A Importância da Pesquisa em Educação Química na Formação de Professores que Ensinam Química

THE IMPORTANCE OF RESEARCH IN CHEMISTRY EDUCATION FOR THE TRAINING OF CHEMISTRY TEACHERS

LA IMPORTANCIA DE LA INVESTIGACIÓN EN EDUCACIÓN QUÍMICA EN LA FORMACIÓN DE PROFESORES QUE ENSEÑAN QUÍMICA

Autor

José Carlos Claudino da Silva
ORIENTADOR
Prof. Cleberson Vieira de Araújo

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/D869E1

DOI

Silva, José Carlos Claudino da . A Importância da Pesquisa em Educação Química na Formação de Professores que Ensinam Química. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este artigo aborda a importância da pesquisa na construção do conhecimento didático e metodológico, na compreensão das dificuldades dos alunos e na aplicação de metodologias ativas no ensino de Química. Além de contribuir para a formação inicial e continuada dos docentes, a pesquisa possibilita a integração entre teoria e prática, promovendo reflexões críticas sobre o ensino e estimulando abordagens inovadoras e eficazes. A partir de uma análise bibliográfica, o estudo ressalta a necessidade de alinhar a formação docente às investigações contemporâneas, incentivando práticas pedagógicas fundamentadas em evidências científicas para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, a pesquisa em Educação Química configura-se como um elemento essencial para a melhoria da qualidade do ensino, possibilitando a formação de professores mais bem preparados para atender às exigências do ambiente escolar.
Palavras-chave
educação química; formação de professores; pesquisa; ensino de química.

Summary

This article addresses the importance of research in the construction of didactic and methodological knowledge, in understanding students’ difficulties, and in the application of active methodologies in Chemistry teaching. In addition to contributing to the initial and ongoing professional development of teachers, research enables the integration of theory and practice, fostering critical reflections on teaching and encouraging innovative and effective approaches. Based on a bibliographic analysis, the study emphasizes the need to align teacher training with contemporary research, promoting pedagogical practices grounded in scientific evidence to enhance the teaching-learning process. Thus, research in Chemical Education is an essential element for improving the quality of teaching, enabling the training of better-prepared teachers to meet the demands of the school environment.
Keywords
chemical education; teacher training; research; chemistry teaching.

Resumen

Este artículo aborda la importancia de la investigación en la construcción del conocimiento didáctico y metodológico, en la comprensión de las dificultades de los estudiantes y en la aplicación de metodologías activas en la enseñanza de la Química. Además de contribuir a la formación inicial y continua de los docentes, la investigación posibilita la integración entre la teoría y la práctica, promoviendo reflexiones críticas sobre la enseñanza y estimulando enfoques innovadores y eficaces. A partir de un análisis bibliográfico, el estudio destaca la necesidad de alinear la formación docente con las investigaciones contemporáneas, fomentando prácticas pedagógicas basadas en evidencias científicas para mejorar el proceso de enseñanza-aprendizaje. De esta forma, la investigación en Educación Química se configura como un elemento esencial para la mejora de la calidad de la enseñanza, posibilitando la formación de profesores mejor preparados para atender a las demandas del entorno escolar.
Palavras-clave
educación química; formación de profesores; investigación; enseñanza de química.

INTRODUÇÃO

A Química é a ciência que estuda a composição, estrutura, propriedades e transformações das substâncias. Essencial para a sociedade, está presente em áreas como saúde, tecnologia, agricultura e meio ambiente. Ela permite avanços em medicamentos, materiais inovadores, fertilizantes seguros e energias renováveis, promovendo o bem-estar humano, a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. A educação química desempenha um papel essencial na sociedade moderna, influenciando diversos aspectos do cotidiano e contribuindo significativamente para o progresso e qualidade de vida da sociedade. Ao compreender a química, os indivíduos são capacitados a tomar decisões informadas e a entender melhor o mundo que os cerca, uma vez que esta ciência está presente em praticamente tudo o que nos envolve. (Schnetzler, 2004).

Os estudos na área de Educação Química têm contribuído para a implementação de metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em problemas e o uso de tecnologias digitais no ensino de química. Ao mesmo tempo, essas pesquisas permitem um entendimento mais profundo sobre a formação de conceitos científicos e sobre os desafios encontrados pelos estudantes no aprendizado de tópicos complexos da química.

O campo da Educação Química começou a se consolidar como área de pesquisa nas últimas décadas, ganhando importância na formação de professores e no desenvolvimento de metodologias de ensino voltadas para a Química.

