O lúdico como recurso pedagógico nas escolas.

PLAY AS A PEDAGOGICAL RESOURCE IN SCHOOLS

EL JUEGO COMO RECURSO PEDAGÓGICO EN LAS ESCUELAS

Autor

Eliane Meira Mello Silva
ORIENTADOR
Prof. Dr. Prof. Dr. Francisco Xavier Martins Bessa

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/E6972C

DOI

Silva, Eliane Meira Mello . O lúdico como recurso pedagógico nas escolas.. International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Estudos demonstram que o trabalho pedagógico pautado nas atividades lúdicas é fundamental para o desenvolvimento integral da criança, tanto na educação infantil como no ensino fundamental. O ato de brincar para a criança pode ser mais que uma atividade diária, pode ser um meio prazeroso de aprender. Enquanto brinca a criança desenvolve a imaginação, aprende a controlar sua agressividade e superar seus medos. Nesse sentido, objetivamos compreender a importância do lúdico como recurso pedagógico, bem como a contribuição para o desenvolvimento integral da criança. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica em que recorremos a livros, capítulos de livros, artigos científicos e documentos oficiais, os quais comporão a discussão. Como aporte teórico respaldamos em Piaget (1967), Vygotsky (1998), Santos (2002), Maluf (2003), Kishimoto (2009 e 2011gh), Vasconcellos (2005), dentre outros. Os resultados evidenciam que organizar espaços e brincadeiras que proporcionem satisfação e, consequentemente, a aprendizagem da criança, é essencial; compreender a atividade lúdica como uma ferramenta a mais auxiliando a prática, permite, ao professor, elaborar situações de aprendizagem, tendo em vista a integralidade da criança.
Palavras-chave
Lúdico. Recurso pedagógico. Escola.

Summary

Studies demonstrate that pedagogical work based on playful activities is fundamental for the integral development of the child, both in early childhood education and in elementary school. For children, the act of playing can be more than a daily activity, it can be a pleasurable way of learning. While playing, children develop their imagination, learn to control their aggression and overcome their fears. In this sense, we aim to understand the importance of play as a pedagogical resource, as well as its contribution to the child’s integral development. This is a bibliographical research in which we use books, book chapters, scientific articles and official documents, which will make up the discussion. As a theoretical contribution, we rely on Piaget (1967), Vygotsky (1998), Santos (2002), Maluf (2003), Kishimoto (2009 and 2011gh), Vasconcellos (2005), among others. The results show that organizing spaces and games that provide satisfaction and, consequently, the child’s learning, is essential; Understanding playful activity as an additional tool to help practice, allows the teacher to create learning situations, taking into account the child’s completeness.
Keywords
Playful. Pedagogical resource. School.

Resumen

Estudios demuestran que el trabajo pedagógico basado en actividades lúdicas es fundamental para el desarrollo integral del niño, tanto en la educación infantil como en la escuela primaria. Para los niños, el acto de jugar puede ser más que una actividad diaria, puede ser una forma placentera de aprender. Mientras juegan, los niños desarrollan su imaginación, aprenden a controlar su agresividad y a superar sus miedos. En este sentido, pretendemos comprender la importancia del juego como recurso pedagógico, así como su contribución al desarrollo integral del niño. Se trata de una investigación bibliográfica en la que utilizamos libros, capítulos de libros, artículos científicos y documentos oficiales, que conformarán la discusión. Como aporte teórico nos apoyamos en Piaget (1967), Vygotsky (1998), Santos (2002), Maluf (2003), Kishimoto (2009 y 2011gh), Vasconcellos (2005), entre otros. Los resultados muestran que organizar espacios y juegos que brinden satisfacción y, en consecuencia, el aprendizaje del niño, es fundamental; Entender la actividad lúdica como una herramienta adicional para ayudar a la práctica, permite al docente crear situaciones de aprendizaje, teniendo en cuenta la plenitud del niño.
Palavras-clave
Lúdico. Recurso pedagógico. Escuela.

LUDICIDADE COMO RECURSO PEDAGÓGICO 

A importância de ensinar utilizando o lúdico nas escolas é fundamental para o cotidiano dos educandos e professores. Brincar faz com que a criança possa desenvolver cognitivamente, isso acontece em meio à situação de imaginação pelo seu pensamento, pois o brinquedo estabelece relação de sentido e percepção visual. 

De acordo com Lima (1991, p. 29), a ação de brincar da criança na escola não pode ser considerada uma atividade que complementa as outras denominadas pedagógicas, “[…] mas sim como atividade fundamental para a constituição de sua identidade cultural e de sua personalidade”. 

