Estratégias pedagógicas baseadas em Aba para alunos com tea: análise de eficácia em salas de aula inclusivas.

ABA-BASED PEDAGOGICAL STRATEGIES FOR STUDENTS WITH ASD: EFFECTIVENESS ANALYSIS IN INCLUSIVE CLASSROOMS

ESTRATEGIAS PEDAGÓGICAS BASADAS EN ABA PARA ESTUDIANTES CON TEA: ANÁLISIS DE EFICACIA EN AULAS INCLUSIVAS

Autor

Márcia Aparecida Xisto da Silva
ORIENTADOR
 Prof. Dr. Gilson Luiz Rodrigues Souza

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/E65C36

DOI

Silva, Márcia Aparecida Xisto da . Estratégias pedagógicas baseadas em Aba para alunos com tea: análise de eficácia em salas de aula inclusivas.. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este artigo considera a aplicação da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) como estratégia pedagógica voltada para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em contextos inclusivos. O método terapêutico aba, fundamentada em princípios do behaviorismo, tem se destacado por sua eficácia no ensino de habilidades acadêmicas, sociais e funcionais. investigar os fundamentos do método aba e suas estratégias aplicadas em sala de aula e a eficácia de sua implementação para alunos com tea no ambiente escolar inclusivo, é um dos objetivos a serem dirimidos a partir da construção deste artigo. a metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, com base em estudos científicos publicados a partir de 2021, os quais abordam práticas pedagógicas baseadas na terapia aba no contexto da educação inclusiva. Os resultados evidenciam que o método ABA favorece o desenvolvimento da comunicação funcional, o engajamento nas atividades escolares e a redução de comportamentos desafiadores, contribuindo para uma inclusão mais efetiva. Considerando a pesquisa desenvolvida é possível observar que, apesar dos desafios relacionados à formação docente e infraestrutura, o referente modelo aba se mostra uma das abordagens promissoras na construção de práticas educacionais inclusivas, direcionando á avanços significativos na aprendizagem e socialização de alunos com TEA.
Palavras-chave
análise do comportamento aplicada; transtorno do espectro autista; inclusão escolar; estratégias pedagógicas.

Summary

This article considers the application of Applied Behavior Analysis (ABA) as a pedagogical strategy aimed at students with Autism Spectrum Disorder (ASD) in inclusive contexts. The ABA therapeutic method, based on principles of behaviorism, has stood out for its effectiveness in teaching academic, social, and functional skills. Investigating the foundations of the ABA method and its strategies applied in the classroom and the effectiveness of its implementation for students with ASD in an inclusive school environment is one of the objectives to be resolved from the construction of this article. The methodology used was a bibliographic review, based on scientific studies published since 2021, which address pedagogical practices based on ABA therapy in the context of inclusive education. The results show that the ABA method favors the development of functional communication, engagement in school activities, and the reduction of challenging behaviors, contributing to more effective inclusion. Considering the research developed, it is possible to observe that, despite the challenges related to teacher training and infrastructure, the ABA model is one of the promising approaches in the construction of inclusive educational practices, leading to significant advances in the learning and socialization of students with ASD.
Keywords
applied behavior analysis; autism spectrum disorder; school inclusion; pedagogical strategies.

Resumen

Este artículo considera la aplicación del Análisis de Conducta Aplicado (ABA) como estrategia pedagógica dirigida a estudiantes con Trastorno del Espectro Autista (TEA) en contextos inclusivos. El método terapéutico ABA, basado en principios del conductismo, se ha destacado por su eficacia en la enseñanza de habilidades académicas, sociales y funcionales. Investigar los fundamentos del método ABA y sus estrategias aplicadas en el aula y la efectividad de su implementación para estudiantes con TEA en un ambiente escolar inclusivo es uno de los objetivos a resolver a partir de la construcción de este artículo. La metodología utilizada fue una revisión bibliográfica, basada en estudios científicos publicados a partir del año 2021, que abordan prácticas pedagógicas basadas en la terapia aba en el contexto de la educación inclusiva. Los resultados muestran que el método ABA favorece el desarrollo de la comunicación funcional, la participación en actividades escolares y la reducción de conductas desafiantes, contribuyendo a una inclusión más efectiva. Considerando la investigación desarrollada, es posible observar que, a pesar de los desafíos relacionados a la formación docente y a la infraestructura, el modelo ABA demuestra ser uno de los enfoques prometedores en la construcción de prácticas educativas inclusivas, conduciendo a avances significativos en el aprendizaje y socialización de estudiantes con TEA.
Palavras-clave
análisis del comportamiento aplicado; trastorno del espectro autista; inclusión escolar; estrategias pedagógicas.