A formação em Educação Química enfrenta desafios como a falta de materiais didáticos atualizados, resistência a metodologias ativas e a necessidade de docentes qualificados. Contudo, as perspectivas são positivas, com a valorização da formação continuada e a expansão de programas de pós-graduação, que promovem uma educação científica de qualidade e acessível, formando mestres aptos a atuar no ensino e na pesquisa educacional.

Este trabalho, de natureza bibliográfica, tem como objetivo reunir e analisar contribuições teóricas que abordam estratégias voltadas à facilitação da compreensão dos conceitos químicos, bem como ao estímulo do pensamento crítico no processo de ensino-aprendizagem. A pesquisa propõe-se a investigar metodologias de ensino, concepções dos estudantes, desafios enfrentados na aprendizagem de Química e o uso de estratégias didáticas eficazes. Além disso, busca promover uma reflexão sobre a formação docente, ressaltando a importância da articulação entre teoria e prática, bem como da utilização de recursos pedagógicos que potencializam o ensino. Nesse sentido, a pesquisa bibliográfica em Educação Química revela-se fundamental para a qualificação do professor, contribuindo para uma formação contínua e alinhada às atuais demandas do ensino de Ciências.

O PAPEL DA PESQUISA NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE QUÍMICA

A formação inicial do professor de Química exige mais do que a mera apropriação de conteúdos disciplinares. A pesquisa desempenha um papel central nesse processo, pois possibilita a construção de um conhecimento crítico e reflexivo sobre a própria prática docente e sobre os fenômenos químicos.

De acordo com Morini et al. (2019), ao inserir a pesquisa na formação docente, o futuro professor desenvolve habilidades investigativas, aprimora sua compreensão sobre o ensino e se torna mais preparado para enfrentar desafios em sala de aula. A pesquisa educacional permite que ele analise metodologias, avalie o impacto das práticas pedagógicas e compreenda as dificuldades de aprendizagem dos estudantes.

Nesse contexto, ao se envolver com a pesquisa, o educador se torna mais preparado para enfrentar os desafios da sala de aula, identificando as necessidades dos alunos e buscando soluções inovadoras para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, a pesquisa não apenas fortalece a base teórica do docente, mas também o capacita a atuar de forma mais dinâmica e eficaz na educação.

André (2006), destaca a importância da pesquisa na formação do professor, enfatizando seu papel na reflexão sobre a prática docente e no aprimoramento contínuo. Além disso, ressalta a busca por conhecimento e desenvolvimento de habilidades que possibilitam uma atuação mais eficaz, contribuindo para a emancipação dos alunos. Uma sugestão seria aprofundar como a pesquisa pode ser incorporada ao cotidiano docente de forma prática.

A pesquisa pode tornar o sujeito-professor capaz de refletir sobre a sua prática profissional e de buscar formas (Conhecimentos, habilidades, atitudes, relações) que o ajudem a aperfeiçoar cada vez mais o trabalho docente, de modo que possa participar efetivamente do processo de emancipação das pessoas. (André, 2006, p.123).

Além disso, a investigação em ensino de Química contribui para a ressignificação dos saberes científicos, relacionando teoria e prática de forma contextualizada. O contato com a pesquisa desde a graduação também favorece o desenvolvimento de uma postura investigativa permanente, essencial para a formação continuada e a inovação no ensino. (Silva; Santos, 2020).

Portanto, a pesquisa não deve ser vista apenas como um complemento na formação inicial do professor de Química, mas sim como um pilar fundamental na construção de um profissional crítico, reflexivo e comprometido com a melhoria do ensino dessa ciência.

A PESQUISA EM EDUCAÇÃO QUÍMICA E A FORMAÇÃO CONTINUADA

A pesquisa em Educação Química busca compreender os desafios enfrentados no ensino e na aprendizagem da Química, além de propor soluções inovadoras para melhorar o processo educacional. Estudos nessa área abordam desde aspectos conceituais e epistemológicos até práticas pedagógicas e o impacto das novas tecnologias no ensino de Química. A produção acadêmica sobre o tema permite que professores reflitam sobre suas práticas e busquem estratégias mais eficazes para o ensino.

A educação em química desempenha um papel crucial na formação de pesquisadores ao promover habilidades de resolução de problemas, pensamento crítico e compreensão conceitual. Segundo uma revisão na Chemical Education Research and Practice (CERP), a pesquisa educacional em química tem evoluído significativamente, passando de modelos tradicionais para abordagens centradas no aluno, o que ajuda a desenvolver o entendimento profundo necessário para o sucesso em carreiras científicas e tecnológicas (Araújo, 2009).

