômica, o domínio do Português tornou-se uma competência essencial para a inserção no mercado de trabalho, o acesso ao conhecimento científico e tecnológico e a participação ativa em contextos multiculturais (Tonelli, 2023). No entanto, apesar de sua importância, o ensino de português enfrenta uma série de desafios que impactam tanto os alunos quanto os professores, exigindo reflexões e estratégias para superá-los.
A relevância do ensino de Português está intrinsecamente ligada à sua função como ferramenta de comunicação global. Como destacam Leite, Oliveira e Almeida Coura (2020), o português é amplamente utilizado em áreas como negócios, diplomacia, ciência e cultura, sendo fundamental para a integração em um mundo interconectado.
Aprender a língua portuguesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural, em que as fronteiras entre países e interesses pessoais, locais, regionais, nacionais e transnacionais estão cada vez mais difusas e contraditórias. Assim, o estudo da língua portuguesa pode possibilitar a todos o acesso aos saberes linguísticos necessários para engajamento e participação, contribuindo para o agenciamento crítico dos estudantes e para o exercício da cidadania ativa, além de ampliar as possibilidades de interação e mobilidade abrindo novos percursos de construção de conhecimentos e de continuidade nos estudos. É esse caráter formativo que inscreve a aprendizagem de inglês em uma perspectiva de educação linguística, consciente e crítica, na qual as dimensões pedagógicas estão intrinsecamente ligadas (Brasil, 2018, p.241).
No entanto, a complexidade da língua, aliada a fatores contextuais, gera obstáculos significativos para alunos e educadores. Entre os principais desafios enfrentados pelos alunos estão a dificuldade com a pronúncia e entonação, a complexidade gramatical, o vasto vocabulário e o medo de cometer erros, fatores que podem comprometer a confiança e a motivação (Conserva; Costa, 2020; Anjos, 2020). Além disso, a falta de exposição ao idioma fora da sala de aula e o acesso limitado a recursos educacionais atualizados agravam essas dificuldades (Oliveira; Cassoli, 2020).
Por outro lado, os professores de português também enfrentam desafios significativos. A diversidade linguística e cultural nas salas de aula exige adaptações constantes nas metodologias de ensino, a fim de atender às necessidades individuais dos alunos (Santos, 2022). A escassez de recursos materiais e tecnológicos, bem como a falta de capacitação continuada, limita a eficácia do ensino, especialmente em regiões menos desenvolvidas (fradão, 2020). Além disso, a pressão por resultados em exames padronizados e a necessidade de manter os alunos motivados em um contexto de desinteresse crescente representam desafios adicionais (Moura, 2022; Silva; Schlemper; Camargo, 2021).
Para superar esses obstáculos, é essencial adotar uma abordagem colaborativa e multifacetada. Como apontam Oliveira e Cassoli (2020), a motivação dos alunos pode ser estimulada por meio de práticas pedagógicas inovadoras e contextualizadas, que integrem tecnologia e materiais autênticos. Moura (2022) reforça a importância de uma aprendizagem ativa e envolvente, que valorize os erros como parte do processo de aquisição da língua. Além disso, investimentos em recursos educacionais, capacitação docente e políticas públicas que promovam a equidade no acesso à educação são fundamentais para garantir um ensino de qualidade (Sousa Silva, 2022).
A superação desses desafios é fundamental para a construção de uma educação inclusiva e alinhada com as demandas do século XXI. Conforme destacam Silva, Schlemper e Camargo (2021), uma educação de qualidade deve preparar os alunos não apenas para a proficiência linguística, mas também para o desenvolvimento de competências interculturais, críticas e colaborativas. Nesse sentido, o ensino de português deve ser entendido como um instrumento de empoderamento, capaz de promover a equidade e a inclusão social, preparando os alunos para atuar em um mundo globalizado e diversificado (Santos, 2022).