INTRODUÇÃO

A colaboração da tecnologia assistiva no desenvolvimento cognitivo de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em ambientes educacionais regulares, constitui um campo de estudo essencial para compreender as adaptações necessárias à inclusão escolar. Diversas tecnologias, como softwares educacionais adaptativos e dispositivos de comunicação alternativa, vêm sendo desenvolvidas para auxiliar nesse processo. No entanto, ainda existem dúvidas quanto à sua efetividade e aplicabilidade.

Diante disso, surge a seguinte pergunta: como a tecnologia assistiva pode influenciar o desenvolvimento cognitivo de alunos com TEA nas escolas regulares? Este estudo tem como objetivo investigar as tecnologias assistivas mais eficazes para esses alunos, analisar o impacto dessas ferramentas na inclusão escolar e avaliar a percepção dos educadores sobre seus benefícios e desafios.

A relevância deste estudo se destaca diante do aumento no número de diagnósticos de TEA e da necessidade de métodos educacionais que contemplem as diferentes demandas desses alunos. A revisão bibliográfica será baseada na análise de literatura científica disponível em bases de dados como Scopus, Web of Science, ERIC e Google Scholar, considerando publicações dos últimos dez anos que tratem do uso de tecnologias assistivas no contexto educacional. A metodologia adotada será uma análise qualitativa dos dados coletados, com o intuito de identificar tendências, desafios e oportunidades relacionadas ao uso dessas tecnologias para promover o desenvolvimento cognitivo e a inclusão de alunos com TEA no ensino regular.

A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) constitui-se como uma abordagem científica centrada na modificação de comportamentos socialmente relevantes, sendo amplamente utilizada no apoio educacional de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa abordagem é fundamentada em princípios do behaviorismo, que envolvem reforçamento positivo, estímulo e resposta, visando promover mudanças significativas e duradouras no comportamento (Nogueira et al., 2023).

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta principalmente a comunicação, interação social e comportamentos repetitivos. Diante de suas manifestações variadas, torna-se essencial empregar estratégias individualizadas de ensino. A ABA tem sido apontada como eficaz na promoção da aprendizagem desses alunos, oferecendo intervenções personalizadas e baseadas em dados (Simplício, 2024).

Dentro do contexto escolar, a implementação da ABA exige um planejamento estruturado, que considere os desafios do estudante, mas também seus potenciais. O uso de reforçadores e o ensino por tentativas discretas são alguns dos métodos aplicados para estimular habilidades sociais, acadêmicas e funcionais. O trabalho colaborativo entre escola e família é parte essencial dessa abordagem (Demo, 2024).

Segundo Pessoa, Martins e Menezes (2021), a aplicação da ABA permite construir ambientes de aprendizagem inclusivos, nos quais o aluno com TEA pode desenvolver habilidades de forma mais efetiva. O uso sistemático da ABA favorece a aquisição de comportamentos adaptativos, além de reduzir condutas disfuncionais que comprometem o processo de ensino-aprendizagem.

É fundamental compreender que a ABA não se limita à repetição de comandos, mas sim à observação contínua do comportamento e à análise de dados. A coleta de informações permite ajustes constantes nas estratégias utilizadas, o que garante maior efetividade na intervenção. Para Machado e Sousa (2023), esse é um dos maiores diferenciais da abordagem: sua capacidade de adaptação à singularidade de cada estudante.

Ao compreender os fundamentos da ABA e sua interface com o TEA, torna-se evidente que a atuação pedagógica precisa ir além da boa vontade. A eficácia da intervenção depende do conhecimento técnico dos profissionais envolvidos e de sua capacitação constante. Assim, escolas inclusivas devem garantir espaço para formação continuada de professores.

O reconhecimento das potencialidades da ABA na inclusão escolar é respaldado por décadas de estudos, mas seu uso ainda encontra resistência por falta de formação e estrutura. Por isso, é necessário romper com a visão tradicional e compreender a ABA como uma aliada poderosa no desenvolvimento global de estudantes com TEA (Pessoa et al., 2021).

As estratégias pedagógicas baseadas na ABA envolvem práticas que têm como foco principal o ensino de comportamentos desejados e a redução de comportamentos indesejados por meio de reforçadores apropriados. Sousa, Castro e Ferreira (2022) destacam a importância do reforço positivo, no qual o aluno é recompensado por seus acertos, incentivando a repetição do comportamento desejado.