A formação inicial dos professores nem sempre consegue abranger todas as demandas que surgem no cotidiano escolar, especialmente diante dos avanços científicos e tecnológicos. Dessa forma, a formação continuada se torna essencial para a atualização dos docentes e para a melhoria da qualidade do ensino. Programas de capacitação, cursos de extensão, oficinas pedagógicas e grupos de estudo são exemplos de iniciativas que possibilitam a renovação dos conhecimentos e a troca de experiências entre professores.

De acordo com Romanowski (2009): 

A formação continuada é uma exigência para os tempos atuais. Desse modo, pode-se afirmar que a formação docente acontece em contínua, iniciada com a escolarização básica, que depois se complementa nos cursos de formação inicial, com instrumentalização do professor para agir na prática social, para atuar no mundo e no mercado de trabalho (Romanowski, 2009, p. 138).

Nesse contexto, a formação continuada é uma necessidade fundamental nos tempos atuais, destacando que o desenvolvimento docente não se encerra na formação inicial, mas constitui um processo contínuo. Essa perspectiva se alinha às demandas de um mundo em constante transformação, no qual os professores precisam atualizar seus conhecimentos e práticas para acompanhar as mudanças educacionais, tecnológicas e sociais. Além disso, a formação docente não se limita à dimensão técnica, mas envolve a capacitação para a atuação na sociedade e no mercado de trabalho, promovendo uma educação mais significativa e contextualizada.

Segundo Souza (2017), a interação entre pesquisa e formação continuada contribui para a construção de práticas pedagógicas fundamentadas e contextualizadas. Professores que se envolvem com investigações acadêmicas ou que acompanham a produção científica na área de Educação Química tendem a desenvolver uma visão mais crítica e reflexiva sobre sua atuação. Assim, a pesquisa contribui para a ressignificação de práticas docentes e para a promoção de um ensino mais dinâmico e significativo para os alunos.

Dessa forma, a pesquisa em Educação Química e a formação continuada desempenham um papel essencial na melhoria da qualidade do ensino, possibilitando a atualização constante de professores e a construção de metodologias mais eficazes para a aprendizagem. Através da investigação científica, é possível compreender os desafios do ensino de Química, desenvolver estratégias inovadoras e adaptar práticas pedagógicas às necessidades dos alunos. Além disso, a formação continuada garante que os educadores estejam preparados para lidar com as mudanças curriculares, as novas tecnologias e as demandas de um ensino cada vez mais dinâmico e interdisciplinar. Assim, investir nessas áreas é fundamental para promover um ensino de Química mais significativo e contribuir para a formação de cidadãos críticos e engajados com a ciência e a sociedade.

IMPACTOS DA PESQUISA NA QUALIDADE DO ENSINO DE QUÍMICA 

A pesquisa no ensino de Química tem desempenhado um papel essencial na melhoria da qualidade da educação nessa área. Por meio de estudos acadêmicos e investigações em sala de aula, avanços significativos têm sido alcançados para tornar o aprendizado mais dinâmico, eficaz e acessível aos estudantes.

Ferreira (2017) diz que um dos principais impactos da pesquisa no ensino de Química é a inovação metodológica. O desenvolvimento de novas abordagens pedagógicas, como o uso de experimentação, tecnologia digital e aprendizagem baseada em problemas, tem contribuído para o engajamento dos alunos. Essas estratégias permitem que o ensino seja mais interativo e estimulem a curiosidade científica, facilitando a compreensão de conceitos abstratos.

O uso de tecnologias educacionais, como simulações e realidade aumentada, complementa essas metodologias, possibilitando a visualização de fenômenos microscópicos e reações complexas de forma interativa. Essas ferramentas tecnológicas ampliam o acesso a experimentos virtuais, tornando o ensino de química mais acessível e dinâmico, especialmente em contextos onde os recursos laboratoriais são limitados (Araújo, 2009). Ao adaptar essas abordagens no preparo de futuros professores, é possível formar mestres capacitados a promover um ensino interativo e significativo, que desperte o interesse dos estudantes e valorize a aplicação prática dos conceitos químicos. Isso contribui para um ensino mais inclusivo, atualizado e sintonizado com as demandas atuais da educação científica. (Ferreira, 2017).

