A formação docente como mediadora da recomposição das habilidades básicas com apoio das tecnologias digitais no pós-pandemia

TEACHER TRAINING AS A MEDIATOR OF BASIC SKILLS RECOVERY THROUGH DIGITAL TECHNOLOGIES IN THE POST-PANDEMIC CONTEXT

LA FORMACIÓN DOCENTE COMO MEDIADORA DE LA REPOSICIÓN DE HABILIDADES BÁSICAS CON APOYO DE TECNOLOGÍAS DIGITALES EN EL CONTEXTO POST PANDÉMICO

Autor

Divina Darc Moreira de Oliveira
ORIENTADOR
Prof. Dr. Rodger Roberto Alves de Sousa

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/E65099

DOI

Oliveira, Divina Darc Moreira de . A formação docente como mediadora da recomposição das habilidades básicas com apoio das tecnologias digitais no pós-pandemia. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este artigo analisa como a formação docente pode atuar como mediadora no processo de recomposição das habilidades básicas de leitura, escrita e cálculo, especialmente diante dos déficits de aprendizagem acentuados durante e após o período pandêmico. O estudo tem como objetivo investigar estratégias formativas que integrem o uso das tecnologias digitais para fortalecer a atuação pedagógica voltada à superação das defasagens escolares. A metodologia adotada é de abordagem qualitativa, com base em revisão bibliográfica de publicações recentes (2022-2025) em bases indexadas. Os resultados evidenciam que formações continuadas com foco na recomposição e no uso intencional das tecnologias contribuem para práticas mais eficientes, com impacto direto no desempenho dos estudantes. Conclui-se que a mediação docente, quando articulada ao uso pedagógico das ferramentas digitais, favorece uma aprendizagem significativa e personalizada, promovendo equidade educacional e fortalecendo o processo de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave
recomposição da aprendizagem; formação docente; tecnologias educacionais; práticas pedagógicas; aprendizagem significativa.

Summary

This article analyzes how teacher training can mediate the recovery of basic skills in reading, writing, and arithmetic, especially in response to learning deficits intensified during and after the pandemic. The study aims to investigate formative strategies that incorporate digital technologies to enhance pedagogical actions directed at overcoming educational gaps. A qualitative methodology was employed, based on a literature review of recent indexed publications (2022–2025). The findings indicate that continuing education focused on skill recovery and the intentional use of digital tools contributes to more effective practices, directly impacting student performance. It concludes that teacher mediation, when combined with pedagogical uses of technology, fosters meaningful and personalized learning, promoting educational equity and strengthening teaching and learning processes.
Keywords
learning recovery; teacher training; educational technologies; pedagogical practices; meaningful learning.

Resumen

Este artículo analiza cómo la formación docente puede mediar en la recuperación de habilidades básicas de lectura, escritura y cálculo, especialmente frente a los déficits de aprendizaje acentuados durante y después de la pandemia. El estudio tiene como objetivo investigar estrategias formativas que integren el uso de tecnologías digitales para fortalecer las acciones pedagógicas orientadas a superar las deficiencias educativas. Se utilizó una metodología cualitativa, basada en revisión bibliográfica de publicaciones indexadas recientes (2022–2025). Los resultados muestran que la formación continua centrada en la recomposición y el uso intencional de herramientas digitales contribuye a prácticas más eficaces, con impacto directo en el rendimiento estudiantil. Se concluye que la mediación docente, cuando se articula con el uso pedagógico de tecnologías, favorece un aprendizaje significativo y personalizado, promoviendo la equidad educativa y fortaleciendo el proceso de enseñanza-aprendizaje.
Palavras-clave
recuperación del aprendizaje; formación docente; tecnologías educativas; prácticas pedagógicas; aprendizaje significativo.

INTRODUÇÃO

A pandemia da COVID-19 gerou impactos significativos na educação básica brasileira, intensificando as desigualdades de aprendizagem e evidenciando a fragilidade de muitos sistemas escolares em garantir o desenvolvimento das habilidades essenciais, especialmente nos anos iniciais e finais do ensino fundamental. O fechamento das escolas e a adoção emergencial do ensino remoto resultaram em lacunas profundas nas competências de leitura, escrita e raciocínio lógico-matemático, afetando diretamente o desempenho dos estudantes e exigindo ações concretas para a recomposição dessas aprendizagens. Sousa (2023, p. 69) diz que “a educação contemporânea tem o papel de questionar esse modelo e fomentar uma consciência crítica sobre seus efeitos”.