ESTRATÉGIAS E INICIATIVAS QUE PODEM SER IMPLEMENTADAS PARA ENFRENTAR OS DESAFIOS
Superar os desafios no ensino de Português exige uma abordagem completa, que considere as necessidades dos alunos, dos professores e do sistema educacional como um todo. A diversidade nas salas de aula, caracterizada por diferentes origens linguísticas, culturais e socioeconômicas, requer práticas pedagógicas inclusivas e adaptadas. Conforme Anjos (2020), os professores devem adotar estratégias que valorizem a diversidade, adaptando currículos, materiais e avaliações para atender às necessidades individuais dos alunos.
A incorporação de recursos que reflitam a pluralidade cultural, como textos, vídeos e músicas, pode tornar o ensino de inglês mais relevante e significativo (Silva; Schlemper; Camargo, 2021). Além disso, a promoção da colaboração entre pares, como sugere Terrazas (2023), permite que os alunos aprendam uns com os outros, desenvolvendo habilidades interculturais e de comunicação.
A falta de recursos adequados, tanto materiais quanto tecnológicos, é outro desafio significativo. Para enfrentá-lo, é essencial investir em materiais didáticos atualizados, tecnologia educacional e capacitação docente. Parcerias com instituições governamentais, organizações não governamentais e empresas privadas podem ampliar o acesso a esses recursos (Sousa Silva, 2022). A integração de ferramentas digitais, como plataformas online e aplicativos interativos, pode enriquecer o processo de ensino e aprendizagem, oferecendo oportunidades personalizadas e flexíveis (Silva; Schlemper; Camargo, 2021). Além disso, programas de desenvolvimento profissional contínuo são fundamentais para capacitar os professores a utilizar esses recursos de forma eficaz (Vetromille-Castro; Kieling, 2022).
A motivação dos alunos é um desafio central no ensino de português. Para superá-lo, é necessário adotar estratégias que tornem o aprendizado mais dinâmico e relevante. Anjos (2020) sugere a utilização de métodos interativos, como jogos, simulações e projetos, que engajem os alunos ativamente. A conexão do conteúdo com os interesses dos alunos, como música, cinema e questões sociais, também pode aumentar seu engajamento (Silva; Schlemper; Camargo, 2021). Além disso, o feedback construtivo e o incentivo à autonomia no aprendizado são essenciais para manter os alunos motivados e confiantes (Vetromille-Castro; Kieling, 2022).
A resistência à mudança e à adoção de novas metodologias é outro obstáculo a ser superado. Segundo Moura (2022), é fundamental promover uma cultura de inovação e aprendizado contínuo entre os professores, por meio de programas de capacitação e oportunidades de colaboração. As instituições educacionais devem fornecer suporte e recursos para facilitar a implementação de práticas inovadoras, além de envolver os professores no processo de tomada de decisões (Sousa Silva, 2022). Reconhecer e valorizar os esforços dos educadores que buscam inovar também é fundamental para fomentar uma cultura de melhoria contínua (Santos, 2021).
A avaliação no ensino de Português deve ser repensada para que seja autêntica, formativa e inclusiva. Terrazas (2023) propõe a utilização de diversos instrumentos de avaliação, como portfólios, apresentações orais e autoavaliações, que permitam uma visão abrangente do progresso dos alunos. O feedback descritivo e construtivo, aliado a avaliações formativas regulares, ajuda os alunos a identificar suas áreas de melhoria e a desenvolver habilidades metacognitivas (Sousa; Oliveira; Martins, 2020). Além disso, é essencial garantir que as avaliações sejam equitativas e acessíveis, considerando as necessidades individuais dos alunos (Sousa Silva, 2022).
A falta de recursos tecnológicos pode ser reduzida por meio de parcerias estratégicas e investimentos em infraestrutura. Moura (2022) destaca a importância de mobilizar recursos por meio de colaborações com instituições públicas e privadas. A criação de ambientes de aprendizagem digitais, como plataformas online e salas de aula virtuais, pode ampliar o acesso a recursos educacionais interativos (Pisetta; Bailer; Barbosa, 2020). A capacitação dos professores para o uso eficaz dessas ferramentas é igualmente fundamental, assim como a promoção da equidade no acesso à tecnologia, garantindo que todos os alunos possam se beneficiar desses recursos (Vetromille-Castro; Kieling, 2022).