Para Bruner (1961), a aprendizagem é mais eficaz quando os alunos têm a oportunidade de descobrir conceitos por si mesmos, promovendo uma abordagem ativa e investigativa no processo educativo. Sua teoria de aprendizagem por descoberta sugere que a experimentação e a participação ativa dos estudantes são essenciais para o desenvolvimento de um entendimento profundo e significativo dos conteúdos, como ocorre no ensino da química.

Outro impacto relevante é a integração da pesquisa com a formação de professores. A formação continuada, baseada em evidências científicas, permite que docentes se mantenham atualizados com as melhores práticas pedagógicas. Isso reflete diretamente na qualidade do ensino, pois professores mais bem preparados conseguem proporcionar uma aprendizagem mais significativa aos alunos.

Na segunda metade do século XX, o crescimento da educação científica e a preocupação com o entendimento dos conceitos químicos por estudantes impulsionaram pesquisas focadas em métodos de ensino mais eficazes. Inicialmente, a ênfase estava na transmissão de conteúdos, mas, ao longo dos anos, houve uma mudança para práticas mais centradas no estudante, integrando aspectos como a contextualização e a experimentação prática. Nas últimas décadas, com o avanço da tecnologia e das teorias de aprendizagem, a Educação Química passou a incluir recursos digitais, abordagens investigativas e metodologias interdisciplinares. (Schnetzler, 2004).

Além disso, a pesquisa tem sido fundamental na identificação das dificuldades de aprendizagem dos alunos. Estudos educacionais revelam obstáculos comuns, como a deficiência na compreensão de conceitos fundamentais e a dificuldade na abstração de conteúdos químicos. Com essas informações, professores podem adaptar suas metodologias e materiais didáticos para atender melhor às necessidades dos estudantes.

Hoje, a área busca não apenas ensinar conteúdos de Química, mas também desenvolver o pensamento crítico e a compreensão do papel da Química no cotidiano, contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes e capazes de tomar decisões informadas sobre temas científicos. A Educação Química, ao buscar novas abordagens pedagógicas, visa desenvolver o pensamento crítico e a compreensão dos conceitos científicos para além da simples memorização, permitindo que os estudantes relacionem a química com o seu cotidiano (Silva; Santos, 2020).

Ferreira (2017) diz que a pesquisa no ensino de Química desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade do aprendizado, proporcionando metodologias inovadoras, estratégias didáticas mais eficazes e maior contextualização dos conteúdos. Ao investigar desafios e propor soluções, a pesquisa possibilita o desenvolvimento de abordagens que tornam o ensino mais dinâmico, acessível e alinhado às necessidades dos estudantes. Além disso, contribui para a formação de professores mais preparados, incentivando práticas reflexivas e o uso de tecnologias educacionais. Dessa forma, os impactos da pesquisa no ensino de Química são amplamente positivos, promovendo uma aprendizagem mais significativa e estimulando o interesse dos alunos pela ciência

Considerando esses conceitos, a pesquisa no ensino de Química contribui para o desenvolvimento de materiais didáticos inovadores, como jogos e plataformas digitais, que tornam o aprendizado mais atrativo. Ferramentas interativas e simulações auxiliam na compreensão de conceitos complexos. Além disso, a pesquisa promove a contextualização dos conteúdos, relacionando-os a desafios globais e do cotidiano, como sustentabilidade e tecnologia. Assim, seu impacto vai desde a metodologia de ensino até a formação de professores, tornando a aprendizagem mais acessível e relevante para a sociedade.

DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA A PESQUISA EM EDUCAÇÃO QUÍMICA

A pesquisa em Educação Química tem enfrentado uma série de desafios que exigem uma constante adaptação tanto nos métodos pedagógicos quanto nas abordagens teóricas. Um dos principais obstáculos reside na necessidade de conectar o conteúdo químico complexo à realidade dos estudantes, promovendo uma aprendizagem significativa que vá além da simples memorização de fórmulas e conceitos. Muitos alunos ainda percebem a Química como uma disciplina abstrata e distante de seu cotidiano, o que dificulta a construção de um entendimento profundo e aplicado.

David Ausubel, um dos principais teóricos da educação, enfatizou a importância de conectar o conhecimento prévio do aluno a novos conceitos como uma estratégia essencial para o aprendizado significativo. Em seus estudos, ele argumentou que o conhecimento novo deve ser relacionado de forma substantiva ao que o aluno já sabe, e essa relação é fundamental para a aprendizagem efetiva (Ausubel, 1968). Assim, essa integração potencializa o ensino de Química, tornando-o mais dinâmico, acessível e capaz de incentivar o pensamento crítico e a construção ativa do conhecimento.