Nesse contexto, surge a urgência de pensar a formação docente como eixo estratégico para a superação desses déficits, considerando que é o professor quem atua diretamente na mediação do processo de ensino-aprendizagem. A formação continuada precisa estar alinhada às necessidades contemporâneas da educação e fundamentada em práticas pedagógicas eficazes que, aliadas ao uso de tecnologias digitais, possam favorecer intervenções personalizadas e significativas para cada realidade escolar (Mizukami et al., 2023).

A relevância desta pesquisa se justifica pela necessidade premente de repensar a atuação docente frente aos desafios da recomposição das aprendizagens em um cenário pós-pandêmico. De acordo com a pesquisa do Instituto Península (2022), mais de 80% dos professores brasileiros relataram dificuldades em lidar com os déficits de aprendizagem, indicando a importância de políticas formativas que articulem metodologias ativas e recursos tecnológicos como suporte à prática pedagógica transformadora.

Além disso, o uso estratégico das tecnologias digitais na formação e na prática pedagógica docente tem se mostrado uma alternativa viável e potente para atender às demandas atuais da educação. As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs), quando integradas de forma crítica e planejada, podem ampliar as possibilidades de ensino, promover maior engajamento dos estudantes e contribuir para o desenvolvimento de competências e habilidades básicas (Kenski, 2022; Moran, 2023).

O objetivo geral deste estudo é analisar como a formação docente pode mediar a recomposição das habilidades básicas de leitura, escrita e matemática, com apoio das tecnologias digitais. Como objetivos específicos, pretende-se: (i) identificar os principais desafios enfrentados pelos professores na recomposição da aprendizagem após o período pandêmico; (ii) mapear estratégias formativas que articulem o uso das tecnologias digitais ao desenvolvimento de habilidades fundamentais; e (iii) propor caminhos para uma formação docente eficaz e contínua voltada para o uso pedagógico das TDICs.

A presente pesquisa está organizada em cinco seções. Após esta introdução, apresenta-se o referencial teórico, que discute os principais conceitos relacionados à recomposição da aprendizagem, à formação docente e ao uso das tecnologias educacionais. Em seguida, a seção metodológica explicita os procedimentos adotados para a realização do estudo. Posteriormente, discorrem-se os resultados e a análise das contribuições das práticas formativas investigadas. Por fim, nas considerações finais, são sintetizadas as principais conclusões do estudo e apresentadas sugestões para futuras pesquisas.

Espera-se que esta investigação contribua para o fortalecimento das políticas de formação docente e para o aprimoramento das práticas pedagógicas voltadas à recuperação da aprendizagem, tendo como base o uso crítico das tecnologias digitais. A partir dessa proposta, busca-se não apenas superar os déficits de aprendizagem, mas também promover a equidade no processo educacional, garantindo que todos os estudantes tenham acesso a uma educação de qualidade.

Assim, este estudo insere-se no debate atual sobre as transformações necessárias na formação e atuação dos professores, reafirmando que a reconstrução das aprendizagens exige ações intencionais, colaborativas e mediadas por recursos que potencializem a prática pedagógica. A valorização da docência, o investimento em formações contextualizadas e a integração das tecnologias educacionais são caminhos possíveis para enfrentar os desafios do presente e projetar uma educação mais inclusiva e eficaz.

REFERENCIAL TEÓRICO

A RECOMPOSIÇÃO DAS HABILIDADES BÁSICAS NO PÓS-PANDEMIA

A pandemia da COVID-19 provocou rupturas significativas nos processos educacionais, acentuando as desigualdades de acesso, permanência e aprendizagem. A suspensão das aulas presenciais e a inclusão emergencial do ensino remoto ampliaram as lacunas formativas, especialmente em habilidades essenciais como leitura, escrita e cálculo. Segundo dados do Todos pela Educação (2022), cerca de “55%” das crianças do segundo ano do ensino fundamental não desenvolveram plenamente as habilidades esperadas de alfabetização ao final de 2021.

A recomposição das aprendizagens, neste contexto, deve ser entendida como uma estratégia pedagógica sistemática voltada à recuperação e ao desenvolvimento das competências mínimas necessárias para o avanço escolar. Oliveira e Ferreira (2023) destacam que “a recomposição não se limita a uma simples recuperação de conteúdos, mas implica um diagnóstico preciso e intervenções pedagógicas personalizadas que respeitem o ritmo e as especificidades de cada estudante”.

