A importância colaboração da tecnologia assistiva no desenvolvimento cognitivo de alunos com TEA

THE IMPORTANCE OF COLLABORATION OF ASSISTIVE TECHNOLOGY IN THE COGNITIVE DEVELOPMENT OF STUDENTS WITH ASD

LA IMPORTANCIA DE LA COLABORACIÓN DE LA TECNOLOGÍA DE ASISTENCIA EN EL DESARROLLO COGNITIVO DE LOS ESTUDIANTES CON TEA

Autor

Márcia Aparecida Xisto da Silva
ORIENTADOR
 Prof. Dr. Gilson Luiz Rodrigues Souza

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/DC6179

DOI

Silva, Márcia Aparecida Xisto da . A importância colaboração da tecnologia assistiva no desenvolvimento cognitivo de alunos com TEA. International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este estudo investiga a influência das tecnologias assistivas no desenvolvimento cognitivo de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em ambientes educacionais regulares. A metodologia empregada consiste em uma análise bibliográfica de dados coletados em literatura científica recente, abrangendo publicações dos últimos dez anos em bases de dados renomadas, como Scopus, Web of Science, ERIC e Google Scholar. Esta revisão foca nas tecnologias assistivas consideradas mais eficazes, como softwares educacionais adaptativos e sistemas de comunicação alternativa e aumentativa, avaliando seu impacto na inclusão escolar e nas percepções dos educadores sobre sua aplicabilidade e benefícios. A discussão evidencia que as tecnologias assistivas, especialmente os aplicativos de comunicação e as plataformas interativas, desempenham um papel importante na melhoria da interação social e na promoção de habilidades cognitivas. No entanto, destaca-se a necessidade de formação adequada para os educadores, bem como de infraestrutura apropriada nas instituições de ensino, a fim de maximizar o potencial desses recursos. Conclui-se que o uso de tecnologias assistivas favorece o desenvolvimento cognitivo e a inclusão social de alunos com TEA, permitindo sua participação ativa no ambiente escolar regular. Apesar dos desafios relacionados à capacitação docente e às condições estruturais das escolas, as tecnologias assistivas demonstram impacto positivo relevante. Recomenda-se que futuras pesquisas explorem programas de formação continuada para educadores e avaliem os efeitos de longo prazo dessas tecnologias no desempenho acadêmico e no desenvolvimento social dos estudantes.
Palavras-chave
Tecnologias assistivas. Transtorno do Espectro Autista. Inclusão escolar.

Summary

This study investigates the influence of assistive technologies on the cognitive development of students with Autism Spectrum Disorder (ASD) in regular educational settings. The methodology consists of a qualitative bibliographic analysis of data collected from recent scientific literature, covering publications from the past ten years in renowned databases such as Scopus, Web of Science, ERIC, and Google Scholar. This review focuses on the most effective assistive technologies, such as adaptive educational software and alternative and augmentative communication systems, evaluating their impact on school inclusion and educators’ perceptions of their applicability and benefits. The discussion highlights that assistive technologies—particularly communication apps and interactive platforms—play an important role in improving social interaction and promoting cognitive skills. However, it also points to the need for adequate teacher training and appropriate infrastructure in schools to maximize the potential of these tools. The study concludes that the use of assistive technologies supports both the cognitive development and social inclusion of students with ASD, enabling their active participation in regular school environments. Despite challenges related to teacher training and school infrastructure, assistive technologies demonstrate a relevant positive impact. Future research should explore continuing education programs for teachers and assess the long-term effects of these technologies on students’ academic performance and social development.
Keywords
Assistive technologies, Autism Spectrum Disorder, School inclusion.