A superação dos desafios no ensino de português requer uma abordagem integrada, que combine práticas pedagógicas inclusivas, investimentos em recursos e tecnologia, capacitação docente e avaliações formativas. Essas estratégias, quando implementadas de forma colaborativa e sistemática, podem promover um ensino de português mais eficaz, inclusivo e alinhado com as demandas do século XXI.
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
A tecnologia tem se consolidado como um elemento transformador no ensino de língua portuguesa, oferecendo ferramentas e recursos que ampliam as possibilidades pedagógicas e enriquecem a experiência de aprendizagem. Sua importância reside na capacidade de tornar o processo de ensino mais dinâmico, interativo e personalizado, alinhando-se às necessidades individuais dos alunos e às demandas de um mundo cada vez mais digitalizado e globalizado (Santos; Costa; Santos, 2020).
Uma das principais contribuições da tecnologia é o acesso a uma ampla variedade de recursos educacionais, como aplicativos móveis, plataformas online, softwares de aprendizagem de idiomas, vídeos interativos e jogos educativos. Esses recursos não apenas tornam o aprendizado mais envolvente e motivador, mas também permitem que os alunos explorem diferentes aspectos da língua portuguesa de forma autônoma e contextualizada. Por exemplo, ferramentas de reconhecimento de voz e correção automática de textos possibilitam a prática e o aprimoramento das habilidades linguísticas de maneira imediata e eficaz, promovendo o desenvolvimento da compreensão auditiva, leitura, escrita e fala (Santana, 2020).
A tecnologia desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão e da diversidade em sala de aula. Ao oferecer suporte a diferentes estilos de aprendizagem e necessidades individuais, como no caso de alunos com dificuldades específicas ou de diferentes origens culturais, a tecnologia permite que o aprendizado ocorra de forma personalizada e no ritmo de cada estudante. Ferramentas como legendas automáticas, tradutores online e materiais multimídia facilitam a compreensão e a participação de todos, independentemente de suas limitações ou contextos (Santos; Costa; Santos, 2020). Ainda, plataformas de comunicação e colaboração online possibilitam o intercâmbio cultural entre alunos de diferentes partes do mundo, fortalecendo a compreensão intercultural e a capacidade de comunicação em contextos globais.
Outro aspecto relevante é o papel da tecnologia na preparação dos alunos para os desafios do século XXI. Ao integrar ferramentas digitais no ensino de português, os estudantes desenvolvem não apenas competências linguísticas, mas também habilidades digitais essenciais para o mercado de trabalho contemporâneo. O domínio de tecnologias educacionais e a familiaridade com ambientes digitais capacitam os alunos a atuar em contextos multiculturais e globalizados, ampliando suas oportunidades profissionais e acadêmicas (Santana, 2020).
No entanto, para que a tecnologia cumpra seu potencial no ensino de português, é essencial que os educadores estejam preparados para integrá-la de forma crítica e pedagógica em suas práticas. Isso requer investimentos em capacitação docente, infraestrutura tecnológica e políticas públicas que garantam o acesso equitativo a esses recursos. A formação continuada dos professores é fundamental para que possam explorar as ferramentas digitais de maneira eficaz, adaptando-as aos objetivos de aprendizagem e às necessidades dos alunos (Santos; Costa; Santos, 2020).
A tecnologia e a inovação são aliadas poderosas no ensino de língua portuguesa, proporcionando experiências de aprendizagem mais dinâmicas, inclusivas e alinhadas com as demandas do mundo moderno. Ao integrar essas ferramentas de forma estratégica e reflexiva, os educadores podem não apenas enriquecer o processo de ensino e aprendizagem, mas também preparar os alunos para atuar de maneira competente e crítica em um cenário globalizado e digital.
DIRETRIZES DA BNCC PARA O USO DE TECNOLOGIAS NO ENSINO DE PORTUGUÊS
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento normativo que estabelece os conhecimentos, competências e habilidades essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da educação básica no Brasil. Ela foi instituída pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em 1996 e revisada em 2017, sendo resultado de um amplo processo de consulta e colaboração entre especialistas, educadores, gestores, pais e alunos.
