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Resumo
INTRODUÇÃO
Quando se pensa em uma escola inclusiva é pensar numa escola com base democrática, igualitária e justa, que não faça distinção, que inclua todos, sem discriminar, aceite cada um, conforme as suas diferenças, e necessidades, independentemente de sua deficiência, religião, idade, sexo, etnia, raça, cultura. Uma sociedade que apenas os receba, mas seja acessível a todos os grupos, mas que cada vez mais estimule a participação; uma sociedade que ampare, cuide e aprecie a grande diversidade humana; que ofereça oportunidades iguais em que todos desenvolvam e ampliem o seu potencial.
Uma escola comum pode se tornar inclusiva quando reconhece e valoriza as distinções dos seus alunos dentro do processo educativo, buscando e apoiando a participação e a progressividade a todos, incluindo práticas pedagógicas mais adequadas a cada necessidade. Sabe-se que não é tão fácil e instantânea a adesão de novas práticas, pois requer mudanças que vão além do ambiente escolar e da classe de aula.
Este trabalho tem como objetivo central e norteador de toda a pesquisa verificar qual o papel do pedagogo na inclusão escolar e como deve ser a sua atuação diante das dificuldades conforme a necessidade de inclusão de alunos que possuem deficiência ao ensino regular. Assim conduz a questões norteadoras como: a) Compreender qual o papel do pedagogo na inclusão escolar; b) Identificar quais devem ser as práticas pedagógicas inclusivas: atividades lúdicas na educação inclusiva e c) Discutir qual o papel da escola na inclusão.
A metodologia utilizada neste trabalho foi de origem empírica descritiva, comparativa e exploratória. Apresentando e classificando os importantes caminhos epistemológicos pelos quais o estudo se foi legítimo. Assim esta pesquisa que está apoiada no Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, Ministério da educação-MEC, na Constituição Federal e o estudos de autores de renome no campo da Educação e psicologia como Friedmann (2012), Koscheck (2020), Morin, (2011), Ferreira (2022), Vygostsky (1991), Piaget (2004), Libâneo (2004), entre outros.
Para se chegar a receber o nome escola inclusiva é um processo que não é fácil, e as mudanças vão ocorrer gradualmente e aos poucos integram a legislação da educação ao regimento escolar. Assim este trabalho a seguir apresenta dois momentos. O primeiro momento faz uma pertinente reflexão sobre a relação com algumas concepções e marcos históricos sobre a educação inclusiva, e no segundo momento o estudo desta direcionado para qual é o papel do pedagogo e da escola diante da inclusão seja efetivada.
Uma escola inclusiva é grande um desafio imposto a todos, pois esta inclusão exige transformações muito profundas, que requer intensa ousadia, muita prudência, uma política ativa e efetiva, para que possa conceder às crianças portadoras de deficiência uma educação de qualidade para tornar a escola em um único sistema democrática e que abranja a todos por iguais.
A inclusão social ou escolar está se tornado aos poucos um foco nas escolas, pois está aumentando o número de pessoas com deficiências que está começando ter consciência dos seus direitos e benefícios, recorrendo ao acesso de bens públicos e buscando garantia para uma educação e vida de qualidade que respeite e atenda a suas necessidades plenamente. Conforme Mantoan (2003, p.5) “educar é empenhar-se por fazer o outro crescer, desenvolver-se e evoluir”.
As discussões sobre o processo de inclusão social têm se tornado cada vez mais constantes, principalmente, no âmbito da educação escolar. Desse modo, é preciso proporcionar um lugar para que a inclusão se torne mais evidente para que crianças, adolescentes e jovens cresçam e se tornem adultos melhores. Dessa forma, aprendendo a conviver com as diferenças e respeitarem as dificuldades do próximo.
Atualmente, muitas instituições de ensino estão preparadas e adaptadas a receberem a grande diversidade de alunos, porém, na prática, para uma significativa parte, ainda é um desafio desenvolver a inclusão e dispor de recursos indispensáveis para atender aos alunos com necessidades educacionais especiais.