Resumen

Este estudio investiga la influencia de las tecnologías de asistencia en el desarrollo cognitivo de estudiantes con trastorno del espectro autista (TEA) en entornos educativos regulares. La metodología consiste en un análisis bibliográfico cualitativo de datos recopilados de la literatura científica reciente, abarcando publicaciones de los últimos diez años en bases de datos de renombre como Scopus, Web of Science, ERIC y Google Scholar. Esta revisión se centra en las tecnologías de asistencia más eficaces, como el software educativo adaptativo y los sistemas de comunicación alternativos y aumentativos, evaluando su impacto en la inclusión escolar y las percepciones de los educadores sobre su aplicabilidad y beneficios. El debate destaca que las tecnologías de asistencia, en particular las aplicaciones de comunicación y las plataformas interactivas, desempeñan un papel importante en la mejora de la interacción social y la promoción de las habilidades cognitivas. Sin embargo, también señala la necesidad de una formación docente adecuada y de una infraestructura apropiada en las escuelas para maximizar el potencial de estas herramientas. El estudio concluye que el uso de tecnologías de asistencia apoya tanto el desarrollo cognitivo como la inclusión social de los estudiantes con TEA, permitiendo su participación activa en entornos escolares regulares. A pesar de los desafíos relacionados con la formación docente y la infraestructura escolar, las tecnologías de asistencia demuestran un impacto positivo relevante. Las investigaciones futuras deberían explorar programas de educación continua para docentes y evaluar los efectos a largo plazo de estas tecnologías en el desempeño académico y el desarrollo social de los estudiantes.
Palavras-clave
Tecnologías de asistencia, Trastorno del espectro autista, Inclusión escolar.

INTRODUÇÃO

     A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ambiente escolar é um desafio significativo e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para promover a diversidade e a compreensão nas salas de aula. Nesse contexto, a tecnologia assistiva surge como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento cognitivo e social desses estudantes. A combinação de tecnologias adaptativas com práticas pedagógicas inclusivas pode potencializar o aprendizado, oferecendo recursos que atendem às necessidades específicas de cada aluno.

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Cada indivíduo no espectro autista apresenta um conjunto único de características, o que implica a necessidade de abordagens personalizadas e individuais. Nesse sentido, a tecnologia assistiva não apenas facilita a comunicação e a aprendizagem, mas também promove a autonomia e a autoestima dos alunos.

A importância dessa colaboração fica evidente quando consideramos que a tecnologia assistiva pode ser utilizada para criar ambientes mais interativos e envolventes, que estimulam o interesse e a participação dos alunos com TEA. Ferramentas como aplicativos educativos, softwares de comunicação aumentativa e dispositivos interativos têm se mostrado eficazes na superação de barreiras, proporcionando um aprendizado mais significativo.

Além disso, a formação de educadores e a conscientização sobre as potencialidades da tecnologia assistiva são fundamentais para que sua integração no cotidiano escolar seja bem-sucedida. É imprescindível que os educadores estejam capacitados a utilizar esses recursos de forma criativa e inclusiva, promovendo um ambiente de aprendizado que valorize as individualidades e potencialidades de cada aluno.

A colaboração da tecnologia assistiva no desenvolvimento cognitivo de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em ambientes educacionais regulares, constitui um campo de estudo essencial para compreender as adaptações necessárias à inclusão escolar. Diversas tecnologias, como softwares educacionais adaptativos e dispositivos de comunicação alternativa, vêm sendo desenvolvidas para auxiliar nesse processo. No entanto, ainda existem dúvidas quanto à sua efetividade e aplicabilidade.

Diante disso, surge a seguinte pergunta: como a tecnologia assistiva pode influenciar o desenvolvimento cognitivo de alunos com TEA nas escolas regulares? Este estudo tem como objetivo investigar as tecnologias assistivas mais eficazes para esses alunos, analisar o impacto dessas ferramentas na inclusão escolar e avaliar a percepção dos educadores sobre seus benefícios e desafios.

A relevância deste estudo se destaca diante do aumento significativo no número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas últimas décadas. Esse crescimento evidencia a urgência de se desenvolver métodos educacionais que considerem as particularidades e as necessidades específicas desses alunos em sala de aula. É fundamental que a educação promova um ambiente inclusivo, que valorize as diferenças e permita que todos os estudantes tenham acesso a um aprendizado de qualidade. Além disso, a formação de educadores nesse contexto é essencial para que saibam como abordar as diversas demandas de alunos com TEA, utilizando estratégias pedagógicas adaptadas. O desenvolvimento de práticas que estimulem a socialização e a interação desses alunos com os demais colegas também é importante, pois contribui para o fortalecimento de habilidades sociais e emocionais. Dessa maneira, este estudo não só busca compreender as melhores abordagens educativas, mas também pretende contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e consciente das necessidades de todos os seus membros. Portanto, estabelecer diretrizes claras e práticas-base é uma tarefa imperativa para a educação contemporânea, visando assegurar que os direitos e potenciais de alunos com TEA sejam respeitados e promovidos.