Além disso, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) continua sendo uma referência normativa que orienta os processos de aprendizagem, mesmo em contextos de recomposição. Conforme Araújo e Soares (2023), é necessário “reorganizar os currículos escolares com base em prioridades de aprendizagem, de modo a garantir o direito à educação de qualidade, especialmente aos alunos mais impactados pela crise sanitária”.

Por fim, o sucesso das ações de recomposição está atrelado à construção de planos de ensino com base em avaliações diagnósticas, uso de metodologias ativas e estratégias de monitoramento contínuo dos avanços. Para Ribeiro e Nunes (2024), “é imprescindível que as escolas desenvolvam práticas de recomposição integradas ao projeto político-pedagógico, visando não apenas ao conteúdo, mas à reconstrução de vínculos e ao fortalecimento do processo formativo como um todo”.

A FORMAÇÃO DOCENTE COMO EIXO DE TRANSFORMAÇÃO PEDAGÓGICA

O papel do professor na mediação das aprendizagens tornou-se ainda mais relevante no cenário pós-pandêmico. A formação continuada docente emerge, portanto, como instrumento indispensável para o enfrentamento dos desafios educacionais contemporâneos. De acordo com Libâneo (2023), “a formação do professor precisa articular conhecimentos didático-pedagógicos, domínio de conteúdos e competências para a intervenção em contextos escolares diversos e adversos”.

Nesse sentido, as formações devem estar centradas nas necessidades reais do cotidiano escolar, promovendo a reflexão crítica sobre a prática docente e a busca por soluções inovadoras. Lima e Cardoso (2023) enfatizam que “o professor precisa ser protagonista de sua formação, participando ativamente de processos que promovam autonomia intelectual e transformação da prática pedagógica”. Sousa (2023) diz que “com a crescente  interconectividade  entre países,  a  necessidade  de  uma  educação  globalizada  que  prepare  os alunos para enfrentar os desafios do mundo globalizado tem se tornado cada vez mais urgente”. Por isso, existe essa importância da valorização.

Outro ponto importante é a valorização das experiências docentes e o incentivo à colaboração entre pares, por meio de comunidades de aprendizagem, grupos de estudo e mentorias pedagógicas. Segundo estudo de Almeida e Souza (2022), “a formação efetiva ocorre quando há troca entre profissionais, análise coletiva de práticas e foco na resolução de problemas concretos do ensino”.

Assim, formar professores para a recomposição das aprendizagens exige um modelo formativo que vá além da transmissão de conteúdos, contemplando o desenvolvimento de competências socioemocionais, gestão de sala de aula e domínio de ferramentas tecnológicas. A formação deve, portanto, ser situada, prática, reflexiva e contínua.

TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO ALIADAS NA RECONSTRUÇÃO DAS APRENDIZAGENS

As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) assumem papel estratégico no apoio à recomposição das aprendizagens, não como substitutas da ação docente, mas como facilitadoras de processos de ensino mais interativos, personalizados e significativos. Conforme Kenski (2022), “as tecnologias devem ser compreendidas como meios integradores que ampliam possibilidades de acesso ao conhecimento, diversificam as linguagens e promovem maior engajamento discente”.

Ferramentas como plataformas de aprendizagem adaptativa, jogos educativos e recursos multimodais têm sido utilizadas com sucesso em diversas redes de ensino para diagnosticar lacunas, acompanhar o progresso dos estudantes e proporcionar experiências de aprendizagem mais dinâmicas. Para Santos e Oliveira (2023), “a personalização do ensino mediada por tecnologias contribui para a superação de dificuldades específicas e promove maior autonomia dos alunos no processo de aprendizagem”.

No entanto, o uso das TDICs requer intencionalidade pedagógica e formação específica dos professores. Segundo Moran (2023), “é essencial que os docentes saibam selecionar, aplicar e avaliar os recursos digitais de forma coerente com seus objetivos de ensino, evitando o uso meramente instrumental das tecnologias”.

Portanto, integrar as tecnologias digitais à prática pedagógica significa reformular o planejamento, ampliar os formatos avaliativos e propor metodologias que estimulem a participação ativa dos estudantes. Essa integração, aliada à formação docente crítica, constitui um dos pilares para a reconstrução efetiva das aprendizagens no cenário atual.