Além do reforço, às estratégias mais utilizadas incluem o ensino por tentativas discretas (DTT), o encadeamento de tarefas e a análise funcional do comportamento. Essas técnicas permitem um ensino altamente estruturado, que facilita a compreensão e a aprendizagem de alunos com TEA (Silva; Amaral, 2023).

O uso de tecnologias como aplicativos, vídeos-modelo e quadros de rotinas visuais também compõem as ferramentas da ABA no ambiente escolar. Essas tecnologias permitem maior previsibilidade para os alunos, reduzindo sua ansiedade e facilitando a adaptação ao ambiente escolar (Campos; Batista, 2023).

A rotina estruturada e a consistência nas instruções são elementos-chave. Com isso, o aluno com TEA se sente mais seguro e propenso a participar das atividades escolares. Costa e Fernandes (2024) reforçam que essas estratégias não apenas favorecem a aprendizagem acadêmica, mas também impactam no desenvolvimento socioemocional dos estudantes.

A atuação do professor mediador, quando capacitado em ABA, é um diferencial relevante. Ele consegue atuar diretamente nos momentos de crise comportamental, intervindo com técnicas apropriadas, como redirecionamento, intervalos programados e reforçadores não contingentes (Sousa et al., 2022).

Segundo Silva e Amaral (2023), a prática pedagógica baseada em ABA exige um planejamento contínuo, registro diário das respostas do aluno e reuniões de equipe multiprofissional. Esse acompanhamento garante que as estratégias utilizadas estejam alinhadas com os objetivos educacionais e comportamentais traçados.

Campos e Batista (2023) também apontam que a comunicação funcional deve ser uma prioridade no planejamento pedagógico. Muitos alunos com TEA têm dificuldades de se expressar verbalmente, sendo necessário ensinar sistemas alternativos como PECS ou uso de tablets com softwares de fala.

A abordagem ABA permite que essas estratégias sejam incorporadas com naturalidade à rotina da sala de aula, sem comprometer o currículo regular. Pelo contrário, ela fortalece o processo de aprendizagem ao adaptar os conteúdos à realidade do aluno com TEA (Costa; Fernandes, 2024).

Quando aplicadas corretamente, as estratégias baseadas em ABA promovem não apenas o aprendizado de conteúdos escolares, mas também habilidades para a vida diária, como higiene, alimentação e organização pessoal. Isso amplia a autonomia do aluno e sua participação social.

Outro ponto relevante é a individualização das estratégias. Cada aluno com TEA é único, com necessidades e ritmos distintos. Portanto, a ABA permite uma abordagem centrada no indivíduo, respeitando suas particularidades e incentivando seu progresso (Sousa et al., 2022).

As estratégias também favorecem a interação social entre os colegas. Atividades mediadas com foco na troca de turnos, no compartilhamento de materiais e na comunicação com os pares são planejadas com o objetivo de promover vínculos e pertencimento ao grupo (Silva; Amaral, 2023).

Para Bessa e Ribeiro (2025), essas práticas só terão sucesso se os educadores estiverem preparados para aplicá-las corretamente. A formação inicial e continuada dos professores precisa contemplar conteúdos sobre ABA e suas possibilidades de aplicação no contexto escolar.

Por fim, o uso da ABA na sala de aula representa mais que uma técnica: é uma filosofia de valorização da aprendizagem individual, de respeito ao tempo do outro e de compromisso com a inclusão de fato. Quando bem planejadas, essas estratégias tornam o espaço escolar mais humano e acessível para todos.

DESENVOLVIMENTO

A aplicação da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) em contextos de educação inclusiva tem demonstrado resultados significativos no desenvolvimento de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para Demo (2024), a eficácia da ABA está diretamente ligada à sua estrutura metodológica, baseada em metas claras, reforços positivos e acompanhamento constante, o que favorece a aprendizagem contínua e o desenvolvimento de habilidades funcionais.

Em ambientes escolares inclusivos, a ABA permite que o aluno com TEA participe de atividades pedagógicas junto aos demais colegas, promovendo sua integração sem desconsiderar suas necessidades específicas. Leite e Diniz (2024) afirmam que essa abordagem cria oportunidades reais de aprendizagem e interação, respeitando o ritmo individual dos alunos e favorecendo a convivência coletiva.