Diante desse cenário, a presente discussão busca explorar a importância da colaboração da tecnologia assistiva no desenvolvimento cognitivo de alunos com TEA, evidenciando como essas ferramentas podem servir como aliadas na construção de um ambiente educacional mais inclusivo e eficaz. As possibilidades são vastas, e o papel da tecnologia assistiva é, sem dúvida, um componente vital na jornada educacional desses estudantes. 

A revisão bibliográfica será baseada na análise de literatura científica disponível em bases de dados como Scopus, Web of Science, ERIC e Google Scholar, considerando publicações dos últimos dez anos que tratem do uso de tecnologias assistivas no contexto educacional. A metodologia adotada será uma análise qualitativa dos dados coletados, com o intuito de identificar tendências, desafios e oportunidades relacionadas ao uso dessas tecnologias para promover o desenvolvimento cognitivo e a inclusão de alunos com TEA no ensino regular.

DESENVOLVIMENTO

O uso de tecnologias assistivas como recurso para potencializar o desenvolvimento cognitivo de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem se consolidado como uma área relevante e em expansão no campo educacional. Segundo Silva (2023), essas ferramentas vêm sendo aplicadas em diferentes contextos escolares, contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem de alunos com TEA.

As tecnologias assistivas demonstram capacidade de transformar os processos educacionais, favorecendo o desenvolvimento de habilidades cognitivas, como atenção, memória e resolução de problemas. Estudos indicam que essas ferramentas ampliam as possibilidades de aprendizagem ao promoverem ambientes acessíveis e adaptados às necessidades dos estudantes, especialmente aqueles com TEA (Caldas, 2024). Entre os recursos com melhores resultados estão os aplicativos de comunicação, que contribuem para a interação e a expressão dos jovens com TEA em relação aos colegas.

A TA proporciona ferramentas que podem ser adaptadas às necessidades individuais dos alunos com TEA, facilitando a comunicação, a aprendizagem e a interação, os softwares de comunicação aumentativa e alternativa (CAA) têm demonstrado eficácia ao ajudar alunos não verbais a se expressarem. Segundo a pesquisa de Alper e Goggin (2016), “a tecnologia assistiva pode transformar a vida de alunos com deficiências, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para a comunicação e a participação na aprendizagem”, outro exemplo de TA são os sistemas de comunicação alternativos e aumentativos, como o PECS – Sistema de Comunicação por troca de figuras , mostrou-se eficaz no aprimoramento das competências comunicativas e sociais desses estudantes, conforme apontado por Proença et al. (2019) e Boechat et al. (2024).

Estudos têm demonstrado que o uso de tecnologias assistivas pode resultar em melhorias significativas no desenvolvimento cognitivo de alunos com TEA. Um estudo de Baca e Mendez (2020) concluiu que “os alunos que utilizam tecnologia assistiva apresentaram avanços notáveis em suas habilidades de raciocínio lógico e resolução de problemas”. Além disso, a gamificação e o uso de aplicativos educativos têm mostrado impacto positivo na motivação e no engajamento dos alunos.

A implementação eficaz da tecnologia assistiva requer uma colaboração estreita entre educadores, terapeutas e as famílias. A formação continuada dos professores sobre o uso e as possibilidades da TA é essencial. Conforme observa a Association for Educational Communications and Technology (AECT, 2018), “o treinamento e o suporte adequados aumentam a eficácia do uso da tecnologia assistiva no ambiente escolar”.

 A TA não apenas facilita a comunicação e a aprendizagem, mas também promove a inclusão social, permitindo que esses alunos alcancem seu potencial máximo. É importante que educadores e famílias trabalhem juntos para integrar essas ferramentas no cotidiano escolar, garantindo que cada aluno tenha acesso aos recursos necessários para seu desenvolvimento.