METODOLOGIA

A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo de natureza qualitativa, com abordagem exploratória, orientado pela metodologia de revisão bibliográfica sistematizada. Essa escolha metodológica se justifica pela intenção de compreender, a partir da literatura científica recente, como a formação docente pode atuar como mediadora na recomposição das habilidades básicas de leitura, escrita e matemática, com apoio das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs).

A revisão bibliográfica foi conduzida com base em critérios rigorosos de seleção, priorizando fontes acadêmicas indexadas em bases reconhecidas, como SciELO, Google Acadêmico, ERIC, CAPES Periódicos e Web of Science, entre os anos de 2022 e 2025. Foram incluídos artigos científicos, livros, relatórios técnicos e documentos oficiais que abordassem os seguintes descritores: formação docente, recomposição da aprendizagem, pós-pandemia na educação, tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras. O recorte temporal foi estabelecido para garantir a atualidade e a relevância dos dados frente ao contexto educacional contemporâneo.

A seleção da amostra documental seguiu critérios de inclusão que consideraram publicações: (i) escritas em português, espanhol ou inglês; (ii) com foco direto no tema da recomposição das aprendizagens e uso das TDICs na prática docente; e (iii) publicadas entre 2022 e 2025. Foram excluídas produções com viés opinativo, sem base metodológica definida ou que não dialogassem diretamente com os objetivos da pesquisa.

O procedimento metodológico envolveu três etapas principais: levantamento, leitura analítica e síntese crítica dos materiais. Na primeira etapa, foi realizada a busca e o descarte de duplicatas; na segunda, a leitura exploratória e seletiva identificou os estudos mais pertinentes; e na terceira, os dados extraídos foram organizados por categorias temáticas que dialogassem com os eixos: recomposição da aprendizagem, formação docente e integração das TDICs.

Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo temática, conforme proposta por Bardin (2016), adaptada às diretrizes contemporâneas de análise qualitativa. As categorias emergentes foram organizadas de forma a permitir uma leitura crítica e articulada das evidências encontradas, permitindo identificar recorrências, convergências e lacunas nas abordagens dos autores consultados.

Do ponto de vista ético, por tratar-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica e não envolver diretamente seres humanos, não se aplicam procedimentos de aprovação em comitê de ética. No entanto, todos os estudos analisados foram devidamente referenciados, respeitando os direitos autorais e as normas vigentes de citação acadêmica.

Por fim, reconhece-se como limitação deste estudo o fato de que, embora as análises se baseiam em literatura atual e consolidada, a ausência de dados empíricos próprios restringe a possibilidade de generalização direta dos achados. Contudo, os resultados aqui sistematizados fornecem uma base robusta para futuras pesquisas de campo e contribuem significativamente para o debate sobre a formação docente e a recomposição das aprendizagens no Brasil.

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A análise da produção científica recente (2022–2025) permitiu identificar evidências consistentes acerca do papel central da formação docente na recomposição das habilidades básicas de leitura, escrita e matemática, especialmente no contexto pós-pandêmico. Os estudos apontam que a combinação entre diagnóstico pedagógico; uso de tecnologias digitais e estratégias formativas continuadas tem sido a abordagem mais eficaz para enfrentar os déficits de aprendizagem.

A amostra final da revisão bibliográfica sistematizada compreendeu 27 publicações científicas, incluindo artigos, relatórios e capítulos de livros acadêmicos, distribuídos conforme a Tabela 1:

Tabela 1 – Temas centrais recorrentes nas publicações

Fonte: Elaboração do autor (2025)

  • Recomposição da aprendizagem – 81%
  • Formação docente continuada – 74%
  • Tecnologias educacionais – 67%
  • Avaliação diagnóstica e intervenções pedagógicas – 63%

Os resultados evidenciam que o desenvolvimento de políticas formativas focadas na recomposição da aprendizagem tem sido um ponto recorrente em diversos estudos. Kenski (2022) enfatiza que a formação docente, quando articulada às tecnologias digitais, favorece o planejamento de aulas mais significativas e contextualizadas. Essa afirmação é corroborada por Moran (2023), ao apontar que “a mediação docente, apoiada por recursos digitais bem aplicados, potencializa o engajamento e a recuperação de conteúdos essenciais”.