Estudos apontam que crianças submetidas à ABA apresentam melhoras expressivas na comunicação funcional, na socialização e nas tarefas escolares. Giovannoni, Carvalho e Pellegrini (2021) ressaltam que o ensino sistemático baseado na ABA ajuda a reduzir comportamentos inadequados, substituindo-os por respostas mais adaptativas ao convívio escolar e social.

A eficácia da ABA não está apenas nos resultados acadêmicos, mas também no fortalecimento da autoestima dos estudantes com TEA. Quando bem aplicada, a metodologia faz com que o aluno se sinta capaz e valorizado, o que contribui para sua permanência e participação ativa no ambiente escolar (Demo, 2024).

Outro aspecto relevante diz respeito à redução de barreiras à aprendizagem. Leite e Diniz (2024) destacam que os alunos que recebem suporte baseado em ABA demonstram maior engajamento nas atividades, aceitam melhor a rotina escolar e passam a apresentar avanços em áreas como linguagem, autocontrole e autonomia.

A presença de educadores capacitados em ABA tem se mostrado um fator determinante para o sucesso da inclusão. A formação adequada desses profissionais possibilita a criação de planos de intervenção que respeitam os princípios da ABA e se integram às atividades escolares cotidianas (Giovannoni; Carvalho; Pellegrini, 2021).

Para que a eficácia da ABA se concretize nas salas de aula, é essencial que haja um ambiente estruturado, com rotinas claras e estratégias de ensino individualizadas. A previsibilidade e a repetição orientada são fundamentais para que o aluno com TEA compreenda o que se espera dele e se sinta seguro para participar das atividades (Demo, 2024).

Segundo Leite e Diniz (2024), o apoio da gestão escolar e da equipe multiprofissional amplia ainda mais os benefícios da ABA, tornando o processo de inclusão mais efetivo e menos excludente. A articulação entre os diferentes agentes educativos fortalece a prática pedagógica e garante que o aluno seja atendido em suas múltiplas dimensões.

Outro indicador de eficácia está na generalização das habilidades adquiridas. Giovannoni, Carvalho e Pellegrini (2021) afirmam que, quando bem orientado, o ensino com base na ABA permite que o aluno transfira o aprendizado para diferentes contextos, como casa, recreio e outras disciplinas.

As avaliações contínuas, previstas na estrutura da ABA, permitem acompanhar os avanços do aluno e ajustar as intervenções sempre que necessário. Esse monitoramento constante é o que assegura a efetividade da metodologia ao longo do tempo (Demo, 2024).

A experiência em sala de aula mostra que os alunos com TEA que recebem suporte com base na ABA tornam-se mais participativos e autônomos. A abordagem os auxilia a compreender as regras de convivência, resolver conflitos e expressar suas emoções de forma mais adequada (Leite; Diniz, 2024).

Ainda que a ABA exija preparo técnico e recursos adequados, seu impacto positivo é evidente quando aplicada de forma comprometida. Além do avanço acadêmico, ela proporciona ganhos sociais e emocionais, que influenciam diretamente na qualidade de vida dos estudantes com TEA (Giovannoni; Carvalho; Pellegrini, 2021).

Apesar da eficácia comprovada da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) no atendimento a estudantes com TEA, sua implementação no cotidiano escolar enfrenta diversos desafios. Um dos principais é a falta de formação específica dos professores sobre a abordagem. Nogueira et al. (2023) destacam que muitos educadores ainda não dominam os princípios da ABA, o que compromete a aplicação adequada das estratégias.

A carência de capacitação profissional torna-se um obstáculo para a personalização do ensino. Simplício (2024) observa que, mesmo com boas intenções, sem o devido conhecimento técnico, os professores tendem a aplicar métodos genéricos que não atendem às necessidades individuais dos alunos com TEA, prejudicando seu progresso e sua inclusão.

Além da formação, outro desafio recorrente é a falta de recursos materiais e humanos. A aplicação da ABA exige instrumentos de avaliação, ambientes estruturados e, muitas vezes, a presença de um profissional de apoio. Demo (2024) ressalta que muitas escolas públicas não têm acesso a esses elementos, dificultando a aplicação sistemática da metodologia.

Em contrapartida, há possibilidades promissoras, sobretudo quando a escola se compromete com a inclusão como prática permanente e não como exceção. Pessoa, Martins e Menezes (2021) afirmam que, quando os profissionais trabalham em colaboração com a família e com equipes multidisciplinares, a ABA se torna mais eficaz, mesmo em contextos com recursos limitados.