De acordo com o artigo 208 da Constituição Brasileira, o Estado deve “garantir atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Sendo indispensável também docentes preparados e capacitados que ajudem na integração de alunos com necessidades especiais capazes de elaborar e desenvolver atividades que considerem suas necessidades específicas.
Nesse sentido, a presente monografia visa abordar sobre a função do pedagogo na inclusão escolar de pessoas com deficiência no ambiente escolar. De acordo com Saviani (1985) o pedagogo é capaz de avaliar e, certamente, fazer o diagnóstico dos principais problemas que acometem o processo de ensino e aprendizagem na realidade que ele atua, propiciando que os alunos aprendam, sejam respeitados em suas diferenças e valorizados em suas potencialidades. Sendo assim, de suma importância para criação de projetos, dinâmicas e atividades que envolvam e proporcionem o desenvolvimento das crianças, em especial, os portadores de deficiência.
A presente monografia está estruturada em três seções, sendo o primeiro uma breve revisão sobre o processo histórico da inclusão, trazendo em pauta os principais marcos deste longo processo, sobre o papel do pedagogo na inclusão e sobre como deve ser o trabalho do pedagogo na utilização do lúdico. A segunda etapa apresenta uma discussão teórica acerca das práticas pedagógicas inclusivas, quais os benefícios através das atividades lúdicas na educação inclusiva e os desafios desse processo. O terceiro apresenta a importância da atuação do Pedagogo para garantir de forma eficaz a integração do aluno no ambiente escolar, vem caracterizando como deve ser um ambiente escolar inclusivo. E para fomentar a temática, é discutido o papel da escola no processo de inclusão e quais adaptações são necessárias e que possam ser colocadas em prática. E por último, as considerações finais, que vem ressaltando os pontos mais relevantes do trabalho, além de apresentar soluções para que o projeto de inclusão escolar ocorra de maneira eficaz.
BREVE HISTÓRICO DA INCLUSÃO
A inclusão escolar consiste na integração dos alunos com necessidades especiais em sala de aula, com intuito de garantir o acesso igualitário no contexto escolar, assim, possibilitando a todas as crianças experiências, atividades e condições básicas de aprendizagem, por meio, de adaptações e serviços que atendam as particularidades de cada estudante, considerando, em especial, as suas dificuldades.
No entanto, durante a história, as pessoas portadoras de alguma deficiência eram excluídas socialmente. No período da Antiguidade, por exemplo, a mitologia e a religiosidade estabeleciam o ideal físico e mental a ser seguido pelas pessoas (Pessotti, 1984). Esse pensamento é possível identificado na Cidade-Estado Esparta, na qual, as crianças eram criadas, treinadas e educadas naquela época para integrar o exército espartano na guerra. Com isso, pessoas deficientes eram restringidas de participarem e excluídas como cidadãos.
Já a Idade Média pautada sobre a influência cristã, pregava o homem como semelhança e imagem de Deus, sendo, desse modo, um ser perfeito e santificado, e por esse motivo, devido ao viés ideológico, os deficientes eram rejeitados, sendo estipulados como amaldiçoados.
[…] o deficiente tem que ser mantido e cuidado. A rejeição se transforma na ambiguidade proteção segregação ou, em nível teológico, no dilema caridade castigo. A solução do dilema é curiosa: para uma parte do clero, vale dizer, da organização sociocultural, atenuar o ‘castigo’ transformando em confinamento, isto é, segregação (com desconforto, algemas e promiscuidade), de modo tal que segregar é exercer a caridade, pois o asilo garante um teto e alimentação. Mas, enquanto o teto protege o cristão, as paredes escondem e isolam o incômodo ou inútil. Para outra parte da sociocultural medieval cristã, o castigo é caridade, pois é meio de salvar a alma do cristão das garras do demônio e livrar a sociedade das condutas indecorosas ou antissociais do deficiente (PESSOTTI, 1984, p.7).