Outro desafio é a formação dos professores de Química, que muitas vezes não recebem preparo adequado para integrar práticas inovadoras e metodologias ativas no processo de ensino. A falta de recursos pedagógicos atualizados e a escassez de investimentos em programas de capacitação contínua também são fatores que dificultam a implementação de novas abordagens. Além disso, a resistência a mudanças no sistema educacional e o foco excessivo em provas padronizadas criam um ambiente onde práticas pedagógicas criativas e inovadoras são frequentemente relegadas a segundo plano.

No entanto, a Educação Química também apresenta perspectivas promissoras. A crescente utilização de tecnologias digitais, como laboratórios virtuais e plataformas de ensino online, oferece novas formas de engajamento dos alunos, permitindo a exploração prática de conceitos sem as limitações físicas dos laboratórios tradicionais. A interdisciplinaridade, ao integrar a Química com outras áreas do conhecimento, como a Biologia, Física e até mesmo as Ciências Sociais, tem mostrado ser uma estratégia eficaz para contextualizar o aprendizado e despertar o interesse dos estudantes.

Johnstone (2000) destaca que a compreensão em ciências está profundamente ligada à capacidade do aluno de processar informações complexas e de diferentes níveis de representação. Ele propõe que a sobrecarga cognitiva é um dos principais obstáculos no aprendizado científico, sugerindo que o ensino deva ser estruturado de forma a respeitar as limitações cognitivas dos estudantes.

Ademais, a pesquisa em Educação Química tem se voltado cada vez mais para a diversidade de contextos educacionais, buscando soluções que atendam às diferentes realidades culturais e socioeconômicas dos alunos. A inclusão de temas como sustentabilidade, ética e saúde no ensino de Química também abre novas possibilidades de conexão com questões relevantes para a sociedade atual. A formação de redes de pesquisa colaborativas, envolvendo pesquisadores, professores e alunos, é uma tendência crescente, promovendo a troca de experiências e o fortalecimento de práticas pedagógicas inovadoras. (Reis; Lima; Desiderio, 2018).

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

As discussões apresentadas ao longo deste artigo destacam a importância da pesquisa no processo de formação de professores de Química e na melhoria da qualidade do ensino. No contexto da formação inicial, observa-se que a inserção dos futuros docentes em atividades de pesquisa contribui significativamente para o desenvolvimento de uma postura investigativa e reflexiva, elementos essenciais para a construção de práticas pedagógicas inovadoras e eficazes.

Investir em pesquisas na área de Educação Química é essencial para aprimorar a formação docente e a qualidade do ensino, proporcionando subsídios teóricos e práticos para a construção de práticas pedagógicas mais eficazes e alinhadas às necessidades dos estudantes. Ao incentivar a investigação de metodologias inovadoras e estratégias didáticas, a pesquisa contribui para a criação de ambientes de aprendizagem dinâmicos e contextualizados, promovendo uma educação mais significativa e motivadora. Assim, torna-se fundamental que instituições formadoras e demais agentes educacionais valorizem e incentivem a pesquisa educacional, garantindo um ensino de Química cada vez mais qualificado e transformador.

Sendo assim, a pesquisa em Educação Química é essencial para a formação continuada de professores, promovendo a atualização de conhecimentos, a criação de novas metodologias e a melhoria da qualidade do ensino. Dessa forma, seu impacto se reflete diretamente na prática docente, favorecendo um ensino mais dinâmico, inovador e eficaz, evidenciando a importância de investir continuamente nesse campo de estudo.

Portanto, embora os desafios sejam significativos, as perspectivas para a Educação Química são animadoras. Com o desenvolvimento de novas metodologias, a ampliação do uso de tecnologias educacionais e uma abordagem mais inclusiva e interdisciplinar, é possível transformar a maneira como a Química é ensinada, tornando-a mais acessível e relevante para as novas gerações.

Por fim, as perspectivas para a pesquisa em Educação Química são promissoras, especialmente com a crescente valorização da investigação como ferramenta de aprimoramento do ensino. A integração entre diferentes áreas do conhecimento, o uso de tecnologias educacionais e a formação de redes colaborativas entre pesquisadores e professores são caminhos que podem fortalecer ainda mais esse campo de estudo, contribuindo para a construção de um ensino de Química mais significativo e acessível a todos os estudantes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Silva, José Carlos Claudino da . A Importância da Pesquisa em Educação Química na Formação de Professores que Ensinam Química.International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

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Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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