A BNCC define os objetivos de aprendizagem em todas as etapas da educação básica, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, e em todas as áreas do conhecimento, incluindo linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas, entre outras. Ela estabelece o que os alunos devem aprender em cada etapa escolar, respeitando as características regionais, culturais e sociais do país (Santos, Burlamaqui, 2020).
Um dos principais objetivos da BNCC é promover uma educação de qualidade, garantindo que todos os alunos tenham acesso a uma formação integral e equitativa. Para isso, o documento define um conjunto de competências gerais, como o desenvolvimento do pensamento crítico, criativo, colaborativo e ético, que são essenciais para o pleno exercício da cidadania e para a inserção dos alunos na sociedade contemporânea (Oliveira, 2021).
A BNCC também estabelece diretrizes para a organização curricular das escolas, orientando a elaboração dos currículos escolares em todo o país. Ela define os temas transversais, os conteúdos mínimos obrigatórios e as habilidades essenciais que devem ser desenvolvidas em cada área do conhecimento, proporcionando uma base comum para a educação em todo o território nacional (Santos, Burlamaqui, 2020).
A BNCC reconhece a importância da diversidade e da inclusão na educação, promovendo o respeito à pluralidade cultural, étnica, social e de gênero. Ela valoriza a diversidade de saberes e práticas pedagógicas, incentivando a adoção de abordagens inclusivas e contextualizadas que atendam às necessidades e características de todos os alunos (Greggio, Zamoner, 2022).
A BNCC por si só não alterará o quadro de desigualdade ainda presente na Educação Básica do Brasil, mas é essencial para que a mudança tenha início porque, além dos currículos, influenciará a formação inicial e continuada dos educadores, a produção de materiais didáticos, as matrizes de avaliações e os exames nacionais que serão revistos à luz do texto homologado da Base (Brasil, 2018, p.7).
A BNCC é um instrumento fundamental para orientar a educação no Brasil, estabelecendo os princípios, valores e objetivos que norteiam a formação dos alunos ao longo da educação básica. Ela busca garantir uma educação de qualidade, equitativa e inclusiva, preparando os alunos para os desafios e oportunidades do século XXI (Oliveira, 2021).
A BNCC estabelece diretrizes fundamentais para o ensino de língua portuguesa no Brasil, reconhecendo a importância do uso de tecnologias digitais como ferramentas pedagógicas para promover um aprendizado mais significativo e contextualizado. O documento destaca a necessidade de desenvolver competências comunicativas, interculturais e digitais nos alunos, preparando-os para atuar de forma crítica e autônoma na sociedade contemporânea (Amorim; Gomes, 2020).
O uso de tecnologias no ensino da língua portuguesa, conforme previsto na BNCC, visa proporcionar uma experiência de aprendizagem mais dinâmica, interativa e personalizada para os alunos. As tecnologias digitais oferecem uma variedade de recursos e ferramentas que podem enriquecer o ensino e aprendizado do idioma, permitindo que os alunos explorem diferentes aspectos da língua de maneira mais envolvente e motivadora (Alcântara Alencar; Silva Santos; Silva, 2022).
Um dos objetivos da BNCC é promover a formação de cidadãos críticos e participativos, capazes de se comunicar efetivamente em diferentes contextos e culturas. Nesse sentido, o uso de tecnologias no ensino da língua portuguesa pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades comunicativas, interculturais e digitais nos alunos, preparando-os para interagir em um mundo globalizado e digital (Santana; Kupske, 2020).
A BNCC também destaca a importância de promover a inclusão e a equidade no ensino de língua portuguesa, reconhecendo a diversidade de habilidades, necessidades e contextos dos alunos. O uso de tecnologias digitais pode ajudar a atender às necessidades individuais dos alunos, oferecendo recursos diferenciados e adaptados às suas características e preferências de aprendizagem (Silva; Pacheco, 2020).
A BNCC enfatiza a importância de desenvolver competências digitais nos alunos ao longo da educação básica, reconhecendo que o domínio das tecnologias digitais é fundamental para a participação ativa e crítica na sociedade contemporânea. O uso de tecnologias no ensino da língua portuguesa pode contribuir para o desenvolvimento dessas competências, preparando os alunos para utilizar as tecnologias de forma responsável, ética e eficaz em diferentes contextos (Marson, 2021).