Investir em tecnologia assistiva é investir no futuro de alunos com TEA, proporcionando-lhes oportunidades que os capacitem a participar ativamente da sociedade. Como destaca o cientista cognitivo Howard Gardner, “a educação deve ser uma ferramenta que permita que as pessoas se tornem o que são capazes de ser”. Portanto, a TA deve ser vista não apenas como uma ajuda, mas como uma ponte para o desenvolvimento integral desses alunos.

Além disso, o uso de plataformas digitais interativas e jogos educativos tem sido reconhecido pela sua contribuição no estímulo à aprendizagem e ao engajamento desses alunos no ambiente escolar, como indicam Fernandes e Nohama (2020). Os jogos digitais, em especial, são utilizados para desenvolver habilidades cognitivas e sociais, proporcionando um ambiente em que interação e aprendizado ocorrem de forma integrada. Softwares educacionais adaptativos também são relevantes nesse contexto. Esses programas são desenvolvidos para atender às habilidades e necessidades específicas dos estudantes, oferecendo suporte personalizado que auxilia na compreensão de conteúdos acadêmicos e na execução de tarefas cognitivas, conforme destacado por Penha et al. e Almeida et al. (2024).

Estudos apontam que, quando implementadas de forma adequada, essas tecnologias contribuem para o aumento da autonomia dos estudantes, enriquecendo sua experiência educacional. Contudo, sua eficácia depende diretamente da formação dos educadores e da estrutura oferecida pelas escolas, como destacam Penha e Almeida (2024) e Dourado (2023). Dispositivos interativos, como tablets e ambientes virtuais de aprendizagem, também têm se mostrado promissores na inclusão e no desenvolvimento de habilidades práticas e cognitivas. Quando integradas a métodos pedagógicos apropriados, essas tecnologias possibilitam a participação ativa dos alunos com TEA no processo educacional, como observado por Baleotti et al. (2020) e Garcia & Vieira (2018). A efetividade dessas práticas é fortalecida pela colaboração entre professores e terapeutas ocupacionais, promovendo uma abordagem mais integrada e abrangente, conforme Pelosi & Nunes (2011) e Almeida et al. (2024).

A promoção da inclusão escolar por meio das tecnologias assistivas tem ganhado relevância, sobretudo no atendimento a alunos com Transtorno do Espectro Autista. Esses recursos abrangem uma variedade de ferramentas e dispositivos que favorecem a integração dos estudantes em ambientes educacionais regulares, facilitando tanto a interação social quanto o aprendizado em grupo. Entre os principais benefícios está a possibilidade de auxiliar na comunicação e na expressão dos alunos, permitindo que manifestem suas necessidades e emoções com mais clareza. Sistemas como o PECS e aplicativos como o SpeeCH contribuem diretamente nesse aspecto, ao favorecerem a participação ativa nas atividades escolares, conforme registrado por Silva et al. (2022) e Costa et al. (2023).

Além disso, o apoio de mediadores e especialistas em educação inclusiva em sala de aula é essencial para orientar alunos e professores na construção de um ambiente de aprendizagem acolhedor e dinâmico, como apontam Nunes et al. (2021) e Penha et al. (2024). Inovações como a realidade aumentada também têm se mostrado recursos valiosos, proporcionando experiências que despertam o interesse e aumentam o envolvimento dos estudantes. Essas tecnologias contribuem para a interação e o compartilhamento de conhecimentos entre professores e alunos, o que melhora a eficácia do processo educativo, conforme demonstrado por Lopes et al. (2019) e Boechat et al. (2024).

As tecnologias de informação e comunicação (TIC), quando integradas ao currículo escolar, desempenham papel relevante na personalização do ensino, adequando-se às necessidades específicas de cada estudante. Essa adaptabilidade é essencial para garantir que os alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tenham acesso ao conteúdo educacional de forma eficaz, conforme destacam Ratuchne et al. (2024) e Gonçalves & Bittencourt (2023). A gestão escolar inclusiva, que valoriza a diversidade e a aplicação de tecnologias assistivas, também se mostra fundamental na construção de um ambiente educacional acessível. Para isso, é necessário investir na formação continuada dos educadores, capacitando-os para o uso adequado dessas ferramentas, como enfatizam Valença et al. e Silva (2024), além de Melo & Oliveira (2021).