A resistência institucional também se apresenta como um entrave. Muitos gestores escolares não compreendem a importância de investir em ABA e priorizam outras demandas pedagógicas. Para Machado e Sousa (2023), isso revela uma cultura escolar ainda pouco sensível à neurodiversidade, que precisa ser transformada com políticas de inclusão efetiva.

Outro aspecto desafiador é a dificuldade de adaptar o currículo às estratégias da ABA. A abordagem exige flexibilidade pedagógica e abertura para trabalhar com objetivos específicos, o que muitas vezes conflita com a rigidez das diretrizes curriculares tradicionais. Nogueira et al. (2023) sugerem que o currículo seja pensado de forma mais acessível, para contemplar diferentes formas de aprendizagem.

Mesmo diante dessas dificuldades, a aplicação da ABA traz possibilidades valiosas. Simplício (2024) aponta que, quando aplicada com intencionalidade, a ABA contribui não apenas para o desenvolvimento de habilidades específicas, mas também para a construção de um ambiente mais empático, no qual a diversidade é acolhida como parte do processo educativo.

Outro ponto positivo está na evolução da formação continuada. Muitas universidades e instituições educacionais já oferecem cursos de capacitação em ABA, ampliando o acesso dos professores ao conhecimento teórico e prático da abordagem. Isso contribui para que a prática se fortaleça na escola pública e não fique restrita aos atendimentos clínicos (Demo, 2024).

A tecnologia também tem sido uma aliada importante. Aplicativos, plataformas de monitoramento e materiais digitais ajudam a tornar a ABA mais acessível aos professores e alunos. Pessoa et al. (2021) destacam que, com o uso correto da tecnologia, é possível aplicar intervenções mesmo em salas com número elevado de estudantes.

Porém, o sucesso da ABA na educação depende, sobretudo, da mudança de mentalidade. É preciso romper com a visão de que a inclusão é tarefa de especialistas e compreender que ela é responsabilidade coletiva. Machado e Sousa (2023) reforçam que cada professor, ao adaptar suas práticas, contribui para uma escola mais justa.

A colaboração entre os diversos profissionais da escola é outro ponto-chave. Quando pedagogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e cuidadores dialogam entre si, as intervenções se tornam mais coerentes e efetivas. Nogueira et al. (2023) mostram que essa articulação garante o alinhamento das metas e a continuidade do trabalho com o aluno.

Por fim, vale ressaltar que a aplicação da ABA não é uma fórmula mágica, mas uma ferramenta poderosa quando bem utilizada. Ela exige dedicação, estudo e sensibilidade, mas seus resultados são visíveis tanto no rendimento acadêmico quanto no bem-estar dos alunos com TEA (Simplício, 2024).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A aplicação da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) no contexto educacional tem se mostrado uma estratégia altamente eficaz para promover o desenvolvimento de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ao longo deste artigo, foi possível compreender como a ABA contribui significativamente para a construção de práticas pedagógicas inclusivas, favorecendo tanto a aprendizagem acadêmica quanto o desenvolvimento de habilidades sociais e comportamentais.

Foram discutidos os fundamentos da ABA e sua estreita relação com as necessidades específicas dos alunos com TEA, bem como estratégias práticas aplicadas em salas de aula inclusivas. Observou-se que a estrutura da ABA permite intervenções planejadas, organizadas e adaptadas, o que potencializa os resultados educacionais e amplia a autonomia dos estudantes.

Também foram abordados os desafios enfrentados pelos profissionais da educação, especialmente no que se refere à formação técnica, à estrutura escolar e à resistência institucional. Apesar disso, as possibilidades de avanço são promissoras, principalmente quando há comprometimento coletivo da equipe pedagógica e apoio da gestão escolar.

Conclui-se, portanto, que a ABA é uma ferramenta poderosa para promover uma educação verdadeiramente inclusiva. Mais do que uma metodologia, ela representa uma mudança de perspectiva, baseada no respeito à diversidade e na crença de que todos os alunos são capazes de aprender, desde que lhes sejam oferecidos os meios adequados. Investir em ABA na educação é investir em equidade, qualidade e dignidade para todos.

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Silva, Márcia Aparecida Xisto da . Estratégias pedagógicas baseadas em Aba para alunos com tea: análise de eficácia em salas de aula inclusivas..International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
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Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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Estratégias pedagógicas baseadas em Aba para alunos com tea: análise de eficácia em salas de aula inclusivas.

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