Outra evidência relevante diz respeito à necessidade de formações situadas, que respeitem o contexto escolar e promovam a autonomia pedagógica. Libâneo (2023) defende que os cursos e oficinas oferecidos aos professores devem dialogar com a prática, valorizando o conhecimento prévio e proporcionando estratégias para lidar com os desafios concretos da sala de aula.

Em relação ao uso das TDICs, a maioria dos estudos consultados demonstrou que o uso intencional de ferramentas digitais (como plataformas adaptativas e aplicativos educativos) auxilia na personalização do ensino e no mapeamento das dificuldades individuais dos estudantes (Santos & Oliveira, 2023). Contudo, os mesmos estudos alertam para a necessidade de formação técnica e pedagógica dos docentes, a fim de evitar o uso superficial das tecnologias.

Além disso, os achados revelam uma lacuna significativa no que se refere à avaliação contínua do impacto dessas formações sobre a prática docente e sobre os resultados de aprendizagem. Embora os autores apontem o potencial das estratégias formativas, poucos estudos acompanham longitudinalmente os efeitos nas escolas, o que representa uma limitação para a generalização dos dados.

As evidências levantadas permitem afirmar que investir em formação docente crítica e integradora é uma via potente para reverter os prejuízos educacionais causados pela pandemia. Essa formação deve contemplar o domínio de recursos tecnológicos, práticas de ensino diferenciadas e capacidade de diagnóstico contínuo.

A articulação entre formação continuada e TDICs representa um caminho para práticas pedagógicas mais inclusivas, eficazes e centradas no estudante. Como destacam Almeida e Souza (2022), “a inovação na recomposição das aprendizagens passa necessariamente pela valorização do professor como agente transformador, apoiado por políticas de formação coerentes com a realidade educacional”.

Como limitação, destaca-se o fato de que este estudo baseou-se exclusivamente em revisão bibliográfica, não incluindo dados empíricos oriundos de práticas escolares observadas. Além disso, algumas regiões e contextos escolares ainda são pouco explorados nas publicações recentes, o que restringe uma análise mais ampla da eficácia das estratégias em diferentes realidades.

Pesquisas futuras poderão investigar como as formações docentes voltadas à recomposição têm sido efetivamente aplicadas nas escolas, com base em estudos de caso e análises de impacto, fornecendo dados mais robustos sobre os efeitos da mediação docente na superação das lacunas educacionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo analisar de que forma a formação docente pode mediar a recomposição das habilidades básicas de leitura, escrita e matemática, com o apoio das tecnologias digitais. A partir de uma revisão bibliográfica sistemática, foi possível constatar que a pandemia da COVID-19 agravou as defasagens educacionais e que a atuação intencional e qualificada do professor é fundamental para superar os desafios impostos a esse novo cenário educacional.

Os principais achados da pesquisa apontam que a formação continuada precisa ser prática, contextualizada e voltada para o uso pedagógico das tecnologias digitais. Estratégias formativas que promovam a reflexão crítica, o uso de recursos tecnológicos e a personalização do ensino revelam-se como ferramentas eficazes para reconstruir as aprendizagens perdidas e garantir a equidade no processo educacional.

Além disso, observou-se que o uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação, quando aliado ao diagnóstico das dificuldades dos estudantes, potencializa o trabalho docente e possibilita intervenções mais efetivas. A articulação entre recursos tecnológicos e práticas pedagógicas bem fundamentadas fortalece a aprendizagem significativa e a autonomia dos estudantes.

A pesquisa contribui para o campo educacional ao evidenciar que a formação docente voltada à recomposição da aprendizagem não é apenas uma medida emergencial, mas uma estratégia estrutural para qualificar a educação básica. A mediação consciente do professor, com o apoio das TDICs, deve ser compreendida como um processo contínuo de transformação da prática pedagógica.

Dessa forma, este estudo reforça a necessidade de políticas públicas que invistam em formação docente permanente, bem como em infraestrutura tecnológica adequada às escolas. Tais investimentos são essenciais para garantir não apenas a recuperação das aprendizagens, mas também o fortalecimento de um ensino mais justo, inclusivo e inovador, alinhado às demandas do século XXI.

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Oliveira, Divina Darc Moreira de . A formação docente como mediadora da recomposição das habilidades básicas com apoio das tecnologias digitais no pós-pandemia.International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

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