Segundo Maluf (2003) as brincadeiras fazem parte do cotidiano das crianças e, se utilizada adequadamente, auxilia e provoca o aprendizado, tendo como efeito fazer o bem à criança que ao brincar aumenta a sua capacidade de imaginar. 

O autor ressalta ainda que:

A Educação infantil e o lúdico se completam, pois o brincar está diretamente ligado à criança, a recreação é parte integrante da rotina diária e ficar fora deste momento é impossível para os pequenos, porque além de muitas importâncias o brincar desenvolve os músculos, a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e além de tudo deixa qualquer criança feliz (Maluf, 2003, p. 19). 

Pode-se definir brincadeira toda e qualquer atividade realizada pela criança, desde as livres até as que possuem regras, pois elas auxiliam no desenvolvimento do raciocínio lógico, físico, motor, social e cognitivo. 

O educador promove o desenvolvimento do seu aluno, associando-o com o seu cotidiano, dessa forma, a transformação não está somente no convívio social com outras pessoas, mas também no seu modo de pensar, agir e principalmente no seu intelecto. 

Kishimoto (2011, p. 1), perpetua a sua definição em relação ao termo jogos. Para ela é uma situação de disputa, como uma partida de xadrez, um gato que empurra uma bola de lã, um tabuleiro e uma criança que brinca com boneca. 

Cada jogo possui sua definição e suas regras, porém são considerados uma forma de entretenimento e laser, uma diversão. Ressalta, também, o que cada jogo proporciona, qual o seu objetivo e destaca “A variedade de fenômenos considerados como jogo mostra a complexidade da

tarefa de defini-lo” (Kishimoto, 2011, p. 2). 

Para cada cultura o tipo de jogo é determinado. 

As características que são relacionadas ao aspecto social podem ter diferentes aceitações por cada comunidade, mesmo a atividade sendo caracterizada lúdica para todas, em seu livro Kishimoto (2011), afirma que:

Embora predomine, na maioria das situações, o prazer como distintivo do jogo, há casos em que o desprazer é o elemento que caracteriza a situação lúdica. Vygotski é um dos que afirmam que nem sempre o jogo possui essa característica porque em certos casos há esforço e desprazer na busca do objetivo da brincadeira. A psicanálise também acrescenta o desprazer como constitutivo do jogo, especialmente ao demonstrar como a criança representa, em processos catárticos, situações extremamente dolorosas (Kishimoto, 2011, p. 4). 

Quando o jogo é utilizado de forma lúdica, mas não como brincadeira, sim como atividade de aprendizado, permite a criança viver momentos diferentes de interação. 

Segundo Piaget (1967, p. 49), “[…] brincando a criança experimenta, descobre, inventa, aprende, confere habilidades, se comunica e se insere em um contexto social”. O brincar é uma forma lúdica da criança desenvolver sua atividade cognitiva, motora, social e efetiva. Quando duas ou mais crianças brincam, estão socializando, interagindo e ainda estimulando sua autonomia, curiosidade, raciocínio lógico de forma divertida, alegre e prazerosa. 

Vasconcellos (2005, p. 78), diz que “[…] a ação de brincar proporciona às crianças o desenvolvimento de uma aprendizagem que valoriza a criatividade, os valores, a vontade de aprender como um ser integral”. Sendo assim, as crianças desenvolvem suas ações de forma criativa, imaginativa e social, por isso esse aprendizado permite que a criança construa sua identidade de forma real e valorize a sua capacidade de desenvolver novos conhecimentos. 

Para Kishimoto (2011, p. 16) “[…] a brincadeira é o resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto social, com um sistema de regras e um objeto”. O lúdico auxilia para o desenvolvimento funcional da criança que só consegue a interação por meio da conversa/fala, o que permite a ela desenvolver outras habilidades. 

Ainda para Kishimoto (2009, p. 7), “[…] quanto mais se permite à criança explorar, mais ela está perto do brincar”. Complementa sua discussão, ao afirmar que o brinquedo seja entendido sempre como objeto, suporte de brincadeira, a brincadeira como a descrição de uma conduta estruturada, com regras e jogo infantil para designar tanto o objeto, quanto as regras pertencentes ao jogo. 