As estratégias escolares devem promover a colaboração entre educadores, terapeutas e familiares, garantindo o acesso pleno dos estudantes ao currículo escolar e sua participação nas atividades. O uso de tecnologias assistivas não deve ser entendido apenas como complemento, mas como elemento central de transformação pedagógica, favorecendo práticas educacionais colaborativas e comprometidas com uma sociedade mais equitativa, conforme sugerido por Penha et al. e Portella et al. (2024).

As percepções dos docentes sobre a utilização de tecnologias assistivas na educação de alunos com TEA são variadas, refletindo tanto o reconhecimento de seus benefícios quanto os desafios enfrentados. Esses relatos, registrados em diferentes estudos, permitem compreender tanto o alcance dessas tecnologias quanto os obstáculos em sua aplicação prática. Professores relatam avanços no desempenho acadêmico e na integração social dos alunos, associando esses resultados ao uso de recursos como sistemas de comunicação aumentativa e dispositivos de apoio, que favorecem a participação nas atividades escolares, como observam Picinin e Boechat (2024). Também foi percebido que o uso dessas tecnologias contribui para a valorização dos estudantes, fortalecendo sua autoestima e a aceitação por parte dos colegas (Proença et al., 2019).

Entretanto, um dos principais desafios relatados está relacionado à formação profissional. Muitos docentes apontam insegurança quanto à utilização das tecnologias assistivas, especialmente quando não recebem capacitação adequada. Essa lacuna pode limitar o aproveitamento dos recursos disponíveis e comprometer a efetividade das ações pedagógicas (Almeida et al., 2024; Costa, 2018; Garcia & Vieira, 2018). A formação continuada torna-se, portanto, essencial para que os educadores não apenas dominem o uso técnico, mas também saibam integrar essas ferramentas ao planejamento pedagógico de forma eficaz (Santos, 2024).

Outro aspecto relevante está no suporte institucional. A articulação entre profissionais de diferentes áreas, como terapeutas ocupacionais e professores, é indispensável para a adaptação dos recursos e para a ampliação das práticas inclusivas. Contudo, a ausência de políticas de apoio e de infraestrutura adequada ainda é um entrave comum à implementação das tecnologias assistivas em muitas escolas (Pelosi & Nunes, 2011; Penha et al., 2024; Silva et al., 2022).

Apesar das dificuldades, os relatos dos educadores confirmam o impacto positivo dessas tecnologias no envolvimento dos alunos com TEA. Elas não apenas favorecem o aprendizado, como também fortalecem os vínculos interpessoais, essenciais ao desenvolvimento global dos estudantes, conforme destacam Rodrigues (2017) e Toso et al. (2018).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que, com base no estudo bibliográfico anteriormente referenciado, a implementação de tecnologias assistivas na educação de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta um impacto significativamente positivo no desenvolvimento cognitivo e na inclusão social desses estudantes em ambientes escolares regulares.

A análise realizada ao longo deste trabalho permite responder à pergunta-problema inicial: as tecnologias assistivas influenciam significativamente o desenvolvimento cognitivo de alunos com TEA, facilitando a aprendizagem adaptativa e promovendo avanços na comunicação e interação social? A resposta é afirmativa, sendo possível afirmar que há uma tendência concreta de melhoria nas relações interpessoais desses alunos, especialmente a partir da interatividade proporcionada pelas tecnologias assistivas no contexto educacional.

Os objetivos específicos foram plenamente atendidos. Identificou-se que determinados recursos, como aplicativos de comunicação e sistemas de realidade aumentada, são especialmente eficazes no apoio às necessidades desses estudantes. Além disso, constatou-se que o uso dessas ferramentas contribui para a ampliação da inclusão escolar e para a melhora da percepção dos educadores sobre as capacidades e o potencial de integração dos alunos com TEA.

Apesar dos avanços significativos que têm ocorrido nas últimas décadas em relação à inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas, principalmente no que se refere à formação continuada dos profissionais da educação e à infraestrutura disponível nas instituições escolares, para a adoção adequada dessas tecnologias ainda existem desafios relevantes que devem ser enfrentados. Um dos principais obstáculos é a formação continuada dos profissionais da educação. Muitos docentes se sentem despreparados para lidar com a diversidade em sala de aula e, consequentemente, com as necessidades específicas de alunos com TEA. Assim, é essencial que sejam desenvolvidos programas de formação que não apenas abordam o domínio técnico das tecnologias assistivas, mas que também incluam estratégias pedagógicas eficazes para a integração dessas tecnologias aos currículos escolares.