É importante ressaltar que o uso de tecnologias no ensino da língua portuguesa deve ser orientado por uma abordagem pedagógica cuidadosamente planejada e alinhada aos objetivos de aprendizagem estabelecidos na BNCC. Os professores devem ser capacitados e apoiados para utilizar as tecnologias de forma eficaz, promovendo um ensino mais significativo e relevante para os alunos (Conceição; Santos, 2022).
As diretrizes da BNCC para o uso de tecnologias no ensino de Português são fundamentais para adaptar as práticas pedagógicas às necessidades dos alunos e aproveitar o potencial das ferramentas digitais para enriquecer o processo de ensino e aprendizagem (Garcez; Santos, 2023).
A BNCC propõe que as tecnologias digitais sejam incorporadas de maneira transversal no currículo, permitindo que os alunos desenvolvam competências digitais em diversas áreas do conhecimento, incluindo a Língua Portuguesa (Brasil, 2018). É fundamental promover a alfabetização e o letramento digital, assegurando que os estudantes tenham acesso e saibam utilizar as tecnologias disponíveis, desenvolvendo uma compreensão crítica e responsável das informações que circulam nos meios digitais (Brasil, 2018). O ensino do Português deve focar em práticas de linguagem que envolvam a comunicação efetiva e contextualizada. O uso de tecnologias facilita a produção e interpretação de textos orais e escritos em situações reais (Brasil, 2018).
As diretrizes incentivam práticas pedagógicas que promovam a autonomia dos alunos, permitindo que eles gerenciem seu próprio processo de aprendizagem por meio do uso de recursos tecnológicos (Brasil, 2018). A BNCC enfatiza o desenvolvimento de competências linguísticas e a promoção da interculturalidade, utilizando tecnologias para explorar diferentes culturas e contextos linguísticos (Brasil, 2018). Os alunos devem ser incentivados a utilizar novas linguagens e modos de interação nas mídias digitais, desenvolvendo habilidades para compartilhar, pesquisar e se posicionar eticamente (Brasil, 2018).
Dentre as principais orientações da BNCC, destacam-se a integração das tecnologias digitais de forma transversal e articulada com os conteúdos curriculares. Isso significa que as tecnologias devem ser utilizadas como ferramentas complementares ao ensino de português, facilitando a exploração de diferentes temas, habilidades e competências previstos na BNCC (Francisco; Parisotto, 2021).
De acordo com BNCC as tecnologias digitais podem ser empregadas para promover a interação entre os alunos e estimular a colaboração em atividades de aprendizagem. Ferramentas como fóruns de discussão, redes sociais e plataformas de colaboração permitem que os alunos compartilhem ideias, trabalhem em equipe e construam conhecimento de forma colaborativa Santana, 2020).
A BNCC reconhece a importância de adaptar o ensino às necessidades individuais dos alunos. Nesse sentido, as tecnologias digitais podem ser utilizadas para oferecer experiências de aprendizagem mais personalizadas, por meio de recursos como jogos educativos, tutoriais interativos e ambientes virtuais de aprendizagem (Conceição; Santos, 2022).
O uso de tecnologias no ensino de Português deve incentivar a autonomia dos alunos e estimular sua criatividade. Ferramentas como editores de texto, softwares de áudio e vídeo e aplicativos de criação permitem que os alunos expressem suas ideias de forma criativa, desenvolvam projetos próprios e explorem sua individualidade linguística (Santos, Burlamaqui, 2020).
Além de promover a aprendizagem da língua portuguesa, as tecnologias digitais também podem contribuir para o desenvolvimento de competências digitais essenciais para a participação ativa na sociedade contemporânea. A BNCC incentiva o uso responsável e crítico das tecnologias, capacitando os alunos a utilizar as ferramentas digitais de forma ética, segura e eficaz (Costa Rosa; Duboc; Siqueira, 2023).