Segundo Vygotsky (1998), o brincar auxilia no desenvolvimento cognitivo da criança, sendo a brincadeira elemento propulsor da chamada zona de desenvolvimento proximal, promovendo êxito no que diz respeito ao desenvolvimento e a aprendizagem infantil. Com relação à zona de desenvolvimento proximal, Vygotsky (1998, p. 97), definiu como: 

[…] a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. 

A utilização do lúdico pelos profissionais da educação é uma forma de recurso e auxilia no aprendizado. Por meio do lúdico como recurso pedagógico, o professor é capaz de observar e intervir no desenvolvimento da criança, propiciando situações que impulsione conhecimentos, sentimentos e vivência coletiva. 

METODOLOGIAS LÚDICAS NA ESCOLA 

O uso do recurso lúdico na escola permite um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento e da aprendizagem, além de trazer grandes benefícios para as crianças. Desta forma, a ludicidade é utilizada de forma estratégica e metodológica, a fim de tornar a aprendizagem divertida e efetiva.

Comungando desse posicionamento, Santos (2002, p. 12) menciona que a brincadeira é […] uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, expressão e construção do conhecimento. Nessa mesma direção, Almeida (1995, p. 41) ressalta que as atividades lúdicas contribuem para a formação da criança, bem como promove a interação social e que 

As atividades lúdicas contribuem e influenciam na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação ativa, criativa, livre, promovendo a interação social e tendo em vista o compromisso de transformação e modificação do meio (Almeida, 1995, p.41).

O professor é o mediador do conhecimento. Cabe a ele desenvolver atividades lúdicas que favoreçam o processo de aprendizagem dos educandos. Neste contexto, o lúdico pode ser trabalhado de forma interdisciplinar, aprimorando a prática pedagógica dos professores e o aprendizado das crianças.

 Isto é evidenciado no RCNEI (1998),

[…] cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais (Brasil, 1998, p. 29). 

Ao encontro dessa discussão temos a BNCC (2017), a qual aclara a relevância do brincar para o desenvolvimento integral da criança. O brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais (BRASIL, 2017, p. 36). 

Em outras palavras, o papel do professor no processo de ensino e aprendizagem dos infantes é essencial. Compete a ele observar, atentamente, a forma como a criança se relaciona com cada uma das ações e com os fatores de ordem social, afetiva, biológica, motora que orientam e limitam as mesmas, para promover encaminhamentos teórico-metodológicos que permitam a criança superar a etapa em que se encontra e manter-se no processo de aprendizagem e desenvolvimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao passo que as discussões foram retomadas dentro do objetivo proposto, pode-se dizer que as atividades lúdicas são de suma importância para o desenvolvimento da criança, portanto, organizar espaços e brincadeiras proporcionam satisfação e, consequentemente, a aprendizagem da criança, o que compreendemos como essencial e necessária. 

Promover as atividades lúdicas como recurso pedagógico é fundamental, pois estudos comprovam que o lúdico é um importante instrumento para a construção de conhecimentos significativos, sobretudo para a formação e desenvolvimento infantil em todos os aspectos motor, cognitivo, físicos e psicológicos.

Para tanto, considera-se que as atividades lúdicas é um instrumento muito eficaz no aprendizado e desenvolvimento da criança como um todo. 

Desta forma, ao professor cabe entender a atividade lúdica como uma ferramenta a mais auxiliando sua prática, permitindo situações de aprendizagem que possibilite o desenvolvimento de todas as habilidades da criança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo, SP: Loyola, 1995. 

Brasil. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf>.acesso em 26 dezembro de 2024. 

  1. Minasilistério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

KISHIMOTO, Tizuko M. Jogos, brinquedos, brincadeira e a educação. Org: 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

Lima, E. C. A. S. A utilização do jogo na Pré-Escola. In: HUERT, Bernard (Org.). O jogo e a construção do conhecimento na pré-escola. São Paulo: FDE, 1991. p. 24-29. 

MALUF, Ângela Cristina Munhoz, Brincar prazer e aprendizado. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. 

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: Imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1967. 

SANTOS, Santa Marli Pires (Org.). O lúdico na formação do educador. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. 

SEVERIANO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007. 

VASCONCELLOS, Vera Maria Ramos de: Educação da Infância, história e política. Rio de Janeiro, 2005. Universidade Estadual de Maringá – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Curso de Pedagogia ead – Licenciatura Plena. 

VYGOTSKY, Lev Semyonovich. A formação Social da Mente. São Paulo: Antídoto, 1998.

Silva, Eliane Meira Mello . O lúdico como recurso pedagógico nas escolas..International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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O lúdico como recurso pedagógico nas escolas.

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