A infraestrutura das instituições educacionais também representa um desafio significativo. Embora várias escolas tenham adotado algumas tecnologias assistivas, muitas ainda carecem de recursos adequados e de um ambiente favorável que possibilite uma utilização plena e eficaz dessas ferramentas. Para que as tecnologias assistivas sejam verdadeiramente integradas ao ensino, é necessário que haja investimentos em equipamentos adequados, além de um espaço físico que suporte à inclusão de todos os alunos.

Diante dessa realidade, recomenda-se que futuras pesquisas sejam priorizadas buscando o desenvolvimento de programas formativos que contemplem não apenas aspectos técnicos, mas também metodológicos visando estratégias pedagógicas para a integração efetiva das tecnologias assistivas no currículo. Também se sugere a investigação dos impactos de longo prazo desses recursos no desempenho acadêmico e no desenvolvimento social de alunos com TEA, buscando o aperfeiçoamento contínuo das práticas inclusivas. Essa investigação não só poderá embasar ações pedagógicas mais efetivas, mas também contribuirá para o aperfeiçoamento contínuo das práticas inclusivas nas escolas.

É fundamental que os educadores discorrerem sobre a relevância da educação inclusiva, entendendo as especificidades dos alunos com TEA e sua forma singular de aprendizado, assim como seus direitos e responsabilidades. 

Diante disso, recomenda-se que futuras pesquisas priorizem o desenvolvimento de programas formativos que contemplem, além do domínio técnico, estratégias pedagógicas 

Por fim, a colaboração entre pesquisadores, educadores e gestores educacionais é indispensável. Somente por meio de um esforço conjunto será possível criar um ambiente educacional que respeite e valorize as singularidades de cada aluno, promovendo, assim, uma educação de qualidade, acessível e inclusiva para todos. Essa colaboração deve ser pautada em um diálogo constante, onde as diferentes perspectivas e experiências sejam integradas para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem dos alunos com TEA e outras deficiências.É fundamental que os educadores estejam abertos a novas metodologias e práticas pedagógicas que contemplem a diversidade dos estudantes. Pesquisadores podem contribuir com dados e evidências que ajudem a direcionar essas práticas, enquanto os gestores são responsáveis por implementar as políticas e recursos necessários para sua efetivação. Além disso, a formação continuada de professores é uma peça-chave nesse processo, pois capacita os educadores a lidar com as especificidades de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
É igualmente importante que a infraestrutura das escolas seja adequada e adaptada para as necessidades individuais de cada aluno. Ambientes físicos que promovam a inclusão, como salas de recursos multifuncionais e áreas de lazer acessíveis, são essenciais para que todos os alunos possam se desenvolver plenamente. O investimento em tecnologia assistiva também se mostra necessário, já que ferramentas digitais podem facilitar a aprendizagem e a comunicação.
Em suma, ao priorizar a formação continuada e a adequação da infraestrutura escolar, será mais viável avançar rumo a uma educação que realmente atenda às necessidades de todos os estudantes, especialmente aqueles com TEA. Essa abordagem não só beneficia os alunos com necessidades especiais, mas também enriquece o ambiente escolar como um todo, promovendo um aprendizado mais colaborativo, empático e respeitoso. Assim, a educação se torna um espaço onde a diversidade é celebrada e todas as vozes são ouvidas, dando a cada aluno a oportunidade de brilhar e alcançar seu pleno potencial. Portanto, essa aliança entre pesquisa, prática educativa e gestão escolar é um fator determinante para a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva e equitativa, onde cada indivíduo tem a chance de contribuir de maneira significativa para o coletivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Silva, Márcia Aparecida Xisto da . A importância colaboração da tecnologia assistiva no desenvolvimento cognitivo de alunos com TEA.International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
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Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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A importância colaboração da tecnologia assistiva no desenvolvimento cognitivo de alunos com TEA

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