Na Idade Moderna, com advento da Revolução Francesa, sendo esta pautada pela luta dos direitos humanos e a fomentação do pensamento de igualdade, assim, a sociedade passou a participar de movimentos de integração e com isso as diferenças passaram a ser acolhidas e não mais excluídas. Segundo Carvalho (2004).
A revolução francesa, com todas as ideias de igualdade, liberdade e fraternidade, representou um marco para o período denominado pelos historiadores como Iluminismo. Caracterizou-se pelo apego dos pensadores à racionalidade e às lutas em favor das liberdades individuais, contra o absolutismo do clero e da nobreza. Era a vez da burguesia. (Carvalho, 2004, p. 22).
No Brasil a educação especial começou no início do século XIX, pois antes as pessoas deficientes acabavam sendo vítimas de mal tratos, abandono e negligência. No início a educação destas pessoas acontecia pela escola incorporada a hospitais psiquiátricos, juntamente com algumas instituições especializadas. Em decorrência disto, a educação especial brasileira foi marcada pela segregação.
Em 1948, com Declaração Universal dos Direitos Humanos, pautada pelo ideal de igualdade e direitos básicos e iguais a todos os indivíduos, ampliou-se o pensamento do respeito e dos direitos inerentes à manutenção e dignidade à vida, inclusive das pessoas com deficiência.
Na década de 1960, quando houve um grande aumento no número de instituições especializadas, a prática da educação segregada começou a ser questionada, tendo início então a luta pelo direito de escolarização das pessoas com necessidades educacionais especiais nas salas comuns das escolas regulares. Em um primeiro momento da história, essa luta foi representada pelo movimento de integração escolar que, ao menos teoricamente, visava garantir a presença e a participação dos alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas regulares. (Silva, P.09).
A integração escolar na prática não teve um bom êxito, pois estava atribuindo aos alunos o dever de se adaptarem aquele novo ambiente escolar ao qual foram introduzidos. Assim não foram repensados sobre a reestruturação do ambiente e o sistema de ensino para que pudesse recebê- los adequadamente a cada deficiência específica. (Silva, S/D). Nesse sentido:
Nesse período, a sociedade vivenciou um movimento conhecido como integração, movimento que no final da década de 1960 e início da década de 1970 emergiu como uma possibilidade de eliminar a exclusão das pessoas com alguma deficiência, da sociedade. O paradigma da Integração foi um avanço se compararmos às ações da sociedade, anteriores a ele, em que poucas possibilidades de participação foram viabilizadas. Por outro lado, mesmo aceitando que as pessoas com deficiência participassem da vida social, de acordo com os pressupostos desse modelo, não haviam esforços por parte da sociedade para garantir o acesso e a inclusão total desses indivíduos. (Kailer, 2013, p. 19764).
Doré (1997, p. 175), afirma sobre a Integração que:
Historicamente, o termo integração tem sido utilizado com o objetivo de demarcar as práticas de segregação que consistem em agrupar e retirar do ensino regular os alunos deficientes ou com dificuldades de adaptação ou de aprendizagem. (Doré 1997, p. 175).
Já no final da década de 1960, juntamente com os avanços no campo científico, foram propostas visando a inserção das pessoas com deficiência em todos os âmbitos da sociedade, mesmo ainda, passando por fortes movimentos de segregação por uma parte da sociedade, que não acreditava que os deficientes pudessem conviver e interagir com pessoas consideradas “normais”. Segundo Garcia (1989 apud Silva, 2009): Assim:
Ao longo do século XIX e da primeira metade do século XX, os deficientes foram, assim, inseridos em instituições de cariz marcadamente assistencialista. O clima social era propício à criação de instituições cada vez maiores, construídas longe das povoações, onde as pessoas deficientes, afastadas da família e dos vizinhos, permaneciam incomunicáveis e privadas de liberdade.