O uso de tecnologias no ensino da língua portuguesa, conforme previsto na BNCC, oferece uma oportunidade única para promover um aprendizado mais dinâmico, interativo e contextualizado, preparando os alunos para os desafios e oportunidades do mundo contemporâneo (Torres; Terres, 2021). Ao integrar efetivamente as tecnologias digitais em suas práticas de ensino, os educadores podem enriquecer a experiência de aprendizagem dos alunos e prepará-los para atuar de forma crítica, comunicativa e digitalmente competente na sociedade atual.
METODOLOGIA
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa e descritiva, cujo objetivo é analisar a relação entre tecnologia, inovação e o ensino de língua portuguesa, com foco nas diretrizes propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A abordagem qualitativa foi escolhida por permitir uma análise aprofundada e contextualizada do tema, enquanto a natureza descritiva visa sistematizar e interpretar as informações disponíveis na literatura, identificando tendências, lacunas e perspectivas relevantes.
A pesquisa baseia-se em uma revisão de literatura, que consiste na coleta, análise e interpretação de estudos já publicados sobre o tema. Para isso, foram selecionadas fontes bibliográficas de caráter acadêmico e científico, como artigos científicos, dissertações, teses, livros e documentos oficiais, incluindo a própria BNCC. A seleção dos materiais foi realizada a partir de critérios como relevância temática, atualidade e contribuição para o entendimento do uso de tecnologias digitais no ensino de português.
O processo de revisão de literatura foi organizado em três etapas principais. Na primeira etapa, foram identificadas as principais bases de dados e repositórios acadêmicos, como SciELO, CAPES, Google Acadêmico e bibliotecas digitais, para a busca de materiais. Utilizaram-se descritores como “tecnologia no ensino de português”, “inovação na educação”, “BNCC e ensino de língua portuguesa” e “tecnologias digitais na educação”. Na segunda etapa, os materiais selecionados foram categorizados e analisados de forma crítica, com o objetivo de identificar os benefícios, desafios e oportunidades associados à integração de tecnologias no ensino de português, bem como as diretrizes da BNCC relacionadas ao tema. Por fim, na terceira etapa, os resultados da análise foram sistematizados e interpretados, permitindo a construção de reflexões e considerações sobre o tema.
A análise dos dados foi realizada por meio de uma abordagem temática, na qual os conteúdos dos materiais revisados foram organizados em categorias temáticas. Essa organização permitiu uma compreensão abrangente e estruturada do tema, além de facilitar a identificação de lacunas e perspectivas para futuras pesquisas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada sobre a relação entre tecnologia, inovação e o ensino de língua portuguesa, à luz das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), evidencia a importância fundamental da integração de ferramentas digitais no ambiente educacional contemporâneo. A análise dos benefícios e desafios associados a essa integração revela que, embora existam obstáculos a serem superados, as oportunidades para enriquecer o processo de aprendizagem são significativas e promissoras.
A tecnologia, quando utilizada de forma estratégica, não apenas potencializa a competência comunicativa dos alunos, mas também amplia suas habilidades interculturais e críticas, preparando-os para um mundo globalizado e dinâmico. A BNCC, ao enfatizar a inclusão e a diversidade cultural, reforça que a educação deve ser um espaço de formação integral, onde os estudantes se sintam empoderados para participar ativamente da sociedade.
Este estudo destaca a necessidade de uma reflexão contínua sobre as práticas pedagógicas vigentes. É fundamental que educadores e gestores estejam abertos à inovação e dispostos a revisar suas metodologias para atender às demandas dos alunos da era digital. A formação continuada dos profissionais da educação é um aspecto essencial para garantir que as tecnologias sejam utilizadas de maneira eficaz e significativa.
Este trabalho não apenas contribui para o entendimento das potencialidades do uso de tecnologias no ensino de português, mas também serve como um convite à ação. É imprescindível que todos os envolvidos no processo educativo se unam em prol da construção de uma educação mais inclusiva, acessível e alinhada com as necessidades do século XXI. Ao promover essa transformação, estaremos não apenas melhorando o ensino de língua portuguesa, mas também preparando nossos estudantes para os desafios do futuro com confiança e competência.
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