No princípio deste processo de integração não ocorria algum tipo de interesse advindo da sociedade em tentar modificar, facilitar esta realidade a partir de mudanças nas estruturas físicas, e nem por meio de práticas educativas sobre a importância do discernimento da sociedade com o deficiente, como se vê hoje em dia. Em 1970 este processo de integração começou a evoluir e firmasse no mainstreaming, que segundo Mantoan, se caracteriza como:
Integrar-se no mainstreaming, ou seja, na “corrente principal” é fazer parte do alunado escolar, ou seja, ter acesso à educação. Pela integração escolar, o aluno tem acesso às escolas através de um leque de possibilidades educacionais, que vai da inserção às salas de aula do ensino regular ao ensino em escolas especiais. (Mantoan 1993, p.4).
Com este modelo, o método educacional era ofertado em espaços educacionais especializados que estava presente “tanto em escolas especiais quanto em salas diferenciadas (classes especiais) que funcionavam em escolas regulares”, mas que ainda seguia o modelo baseado na segregação. (Kailer, 2013).Dessa forma:
Foi também a partir da década de 1980 que o debate sobre a educação inclusiva conquistou espaço na sociedade, pois se passou a construir uma nova proposta de inserção social das pessoas com deficiência. Com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que coloca em seu Artigo 208, inciso III, como dever do Estado a garantia de um atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, o Brasil começa aos poucos a incluir as crianças e jovens com algum tipo de deficiência nas salas de aula regulares das escolas comuns. (Kailer, 2013, p. 19765).
A partir de 1990 houve grande melhorias tanto na conscientização quanto nas novas práticas e atitudes inclusivas, pois se propagaram e nortear os primeiros passos para uma concretização para o contexto escolar e sociedade em geral. Assim:
Com o passar do tempo, novos movimentos em busca da conscientização da população vêm sendo criados a fim de despertar a necessidade de aprendermos a conviver com as diferenças, possibilitando a todos uma inserção plena nos diferentes setores sociais. No que diz a respeito à educação inclusiva, percebe-se que está ligada intimamente à concepção de uma educação de qualidade para todos, sem qualquer distinção, tal como se verifica na Declaração Universal dos Direitos Humanos. (Kailer, 2013, p. 19765).
Apesar dos inúmeros avanços na legislação brasileira e as medidas de conscientização, por meio de campanhas educacionais, o pensamento preconceituoso e a falta de conhecimento a respeito da temática, fomentam os comportamentos de segregação na sociedade, assim, inviabilizando a integração dos portadores de deficiência.
A presença do Brasil em eventos, movimentos, acordos internacionais resultou em intervenções e documentos oficiais que norteiam as políticas públicas no atendimento de alunos com deficiência, assim buscando uma sociedade mais consciente e inclusiva, que dentre estes está a Constituição Federal (1988). A Carta Magna é outro atributo importantíssimo para a democratização deste País, e ampliou os princípios da Declaração dos Direitos Humanos, os quais estão presente no artigo 5º, que estabelece, sem nenhuma distinção, o direito “à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” de todas as pessoas que residem no país (BRASIL, 1988).
Com a nova Constituição possibilitou a descentralização dos recursos advindos da União para os Estados e Municípios, assim, distribuindo conforme as necessidades, demonstrando os princípios democráticos da sociedade com uma maior atenção às prioridades locais. (Macedo et al, 2014).
O Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA é outro documento que reafirmou por uma aliança para proteção integral de criança e adolescente. O ECA, segundo 3º artigo, legisla que sejam reconhecido, respeitados e cumpridos todos os seus direitos e deveres individuais e coletivos, “… assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.” Este documento oficial possui sobre as atribuições do Estado e da família para assegurar o seu desenvolvimento integralmente, destacamos o artigo 54º, que vem abordando a responsabilidade do Estado sobre como deve garantir o Ensino Fundamental, e no inciso III ainda no mesmo artigo, que impõem ao Estado o dever e responsabilidade de oferecer “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”, e o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”. (Macedo et al, 2014).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDBEN (1996) determina que, em seu artigo 58º, a Educação Especial necessita ser uma “modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais…; haverá serviços de apoio especializado … [é] dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a Educação Infantil”. (Brasil, 1996).
As publicações das declarações e legislações oficiais expostas previamente ocasionou na publicação de novos documentos orientadores e controladores, dentre eles a Lei n. 7.853/1989, que impõem como deve ser o apoio à portadores de deficiência, sua inclusão social, conforme a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE. (Ministério da Educação, 2007). “institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências”. (Macedo et al, 2014).
Conforme o Decreto de nº 3.298/1999 instaura a Lei nº 7.853/1989; a Lei nº 10.172/2001 que “aprova o Plano Nacional de Educação para Todos, que estabelece objetivos e metas para a implantação de programas que atendam às necessidades das pessoas com deficiência.”, segundo o Decreto a Educação Especial é estabelecida “como modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da Educação Especial ao ensino regular” (Ministério da Educação, 2007).
O Decreto n. 3.956/2001 “promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência.” Com a sua legitimação, teve como princípio básico o respeito aos direitos, liberdades e inclusão da pessoa deficiente conforme as demais e a redução de barreiras impostas que reprime sua escolarização (Ministério da Educação, 2007).
A Resolução CNE/CEB nº 02/2001 estabelece as “Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica”, para que demonstrem o acordo do País no ” desafio de construir coletivamente as condições para atender bem à diversidade de seus alunos” (Ministério da Educação, 2007).
O Decreto nº 5.626/2005 determina que segundo a Lei 10.436, os quais “dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, garantindo às pessoas com surdez o direito à educação através do ensino simultâneo de Língua Portuguesa e LIBRAS”, e através da Portaria nº976/2006, vem estipular “Critérios de acessibilidade aos eventos do Ministério da Educação – MEC”, viabilizando qualidades na acessibilidade (Ministério da Educação, 2007). A execução do Programa de Desenvolvimento da Escola – PDE se tornou possível após a publicação do Decreto nº 6.094/2007, do qual “Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação” assim vem garantindo a entrada e permanência dos alunos dentro do ensino regular e também no atendimento das necessidades educacionais especiais de cada alunos, assim melhorando a sua inclusão em escolas públicas (Ministério da Educação, 2007).
Em 2007 foi editorado o Decreto nº 6.215/2007, que “institui o Comitê Gestor de Políticas de Inclusão das Pessoas com Deficiência – CGPD”, revogado e passou por correções para o Decreto nº 7.612/2011, que “institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Plano Viver sem Limite” – e também o Decreto nº 6.214/07, que “regulamenta o benefício de prestação continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência.” (Ministério da Educação, 2007).
Segundo o Decreto nº 186/2008 que legalizou “o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo.” Ainda neste mesmo ano, foi publicado o Decreto nº 6.571/2008, o qual “dispõe sobre o atendimento educacional especializado”, mas que acabou sendo anulado pelo Decreto n. 7.611, de 17/11/2011, que “dispõe sobre a Educação Especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências.” (Macedo et al, 2014). Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2008, p. 10):
A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.
Mesmo com o suporte das escolas especiais auxiliando na educação regular, ou em atendimento educacional especializado que tem sido realizado em turno divergente ao da escola regular, mesmo assim o aluno poderá receber auxílio e ao mesmo tempo está matriculado nas escolas de ensino regular, assim estaria convivendo em comum a outras pessoas sem se prejudicar por falta de acompanhamento e “participação dos educadores no seu processo de escolarização”. (Kailer, 2013).
Pensando as escolas especiais, como suporte ao processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular comum, a coordenação entre os serviços de educação, saúde e assistência social aparece como essencial, apontando, nesse sentido, a possibilidade das escolas especiais funcionarem como centros de apoio e formação para a escola regular, facilitando a inclusão dos alunos nas classes comuns ou mesmo a frequência concomitante nos dois lugares (Paulon; Freitas; Pinho, 2005, p. 20).
Nessa perspectiva, analisando o campo escolar, ainda são necessárias adaptações no oferecimento de serviços (equipe pedagógica) e ferramentas que possam auxiliar na aprendizagem e desenvolvimento intelectual dos alunos, em especial, aos que necessitam de atendimento especializado. Sendo essas adaptações indispensáveis para a garantia dos direitos e da integração dos estudantes.
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